A ORIGEM DA IGREJA BATISTA
- MINISTÉRIO RESGATE
- 4 de ago. de 2019
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Atualizado: 7 de ago. de 2019

As Igrejas Batistas são diversas denominações cristãs, com forma de governo congregacional, cuja doutrina básica se dá na salvação mediante a fé somente, tendo como regra de fé e prática a Bíblia Sagrada, e por princípio a separação entre Igreja e Estado. Está distribuída em todo o mundo, e não possui hierarquia, tampouco governo único, visto que é princípio da maior parte das Igrejas Batistas o governo local da Igreja. Os batistas entendem haver duas ordenanças de Jesus Cristo: a Ceia do Senhor e o Batismo, sendo que este último só é realizado mediante a imersão do indivíduo na água, já em idade suficiente para ter consciência do ato e desejá-lo por iniciativa própria.
A Igreja Batista é uma denominação histórica, cujas origens remontam à Inglaterra no início do século XVII. Tornou-se, com o tempo, uma das mais importantes denominações protestantes, com muitas igrejas na própria Inglaterra e também nos Estados Unidos, de onde missionários foram enviados a todas as partes do planeta. No Brasil, os primeiros missionários chegaram cerca de 150 anos atrás, tendo fundado, desde então, igrejas de Norte a Sul no país.
Há vários exemplos de batistas notáveis ao longo da História, dentre os quais: o ativista de direitos humanos Martin Luther King, os missionários e tradutores bíblicos Adoniram Judson e William Carey (considerado o "Pai das Missões Modernas"), os presidentes norte-americanos Abraham Lincoln, Harry Trumam e Bill Clinton, os pregadores Billy Graham, John Piper, Paul Washer e Charles Spurgeon (considerado o "Príncipe dos Pregadores"), os teólogos John Gill, Walter Rauschenbusch, Russell Shedd, John Macthur e Luiz Sayão, os escritores John Bunyan (autor de O Peregrino), Oswald Chambers e Israel Belo de Azevedo, e os atores Cruck Norris e Eddie Murphy.
A maioria das igrejas batistas escolhem associar-se em grupos de apoio mútuo e cooperação, denominados associações ou convenções, mantendo, porém, a autonomia de cada igreja local. Ou seja, não há hierarquia ou subordinação entre pastores de uma igreja e outra. Tais grupos podem ter abrangência local, regional ou até nacional. No Brasil, as principais convenções são a Convenção batista Brasileira, Convenção Batista Nacional (de orientação Carismática) e a Convenção das Igrejas Batistas Independentes (de origem histórica diferente). Todas fazem parte da Aliança Batista Mundial, organização que reúne, livremente, centenas de convenções e associações que conservam os princípios Batistas.
No que concerne à organização interna de cada igreja local, esta é também bastante democrática. Todas as decisões importantes precisam ser aprovadas, em votação, pelos membros da igreja; assim, a assembléia dos membros tem autoridade para tratar de questões surgidas no seu dia a dia e para tomar decisões relacionadas ao desenvolvimento de seus trabalhos, inclusive para escolher um novo pastor ou eleger os diáconos.
O termo "batista" vem da palavra grega baptistés, ("batista", a mesma que descrevia João, o batista), estando relacionada ao verbo baptízo, ("batizar, lavar, imergir, mergulhar algo"), e à palavra latina baptista, que significa também "o batizador", como em "João, o batista". Como prenome, é usado na Europa nas variantes Baptiste, Jan-Baptiste, Jean-Baptiste, John Baptist e Johannes Baptiste. Também é usado como um sobrenome, cujas variações geralmente usadas são Baptiste, Baptista, Battiste e Battista. Há registros de que os anabaptistas na Inglaterra foram chamados batistas já em 1569.
