PERIGOS NO CAMINHO DE UM MINISTRO DE DEUS - A ÉTICA MINISTERIAL - O PASTOR E SUAS MUITAS OCUPAÇÕES
- MINISTÉRIO RESGATE
- 3 de abr. de 2020
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PERIGOS NO CAMINHO DE UM MINISTRO DE DEUS
Não são poucos os perigos no caminho de um ministro de Deus. Em virtude da elevada posição e da importância de seu trabalho, constantemente ele esta sendo assediado pelo inimigo e seus agentes. Os escândalos tem trazido muitos prejuízos a obra de Deus, tanto para os que estão dento da igreja como os que estão fora, por isso a recomendação bíblica é muito bem vinda, 1 Tm 4.16ª.
1- A ACOMODAÇÃO
1 Tm 4.14 : Obreiro acomodados, sem criatividade, com a mesma mensagem de sempre, sem crescimento e apáticos, necessitam ser tocados pela palavra de Deus. O Apóstolo Paulo prefigurou o obreiro como soldado e atleta, 2 Tm 2. 3-5; 1 Co 9. 25-27, tanto um como o outro se destacam pela constante atividade, iniciativas, espírito de conquista e perseverança na perseguição de um alvo. O remédio para este mal esta em 1 Tm 4.6-16.
2- O PROFISSIONALISMO
É profissionalismo quando o individuo faz o que faz constrangido pelo fato de ser pago. Se você pensar que é pago para fazer a obra de Deus, está redondamente enganado e não conhece o valor da tua vocação. O trabalho que você faz para Deus em conseqüência do dom recebido, não tem dinheiro que pague só o Senhor sabe o valor para te recompensar. Agora, tem aquele que fazem sem nenhum sentimento, sem coração, sem alma, eles não têm prazer no que fazem, não vibram com o que fazem. E ainda tem aquele que fazem exclusivamente por dinheiro, se a oferta não for boa eles não pregam, não cantam, eles fizeram do ministério um negócio.
3- AS TENTAÇÕES
São muitas as tentações a que está exposto um ministro de Deus. Alguns pensam do ministro como um super herói, essa mensagem é falsa, é um homem que pode sofrer as mesmas coisas que outras pessoas, está mais exposto ainda pela influencia de sua autoridade, portanto é necessário vigiar sem cessar, por que o inimigo não dorme. Lembremo-nos de Davi que matou um leão, um urso, um gigante, venceu um rei endemoninhado, mas caiu diante de uma mulher. O leão morreu, o urso morreu, o gigante morreu, o rei morreu, mas, o espírito de demônio não morreu e não morre, vigia.
A- O SEXO OPOSTO
As causas deste tipo de tentação são :
- Descuidar na autodisciplina.
- Mau relacionamento com a esposa.
- Deixar-se envolver em conversas de longo tempo com confidencias a sós.
- Permitir estabelecer pensamentos impuros a respeito.
- Qual o remédio: foge, 1 Co 6.18-20; 2 Tm 2.22, e cuida para não deixar a capa.
B- O DINHEIRO
Causas desse tipo de tentação :
- Sentir inveja dos que fora ou dento do ministério prosperam.
- Pensar em voltar a alguma atividade “lucrativa” sem importar com as conseqüências.
- Achar que por ser pastor não precisa contribuir, torna-se usuário da igreja.
- Discriminar os ricos da igreja se for pobre, e vice versa.
- Administrar mal os recursos da igreja pensando que pode dispor deles como quer
- O remédio está no Salmo 73.
C- A FAMA
A inveja de ministérios famosos e o desejo pela fama têm feito que alguns obreiros adotem critérios nada éticos para conseguir os seus objetivos. Tem feito também que alguns ministros se apoderem do púlpito de suas igrejas onde ninguém tem mais nenhuma oportunidade de fazer coisa alguma, eles se consagram como o único ministro capaz de exercer a autoridade naquele espaço. Esse tipo de comportamento quando se expande ele cria o que se chama de clericalismo, isto é, um grupo que se separa da igreja ao qual a igreja não tem acesso. Cria-se também um sacerdotalismo, isto é, onde o ministério é visto como uma aquisição por herança. Estes males têm sido visto no Brasil em algumas denominações onde o sistema é centralizado em uma única pessoa, que não é Cristo obviamente, e não há delegação de poderes, por que o objetivo é a divulgação de um nome, o do chefe. Qual o remédio para isto? A resposta é seguir o exemplo da igreja primitiva e o ensino da palavra de Deus, que não há individualismo, mas cooperação, como membros de um corpo, 1 Co 12.12-31, há admiração e respeito e nunca inveja, e só há uma pessoa que merece a honra e a glória.
