MOBILIZAÇÃO MISSIONÁRIA - A MISSÃO NO NOVO TESTAMENTO
- MINISTÉRIO RESGATE
- 6 de mar. de 2020
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O Novo Testamento registra a sequência da ação missionária de Deus com o envio de Jesus ao mundo, para cumprir no tempo e espaço mais uma parte do Seu plano redentor.
Como vimos no Antigo Testamento, Deus vocaciona homens como associados seus em Sua Missão (Missio Dei). Porém Ele não fica desassociado dela em nenhum momento. Ele é quem realiza e capacita homens para o cumprimento da missão, e é parte integrante da Missão em Seu ser, que por amor promoveu este plano redentor e enviou a Jesus - O enviado em excelência = O próprio Deus. Assim podemos ver alguns pontos importantes da ação missionária.
JESUS E A MISSÃO
O aspecto universal continua presente e identificado no ministério de Jesus. Isso está registrado desde o relato de sua genealogia (Mt. 1), o que nos faz perceber esta constância no plano de Deus relatados desde a história da criação, portanto, não se limitando apenas a Israel, mas também às nações.
No evangelho de Mateus, Jesus é mostrado como o Messias (enviado), porém é em Lucas que o vemos como Missionário de Deus. Lucas apresenta o ministério de Jesus em termos geográficos, sociais e culturais. Mostra também, questões da tradição que foram rompidas por Jesus e que se fazem necessárias à Missão.
Barreiras Geográficas
Jesus iniciou Seu ministério em Cafarnaum e prosseguiu, pregando, ensinando e curando com autoridade em vários lugares, sem medir esforços para isso:
- Seguiu de cidade em cidade e povoados - Lc. 4. 42-44; 5.12; 7.1; 8.1 e 26
- Ensinou aos discípulos, ordenando-lhes que fossem a toda parte – Mc. 16.15; Mt. 28.19
Ele mesmo deu o exemplo, cruzando fronteiras, anunciando e conclamando a todos a assumirem a nova vida nEle.
Barreiras Sociais
Assim, como Jesus rompeu barreiras geográficas indo a toda parte, e vilarejos, e provavelmente a lugares não tão privilegiados de sua época, também rompeu barreiras sociais, não desprezando ninguém. Vejamos alguns exemplos :
- Manteve contato e se relacionou com pessoas não privilegiadas e excluídas de sua época.
- Ministrou à classe religiosa e pessoas de destaque da época, não agiu em privilégio de grupo algum em detrimento de outro.
- Não se importou com os estigmas sociais e hipócritas que impedem muitos de agirem e alcançarem seus semelhantes.
- Atendeu a todos com o mesmo valor e como alvo do amor de Deus, pois foi para esses que veio.
Pessoas contatadas por Jesus e suas diferenças sociais.
- Despatriados e aflitos; Pecadores; Enfermos;
- Pobres; Ricos; Humildes; Líderes Religiosos; Posição social inferior / superior.
- Lc. 5.27-32 ; 7.36, 41-43; 11.5-8
- Lc. 11.37; 12. 13-21; 14. 1 e 18;
- Lc. 15. 8-10; Lc. 16. 1-13;
- Lc. 16. 19-31; Lc.18. 1-8; Lc. 19. 1-10
Barreiras Culturais
Há outro tipo de barreira a romper, que o mestre Jesus também rompeu em seu ministério – a questão cultural e, consequentemente, os preconceitos com aqueles que não são da mesma nação, linhagem, cultura, enfim, o preconceito em ver e tratar os outros como superiores e/ou inferiores. Jesus não apenas lidou com eles, mas também os citou em seu discurso para confrontar aqueles que não conseguiam perceber ou se desvencilhar desses preconceitos :
- Os samaritanos (Lc 17. 11-19),
- O centurião romano (Lc 7.9).
- Gentios, leprosos, pecadores (Lc 10. 29-37)
Barreiras Ideológicas E Religiosas.
Jesus além de cumprir Sua missão, reconhecê-la e anunciá-la, também denunciava a falta de visão e confrontava a religiosidade da época, exercitada apenas por tradições e normativas impostas no decorrer dos anos e por gerações.
- Lc. 4. 18,19
- Lc. 4. 43,44
Com certeza, ainda hoje muitas pessoas ficam presas nessa forma de religiosidade, crendo que estão certas. Ele rompeu a ideologia e religiosidade da tradição, enfatizando a prática da fé em Deus movida pela intenção do coração em relação a Deus e ao próximo. Podemos constatar que Jesus veio confirmar a ação de Deus no Antigo Testamento dando continuidade a Sua presença, Sua ação e também a comissão na Missão no Novo Testamento.
OS DISCÍPULOS
Além de continuar Sua missão, Jesus a declarava, praticava, discipulava e comissionava seus seguidores a fazerem o mesmo. De certa forma, Ele repete o processo do Antigo Testamento : Com Sua manifestação pessoal, com a vocação de alguns indivíduos - os Seus discípulos.
Depois formou um grupo decorrente dos testemunhos destes – a Igreja, para proclamação. Nota-se que é contínua tanto a Sua presença, quanto Sua ação.