Tanto os católicos romanos quanto os católicos ortodoxos, há muitos séculos, realizam via de regra o batismo infantil (pedobatismo) por aspersão ou efusão; ou seja, os adeptos dessas igrejas costumam ser batizados quando ainda são bebês, derramando-se ou borrifando-se sobre eles um pouco de água. Naturalmente, tal prática continuou a ser realizada em todas as igrejas que se tornaram protestantes durante a Reforma. Os batistas são assim chamados porque foram a primeira denominação protestante significativa a adotar, como regra, o batismo adulto (credobatismo) por imersão.
Em outras palavras, entre os batistas, só se batizam aqueles que já chegaram à idade da razão, sendo necessário crer no Evangelho e decidir, por conta própria, receber o batismo, após compreender o que este ato significa. Crianças e adolescentes, portanto, também podem ser batizados; mas bebês, não (embora o batismo seja visto como um ato cerimonial, e não como condição para salvação.)
Por causa dessa compreensão da necessidade de fé pessoal para o batismo, e em conformidade com os exemplos bíblicos, o indivíduo é literalmente mergulhado na água, como era o costume na Igreja Primitiva, daí se chamar batismo por imersão. Dessa forma, pretende-se simbolizar, com o mergulho, a morte do velho homem carnal e pecador, e o surgimento do novo homem, já com uma nova natureza, espiritual, semelhante a Cristo.
A denominação historicamente é ligada aos dissidentes ingleses ou movimentos de anticonformismo do século XVI. Um importante movimento batista surgiu em uma colônia inglesa na Holanda, num tempo de reforma religiosa intensa.
John Smyth discordava da política e de alguns pontos da doutrina da Igreja Anglicana da qual ele era pastor; após uma aproximação com os menonitas, e examinando a Bíblia, creu na necessidade de batizar-se com consciência, e em seguida batizou os demais fundadores da igreja, constituindo-se assim uma igreja batista organizada. Até então, o batismo não era por imersão, só por volta de 1642 que os batistas particulares adotariam oficialmente essa prática, tornando-se comum depois a todos os batistas. A primeira confissão dos particulares, a Confissão de Londres de 1644, também foi a primeira a defender o imersionismo no batismo.
Depois da morte de John Smyth e da decisão de Thomas Helwys e seus seguidores de regressarem para a Inglaterra, a igreja organizada na Holanda se desfez, e parte de seus membros uniram-se aos menonitas. Thomas Helwys organizou a Igreja Batista em Spitalfields, nos arredores de Londres, em 1612
Naqueles tempos, havia perseguição aos batistas e a outros dissidentes ingleses, por não concordarem com certas práticas e doutrinas da igreja oficial, a anglicana. Vale notar que dentre esses "dissidentes" destaca-se John Bunyan, um batista, que escreveu sua obra-prima O Peregrino enquanto estava preso injustamente. Devido a essa perseguição, muitas pessoas emigraram para a América, especificamente para as colônias da Nova Inglaterra (que viriam a formar os Estados Unidos).
Em solo americano, a primeira igreja batista nasceu através de Roger Williams, que organizou a Primeira Igreja Batista de Providence em 1639, na colônia que ele fundou com o nome de Rhode Island, e John Clark, que organizou a Igreja Batista de Newport, também em Rhode Island, em 1648. Os Batistas se espalharam pelas diversas colônias da América do Norte e foram influentes na formação da Constituição Americana, de 1788. Atualmente, a Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos conta com quase 16 milhões de membros, sendo a maior comunidade evangélica daquele país e a maior convenção batista do mundo.
Expansão mundial

Em 1791, um jovem pastor inglês chamado William Carey criou a Sociedade de Missões no Estrangeiro, para dar suporte no envio de missionários, sendo a Índia o primeiro campo missionário.
As Igrejas Congregacionais americanas enviaram Adoniram e Ana Judson em 1812, para evangelizar a Índia, com destino a Calcutá. O casal encontrou-se com o missionário batista William Carey e seu grupo de pastores, e aceitou a doutrina de imersão dos batistas e foram batizados pelo Pastor William Ward. Outro missionário congregacional também enviado à Índia, Luther Rice, tornou-se batista. Os Judsons permaneceram na Birmânia, atual Myanmar, e Luther Rice voltou aos Estados Unidos para mobilizar os batistas para a obra missionária.
