BIBLIOLOGIA - HEBREUS, EPÍSTOLAS GERAIS E APOCALIPSE
- MINISTÉRIO RESGATE
- 23 de mar. de 2020
- 13 min de leitura
Atualizado: 12 de mai. de 2020

Epístola Aos Hebreus
Na versão do Pe. Figueiredo é intitulada Epístola de S. Paulo. Na versão de Almeida, é anônima, porque nos manuscritos mais antigos seu autor não é mencionado. Figueiredo baseou-se no título da Epístola como se encontra na Vulgata, “Epístola Pauli ad Hebraeos”. A Igreja Oriental aceitou, desde o princípio, a autoria paulina para esta Epístola. Só no 4º Século a Igreja Ocidental aceitou-a como obra de Paulo. Eusébio considerava Paulo seu autor. Tertuliano chamou-a Epístola de Barnabé. Clemente de Alexandria pensava que Paulo a escreveu em hebraico, e Lucas a traduziu para o grego (é escrita em excelente grego). Orígenes disse que os pensamentos dela eram os de Paulo, e considerava este seu provável autor, mas acrescentou, “Quem a escreveu, só Deus sabe com certeza”. Lutero supunha fosse Apolo, não havendo para esta opinião nenhuma evidência antiga. Ramsay sugere o nome de Filipe. Harnack e Rendel Harris sugerem Prisca. Alguns a atribuem a Lucas, ou Silas, ou Clemente de Roma. Ferrar Fenton pensa que somente Paulo podia escrevê-la, e que o fez, originalmente, em hebraico, mandando algum dos seus auxiliares traduzi-la para o grego. Em geral, a opinião tradicional e multissecular, ainda hoje largamente admitida, é a favor de Paulo.
Evidentemente, foi escrita antes da destruição de Jerusalém, ocorrida em 70 d.C. Se Paulo a escreveu, parece provável que o fez de Roma, 62-64 d.C. O sentido natural, ainda que não necessário, da frase “os da Itália vos saúdam”, 13.24, é que a carta foi escrita da Itália. Timóteo estava com o autor, 13.23. Fora com Paulo a Jerusalém, At 20.4, de onde o acompanhou a Roma, Cl 1.1. Acabara de ser solto, e Paulo planejava enviá-lo de volta ao oriente, Fp 2.19, 24, esperando que em breve ele também iria. E parece que ele e Timóteo tinham o plano de voltar a Jerusalém, 13.23, uma vez que os líderes, a quem a carta se dirige, eram amigos de Paulo, o que se poderia inferir de 13.19. Esta Carta pode ter sido escrita, mais ou menos, ao tempo da Epístola aos Filipenses.

Epístolas Gerais
A Epístola de Tiago está em primeiro lugar no grupo de sete livros do Novo Testamento denominado as Epístolas Gerais ou Católicas. As igrejas evangélicas estiveram hesitantes, por razões óbvias, em usar o termo “católicas” na descrição destas sete cartas. O termo em si é uma transliteração do adjetivo grego katolikós, que significa “geral' ou “universal”. Dois adjetivos latinos (generalis, universalis) traduzem a palavra grega perfeitamente, mas a Vulgata transliterou o grego como catholicas. É da Vulgata que o título Epístolas Católicas tornou-se uso comum entre os tradutores e estudiosos.
O termo católicas foi pela primeira vez aplicado às sete cartas como um grupo por Eusébio (265-340 d.C.), embora escritores mais antigos tenham chamado as cartas individuais deste grupo de “gerais”. Um comentário anônimo do sétimo século sobre a Epístola de Tiago afirma que o termo foi usado porque estas cartas são encíclicas; ou seja, não são endereçadas a igrejas ou pessoas individuais, mas escritas coletivamente a todas as igrejas. Esta descrição geral vale para Tiago, 1 e 2 Pedro, 1 João e Judas. 2 e 3 João, contudo, são endereçadas a um grupo, ou pessoa, particular e, assim, não caem dentro da definição. Mas estas duas cartas foram consideradas como anexas a 1 João e foram agrupadas juntamente com ela.
