NÚMEROS.
- MINISTÉRIO RESGATE
- 5 de ago. de 2019
- 5 min de leitura
Atualizado: 13 de set. de 2019

LIVRO DE NÚMEROS.
I. AUTORIA
Tradicionalmente, a autoria é atribuída a Moisés, a personalidade central do livro. Nm 33.2 faz uma referência especifica a Moisés, registrando pontos sobre a viagem no deserto. Porém, podemos deduzir que alguns trechos foram provavelmente acrescentados por escribas ou revisores que vieram depois de Moisés. Um exemplo é a afirmação de sua humildade (12.3), dificilmente isso veio do próprio escritor.
Comprovado a participação de Moisés nos eventos narrados em Números (Jo 3.14).
II. DATA DA ESCRITA - 1405 a.C.
Assumindo a autoria mosaica, provavelmente o livro tenha sido escrito por volta de 1.400 a.C., pouco antes de sua morte. Os acontecimentos deste livro ocorrem durante cerca de 40 anos.
III. CONTEXTO HISTÓRICO.
O Livro de Números começa no Monte Sinai e termina nas Planícies de Moabe. Sua narrativa começa onde a de Êxodo parou (Êx 40.34-38; Nm 9.15-23) e conecta-se com Deuteronômio “... dalém do Jordão, no deserto” (Dt 1.1).23
1. Números narra um período de trinta e oito anos e nove meses.
2. O povo ainda ao redor do Sinai, mas prepara-se para marchar em direção da terra prometida.
IV. CONTEÚDO.
O livro de Números começa com o povo se preparando para a jornada à terra prometida. O plano de Deus era que em poucas semanas eles chegassem à terra de Canaã. Moisés, por ordem de Deus conta todo o povo (600.000 homens) e os organiza para aquela caminhada. (o número do censo representa homens aptos para uma guerra, 20 anos acima. Isso nos leva a concluir que a nação de Israel, homens mulheres e crianças chegariam a aproximadamente 2.500.000 pessoas).
Espias são enviados à Terra Prometida e depois de 40 dias retornam com o relatório. De acordo com este relatório havia gigantes na terra, que ali proliferaram durante os 400 anos em que Israel permaneceu no Egito. Ao ouvir o relatório o povo de Israel se esqueceu do poder e do cuidado de Deus e por isso não deu ouvido a Josué e Calebe, dando ouvido aos outros 10 espias e murmuram contra Deus.
Como castigo Deus os faz peregrinar em torno de Cades Barnéia, por aproximadamente 38 anos, caminhando sem chegar a lugar nenhum (Nm. 33), até que aquela geração adulta (maiores de 20 anos) incrédula morresse e seus filhos, numa nova geração, entrassem na posse da terra de Canaã. Aí, então, um novo censo é feito. De acordo com este novo censo mantém o número de 600.000 homens na nova geração (Nm. 26.63-66). Números é um livro de peregrinações, mas é também um livro de murmurações e rebeliões.
A. Tema. Preparativos para o serviço na rota do Sinai ao Jordão.
B. Propósito.
Mostrar a misericórdia de Deus e o profundo pecado e incredulidade durante a jornada no deserto (FRANKLIN).
C. Esboço. (ELLISEN).
1. Organização da primeira geração (cap. 1-10).
a. Primeiro censo e deveres (1-4).
b. Leis de pureza e separação (5, 6).
c. Preparativos finais para o inicio da marcha (7-10).
2. Anarquia da primeira geração (cap. 11-20).
a. Rebelião de Israel e rejeição de Deus (11-14).
b. Peregrinação de Israel durante trinta e oito anos (15-20).
3. Reorganização da segunda geração (cap. 21-36).
a. Vitórias a caminho do Jordão (21-24).
b. Conflitos com os midianitas e vitória (25-31).
c. Preparativos finais para a entrada em Canaã (32-36).
D. Exposição.
CENSO MILITAR.
1. As tribos foram contadas e organizadas para o serviço militar. O total de homens aptos para a guerra foi de mais de 600.000.