Consequentemente, em maio de 1814, foi fundada uma Convenção em Filadélfia com o nome de "Convenção Geral da Denominação Batista nos Estados Unidos para Missões no Estrangeiro". Desde então missionários batistas foram enviados à América Latina, África, Ásia e Europa.
Igrejas Batistas no Brasil
Acredita-se que o primeiro missionário batista no Brasil tenha sido Thomas Jefferson Bowen. Ele era missionário americano na Nigéria, África, trabalhando entre os nativos da tribo iorubá. Depois de algum tempo na África, retornou aos EUA, e foi enviado, em 1860, para o Brasil, uma vez que muitos escravos que falavam o dialeto iorubá (língua corrente entre os negros traficados) e podiam ser alcançados, isto é, aderirem ao Evangelho.
Oito meses depois, devido a problemas de saúde e porque as autoridades o impediram de pregar o evangelho, visto que sua mensagem se distanciava dos ensinos católicos (até então a religião oficial do país), Bowen precisou retornar ao seu país, desta vez em definitivo.
Posteriormente, por força da Guerra Civil Americana de 1865, confederados do Sul dos Estados Unidos começam a buscar outras terras de potencial agrícola.
O Brasil foi um dos países escolhidos. Logo, em 1867, grupos de estadunidenses que somaram mais de 50.000 pessoas desembarcam nos portos brasileiros em busca de refúgio e terra fértil, vasta e barata. Avançando para o continente, escolhem a cidade de Santa Bárbara do Oeste para adquirirem terras e fixarem residência. Entre os emigrados, a maioria professava o protestantismo, muitos eram batistas.
Já em 1870, fizeram publicar um "Manifesto para Evangelização do Brasil." Tal manifesto, assim que publicado contou com assinaturas de Presbiterianos, Metodistas, Congregacionais e, por um batista, o jovem Pastor Richard Ratcliff, um dos emigrados, cuja família havia convertido através de Thomas Jefferson Bowen nos Estados Unidos.
Em 1871, Batistas emigrados dos Estados Unidos organizam a Primeira Igreja Batista no Brasil Para Estrangeiros em Santa Bárbara do Oeste.
Anos mais tarde, em 1879, outro grupo de emigrados faz surgir a segunda Igreja Batista em solo brasileiro, em Santa Bárbara d'Oeste, no bairro da Estação, onde, atualmente, se localiza a cidade de Americana.
Os Batistas de então, em Santa Bárbara do Oeste, se unem para solicitar, à Junta de Richmond, dos Estados Unidos, o envio de missionários ao Brasil. O trabalho de evangelização foi intenso e os brasileiros tornaram-se menos preconceituosos quanto à nova doutrina. Em 1881, chegam William Buck Bagby e Ana Luther Bagby; Zacarias Taylor e Katarin Taylor.
Os primeiros missionários são recebidos em Santa Bárbara do Oeste e logo filiam-se à Igreja Batista existente e começam a estudar a língua portuguesa, tendo Antonio Teixeira de Albuquerque como professor.
Pouco tardou para que os dois casais de missionários, unindo-se a Antonio Teixeira de Albuquerque rumassem para o Estado da Bahia, onde em 15 de outubro de 1882, organizaram a primeira congregação formada por brasileiros e a chamou de Primeira Igreja Batista do Brasil Para Brasileiros em Salvador (seria, oficialmente, a primeira igreja Batista do Brasil, embora já houvesse duas outras Igrejas Batistas, organizadas por imigrantes norte-americanos, residentes na região de Santa Bárbara do D'Oeste e Americana, em São Paulo.). Em um ano, aquela igreja já contava setenta membros. Salvador também possuía uma comunidade de estadunidenses que fugiram da Guerra de Secessão.