A posição destas sete cartas, nas edições modernas do Novo Testamento, segue a ordem da Vulgata. Esta é a ordem geralmente adotada pela igreja ocidental (Evangelhos, Atos, Epístolas Paulinas, Epístolas Gerais, Apocalipse), que parece representar a primazia que a igreja ocidental deu a Paulo. Na igreja oriental, estas sete cartas seguiam-se a Atos. Como um grupo de oito (chamado praksapóstoloi), elas normalmente eram colocadas entre os Evangelhos e as cartas paulinas, mas às vezes depois de Paulo. Os dois grandes manuscritos unciais gregos do quarto século diferem neste ponto. O Vaticanus tem os Evangelhos, Atos, Epístolas Gerais e Epístolas Paulinas (faltam, neste manuscrito, Hebreus 9.14-13.25, as Pastorais, Filemom e Apocalipse). O Sinaiticus tem os Evangelhos, Epístolas Paulinas, Atos, Epístolas Gerais e Apocalipse.
Epístola De Tiago
Tiago é dirigida “às doze tribos que se encontram na Dispersão” (Tg 1.1) e é claro nos vs. 1.19 e 2.1,7 que esta saudação se refere aos cristãos hebreus que estavam fora da Palestina. Seu lugar de reunião é chamado de “sinagoga” no texto grego de Tg 2.2, e toda a epístola reflete o pensamento e expressões judaicas (Tg 2.19, 21; 4.11-12; 5.4, 12). Não há referências à escravidão ou idolatria, e isso também se adapta a uma leitura originalmente judaica. É possível que os destinatários fossem os primeiros convertidos em Jerusalém, que, após a morte de Estêvão, foram dispersos pela perseguição (At 8.1) até a Fenícia, Chipre, Antioquia da Síria e além (At 11.19). Isso explicaria a ênfase inicial da carta quanto ao sofrer com alegria as provações que testam a fé e que demandam perseverança (Tg 1.2-12), o conhecimento pessoal que Tiago demonstra ter pelos crentes “dispersos”, e o tom de autoridade da carta. Como pastor da igreja de Jerusalém, Tiago escreve às suas ovelhas dispersas.
Segundo o historiador Flávio Josefo, Tiago foi martirizado em 62 d.C. (Hegesipo, citado em Eusébio, fixou a data da morte de Tiago em 66 d.C.). Aqueles que o aceitam como autor da epístola têm sugerido uma data para sua redação entre 45 d.C. e o final de sua vida. Entretanto, vários fatores indicam que essa epístola pode ter sido escrita (cerca de 46-49 d.C.).
Primeira Epístola De Pedro
A Igreja primitiva reconhecia universalmente a autenticidade e a autoria de 1 Pedro. As evidências internas apoiam esse consistente testemunho externo de várias maneiras. O nome do apóstolo Pedro é dado em 1 Pe 1.1, e há semelhanças definitivas entre certas expressões nesta epístola e os sermões de Pedro, conforme registrados no Livro de Atos (1 Pe 1.20 e At 2.23; 1 Pe 4.5 e At 10.42). Duas vezes em Atos Pedro usou a palavra grega xy/on, “madeiro, árvore”, para falar sobre a cruz, e esse uso distinto é encontrado em 1 Pedro (cf. At 5.30; 10.39; 1 Pe 2.24). A epístola contém um número de alusões aos acontecimentos da vida de Cristo que tiveram especial importância para Pedro (1 Pe 2.23; 3.18; 4.1; 5.1; cf. 5.5 e Jo 13.4).
