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PANORAMA DO NOVO TESTAMENTO II



LIVROS DO NOVO TESTAMENTO


a) EVANGELHOS (4) b) LIVRO HISTÓRICO (1) c) EPÍSTOLAS PAULINAS(13)

d) EPÍSTOLAS PASTORAIS (3) e) EPÍSTOLAS GERAIS (8) f) APOCALIPSE (1)


OS EVANGELHOS


• MATEUS • MARCOS • LUCAS • JOÃO


• LIVROS HISTÓRICOS : ATOS DOS APÓSTOLOS


EPÍSTOLAS PAULINAS


• ROMANOS • 1 E 2 CORÍNTIOS • GÁLATAS • EFÉSIOS • FILIPENSES • COLOSSENSES

• 1 E 2 TESSALONICENSES • FILEMOM; (HEBREUS ?)

• EPÍSTOLAS PASTORAIS • 1 E 2 TIMÓTEO • TITO


EPÍSTOLAS GERAIS


• TIAGO • 1 E 2 PEDRO • 1, 2 E 3 JOÃO • JUDAS • APOCALIPSE


Os evangelhos


Os evangelhos são um gênero único na literatura universal. Não são meros relatos, mas também um convite à adesão ao cristianismo. A sua primeira intenção não é a biográfica. Apresentam Cristo como Messias, filho de Deus e salvador da humanidade. Contém coleções de discursos, de parábolas, testemunhos e relatos, como o da paixão de Cristo e sua ressurreição.

Os evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João são chamados evangelhos canônicos por serem os únicos que o cristianismo primitivo admitiu como legítimos e hoje integram o Novo Testamento da Bíblia, sendo também os únicos aceitos pelos grupos que sucederam. As Igrejas cristãs só aceitam estes quatro evangelhos como tendo sido inspirados e fazendo parte do Cânon. As igrejas cristãs, católica, ortodoxa e protestantes tem na Bíblia, incluindo os evangelhos, a base de sua fé e de sua prática.


O Evangelho de Mateus (9:9; 10:3) a quem Marcos e Lucas chamam de Levi (Mc 2:14; Lc 5:27). foi escrito para convencer os judeus de que Jesus era mesmo o Messias que estava por vir, por isso enfatiza o Antigo Testamento e as profecias a respeito desse ungido. A palavra “Rei” aparece neste livro 20 vezes e a palavra “Reino” aparece 55 vezes.


O Evangelho de João Marcos (discípulo de Pedro); foi filho de Maria (At 12:12), missionário em treinamento com Paulo (At 13:5, 13), primo e ministro com Barnabé (Cl 4:10; At 15:36-39), companheiro de Paulo em seus últimos anos de ministério (2 Tm 4:11), e filho “espiritual” de Pedro (1 Pedro 5:13). foi escrito para evangelizar principalmente os romanos, e relata somente quatro das parábolas de Jesus, enfatizando principalmente as ações de Jesus.


O Evangelho de Lucas (Homem culto, profunda pesquisa (Lc 1:1-4).) foi escrito para os gentios (não judeus), enfatizando a misericórdia de Deus através da salvação por Jesus Cristo, principalmente para os pobres e humildes de coração.

Lucas é o Evangelho da Alegria. A palavra “agaliasis” aparece por 16 vezes nos evangelhos, sendo 8 em Lucas (8 em atos também). Lucas 2:10 : “Mas o anjo lhes disse : Não Temais, porque vos trago novas de grande alegria para todo o povo”. Lucas 24:52 : “Depois de o adorar, eles voltaram com grande alegria para Jerusalém”.


O último dos evangelhos, o de João, foi escrito para doutrinar os novos convertidos. Não cita nenhuma das parábolas de Jesus (afinal, as parábolas já eram conhecidas no meio cristão, através dos relatos contidos nos outros evangelhos), porém combate com firmeza as primeiras heresias surgidas no princípio do cristianismo, como por exemplo: o gnosticismo (que negava a verdadeira encarnação do Filho de Deus) e outras seitas semelhantes, que também negavam a divindade de Jesus Cristo.