Enquanto isto, no Recife, o missionário batista William Buck Bagby participa da conversão do sacerdote católico Antônio Teixeira de Albuquerque. Por causa de perseguição, Teixeira de Albuquerque tentou refugiar-se em Maceió, sua terra natal, mas acabou mais tarde escolhendo Capivari, no Estado de São Paulo. Vindo a conhecer os batistas em Santa Bárbara do Oeste, batiza-se, é ordenado pastor e ajuda a comandar a evangelização que se iniciava entre brasileiros, franceses, ingleses e estadunidenses.
O Pastor Antonio Teixeira de Albuquerque, casado, rumou a Maceió, onde organiza a Primeira Igreja Batista e prega para seus pais. A vida de Teixeira de Albuquerque foi curta, vindo a falecer aos 46 anos de idade. De Salvador, os missionários seguiram para outras capitais, plantando igrejas. De volta a São Paulo, com outros missionários recém-chegados foram organizando outras novas igrejas a partir de 1899 em São Paulo, Jundiaí, Jacareí, Campinas, São José dos Campos, entre outras cidades.
Já em 1904, eram sete Igrejas Batistas no Estado de São Paulo. Essas, reunindo-se em Jundiaí, organizaram, em 1904, a Convenção Batista do Estado de São Paulo, então chamada de União Baptista Paulistana. Entretanto, vale destacar que o missionário Salomão Luiz Ginsburg havia sido o primeiro a sugerir, ainda em 1894, a organização de uma convenção de âmbito nacional dos batistas brasileiros, ideal este que viria a se concretizar em 1907.
Antes da Proclamação da República em 1889, a religião oficial do Brasil era a Católica Romana, conforme estabelecido na Constituição Imperial de 1824, e havia limitações à liberdade de culto, embora o culto em si e a divulgação (pregação) fossem permitidos. Cumpre destacar, nesse contexto, que o imperador D. Pedro II tinha o casal missionário Kalley em alta estima, e nunca se opôs ao surgimento do protestantismo no país; muito pelo contrário, era um leitor ávido da Bíblia Sagrada, e até mesmo ouvia os missionários pessoalmente, tendo-se encantado pelas Sagradas Escrituras. Há registros, inclusive, de que quando um colportor (vendedor de Bíblias) protestante foi preso, em razão da atividade que exercia, por um delegado no Sergipe, o imperador prontamente mandou soltá-lo, apontando que não havia justificativa nenhuma para a prisão, visto que as leis do Império não proibiam aquela atividade.
Não obstante, havia entre a população forte intolerância contra os protestantes; o missionário batista Salomão Luiz Ginsburg, por exemplo, chegou a correr perigo de morte, por causa de uma multidão que veio com enxadas e paus na direção dele, acreditando que ele era um dos anticristos dos últimos dias, conforme o padre local havia dito. Todavia, em 1891 a liberdade religiosa estaria consagrada na nova Constituição (ainda que, por ora, apenas no papel), porém ainda passariam muitas décadas até que os batistas e outros grupos evangélicos fossem mais bem aceitos pela sociedade.
Nos primeiros vinte e cinco anos de trabalho (desde 1882), Bagby e Taylor, auxiliados por outros missionários, e por um número crescente de brasileiros, evangelistas e pastores, já tinham organizado 83 Igrejas, com aproximadamente 4.200 membros.
A. B. Deter, Zacarias Taylor e Salomão Ginsburg concordaram, então, em dar prosseguimento ao plano de criar uma convenção de âmbito nacional. Em seguida, eles conseguiram a adesão de outros missionários e de líderes brasileiros, inclusive Francisco Fulgêncio Soren. Em 1907, em Salvador, com a presença e apoio de 43 delegados, mensageiros e representantes de 39 igrejas e organizações, é realizada, em sessão solene, a primeira Assembleia da Convenção Batista Brasileira.
A motivação básica da criação da Convenção foram missões, e falava-se então na evangelização de Portugal, Chile e África. Foram criadas duas Juntas Missionárias: a de Missões Nacionais e a de Missões Estrangeiras (hoje Missões Mundiais). Além dessas, foram criadas várias outras Juntas; ao todo, sete. As áreas de Missões, Educação Religiosa e Publicações, Educação Teológica e Educação (em geral), foram as que receberam maior atenção dos convencionais.