Entretanto, os críticos desde o século dezenove vêm desafiando a autenticidade de 1 Pedro por várias razões. Uns dizem que 1 Pe 1.1-2 e 4.12-5.14 foram acréscimos feitos mais tarde que tomaram um pronunciamento anônimo ou um sermão batismal em uma epístola de Pedro. Outros argumentam que os sofrimentos experimentados pelos leitores desta epístola devem se referir à perseguição dos cristãos que ocorreu depois da época de Pedro, nos reinados dos imperadores Domiciano (81-96 d.C.) e Trajano (98-117 d.C.). Não há base para o primeiro argumento e o segundo argumento deduz falsamente que os cristãos não estavam sendo insultados por causa da sua fé durante a vida de Pedro. Um outro desafio afirma que a qualidade do grego desta epístola é muito elevada para um Galileu como Pedro. Mas os galileus eram bilíngües (aramaico e grego), e escritores como Mateus e Tiago eram muito capacitados no uso do grego. É também provável que Pedro tenha usado Silvano como escriba (1 Pe 5.12; Paulo o chama de Silvano em
2 Co 1.19; 1 Ts 1.1; 2 Ts 1.1; Lucas o chama de Silas em At 15.40-18.5), e Silvano pode ter atenuado o discurso de Pedro nesse processo.
Esta epístola foi dirigida aos cristãos da Ásia Menor, indicando que o evangelho se espalhou por regiões não-evangelizadas quando Atos foi escrito (Ponto, Capadócia, Bitínia; 1 Pe 1.1). É possível que Pedro tenha visitado e ministrado em algumas dessas áreas, mas não há evidência. Ele escreveu esta epístola em resposta às notícias da crescente oposição aos crentes na Ásia Menor (1 Pe 1.6; 3.13-17; 4.12-19; 5.9-10). A hostilidade e a suspeita aumentavam contra os cristãos no Império, e eles estavam sendo insultados e maltratados por causa de seu estilo de vida e conversa subversiva sobre outro Reino. O Cristianismo ainda não tinha recebido a interdição oficial romana, mas o palco estava sendo montado para a perseguição e martírio no futuro próximo.
A vida de Pedro foi mudada drasticamente após a ressurreição, e ele ocupava um papel central na Igreja primitiva e no anúncio do evangelho para os samaritanos e gentios (At 2-10). Após o Concílio de Jerusalém, registrado em At 15, bem pouco se diz em relação às atividades de Pedro. Ele, evidentemente, viajou extensivamente com sua esposa (1 Co 9.5) e ministrou em várias províncias romanas. Segundo a tradição, Pedro foi crucificado de cabeça para baixo em Roma antes da morte de Nero, em 68 d.C. Esta epístola foi escrita em Babilônia (1 Pe 5.13), mas os estudiosos estão divididos a respeito dessa parte se referir literalmente à Babilônia na Mesopotâmia ou simbolicamente a Roma. Não há tradição de que Pedro foi para a Babilônia, e, na sua época, ela possuía poucos habitantes. Por outro lado, a tradição, consistentemente, indica que Pedro passou seus últimos anos de vida em Roma. Como um centro de idolatria, o termo “Babilônia” era uma designação figurada apropriada para Roma (o uso de Babilônia em Ap 17; 18).
Segunda Epístola De Pedro
Nenhum outro livro no Novo Testamento cria mais problemas de autenticidade do que 2 Pedro. Diferentemente de 1 Pedro, essa epístola possui um testemunho externo muito fraco, e a genuinidade é maculada por dificuldades internas também. Por causa desses obstáculos, muitos estudiosos rejeitam a autoria de Pedro para essa epístola, mas isso não significa que não haja evidência para a posição oposta.