Os evangelhos sinóticos


Os evangelhos sinóticos são três relatos da vida de Jesus; são os três primeiros livros do Novo Testamento: Mateus, Marcos e Lucas.

O evangelho de João não é considerado um evangelho sinótico porque é bastante diferente dos outros três.

“Sinótico” significa “a mesma visão”. Os três primeiros evangelhos são chamados de sinóticos porque têm muitos elementos em comum. Cada um dos evangelhos sinóticos apresenta a história de Jesus de maneira parecida. Os três têm mais ou menos a mesma estrutura e têm várias histórias repetidas.

Os evangelhos sinóticos contam os eventos e ensinamentos mais importantes da vida de Jesus. Eles mostram o que Jesus fez durante seu ministério e como ele salvou o mundo. Os três evangelhos sinóticos contam todos a mesma história mas de perspetivas um pouco diferentes, acrescentando ou deixando de fora algumas partes de acordo com o objetivo do texto.

Muitas vezes, a informação de um evangelho sinótico ajuda a entender a história contada no outro evangelho. Os três evangelhos sinóticos confirmam e completam a história de Jesus.

Os evangelhos sinóticos provavelmente são muito parecidos porque foram baseados nos testemunhos das mesmas pessoas que viveram com Jesus. Mateus era um dos doze apóstolos. Marcos foi ajudante dos apóstolos Paulo e Pedro. Lucas, um amigo de Paulo, baseou seu evangelho em testemunhos oculares e provavelmente também conheceu alguns dos apóstolos (Lucas 1:1-4). Os três autores dos evangelhos sinóticos tinham acesso a várias pessoas que viveram com Jesus.

Além disso, os autores dos evangelhos sinóticos provavelmente se conheciam. Por exemplo, Lucas fala de Marcos em Atos dos Apóstolos 15:36-37. Eles podem ter “trocado notas” ou usado os relatos uns dos outros para confirmar suas informações. Mesmo assim, eles não se limitaram a copiar uns aos outros. Cada evangelho é coerente com os outros mas tem um estilo e um caráter distinto.

O evangelho de João é bastante diferente dos outros três evangelhos. O foco principal do evangelho de João é a evidência que Jesus é Deus. Os ensinamentos e os milagres de Jesus apresentados nesse evangelho mostram o poder divino de Jesus e a importância de crer nele.

O evangelho de João é também muito pessoal, focando mais nas coisas que Jesus fazia e dizia em privado, entre seus amigos. João era um dos amigos mais próximos de Jesus durante seu ministério.

Todos os quatro evangelhos têm algumas histórias em comum :

- O batismo de Jesus

- A primeira multiplicação dos pães

- A entrada triunfal em Jerusalém

- A morte e ressurreição de Jesus

O evangelho de João não apresenta uma visão radicalmente diferente de Jesus. Apenas completa a informação dos outros três evangelhos. Assim, temos um retrato mais completo da vida de Jesus.


Diferenças entre este evangelho e os sinóticos.


O Evangelho de João Os Evangelhos Sinóticos


Pouco Movimento Muito Movimento

Centralizado na Judéia Centrado na Galileia

Ênfase na pessoa de Jesus Ênfase no Reino Jesus como Filho de Deus Jesus como homem, Filho de Davi

Ênfase em discursos Ênfase em narrativas

Muito material editorial Pouco Material Editorial

Longos Pronunciamentos de Jesus Pronunciamentos breves de Jesus

Ênfase no significado de Jesus Ênfase na história de Jesus


Evangelhos apócrifos


Os Apócrifos do Novo Testamento, também conhecidos como "evangelhos apócrifos", são uma coletânea de textos, alguns dos quais anônimos, escritos nos primeiros séculos do cristianismo, vetados no Primeiro Concílio de Niceia, não reconhecidos pelo cristianismo ortodoxo e que, por isso, não foram incluídos no Cânone do Novo Testamento.