A ÉTICA MINISTERIAL
A ética ministerial do ponto de vista da teologia pastoral aborda algumas questões relativas a apresentação pessoal do ministro, tratamento com os companheiros de ministério e sua apresentação em reuniões sociais e públicas.
1- SUA APRESENTAÇÃO PESSOAL
Nesta área há duas abordagens. A primeira tem a ver com a indumentária do ministro. O traje tem que ser adequado, no Antigo Testamento os sacerdotes tinham roupas especiais para ministrar, Lv 8. 7-13. A segunda tem a ver com a expressão do ministro, 1 Tm 4.12. A tonalidade da voz, vocabulário, tipo de conversação, gestos e cumprimento dos compromissos. Não pode haver no ministro nenhuma coisa que o desabone,
2- TRATAMENTO COM OS COMPANHEIROS
A ética exige de cada um de nós um tratamento digno e honroso de uns para com os outros. Temos consciência que pertencemos a um grupo de pessoas vocacionadas por Deus para o trabalho. Esse grupo de pessoas é atacado por muitos dardos esternos, se faz necessário que haja ajuda mutua proteção, que um seja para o outro como um escudo. Quando não atuamos dessa forma, fragilizamos o grupo, quando denegrimos um membro, afetamos o todo. Quando temos consciência dessa ética lutamos pelo aprimoramento e bem estar do corpo a que pertencemos. Não aceitamos que alguém se corrompa e também não matamos quem está ferido. Somos os levitas que protegem o tabernáculo de Deus.
3- APRESENTAÇÕES PÚBLICAS
O ministro é uma pessoa pública e para tanto deve conhecer algumas coisas de etiqueta como elementos básicos :
- As formas no cumprimento.
- As formas de apresentação.
- A arte de conversar.
- Evitar vícios e cacoetes.
- Cuidado com os trocadilhos.
- O bom procedimento a mesa
O PASTOR E SUAS MUITAS OCUPAÇÕES
O serviço pastoral compreende vários aspectos do ponto de vista pratico, pois ao pastor como anjo da igreja cabe a responsabilidade de liderar e orientar o rebanho de Deus.
1- A PREGAÇÃO E O ENSINO
pregar e ensinar constitui a base do serviço pastoral, considerando que o ministério de Jesus e da igreja primitiva se fundamentou nessa premissa, cabe a nós seguirmos o exemplo.
2- VISITAÇÃO
O pastor não desenvolve seu ministério somente no púlpito, mas também nas casas, visto que alem dos problemas que surgem nas famílias, há os enfermos que precisam do ministro para orar por eles, Tg 5.13-20. Ainda que haja uma boa equipe de visitas há casos que é necessário a presença do pastor.
3- ACONSELHAMENTO
Malaquias 2.7 diz que do sacerdote se busca a lei. O aconselhamento é uma atividade indispensável no ministério, é uma ocupação que alcança desde a criança ao ancião. E não poucas vezes o ministro é chamado para aconselhar pessoas de fora da igreja. Os cuidados que deve ter nessa atividade é não tomar partido quando o aconselhamento é necessário por causa de atritos, outra coisa que o ministro deve cuidar quando a pessoa aconselhada for do sexo oposto e possa ver no conselheiro a pessoa ideal. Esse trabalho deve ser feito sempre acompanhado da esposa, ou quando não de uma pessoa, irmão, responsável.
4- DISCIPLINA
Essa é uma parte difícil para a vida do ministro, porém indispensável para o bom andamento da obra de Deus. A disciplina tem o objetivo de edificar 2Co 13.2,3,10. Preservar a sã doutrina, 1Tm 1.3-5; Tt 1.13,14. Repreender os que pecarem, 1Co 5.3-5; 1Tm 5.20; 2 Tm 4.2. Amor, imparcialidade, prudência e justiça devem reger o coração do ministro quando tiver de executar uma disciplina.
A ADMINISTRAÇÃO
A administração espiritual e material da igreja que lhe confiou.
A- A ADMINISTRAÇÃO ESPIRITUAL : Essa parte diz respeito as atividades espirituais da igreja abrangendo cultos, ordenanças, festas ,estudos bíblicos, louvor, etc. é claro que o pastor não faz tudo isso sozinho, porém ele organiza, supervisiona, designa pessoas para fazer o trabalho, de maneira que nenhum trabalho se faz sem o seu conhecimento.
B- A ADMINISTRAÇÃO DO SERVIÇO MATERIAL : Essa parte tem a ver com a organização jurídica da igreja, da Presidência, Tesouraria, Secretaria, Patrimônio.