2. Deus ensina o povo a acampar, marchar, alimenta-os com ração (Maná) e promove duras disciplinas, como soldados.
3. Os levitas eram exceção (cap. 3, 4). Os filhos de Arão são separados para o sacerdócio e os demais levitas são encarregados do serviço no tabernáculo (3.1-10).
REBELIÃO DO POVO.
1. Murmuração (11.1-3). Resultado: o Senhor devasta os arredores do acampamento.
2. Murmuração pela falta de carne (11.4-9). Resultado: Deus envia uma praga (11.33).
3. Rebeldia de Miriã contra Moisés (11.35-12.15). Resultado: Deus a torna leprosa.
4. Murmuração do povo pela terra de Canaã: homens gigantes, não poderiam ser vencidos (13. 31-14.2). Resultado: aquela geração foi condenada a vaguear e morrer pelo deserto. Somente a próxima geração entraria na terra prometida.
5. Rebelião liderada por Coré contra Moisés e a liderança instituída por Deus (16.3). Resultado: morte de Coré e suas pessoas (16.32), morte de 250 homens que ofereciam incenso (16.35).
6. Murmuração contra Moisés e Arão (16.41). Resultado: Deus envia uma praga e mata 14.600 (16.49).
7. Murmuração contra o Maná (21.5). Resultado: Deus envia serpentes venenosas e muitos morreram.
A SEGUNDA GERAÇÃO.
1. A nova geração dá seguimento à jornada rumo à terra prometida.
2. Vencem os amorreus e possuem sua terra (21.21-32).
3. Vencem Ogue de Basã (21.33-35).
4. Chega às campinas de Moabe (cap. 22-36).
5. Fazem novo censo após a morte da primeira geração (26)
6. Recebem instruções:
6.1 Herança.
6.2 A escolha de Josué.
6.3 Ofertas principais. (28,29)
6.4 Votos. (30)
6.5 Divisão da transjordânia (32): Ruben, Gade e parte de Manasses.
CIDADES DE REFÚGIO
Entre muitos povos do OMA (Oriente Médio Antigo) havia um antigo costume de destacar certos locais, geralmente de natureza cultual, como refúgios nos quais criminosos poderiam buscar proteção, escapando assim à pena devida aos seus crimes. Em Israel o Tabernáculo não poderia ser utilizado com tais propósitos (cf: Ex 21:14; ver ainda o incidente em que Joabe se agarra ao altar em busca de escape da condenação imposta por Salomão a pedido de Davi, 1 Re 2:28-33).

As cidades de refúgio serviam um duplo propósito: evitar que o homicida não intencional fosse morto pelo vingador de sangue (um parente próximo do morto) e evitar que a terra ficasse poluída pelo derramamento de sangue (que seria agravado caso não houvesse meio de impedir a vingança indiscriminada.
Como era necessária a morte para expiar a morte, o homicida culposo (havia várias instruções para a determinação da ocasional idade ou intencional idade de uma morte), deveria se apresentar ã cidade de refúgio mais próxima, ali ter o seu caso apreciado pelos anciãos. E, caso fosse constatada a natureza involuntária do homicídio, ali permanecer até a morte do sumo-sacer-dote, que seria uma expiação simbólica para a vida do homicida.
O sistema das cidades de refúgio ilustra de maneira interessante a obra de Cristo: em primeiro lugar, a cidade em si ilustra a proteção oferecida contra as conseqüências do pecado; em segundo lugar, a morte do sumo sacerdote aponta para a expiação definitiva obtida através da morte de Cristo.
V. APLICAÇÕES PRÁTICAS.
1. É necessário ter um coração contrito a Deus, tendo em vista o Seu ser, e também a sua graça para conosco.
2. Precisamos andar pela fé, e não pelo que vemos. O povo de Israel, apesar de verem as maravilhas operadas por Deus, era incrédulo.
3. Precisamos encarar o pecado como algo sério e tenebroso. Deus abominou e puniu severamente o pecado na época da lei; que dirá na dispensação da graça, o quão vil é a transgressão aos Seus olhos.
Comments