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ECLESIOLOGIA - A NATUREZA DA IGREJA

Atualizado: 7 de ago. de 2019


  I. A NATUREZA DA IGREJA 


Que é a igreja ? 


  A questão pode ser solucionada considerando : 


  1) As palavras que descrevem essa instituição

       2) As palavras que descrevem os cristãos

      3) As ilustrações que descrevem a igreja. 


       

1. Palavras que descrevem a igreja


       A palavra grega no Novo Testamento para igreja é "ekklesia", que significa "uma assembléia de chamados para fora". O termo aplica-se a :


       1) Todo o corpo de cristãos em uma cidade (Atos 11:22; 13:1.) 

       2) Uma congregação, (1 Cor. 14:19,35; Rom. 16:5.) 

       3) Todo o corpo de crentes na terra. (Efés. 5:32.)


       2. Palavras que descrevem os cristãos.

 

       (a) Irmãos


- A igreja é uma fraternidade ou comunhão espiritual, no qual foram abolidas todas as divisões que separam a humanidade. - "não há grego nem judeu": a mais profunda de todas as divisões baseadas na história religiosa é vencida; - "não há grego nem bárbaro". a mais profunda de todas as divisões culturais é vencida; - "não há servo ou livre". a mais profunda de todas as divisões sociais e econômicas é vencida; - "não há macho nem fêmea". a mais profunda de todas as divisões humanas é vencida. (Vide Col. 3:11; Gál. 3:28.) 


       (b) Crentes


- Os cristãos são chamados "crentes" porque sua doutrina característica é a fé no Senhor Jesus.


       (c) Santos


- São chamados "santos" (literalmente "consagrados ou piedosos") porque estão separados do mundo e dedicados a Deus.

 

       (d) Os eleitos


- Refere-se a eles como "eleitos", ou os "escolhidos", porque Deus os escolheu para um ministério importante e um destino glorioso. 


       (e) Discípulos


- São "discípulos" (literalmente "aprendizes"), porque estão sob preparação espiritual com instrutores inspirados por Cristo. 


       (f) Cristãos


- São "cristãos" porque sua religião gira em tomo da Pessoa de Cristo.


       (g) Os do Caminho.


Nos dias primitivos muitas vezes eram conhecidos como "os do Caminho" (Versão Brasileira) (Atos 9:2) porque viviam de acordo com uma maneira especial de viver.

 

       3. Ilustrações da igreja.

 

       (a) O corpo de Cristo.

 

       O Senhor Jesus Cristo deixou este mundo há mais de dezenove séculos; entretanto, ele ainda está no mundo. Com isso queremos dizer que sua presença se faz sentir por meio da igreja, a qual é seu corpo. Assim como ele viveu sua vida natural na terra, em um corpo humano individual, assim também ele vive sua vida mística em um corpo tomado da raça humana em geral. Na conclusão dos Evangelhos não escrevemos: "Fim", mas, "Continua", porque a vida de Cristo continua a ter expressão por meio dos seus discípulos como se evidencia no livro de Atos dos Apóstolos e pela subseqüente história da igreja.

 

       "Assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós" (João 20:21). 

       "Quem vos recebe, a mim me recebe" (Mat. 10:40). 


       Antes de partir da terra, Cristo prometeu assumir esse novo corpo. Entretanto, usou outra ilustração : 


       "Eu sou a videira, vós as varas" (João 15:5). 


       A videira está incompleta sem as varas e as varas nada são à parte da vida que flui da videira. 

       Se Cristo há de ser conhecido pelo mundo, terá que ser mediante aqueles que tomam o seu nome e participam de sua vida. 

       Na medida em que a igreja se tem mantido em contato com Cristo, sua Cabeça, assim tem participado de sua vida e experiências. 

       Assim como Cristo foi ungido no Jordão, assim também a igreja foi ungida no Pentecoste. 

       Jesus andou pregando o Evangelho aos pobres, curando os quebrantados de coração, e pregando libertação aos cativos; e a verdadeira Igreja sempre tem seguido em suas pisadas.

 

       "Qual ele é, somos nós também neste mundo" (1 João 4:17).