O termo "apócrifos" vem do grego ἀπόκρυφα e significa, justamente, "coisas escondidas". O termo é geralmente aplicado para designar livros não divinamente inspirados. A partir do Concílio de Trento, a palavra "apócrifo" adquiriu conotação eminentemente negativa e se tornou sinônima de "espúrio" ou "falso."

Centenas de evangelhos apócrifos foram escritos na antiguidade. Entre os manuscritos encontrados no Egito conhecidos como Biblioteca de Nag Hammadi, figuram os evangelhos atribuídos a apóstolos de Cristo : O evangelho de Tomé, o evangelho de Filipe, o evangelho de Pedro e o evangelho de Judas. Contêm, também, o evangelho de Maria.


ATOS DOS APÓSTOLOS : O LIVRO HISTÓRICO DO NOVO TESTAMENTO


Enquanto a identidade exata do autor é debatida, o consenso é que este trabalho foi composto por um gentio de fala grega que escreveu para uma audiência de cristãos gentios. Os Pais da Igreja afirmaram que Lucas era médico, sírio de Antioquia e um adepto do Apóstolo Paulo. Os estudiosos concordam que o autor do Evangelho de Lucas é o mesmo que escreveu o livro de Atos dos Apóstolos. A tradição diz que os dois livros foram escritos por Lucas companheiro de Paulo (nomeado em Colossenses 4:14 ). Essa visão tradicional da autoria de Lucas é "amplamente aceite, visto que a autoria Lucana é quem mais satisfatoriamente explica todos os dados". A lista de estudiosos que mantém a autoria de Lucas é longa e representa a opinião teológica maioritária. No entanto, não há consenso.

Atos dos Apóstolos descreve a história da Era Apostólica. O autor é tradicionalmente identificado como Lucas, o Evangelista. O Evangelho de Lucas e o livro de Atos formavam apenas dois volumes de uma mesma obra, à qual daríamos hoje o nome de História das Origens Cristãs, e no início do segundo século, esses dois livros acabaram sendo separados um do outro pelo Evangelho de João, o último evangelho a ser escrito . Lucas provavelmente não atribuiu a este segundo livro um título próprio. Somente quando seu evangelho foi separado dessa segunda parte do livro e colocado junto com os outros três evangelhos é que houve a necessidade de dar um título ao segundo volume. Isso se deu muito cedo, por volta de 150 d.C. Tanto em sua intenção quanto em sua forma literária, este escrito não é diferente dos quatro evangelhos.

O objetivo desse livro é mostrar a ação do Espírito Santo na primeira comunidade cristã e, por ela, no mundo em redor. O conteúdo do livro não corresponde ao seu título, porque não se fala de todos os apóstolos, mas somente de Pedro e de Paulo. João e Felipe aparecem apenas como figurantes. Entretanto, não são os atos desses apóstolos que achamos no livro, mas antes a história da difusão do Evangelho, de Jerusalém até Roma, pela ação do Espírito Santo.

O livro pode ser dividido em duas partes: o período das missões locais e o período das missões estrangeiras.

O autor de Atos invocou várias fontes, bem como a tradição oral, na construção de sua obra do início da igreja e do ministério de Paulo. A prova disso é encontrada no prólogo do Evangelho de Lucas, onde o autor faz alusão às suas fontes, escrevendo :

"Muitos já se dedicaram a elaborar um relato dos factos que se cumpriram entre nós, conforme nos foram transmitidos por aqueles que desde o início foram testemunhas oculares e servos da palavra. Eu mesmo investiguei tudo cuidadosamente, desde o começo, e decidi escrever-te um relato ordenado, ó excelentíssimo Teófilo, para que tenhas a certeza das coisas que te foram ensinadas. (Lucas 1:4)"

O Livro de Atos abrange cerca de 30 anos - AD 33 - 63 a 65

Donald Carson, Douglas Moo e Leon Morris datam o livro em 62 d.C.

Os três especialistas observam que a ausência de qualquer menção à destruição de Jerusalém seria pouco provável se o livro tivesse sido escrito depois de 70 d.C..

Leon Morris sugeriu que a não menção da morte de Paulo, personagem central do livro, aponta para uma data antes de sua morte, em 64 d.C.. Além disso, não há referência no livro de Atos da morte de Tiago (62 d.C.) e de Pedro (67 d.C.).