O testemunho externo para a autoria de 2 Pedro é mais fraco do que qualquer outro livro do Novo Testamento, mas até o quarto século ela se tornou reconhecida como uma obra autêntica do apóstolo Pedro. Não há qualquer citação do segundo século, de 2 Pedro que seja incontestável, mas no terceiro século ela é citada em escritos de vários pais da Igreja, principalmente Orígenes e Clemente de Alexandria. Os escritores do terceiro século estavam freqüentemente conscientes a respeito de 2 Pedro e respeitavam seu conteúdo, mas ainda era catalogada como um livro contestável. O quarto século via o reconhecimento oficial da autoridade de 2 Pedro apesar de algumas dúvidas. Por várias razões, 2 Pedro não foi rapidamente aceita como um livro canônico.
(1) A sua lenta circulação evitou que ela fosse mais conhecida.
(2) Sua brevidade e conteúdo limitam grandemente o seu número de citações nos escritos dos líderes da Igreja primitiva.
(3) O atraso no reconhecimento significou que 2 Pedro tinha de competir com outras obras escritas mais tarde que reivindicavam a autoria de Pedro (p. ex., o Apocalipse de Pedro).
(4) Diferenças de estilo entre 1 e 2 Pedro também levantaram dúvidas.
Por outro lado, 2 Pedro traz testemunho abundante de sua origem apostólica. Ela reivindica ser “Simão Pedro” (1.1), e 3.1 diz. “Amados, esta é, agora, a segunda epístola que vos escrevo.” O autor se refere à profecia do Senhor sobre a morte do apóstolo em 1.14 (Jo 21.18-19) e diz que ele foi uma testemunha ocular da Transfiguração (1.16-18). Como um apóstolo (1.1), ele se coloca num nível de igualdade com Paulo (3.15). Há também palavras distintas que são encontradas em 2 Pedro e nos sermões de Pedro em Atos, assim como palavras incomuns, e expressões compartilhadas entre 1 a 2 Pedro.
No lado negativo, numerosas áreas problemáticas desafiam a posição tradicional.
(1) Há diferenças entre o estilo e vocabulário de 1 e 2 Pedro. O grego de 2 Pedro é rude e deselegante, comparado com o de 1 Pedro, e há também diferenças na informalidade e no uso do Antigo Testamento. Mas essas diferenças são geralmente exageradas e podem ser explicadas. Pelo fato de Pedro ter usado Silvano como seu secretário para a 1 Pedro e suas próprias mãos na 2 Pedro.
(2) Argumenta-se que a 2 Pedro usou uma passagem de Judas para descrever falsos mestres e que a Epístola de Judas foi escrita após a morte de Pedro. Entretanto, esta é uma questão discutível, e é possível que Judas tenha citado Pedro ou que ambos usaram uma fonte em comum.
(3) A referência a uma coleção de epístolas de Paulo (3.15-16) implica numa data tardia para essa epístola. Mas não é necessário concluir que todas as epístolas de Paulo estivessem sendo consideradas aqui. O contato de Pedro com Paulo e seus associados, indubitavelmente, o fizeram conhecer várias epístolas paulinas.
(4) Alguns estudiosos dizem que os falsos ensinamentos mencionados na 2 Pedro eram uma forma de gnosticismo que emergiu após a época de Pedro, mas há evidência insuficiente para apoiar essa posição. Uma alternativa para a autoria de Pedro é uma falsificação feita mais tarde em seu nome. Mesmo a sugestão de que a 2 Pedro tenha sido escrita por um dos discípulos de Pedro não pode superar o problema de deturpação. Além do mais, a 2 Pedro é claramente superior a qualquer escrito pseudônimo.
Apesar dos problemas internos e externos, a posição tradicional da autoria de Pedro supera mais dificuldades do que qualquer outra opção. Essa epístola foi escrita pouco antes da morte do apóstolo (1.14), provavelmente em Roma. Seu martírio aconteceu entre 64 e 66 d.C. (se Pedro estava vivo em 67 quando Paulo escreveu a Segunda Timóteo durante seu segundo cárcere romano, é improvável que Paulo o tivesse mencionado).