Como também as compras de móveis e imóveis, construções, etc. é bom quando o pastor supervisiona essa parte, delegando tarefas a pessoas responsáveis e competentes para realizar esse trabalho. Isso poupa o pastor de muitas coisas.
O PASTOR E A ORDENAÇÃO DE OBREIROS
Quando o pastor tem que eleger novos colaboradores para a seara do Mestre é um privilegio, pois a obra do Senhor está crescendo e se faz necessários, mais trabalhadores para sua seara. Porém se houver descuido na seleção das pessoas que irão compor esse quadro, o pastor terá problemas sérios. Há duas perguntas básicas que se deve fazer para proceder esse trabalho: a igreja local necessita destes ministérios? E o indicado preenche os requisitos bíblicos? Respondida positivamente não há por que temer. A seguir vamos entender os termos com suas responsabilidades pertinentes, pois há pessoas que são separadas ao que não sabem o que significa. O termo Diácono já tem um texto na pagina nº8.
ANCIÃO, PRESBÍTERO E BISPO
Com naturalidade se diz que era, o ancião para os judeus, o presbítero para os gregos e o bispo para os romanos. E de fato é assim, porém, a origem destes termos e sua desenvoltura aconteceram entre os povos antigos, e posteriormente foram adaptados a Igreja cristã.
A- A ORIGEM DESTES TERMOS
Estes termos como já dissemos não tem a sua origem na Igreja cristã, eles foram adaptados da história para a Igreja.
- Ancião era uma designação para os magistrados, eram eleitos os mais experientes, os mais respeitados, que exerciam influência nos governos das nações antigas.
- Esse costume de eleger os mais experientes como anciãos, foi adotado pelos hebreus ainda antes do êxodo, ( ÊX 3.16,18; 4.29 ). Daí em diante os anciãos são encontrados como os representantes do povo, ( JS 20.4 ).
- Os anciãos eram homens honrados pelo povo, ( 1º SM 15.30 ).
- Os anciãos eram autoridades junto aos reis, ( 2º SM 3.17; 1º RS 8.1 ).
- Os anciãos foram assessores de Moisés, ( NM 11.16,24, 25).
- Eles tinham autoridade civil, mas no Novo Testamento decidiam junto com os sacerdotes coisas religiosas, ( MT 27.12,20; AT 23.14 ).
- Presbítero é um termo de origem grega, que também se traduz por ancião, (ou maior de idade) As pessoas de mais experiência, de maior dignidade, eram chamadas de: Ancião presbítero ou bispo.
B- PRESBÍTERO OU O ANCIÃO NO NOVO TESTAMENTO
No período do Novo Testamento, o Sumo Sacerdote era o presidente do Sinédrio, o qual era o maior tribunal civil e religioso do povo de Israel. Uma organização semelhante foi adotada na Igreja cristã, o ancião do Antigo Testamento passou a ser o ancião ou presbítero do Novo Testamento
- Com estas palavras, estão de acordo os textos de Paulo, ( AT 20.17,28; TT 1.5,7 ) em ambos os textos Paulo utiliza a linguagem, anciãos, presbíteros e bispos, dando a entender que o oficio era o mesmo, porém com termos diferentes.
- A palavra grega, presbítero era um termo político, usado pelos atenienses, para designar pessoas como superintendentes de negócios de dependência estrangeira.
- O primeiro a utilizar o termo presbítero para designar um oficial da Igreja foi Paulo, (AT 14.23; 20.28; FL 1.1; TT 1.7 ).
C--A HISTÓRIA DO PRESBÍTERO, DO ANCIÃO E DO BISPO NA IGREJA CRISTÃ
- Nos países onde a literatura sofre a influência do catolicismo romano, o termo presbítero e ancião, foram traduzidos por padre e sacerdote.
- A igreja católica também dividiu em duas partes a atividade de presbítero ou ancião, para sacerdócio e bispado. Depois agregou ao termo bispo o prefixo arce, fazendo assim o título arcebispo, ou bispo superior.
- Presbítero superintendente e presbítero local: esse ensinamento foi levado pelos missionários ao mundo desde Genebra, no período do avivamento com Calvino, Knox e Zwinglio. Sob a doutrina de Calvino as ordenanças eclesiásticas de Genebra faziam distinção entre: Pastor presbítero, (docente, clérico) e presbítero regente e diáconos, (leigos). Assim se fazia diferença entre o clero e o leigo.
- Na Igreja primitiva o corpo ministerial era constituído de duas funções: Presbíteros e diáconos, visto que os próprios Apóstolos se consideravam anciãos com os demais. (1ª PD 5.1; 2ª JO 1).
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