Howard Marshall observa que Lucas parece não ter lido as cartas de Paulo. Isso torna ainda mais improvável uma data avançada para o livro de Atos, uma vez que as cartas de Paulo circulavam nas igrejas.

Outros argumentos que apontam para essa data recente são :

(1) a descrição que Lucas faz do judaísmo como uma religião autorizada, uma situação que teria mudado abruptamente com a erupção da rebelião judaica contra Roma em 66 d.C.

(2) o fato de Lucas omitir qualquer referência à perseguição promovida por Nero, a qual, caso tivesse acontecido enquanto Lucas escrevia certamente teria afetado de alguma maneira a sua narrativa

(3) os detalhes vívidos da narrativa do naufrágio e da viagem (Atos 27:1-27), o que sugere uma experiência bem recente.

Outro ponto é que Lucas nota o cumprimento da profecia de Ágabo (Atos 11:28). Se estivesse escrevendo depois de 70 d.C., seria lógico esperar que mencionasse em algum lugar o cumprimento da profecia de Jesus de que a cidade seria destruída (Atos 21:20).

Temas principais


- Estabelecimento da Igreja

- As primeiras perseguições e a expansão da fé cristã

- O Evangelho chega aos gentios

- Atividades missionárias de Paulo


Epístolas paulinas


As Epístolas Paulinas, Epístolas de Paulo ou Cartas de Paulo são os 14 livros do Novo Testamento da Bíblia que têm o nome Paulo (Παῦλος) como a primeira palavra, portanto, as mesmas reivindicam a autoria do apóstolo Paulo. Entre essas cartas, estão alguns dos mais antigos documentos cristãos existentes. Eles fornecem uma visão das crenças de parte do Cânon do Novo Testamento e são textos fundamentais para a teologia cristã e para a ética. A Epístola aos Hebreus, embora não tenha o nome de Paulo, foi tradicionalmente considerada paulina por mil anos. Mas, a partir do século XVI, a opinião se moveu constantemente contra a autoria paulina e poucos estudiosos agora atribuem a autoria dessa carta a Paulo, principalmente porque a mesma não é lida como qualquer uma das outras epístolas atribuídas a ele em estilo e conteúdo.

As epístolas de Paulo recaem sobre duas categorias: Nove epístolas escritas a igrejas (de Romanos a 2 Tessalonicenses) e quatro epístolas pastorais e pessoais (1 e 2 Timóteo, Tito e Filémon). Seguem-se depois oito epístolas Cristãs Hebraicas (de Hebreus a Judas). Naturalmente, levantar-se-iam muitas questões acerca do significado e aplicabilidade do evangelho para os cristãos. Assim, as Epístolas respondem a estas perguntas, providenciam a interpretação da pessoa e obra de Cristo e aplicam a verdade do evangelho aos crentes.

Paulo escreveu as epístolas para as comunidades que visitara, pregando e ensinando as máximas cristãs. As cartas relacionadas a seguir (conhecidas como Corpus Paulinum) são aquelas que tradicionalmente são atribuídas a Paulo :

Romanos; I Coríntios; II Coríntios; Gálatas; Efésios; Filipenses; Colossenses; I Tessalonicenses; II Tessalonicenses; I Timóteo; II Timóteo; Tito; Filemom; Hebreus (anônima, mas tradicionalmente atribuída a Paulo ou a Apolo).

As epístolas paulinas ainda podem ser divididas em :


Eclesiásticas - Romanos; I Coríntios; II Coríntios; Gálatas; Efésios; Filipenses; Colossenses; I Tessalonicenses; II Tessalonicenses

Pastorais - I Timóteo; II Timóteo; Tito

Pessoal - Filemom.


Epístolas Gerais


As Epístolas Gerais na Bíblia são as oito cartas do Novo Testamento que não foram escritas pelo apóstolo Paulo. São elas: Hebreus, Tiago, 1 e 2 Pedro, 1, 2 e 3 João e Judas. Essas epístolas também são conhecidas como “Epístolas Universais” ou “Católicas”.