Com o passar das décadas, as igrejas cresceram e se multiplicaram, sendo que o evangelismo era realizado ativamente pelos membros das igrejas e pelos pastores e missionários, tanto brasileiros quanto estrangeiros. Centenas de missionários foram enviados por igrejas e juntas norte-americanas até as regiões mais remotas do Brasil, e posteriormente vieram vários professores e educadores para aprofundar e consolidar o ensino teológico nos seminários, muitos dos quais foram construídos graças à contribuição e financiamento dos crentes americanos.
Convenção Batista Nacional
Convenção Batista Nacional é um denominação cristã de igrejas batistas no Brasil. Também é responsável pela organização de vários seminários teológicos, de adoração e de interceção espiritual.
Convenção Batista Nacional formou-se a partir de um grupo de 52 Igrejas Batistas no Brasil, principalmente de Minas Gerais, congregadas em janeiro de 1965, que aceitaram a doutrina do movimento Carismático sobre dons do Espírito Santo em suas crenças.
O surgimento do grupo que daria origem à Convenção Batista Nacional deu-se oficialmente, em janeiro de 1965, na cidade de Niterói. A Convenção Batista Brasileira excluíra cerca de 32 igrejas de sua filiação, em 1966 o número de igrejas desligadas chegou a 52.
Inicialmente criou-se a Ação Missionária Evangélica (AME), somente em 16 de setembro de 1967 a AME passou a se chamar Convenção Batista Nacional, por ocasião da primeira Assembléia Geral, realizada na Igreja Batista da Lagoinha.
A obra de Renovação Espiritual
No início do século XX chegou ao Brasil o movimento pentecostal através de campanhas realizadas por missionários vindos do exterior. O missionário italiano Luis Francescon chegou ao nosso país em 1908 ou 1910. Presbiteriano, veio ao Brasil com um grupo de imigrantes italianos vindos de Chicago, Estados Unidos. Ele fundou a primeira igreja penstecostal no Brasil, a Congregação Cristã do Brasil. Não demorou muito para surgirem outras igrejas pentecostais, tais como a Assémbéia de Deus, O Brasil para Cristo, Deus é Amor, Casa da Bênção, Maranata, Cruzada Brasileira de Evangelização.
O movimento pentecostal caracteriza-se pela crença no batismo do Espírito Santo como uma segunda bênção, posteior à conversão, que capacita o homem à obediência. Prega a conteporaneidade dos dons espirituais, sobretudo o dom de curas e batismo do Espírito Santo, que evidencia-se pelo dom de falar em “línguas estranhas”.
No meio batista, como conseqüência natural do movimento pentecostal, houve o que ficou conhecido como movimento de “Renovação Espiritual”. Este movimento teve como proponentes iniciais a Sra. Rosalee Mills Appleby, o Pr. José Rego do Nascimento e o Pr. Enéas Tognini.
No âmbito batista não eram apenas as igrejas a serem influenciadas pela doutrina e prática pentecostais, até mesmo o Seminário do Sul, no Rio de Janeiro foi impactado pelo carimatismo de Renovação Espiritual. Em uma carta dirigida ao Pr. Enéas Tognini,* o Pr. José do Rego Nascimento faz relatório de reuniões realizadas naquele seminário com o corpo discente do mesmo e o Pr. Rego Nascimento e outros. Nestas reuniões os seminaristas foram norteados por experiências pentecostais. É digno de nota que essas reuniões realizaram-se sem o conhecimento e aprovação do então Reitor da instituição, Pr. A. Bem Oliver. A posterior reprovação do seminário a essas reuniões e ao pentecostalismo seria apenas o início do que estava prestes a acontecer na denominação.
A HISTÓRIA DOS BATISTAS NACIONAIS Convenção Batista Nacional
Expulsas da Convenção Batista Brasileira, as igrejas a princípio relutaram em reunir-se em convenção. Os dois principais líderes de Renovação Espiritual; Enéas Tognini e José Rego do Nascimento não se mobilizaram para reunir as igrejas excluídas em uma convenção. É quando surge então a figura do pastor Ilton Quadros Cordeiro, pastor da Igreja Batista do Barreiro, em Belo Horizonte.