As Epístolas Joaninas
Cinco livros do Novo Testamento são atribuídos ao apóstolo João. O Evangelho de João, o Apocalipse e as três chamadas Epístolas de João. Estes cinco livros, conhecidos como a literatura joanina, contêm os três tipos de literatura encontrada no Novo Testamento: histórica, epistolar e apocalíptica. As três Epístolas estão incluídas no grupo de escritos neotestamentários denominados Epístolas Gerais. Esta classificação pode ter sido útil para separar e identificar os vários livros do cânon, mas as três Epístolas, na realidade, não incidem na categoria de gerais ou universais (católicas). A primeira não tem a característica costumeira de uma carta (identificação introdutória do autor e receptores, encerramento com despedida) e a segunda e a terceira são breves, pessoais e dirigidas a leitores específicos. As três Epístolas são fortemente reminiscentes do Evangelho de João e, como este, nunca cessaram de fazer arder os corações dos cristãos com o tema central do amor. Como o quarto Evangelho, elas são de estrutura simples, mas de pensamento profundo. A teologia e o pensamento destas Epístolas tornam-nas importantes no estudo do Novo Testamento e mostram as ameaças de heresia e do abuso de autoridade, como o fazem poucos outros livros do Novo Testamento.
Que as três Epístolas provêm do mesmo autor é evidente, mediante uma leitura cuidadosa. As “irmãs gêmeas”, 2 e 3 João, com certeza têm o mesmo autor, que se denomina “o ancião” (2 João 1; 3 João 1). As comparações destas duas Epístolas mostram, tão conclusivamente quanto possível, com material tão sucinto, o mesmo autor (2 João 1; 2 João 1; 2 João 4; 3 João 3; 2 João 10,11; 3 João 5,6; 2 João 12; 3 João 13,14). A Terceira Epístola foi endereçada a um indivíduo, e isto pode explicar suas diferenças com a Segunda Epístola, que foi escrita a uma Senhora Eleita. As semelhanças entre as duas só podem ser explicadas como ambas sendo provenientes da mesma mão, precisamente porque o assunto e o número de leitores são tão diferentes. Quando estas duas cartas (e mais particularmente 2 João) são colocadas num estudo comparativo com a Primeira Carta, que é mais extensa, dificilmente se pode duvidar de que todas provieram do mesmo autor (1 João 1.4; 2 João 12; 1 João 1.6,7; 2.6,11; 2 João 4; 1 João 2.7; 2 João 5,6; 1 João 2.14, 24; 2 João 2; 1 João 2.18; 4.1-5; 2 João 7; 1 João 2.23; 2 João 9; 1 João 3.6,9; 2 João 11). Dos treze versículos de 2 João, pelo menos oito podem ser combinados com versículos de 1 João. É inescapável o fato de que todas as três Epístolas vieram da mesma mão.
O Tempo De 1 João
Em At 8.14, João é associado com “os apóstolos, que estavam em Jerusalém”, e Paulo o chama de “coluna” da Igreja de Jerusalém em GI 2.9. Com exceção de Ap 1, o Novo Testamento silencia a respeito desses últimos anos, mas a tradição cristã primitiva, uniformemente, nos diz que ele saiu de Jerusalém (provavelmente não muito antes de sua destruição, em 70 d.C.) e que ministrou em Éfeso e, nas suas vizinhanças. As sete igrejas da província romana da Ásia, mencionadas em Ap 2-3, eram evidentemente uma parte desse ministério. Embora não haja um destinatário em 1 João, é provável que o apóstolo tenha dirigido sua epístola às igrejas asiáticas que estavam no âmbito de sua supervisão.
O Tempo De 2 João
Julgando pelo conteúdo e circunstâncias de 2 João, ela era evidentemente contemporânea de 1 João ou foi escrita não muito tempo depois. Foi, provavelmente, escrita por volta do ano 90 d.C.