 

       Assim como Cristo foi denunciado como uma ameaça política e, finalmente, crucificado, assim também sua igreja, em muitos casos, tem sido crucificada (figurativamente falando) por governantes perseguidores. Mas tal qual o seu Senhor, ela ressuscitou ! A vida de Cristo dentro dela a torna indestrutível. 

       Este pensamento da identificação da igreja com Cristo certamente estava na mente de Paulo quando falou :

 

       "na minha carne cumpro o resto das aflições de Cristo, pelo corpo, que é a igreja" (Col. 1:24).

 

       O uso dessa ilustração faz lembrar que a igreja é um organismo e não meramente uma organização. 

       Uma organização é um grupo de indivíduos voluntariamente associados com um propósito especial, tal como uma organização fraternal ou um sindicato. 

       Um organismo é qualquer coisa viva, que se desenvolve pela vida inerente. Usado figuradamente, significa a soma total das partes entrelaçadas, na qual a relação mútua entre elas implica uma relação do conjunto. Desse modo, um automóvel poderia ser considerado uma "organização" de certas peças mecânicas; o corpo humano é um organismo porque é composto de muitos membros e órgãos animados por uma vida comum. 

       O corpo humano é um, embora seja composto de milhões de células vivas. Da mesma maneira o corpo de Cristo é um, embora composto de almas nascidas de novo. 

       Assim como o corpo humano é vivificado pela alma, da mesma maneira o corpo de Cristo é vivificado pelo Espírito Santo. 


       "Pois todos nós fomos batizados em um Espírito formando um corpo" (1 Cor. 12:13).

 

       Os fatos supra citados indicam uma característica única da religião de Cristo. 

       Assim escreve W. H. Dunphy: Ele — e unicamente ele — dos fundadores de religião, produziu um organismo permanente, uma união permanente de mentes e almas, concentradas em torno de sua Pessoa. 

       Os cristãos não são meramente seguidores de Cristo, senão membros de Cristo e membros uns dos outros. 

       Buda reuniu sua sociedade de "esclarecidos", mas a relação entre eles não passa de relação externa, de mestre para com o aluno. O que os une é sua doutrina, e não a sua vida. O mesmo pode dizer-se de Zoroastro, de Sócrates, de Maomé, e dos outros gênios religiosos da raça. Mas Cristo não somente é Mestre, ele é a vida dos cristãos. O que ele fundou não foi uma sociedade que estudasse e propagasse suas idéias, mas um organismo que vive por sua vida, um corpo habitado e guiado por seu Espírito.

 

       (b) O templo de Deus. (1 Ped. 2:5,6.) 


       Um templo é um lugar em que Deus, que habita em toda parte, se localiza a si mesmo em determinado lugar, onde seu povo o possa achar "em casa". (1 Reis 8:27.) 

       Assim como Deus morou no Tabernáculo e no templo, assim também vive, por seu Espírito, na igreja. (Efés 2:21,22; 1 Cor. 3:16,17.) 

       Neste templo espiritual os cristãos, como sacerdotes, oferecem sacrifícios espirituais, sacrifícios de oração, louvor e boas obras. 


       (c) A noiva de Cristo.

 

       Essa é uma ilustração usada tanto no Antigo como no Novo Testamento para descrever a união e comunhão de Deus com seu povo. (2 Cor. 11:2; Efés. 5:25-27; Apoc. 19:7; 21:2; 22:17.) Mas devemos lembrar que é somente uma ilustração, e não se deve forçar sua interpretação. O propósito dum símbolo é apenas iluminar um determinado lado da verdade e não o de prover o fundamento para uma doutrina.


  II. A FUNDAÇÃO DA IGREJA

 

       1. Considerada profeticamente.

 

       Israel é descrito como uma igreja no sentido de ser uma nação chamada dentre as outras nações a ser um povo de servos de Deus. (Atos 7:38.) 

       Quando o Antigo Testamento foi traduzido para o grego, a palavra "congregação" (de Israel) foi traduzida "ekklesia" ou "igreja". 

       Israel, pois, era a congregação ou a igreja de Jeová. 

       Depois de a igreja judaica o ter rejeitado, Cristo predisse a fundação duma nova congregação ou igreja, uma instituição divina que continuaria sua obra no terra (Mat. 16:18). Essa é a igreja de Cristo, que veio a ter existência no dia de Pentecoste. 


