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ÊXODO.

Atualizado: 13 de set. de 2019


LIVRO DE ÊXODO.


I. AUTORIA


Moisés, cujo nome significa ―tirado das águas, é a figura central de Êxodo. Ele é o profeta hebreu que liderou os israelitas em sua saída do Egito. Êxodo é tradicionalmente atribuído a ele. Quatro passagens em Êxodo dão forte apoio à


autoria mosaica de pelo menos boa parte do livro (17.14; 24.4,7; 34.27). Através de eventos variados e de encontros face a face com Deus, Moisés recebeu a revelação daquelas coisas que Deus desejava que ele soubesse. Assim, através do processo de inspiração do Espírito Santo, Moisés comunicou ao povo hebreu, tanto na forma oral como na escrita, esta informação que lhe foi revelada.


II. DATA - 1440 a.C. ?


O livro em si jamais identifica o faraó com quem Moisés contendeu, mas indica que o êxodo ocorreu em algum momento durante o auge do império egípcio.

A Tradição conservadora data a morte de Moisés em algum tempo ao redor de 1.400 a.C. Desta forma, é provável que o Livro de Êxodo tenha sido compilado nos quarenta anos anteriores, durante a caminhada pelo Deserto.


VOCÊ SABIA ?


Que a população de Israel conforme descrita em Êx 12.37 e Nm 1.46 era de 603.550 homens de 20 anos acima. E que esse número chega a aproximadamente 2.500.000 contando mulheres e crianças.


III. CONTEXTO HISTÓRICO.


Quando Moisés nasceu no Egito, na época agora denominada o Novo Reino ou Período Imperial, tinha começado a décima oitava dinastia de reis. A longa existência nacional e cultural do Egito tem como um de seus símbolos as milenares pirâmides de Gizé. Os militares egípcios estenderiam os limites do país avançando para o Norte, através de Canaã e da Síria, até o rio Eufrates. Impostos e comércio trouxeram riquezas desde a Núbia para o Sul, bem como de Canaã e da Mesopotâmia. A ciência, a literatura, a arte a religião e os costumes egípcios tiveram longa existência.


A. Os judeus que desceram para o Egito sob o comando de José estão agora escravizados.


B. Os hebreus tinham prosperado enquanto José vivia. Porém, com a mudança na dinastia, o novo governo encarava o aumento da população hebreia com medo e inveja e os afligia de todas as formas possíveis (MARCONI).


C. Provavelmente, o livro de Êxodo foi escrito enquanto Israel acampava ao redor do monte Sinai.


IV. CONTEÚDO.


A família de Jacó desceu ao Egito para fugir da fome reinante na Palestina. Mas após saciarem sua fome, contudo, não voltaram à sua terra, fruto da promessa de Deus, mas permaneceram no Egito. As dinastias que se sucederam no trono egípcio não eram tão simpáticas ao povo de Israel e por isso o subjugaram e os escravizaram ali no Egito.

Foram 400 anos de cativeiro. Mas após estes anos de cativeiro, não estavam apenas os 70 homens da família de Jacó que desceram ao Egito, mas eram, agora, 600.000 homens do povo de Deus. E Deus levanta um libertador, Moisés, com sinais e prodígios, para livrá-los do cativeiro egípcio. Atravessam em seco o Mar Vermelho e é necessário atravessar o deserto do Sinai para voltarem do Egito à terra de Canaã e este tempo de caminhada é fundamental para que Deus forjasse neles algo novo e imprescindível. O povo precisava ser transformado em nação.

O livro de Êxodo registra o nascimento de Israel como nação, a entrega da Lei ao povo e a origem da adoração ritual entre os israelitas. Merecem destaque neste livro o nascimento e a preservação de Moisés, a sua chamada, a travessia do Mar Vermelho, o bezerro de ouro e as orientações e construção do Tabernáculo.

O livro define o caráter do Deus fiel, poderoso, salvador e santo que estabelece uma aliança com Israel. O caráter de Deus é revelado pelo nome e também pelos atos de Deus


A. Tema. Redenção e organização de Israel como povo da aliança.

B. Propósito. (LAUNSBROUGH).


1. Dar inicio a Israel como nação teocrática.

2. Manifestar o grande poder de Deus.

3. Registrar a pascoa.

4. Mostrar o plano do tabernáculo.


C. Esboço. (FRANKLIN).


1. Do Egito até o Sinai (cap. 1-18).


a. A escravidão do povo e a formação de Moisés (1-4).

b. As dez pragas (5-10).

c. A pascoa e o êxodo (11-18).


2. No Sinai (cap. 19-40).


a. A instituição da lei (19-24).

b. As instruções do tabernáculo (25-31).

c. A infração da lei (32-34).

d. A construção do tabernáculo (35-40).


D. Exposição.


O PODER DE DEUS.


1. O principal objetivo de Êxodo é descreve como Deus livrou Israel da servidão e da idolatria no Egito, conduzindo-o a um lugar de destaque na condição de povo exclusivamente dele, num relacionamento de aliança teocrática (ELISSEN).