Inicialmente a Epístola aos Hebreus não foi contada entre as Epístolas Gerais. O principal motivo era que acreditava-se que essa carta era uma das Epístolas Paulinas. Inclusive, a primeira em que Eusébio usou a designação “Epístolas Gerais” ele se referiu a essas cartas como sendo “sete epístolas universais”.

Com o tempo a maioria dos estudiosos começou a considerar que a autoria da Carta aos Hebreus não deveria ser atribuída a Paulo. Dessa forma a carta passou a ser contata por muitos como uma das Epístolas Gerais.

As Epístolas Gerais recebem essa designação porque basicamente elas foram escritas para públicos mais universais. Isso significa que em comparação às cartas de Paulo, as Epístolas Gerais são mais abrangentes e a maioria delas não possui destinatários específicos.

É verdade que infelizmente algumas das Epístolas Gerais tiveram sua canonicidade discutida ao longo da História da Igreja. As mais debatidas nesse sentido sempre foram 2 Pedro e Tiago. Inclusive, a conhecida resistência de Lutero com relação à Epístola de Tiago ilustra bem essa questão.

Mas as Epístolas Gerais são de suma importância para a Igreja. Seu conteúdo foi inspirado pelo Espírito Santo e preservado por Deus de qualquer erro, contradição ou adulteração. Elas trazem instruções que jamais devem ser desprezadas pelos cristãos.

As Epístolas Gerais tratam de questões que são comuns a todos os crentes de todas as épocas. Elas exortam os cristãos acerca do problema do sofrimento; encoraja-os a viver em obediência ao Senhor; e ensinam os crentes sobre como eles devem perseverar na fé e ser zelosos com a pureza do Evangelho, se opondo aos falsos mestres e suas doutrinas.

Combinadas às Epístolas Paulinas, as Epístolas Gerais formam um conjunto teológico-doutrinário que fornece uma perspectiva completa acerca dos fundamentos da Fé Cristã.


Apocalipse


O livro do Apocalipse é o último livro da Bíblia. Ele é considerado por muitos cristãos como o livro bíblico mais difícil de interpretar. De fato um estudo do livro do Apocalipse revela que seu autor usa uma linguagem predominantemente simbólica. Por isso algumas pessoas dizem descobrir códigos e enigmas dentro do livro.

Mas ao contrário do que muita gente pensa, há muito mais no livro do Apocalipse do que apenas um tipo de manual sobre o futuro. Além disso, o próprio título do livro já diz muito sobre seu principal objetivo. A palavra “Apocalipse” vem do grego Apokalypsis e significa “revelação” ou “desvelamento”. Portanto, o objetivo do livro do Apocalipse é revelar ao invés de esconder. Quando ao uso de elementos simbólicos em sua narrativa, o mesmo também acontece com outros livros livros bíblicos, como Ezequiel, Daniel e Zacarias.


O autor do livro


No capítulo 1 o autor do livro do Apocalipse se identifica como João. Desde o século II d.C., acredita-se que esse João se trata do apóstolo João. É verdade que existe uma critica sobre essa afirmação. Alguns estudiosos defendem a ideia de que o apóstolo João e o autor do livro do Apocalipse são pessoas diferentes.

O primeiro a levantar essa possibilidade foi Dionísio no século III d.C. Ele sugeriu isto após comparar o estilo literário do livro do Apocalipse com o Evangelho de João. Apesar dessa crítica, a opinião mais aceita, e também mais provável, é que realmente tenha sido o próprio apóstolo João quem escreveu o livro do Apocalipse.


A data do livro


Existe uma discussão sobre a data em que o livro do Apocalipse foi escrito. Alguns estudiosos entendem que Apocalipse foi escrito antes de 70 d.C., entre 54 e 68 d.C., durante o governo do imperador romano Nero Cesar. Geralmente são os preteristas que adotam uma data anterior a 70 d.C., pois atribuem boa parte do livro a destruição de Jerusalém.