Em 1966, o pastor Ilton Quadros Cordeiro demonstrou preocupação com o destino das igrejas excluídas. Primeiramente entrou em contato com o pastor Arthur Freire, que lhe aconselhou que seria mais conveniente ao invés de uma convenção, reunir as igrejas em uma Ação Missionária. Dessa forma foi criada a AME: Ação Missionária Evangélica, tendo o jovem pastor Wilson Régis à frente. Essa aliança na verdade não teve um governo de natureza democrático, o pastor Régis acumulou os cargos de Superintendente Geral, Tesoureiro e depois diretor do seminário STEB, Seminário Teológico Evangélico do Brasil. A AME não continha apenas igrejas batistas, havia também metodistas e presbiterianas que também haviam aderido ao movimento de renovação espiritual.
No ano de 1967 extingue-se a AME dando lugar à Convenção Batista Nacional. Em sua primeira seção da assembléia inaugural, realizada às 14 horas do dia 16 de setembro de 1967, no templo da Igreja Batista da Lagoinha, é eleita a diretoria da Convenção Batista Nacional. Foi eleito presidente o Pr. Elias Brito Sobrinho; 1º vice-presidente, Pr. Joel Ferreira; 2º vice-presidente, Pr. Rosivaldo de Araújo; 1º secretário, Pr. Nivaldo Ferreira da Silva; 2º secretario, Pr. Dalson Pinto Teixeira. É também adotada na assembléia a Confissão de Fé, a mesma adotada pela Convenção Batista Brasileira, com o acréscimo do Artigo III da Convenção de Kansas City – Deus o Espírito Santo.
Educação Geral e Religiosa Batista no Brasil
A educação pode ser considerada uma marca visível do povo batista. Sua paixão pelo estudo da Bíblia desenvolveu o interesse pela educação religiosa, cultivada nas Igrejas através das organizações de treinamento e da Escola Bíblica Dominical. Em razão disso, os templos batistas foram se tornando verdadeiros complexos educacionais, contando inclusive com o estabelecimento de bibliotecas.
Junto com a Educação Religiosa veio a Educação Teológica. Inicialmente através de aulas dadas pelos missionários em suas casas, depois surgiram os Seminários : Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil, organizado em Recife-PE, por salomão Ginsburg, em 1º de abril de 1902, e o Seminário Teológico Batista do Sul, fundado pelo missionário John Watson Shepard, na cidade do Rio de Janeiro em 1908. A estes dois Seminários, foram agregados dezenas de outros espalhados por todo o país, com milhares de alunos.
A Educação chamada de Geral ou Secular teve a mesma origem : o desejo de abrir oportunidades para o estudo da juventude e de criar escolas com capacidade para exercer influência sobre a sociedade brasileira. O Colégio Taylor Egídio, fundado em Salvador pela senhora Laura Taylor e pelo Capitão Egídio Pereira de Almeida, foi o primeiro a vingar. Em 1922 ele foi transferido para a cidade de Jaguarquara, onde existe até hoje.
Depois dele, e por causa dele, vieram o Colégio Batista Brasileiro de São Paulo; Colégio Americano Batista do Recife; Instituto Batista Industrial em Corrente (PI); Colégio Americano, em Vitória; Colégio Batista Shepard no Rio de Janeiro; Colégio Batista Alagoano em Alagoas; Colégio Batista Fluminense em Campos dos Goytacazes (RJ); Colégio Batista Mineiro, em Belo Horizonte. Além destes colégios, dezenas de outros foram organizados com a ajuda dos missionários ou por iniciativa de igrejas, convenções estaduais e de particulares batistas. A contribuição dos batistas na área educacional é realmente notável, considerando tanto a qualidade quanto a quantidade. Hoje, cerca de dois milhões de brasileiros já passaram pelas escolas batistas.
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