       2. Considerada Historicamente. 


       A igreja de Cristo veio a existir, como igreja, no dia de Pentecoste, quando foi consagrada pela unção do Espírito. 

       Assim como o Tabernáculo foi construído e depois consagrado pela descida da glória divina (Êxo. 40:34), assim os primeiros membros da igreja foram congregados no cenáculo e consagrados como igreja pela descida do Espírito Santo. 

       É muito provável que os cristãos primitivos vissem nesse evento o retorno da "Shekinah" (a glória manifesta no Tabernáculo e no templo) que, havia muito, partira do templo, e cuja ausência era lamentada por alguns dos rabinos. 

       Davi juntou os materiais para a construção do templo, mas a construção foi feita por seu sucessor, Salomão. Da mesma maneira, Jesus, durante seu ministério terreno, havia juntado os materiais da sua igreja, por assim dizer, mas o edifício foi erigido por seu sucessor, o Espírito Santo.

       Realmente, essa obra foi feita pelo Espírito, operando mediante os apóstolos que lançaram os fundamentos e edificaram a igreja por sua pregação, ensino e organização. 

       Portanto, a igreja é descrita como sendo "edificados sobre o fundamento dos apóstolos..." (Efés. 2:20).


III. OS MEMBROS DA IGREJA

 

O Novo Testamento estabelece as seguintes condições para os membros da igreja :


       - Fé implícita no Evangelho e confiança sincera e de coração em Cristo como o único e divino Salvador (Atos 16:31)

       - Submeter-se ao batismo nas águas como testemunho simbólico da fé em Cristo

       - Confessar verbalmente essa fé. (Rom.10:9,10.) 


       No princípio, praticamente todos os membros da igreja eram verdadeiramente regenerados. 


       "E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar" (Atos 2:47).


       Entrar na igreja não era uma questão de unir-se a uma organização, mas de tornar-se membro de Cristo, assim como o ramo é enxertado na árvore. No transcurso do tempo, entretanto, conforme a igreja aumentou em número e em popularidade, o batismo nas águas e a catequese tomaram o lugar da conversão. O resultado foi um influxo na igreja de grande número de pessoas que não eram cristãs de coração. E desde então, essa tem sido mais ou menos a condição da cristandade. 

       Assim como nos tempos do Antigo Testamento havia um Israel dentro dum Israel, israelitas de verdade, bem como israelitas nominais, assim também no transcurso da história da igreja vemos uma igreja, dentro da igreja, cristãos verdadeiros no meio de cristãos apenas de nome. 

       Portanto, devemos distinguir entre a igreja invisível, composta dos verdadeiros cristãos de todas as denominações, e a igreja visível, constituída de todos os que professam ser cristãos 

       — A primeira, composta daqueles cujos nomes estão escritos no céu; a segunda, compreendendo aqueles cujos nomes estão registrados no rol de membros das igrejas. 

       Nota-se a distinção em Mateus 13, onde o Senhor fala dos "mistérios do reino dos céus" — expressão essa que corresponde à designação geral "cristandade". As parábolas nesse capítulo esboçam a história espiritual da cristandade entre o primeiro e o segundo advento de Cristo, e nelas aprendemos que haverá uma mistura de bons e maus na igreja, até a vinda do Senhor, quando a igreja será purificada e se fará separação entre o genuíno e o falso. (Mat. 13:36-43, 47-49.) 

       O apóstolo Paulo expressa a mesma verdade quando compara a igreja a uma casa na qual há muitos vasos, uns para honra e outros para desonra. (2Tim. 2:19-21). 

       É a igreja sinônimo do reino de Deus ?

Que a igreja seja uma fase do reino entende-se pelo ensino de Mat. 16: 18, 19, pelas parábolas em Mat. 13, e pela descrição de Paulo da obra cristã como sendo parte do reino de Deus (Col. 4:11). Sendo "o reino dos céus" uma expressão extensa, podemos descrever a igreja como uma parte do reino. 

       William Evans assim escreveu :

"A igreja pode ser considerada como uma parte do reino de Deus, assim como o Estado de Illinois é parte dos Estados Unidos." 

       A igreja prega a mensagem que trata do novo nascimento do homem, pelo qual se obtém entrada no reino de Deus (João 3:3-5; 1 Ped. 1:23.)

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