- Chamado : Mt. 4.18; 9: 9; 10.1-4; Mc. 1.16-20; Lc. 5.1-11; Jo. 1.39-42
- Ensino : Mt. 4. 23 a Mt. 28. 17; Mc. 1.21 a 16.13; Lc. 4.16 a 24: 43; Jô. 1. 43 a 21. 14
- Treinamento : Mt. 4. 23 a Mt. 28. 17; Mc. 1.21 a 16.13; Lc. 4.16 a 24. 43; Jô. 1. 43 a 21. 14
- Envio : Mt. 10.5-15; 28.19-20; Mc. 16.15-18; Lc. 24.44-49
Os discípulos tiveram um treinamento de excelência, direto da fonte pessoal de Deus - Jesus. Eles ouviram, viram, e agiram com Jesus. É certo que muitas coisas não foram a princípio tão compreensíveis aos seus entendimentos e corações, mas no devido tempo, Jesus lhes esclareceu, e eles assumiram que eram perpetuadores da missão de Jesus e de Sua proclamação.
É também notório que Deus trabalhou em cada um deles, especificamente, em suas potencialidades e personalidades, assim como faz conosco hoje - Suas testemunhas.
ATOS DO ESPÍRITO SANTO
Com a morte de Jesus, os discípulos ainda perplexos e atônitos com os acontecimentos, apresentaram uma mistura de sentimentos: medo, insegurança, desconfiança, frustração, tristeza, ficaram reunidos.
A ação de Deus é maravilhosa em socorrê-los neste momento, o que destaca mais um sinal da presença de Deus com Seus filhos no exercício da missão, juntamente com Sua própria ação na missão.
Ele os confortou, orientou e acentuou a comissão dada anteriormente.
Nessa etapa da Missão, a presença da Trindade com Seus vocacionados é manifestada em outra pessoa da trindade – o Espírito Santo, enviado pelo Pai e pelo Filho. Sua presença contínua na missão.
Os discípulos, então, saem e iniciam a nova etapa de seus ministérios e proclamação - a Igreja da época, pela ação do Espírito Santo, resplandecendo e anunciando a todos os povos a mensagem de Jesus, o evangelho das boas novas, cumprindo assim o propósito universal da missão de Deus.
- Jo 14.16; 16. 7-14; Lc 24.49; At 1.3-8 Assim, podemos notar no Livro de Atos que :
- A Igreja começou com 11 discípulos – At 1.13
- Depois seu crescimento alcançou 3.000 e em seguida mais 5.000 novos convertidos – At 2.41 e 4.4
- Pedro e os outros discípulos testemunham com ousadia, mesmo com possibilidade de perseguição – At 3.11 e 4.21.
- Os cristãos convertidos tinham um estilo de vida novo e atraente, contrário ao comportamento costumeiro (religiosidade) e doavam de si e de seus bens (Barnabé) – At. 4. 32 e 5.16
- É iniciada perseguição e registram-se mártires do evangelho (dispersão dos crentes) – At. 5. 17 e 7.60
- O evangelho alcança os gentios – At 8.1
- O evangelho se espalha por toda Judéia e Samaria (preconceito), estabelecendo igrejas – At 11.29
- Surge o primeiro envio de missionários: Antioquia – At 13.4
- Os apóstolos reconhecem o ministério junto aos gentios - At 13.3
- O Espírito direciona o local de envio – At 13.2; 18.21
O Espírito Santo promove, capacita e concede o poder para realização do trabalho missionário, é que vemos também no próximo tópico.
ESTRATÉGIA DE PAULO
Um dos Apóstolos mais destacados do Novo Testamento é o Apóstolo Paulo, o que não desmerece a ação dos outros, mesmo porque a ação deles estava condicionada à presença de Deus, através do Espírito Santo. Não é escolha de cada um, mas de Deus. Porém, cada um na área e local que Deus lhes comissionava e capacitava, como também o faz hoje.
Ao apóstolo Paulo, deu-se o mesmo procedimento. Deus trabalhou em sua vida, seu potencial e características para uma vocação específica: Apóstolo aos gentios.
Características Do Ministério De Paulo :
- Um evangelista e formador de Igrejas.
- As Igrejas eram formadas e entregues a lideranças locais.
- Fazia parceria com companheiros que ele enviava a fortalecer e pastorear o rebanho.
- Retornava de tempo em tempo confirmando a fé, e outras vezes por cartas.
- Prestava contas à Igreja de Antioquia e aos Presbíteros.
- Atos 13.4; 15.36; 18.24
ESTRATÉGIA MISSIONÁRIA DA IGREJA NO NOVO TESTAMENTO
Movida pelo Espírito Santo, a Igreja do Novo Testamento enviou seus primeiros missionários, isso após jejum, oração e confirmação dos dons daqueles homens. Homens que já atuavam na igreja local e estavam entre os mais preparados. (Atos 13.1-3).
Características Do Envio Da Igreja :
- Não procuraram retê-los entre seus líderes, mas os abençoaram a sair.
- Eram conclamados a investir e apoiar o trabalho missionário com orações, súplicas e donativos (parceria).
- Eram testemunhas onde estavam e os missionários animavam-se com as notícias e frutos deles.
- Tinham problemas e dificuldades e eram instruídos na palavra (Cartas Apostólicas).
- Fp. 4.10-19; Ef. 6.18-20
A igreja tinha a visão de cumprir a missão com urgência, pois esperava enfaticamente à volta de Jesus, assim podemos focar o próximo tópico.
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