2. O livro enfatiza a ação de Deus: (RYRIE).


2.1 Ele controla a história (cap. 1).

2.2 Se revelou através de um novo nome (3.14).

2.3 Ele é o soberano do relacionamento pactual (19.5).

2.4 Ele é o redentor fiel (6.6; 15.13).

2.5 Ele é o Juiz do seu povo (4.14; 20.5; 32.27, 28) e de Seus inimigos (7-12).

2.6 Ele é o Deus transcendente (33.20), mas também imanente (29.45).


3. Ele enviou as dez pragas sobre o Egito por meio de Moisés. Os propósitos dessas pragas foram:


3.1 Demonstrar para os egípcios que o Senhor é verdadeiro Deus (7.4, 5).

3.2 Mostrar que os deuses egípcios eram falsos (12.12).


MOISÉS.


1. Nasce num período de grande perseguição ao povo hebreu. O Faraó tinha decretado que as crianças hebreias deveriam ser mortas no parto (2.14).


2. É preparado por Deus quarenta anos para liderar seu povo e tirá-lo da opressão (2.23-3.9).


3. É chamado por Deus para ser instrumento Seu diante do Egito (3.10-4.17).


AS DEZ PRAGAS


1. ÁGUA EM SANGUE - As águas do Nilo transformaram-se em sangue Êx 7.14-25

2. RÃS - Rãs infestaram a terra do Egito. Êx 8.1-15

3. PIOLHOS - Pequenos insetos com ferrões infestaram a terra do Egito. Êx 8.16-19

4. MOSCAS - Nuvens de moscas, talvez das que picam, infestaram a terra do Egito. Êx 8.20-32

5. PESTE NOS ANIMAIS - Uma doença séria, talvez antraz, infectou o gado do Egito. Êx 9.1-7

6. ÚLCERAS - Uma doença de pele infectou ou egípcios. ÊX 9.8-12

7. GRANIZO - Uma tempestade que destruiu os campos de grãos do Egito, mas poupou a terra de Gósen, habitada pelos israelitas. Êx 9.13-35

8. GAFANHOTOS - Uma infestação de gafanhotos varreu da terra do Egito a vida vegetal. ÊX 10.1-20

9. TREVAS - Densas trevas cobriram a terra do Egito por três dias Êx 10.21-29

10. MORTE DOS PRIMOGÊNITOS - Morreu o primogênito de cada família egípcia. Êx 11.1-12.30


PASCOA.


1. Do hebraico, pesah, significa: passar por cima, no sentido de poupar (12.13, 17) (DOUGLAS).


2. A festa da pascoa tem origem no livramento do povo de Israel por Deus, através do sangue do cordeio aplicado nas portas e batentes das casas.


3. Há três finalidades da pascoa :


3.1 Comemorar a salvação e o resgate físico dos primogênitos pela morte de um cordeiro.

3.2 Lembrar cada pessoa da necessidade de se alcançar redenção espiritual do pecado pelo sacrifício de um cordeiro substituto, indicando desse modo a provisão futura prometida por Deus na aliança abraâmica.

3.3 Ensinar-nos o significado da morte de Cristo, que desempenhou aquele tipo como o “Cordeiro de Deus” (Jo 1.29). (ELISSEN).


A LEI.


1. A lei não é só o decálogo (dez mandamentos), mas consiste em mais de seiscentos mandamentos contidos nos livros do Pentateuco. O decálogo é apenas a introdução da lei.


2. Deus trouxe o povo até o deserto do Sinai e faz uma aliança com ele. Deus


tornasse o soberano, e o povo, Sua nação.


3. Será que a lei foi dada para que o povo pudesse ser salvo ?


3.1 A lei foi dada para revelar os princípios espirituais e morais de Deus a seu povo como um modo de vida apenas, e não como um meio de salvação. (ELLISEN).

3.2 Paulo explica que a Lei foi dada com o propósito de mostrar a pecaminosidade do homem em contraste do alto padrão de santidade de Deus (Gl 3.21-24).

3.3 Não há outro remédio, exceto o despir-se da justiça das obras e recorrer à fé em Cristo. O resultado é certo. Se as obras são levadas em conta no juízo, estamos todos condenados. Portanto, obtemos pela fé em Cristo a justiça gratuita. (CALVINO).


OS UTENSÍLIOS TABERNÁCULO.


1. O altar de sacrifício (27.1-8).


1.1 Era o primeiro utensílio ao se entrar no tabernáculo.

1.2 Mostrava um grande princípio teológico: “sem derramamento de sangue não há remissão de pecados”(Hb 9.22).

1.3 Esse móvel aponta para Cristo e seu sacrifício redentor em prol da humanidade (Jo 1.29).


2. A bacia de bronze (30.17-21).


2.1 Era o utensílio onde os sacerdotes se lavavam antes de realizarem suas atividades no culto a Deus.

2.2 Esse ritual ensinava que, para estar diante de Deus é necessário purificação de pecados na vida.

2.3 Aponta para Cristo, aquele que continuamente nos purifica de todo pecado (I Jo 1.9).


3. A mesa dos pães (25.23-30).


3.1 À direita do tabernáculo, no lugar santo, ficava essa mesa, coberta de ouro e contendo doze pães sem fermento, que eram comidos semanalmente pelos sacerdotes.