O Tempo De 3 João
Os paralelos entre João 2 e 3 sugerem que essas epístolas foram escritas na mesma época (90 d.C.). Escritores cristãos primitivos são unânimes em seu testemunho de que o quartel general de João ao fim de seu ministério era em Éfeso, a principal cidade da província romana da Ásia. Evidentemente, João enviava um número de mestres viajantes para espalharem o evangelho e para solidificarem as igrejas asiáticas, e esses mestres eram apoiados por cristãos que os recebiam em seus lares.
O Livro De Judas
Apesar do assunto e tamanho limitados, Judas foi aceita como autêntica e citada pelos pais da Igreja primitiva. Pode haver alusões mais antigas, mas referências evidentes a essa epístola aparecem no final do segundo século. Ela foi incluída no Cânon Muratoriano (cerca de 170 d.C.) e aceita como parte das Escrituras pelos antigos líderes, tais como Tertuliano e Orígenes. Entretanto, dúvidas surgiram em relação ao lugar de Judas no Cânon, por causa de seu uso dos Apócrifos. Ela foi um livro contestado em algumas partes da Igreja, mas, finalmente, ganhou o reconhecimento universal.
O Tempo De Judas
Por causa do silêncio do Novo Testamento e da tradição a respeito dos últimos dias de Judas, não podemos saber onde a epístola foi escrita. Nem há qualquer forma de saber a data exata: Partindo do princípio de que 2 Pedro veio primeiro. (64-66 d.C.), a época provável é 66-80 d.C. (O silêncio de Judas em relação à Jerusalém não prova que ele escreveu essa epístola antes de 70 d.C.).

O Livro Do Apocalipse (Profecia)
O Apocalipse é o último livro do Novo Testamento e singular entre os demais. Ele é, ao mesmo tempo, uma revelação do futuro (1.1,19), uma profecia (1.3; 22.7, 10, 18, 19) e um conjunto de sete cartas (1.4,11; 2.1-3.22). (“Apocalipse” deriva da palavra grega apokalupsis, traduzida por “revelação” em 1.1). O livro é uma revelação divina quanto à natureza do seu conteúdo, uma profecia quanto à sua mensagem e uma epístola quanto aos seus destinatários.
Cinco Fatos Importantes No Tocante Ao Contexto Deste Livro São Revelados No Capítulo 1:
1) a “revelação de Jesus Cristo” (1.1);
2) Essa revelação foi comunicada ao autor, de modo sobrenatural, por Cristo glorificado, por anjos e visões que ele teve (1.1, 10-18);
3) A comunicação foi concedida ao servo de Deus, João (1.1, 4, 9; cf. 22.8);
4) João teve as visões e recebeu a mensagem apocalíptica quando exilado na ilha de Pat mos (80 quilômetros a sudoeste de Éfeso), por causa da Palavra de Deus e do testemunho do próprio João (1.9);
5) Os destinatários iniciais foram sete igrejas da província da Ásia (1.4, 11).
As evidências históricas e internas do livro indicam o apóstolo João como o seu autor. Irineu verifica que Policarpo (Irineu conheceu a Policarpo, e este conheceu o apóstolo João) referiu-se a João, escrevendo o Apocalipse perto do fim do reinado de Domiciano, imperador romano (81-96 d.C.).
O livro retrata as circunstâncias históricas do reinado de Domiciano, o qual exigiu que todos os seus súditos lhe chamassem de “Senhor e Deus”. Sem dúvida, o decreto do imperador originou um confronto entre os que se dispunham a adorá-lo e os crentes fiéis que confessavam que somente Jesus era “Senhor e Deus”. Destarte, o livro foi escrito num período em que os crentes enfrentavam intensa perseguição por causa de seu testemunho. A tribulação aparece através do contexto do livro de Apocalipse (1.19; 2.10, 13; 7.14-17; 11.7; 12.11, 17; 17.6; 18.24; 19.2; 20.4).
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