Outros estudiosos defendem que o livro do Apocalipse foi escrito após 70 d.C., entre 81 e 96 d.C., durante o governo de Domiciano. Esta última sugestão é a mais aceita, e provavelmente o livro do Apocalipse foi escrito na década de 90 d.C. Independentemente da data, a verdade é que o livro do Apocalipse foi escrito em um período muito difícil para os cristãos.


O contexto histórico do livro


Embora a maioria das pessoas abra o livro do Apocalipse querendo enxergar apenas acontecimentos futuros, o contexto histórico do livro é muitíssimo importante para compreendê-lo com coerência e sensatez. Aplicar uma interpretação estritamente futurista ao livro do Apocalipse é cometer um erro básico de hermenêutica e desconsiderar a própria história do cristianismo.

O livro do Apocalipse foi escrito por João que registrou as visões que teve enquanto prisioneiro na Ilha de Patmos. Os destinatários primários do livro do Apocalipse foram as sete igrejas da Ásia Menor, atual região ocidental da Turquia. A sete igrejas eram: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodiceia.

Naquela época havia muita perseguição sobre os cristãos. Na própria carta à igreja de Esmirna, no capítulo 2, é alertado que ainda mais perseguições haveriam de acontecer. Além disso, falsos mestres estavam ensinando heresias que minavam o entendimento de alguns e se alastravam entre crentes do primeiro século. Uma das principais heresias dessa época foi o Gnosticismo.

De modo geral, esses falsos ensinos tentavam aproximar o paganismo e o cristianismo. Combinado a tudo isto, ainda existia a perseguição física e moral por parte do Império Romano. Após a queda de Jerusalém, foi imposto o culto ao imperador. Com isso os oficiais romanos tentavam forçar todos os habitantes do império a adorar o próprio governante romano. Por isso muitos cristãos foram martirizados nesse período.

Foi em meio a esse cenário que Cristo deu a João uma série de revelações importantes para os cristãos de todas as épocas. Em Apocalipse 1:19 fica claro que a mensagem do livro do Apocalipse abrange não apenas os acontecimentos do primeiro século, mas também aqueles que ainda iriam ocorrer.

Basicamente a mensagem do livro do Apocalipse diz respeito a como Cristo está ciente das condições que os cristãos enfrentam nesse mundo. Então ele exorta os crentes a continuarem firmes, resistindo a todas as tentações e dificuldades, pois a vitória já foi garantida pelo próprio Jesus. Por isso, em breve Satanás será derrotado definitivamente e a Igreja reinará eternamente com Deus.

Dessa forma o conteúdo do livro do Apocalipse não ficou restrito apenas àquelas sete igrejas. Ele mostra o reinado de Deus sobre toda a História, culminando em um final triunfante em Cristo. Sem dúvida o livro do Apocalipse aborda o passado, presente e futuro.


Diferentes interpretações


Basicamente existem quatro estilos de interpretação do livro do Apocalipse que são adotados pelos cristãos. São eles :


- Preterista: diz que praticamente tudo o que está no livro do Apocalipse já se cumpriu. Isso teria acontecido principalmente na destruição de Jerusalém e na queda do Império Romano.


- Historicista: diz que as revelações do livro do Apocalipse vão se cumprindo no decorrer da história da igreja até a segunda vinda de Cristo.Idealista: diz que as revelações do livro do Apocalipse não descrevem eventos específicos, mas princípios espirituais que se aplicam a toda história da igreja.


- Futurista: diz que praticamente tudo o que foi dito no Apocalipse ainda será cumprindo em um período final que antecede a volta de Cristo. Saiba mais sobre os métodos de interpretação do Apocalipse.

De acordo com as características e propósitos do livro do Apocalipse, a maneira mais coerente de interpretar o livro do Apocalipse é através de uma combinação dos quatro estilos de interpretação acima. Sob essa perspectiva, é correto dizer que muitas passagens do livro do Apocalipse possuem três aplicações; elas tratam de eventos específicos do século I, de acontecimentos que se deram ao longo da história da igreja e também fazem referência ao período de crise final que antecederá a segunda vinda de Cristo.


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