3.2 Esses pães representavam o sustento provido pelo Senhor às doze tribos de Israel.

3.3 A mesa apontava para Cristo como o pão que desce dos céus (Jo 6.32-35).


4. O candelabro (25.31-40).


4.1 À esquerda do tabernáculo, no lugar santo, ficava esse candelabro, de seis hastes, e sempre deveria estar abastecido de azeite.

4.2 Os sacerdotes utilizavam a luz desse candelabro para trabalharem.

4.3 Jesus apresenta-se como a luz do mundo (Jo 8.12).


5. O altar de incenso (30.1-10).


5.1 Era a última peça antes de chegar no santo dos santos.

5.2 Assim como a mosca morta faz feder todo o perfume (Ec 10.1), o pecado é mal cheiroso para Deus. O incenso representava o padrão de como o homem deveria se apresentar diante de Deus.


6. O propiciatório e a arca (25.10-22).


6.1 A arca continha as duas tábuas da lei, uma medida do maná e a vara que floresceu, de Arão. O propiciatório é a tampa da arca.

6.2 Era no propiciatório onde Arão, uma vez por ano, entrava e aspergia sangue, fazendo expiação por toda a nação.

6.3 Esse propiciatório representa Cristo, que é a propiciação pelos pecados do mundo (I Jo 2.2).






Conclusão


O livramento no êxodo, a aliança do Sinai, a experiência no deserto e a promessa de uma terra fornecem modelos da vida cristã. Aquele que crê, tendo já sido incondicionalmente adotado pela família de Deus, empreende o próprio "êxodo", deixando de ser escravo do pecado e do mal para servir sob a nova aliança. Os cristãos vivem sua peregrinação no deserto do sistema deste mundo como que correndo rumo à terra eterna da promessa ainda por vir e desfrutando dela.

Assim como Deus salvou seu antigo povo de Israel e fez aliança com ele, exigindo dele um estilo de vida coerente com esse chamado santo. Ele exige de todos os que se consideram seu povo essa mesma adesão a seus padrões imutáveis

V. APLICAÇÕES PRÁTICAS.


1. Precisamos sempre lembrar que Deus nos redimiu do domínio do pecado, assim como Israel foi redimido do Egito. E assim, devemos sempre agradarmos ao Senhor com nossa obediência.


2. Devemos sempre nos afastar do pecado da idolatria, que pode estar contido onde menos pensamos que esteja: nossos filhos, conjugue, emprego, dinheiro, etc. podem ser ídolos em nossas vidas.


3. Tirando como exemplo a vida do servo Moisés podemos tirar grandes lições:


3.1 Devemos ter paciência para com as pessoas que nos cercam, assim como Moisés foi paciente para com o povo murmurador.

3.2 Devemos ter vidas de oração e interseção uns pelos outros, como ele intercedeu com forte clamor pelo povo.

3.3 Precisamos ter vidas que demonstrem o poder de Deus, assim como ele demonstrou o poder de Deus diante do Egito.


4. Precisamos sempre ter o desejo de falar de Cristo, pois até a mobília do tabernáculo era uma prefiguração dEle e de Sua obra redentora.

Tabernáculo era uma tenda itinerante que foi o centro de adoração até a construção do Templo de Salomão (Êx 25), Confeccionado no deserto, quando da estada do povo no monte Horebe, tratava-se de uma construção feita de tábuas de madeira revestidas de ouro que se encaixavam e formavam uma estrutura de 15 m x 5 m, com 5 m de altura, coberta por três camadas de tendas. O Tabernáculo em si possuía uma divisória, separando o Santo Lugar (onde estavam o Candelabro, o Altar do Incenso e a Mesa dos Pães) do Santo dos Santos (onde ficava a Arca da Aliança).

O Átrio dos Sacerdotes era a parte externa do Tabernáculo, onde se faziam os sacrifícios e os ofícios do culto. Tinha cortinas delimitadoras do seu espaço de 50 m x 25 m, onde ficavam o Altar do Holocausto (para os sacrifícios de animais) e a Bacia de Bronze (onde os sacerdotes se lavavam antes de realizarem a oferta).

O Tabernáculo foi o centro da vida nacional de Israel, representando a habitação de Deus no meio do povo.


“Então disse o Senhor a Moises: Fala aos filhos de Israel que me tragam uma oferta alçada; de todo homem cujo coração se mover voluntariamente, dele tomareis a minha oferta alçada. [...] E me farão um santuário, para que eu habite no meio deles”.


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