JOSUÉ E JUÍZES
- MINISTÉRIO RESGATE
- 23 de abr. de 2020
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Autor
O autor do Livro de Josué não pode ser determinado pelas Escrituras. Ao que tudo indica o autor deve ter sido testemunha de alguns acontecimentos que ocorreram durante este período.
Josué 24.1-26 sugere que o autor de pelo menos grandes seções foi o próprio Josué, homem de vida notável, repleta de emoção, diversidade, sucesso e honra. Era reconhecido pela profunda confiança em Deus. Como representante da tribo de Efraim, percorreu a terra de Canaã com os outros 11 espias, e, assim como Calebe deu relatório positivo de que mediante a fé em Deus era possível conquistar a terra.
Outras passagens, entretanto, não poderiam ter sido escritas por Josué. Sua morte é registrada no capítulo final (24.29-32). Vários outros acontecimentos que ocorreram após a sua morte são mencionados: A conquista de Hebrom por Calebe (14.6-15); a vitória de Otniel (15.13-17); e a migração para Dã (19.47). Passagens paralelas em Juízes 1.10-16 e Juízes 18 confirmam que esses acontecimentos ocorreram após a morte de Josué.
É mais provável que o livro tenha sido composto em sua forma final por um escriba ou editor posterior, mas foi baseado em documentos escritos por Josué.
Data
O Livro de Josué cobre cerca de vinte anos da história de Israel sob a liderança de Josué, assistente e sucessor de Moisés. A data comumente aceita da morte de Josué é por volta de 1.375 a.C. Portanto, o livro engloba a história de Israel entre 1.400 a.C. e 1.375 a.C. e é provável que tenha sido compilado pouco tempo depois.
Pano de Fundo
Os cinco primeiros livros da Bíblia (o Pentateuco) servem de pano de fundo para o Livro de Josué. A preparação do povo começou em Gênesis com a promessa da terra a Abraão, Isaque e Jacó (Gn 12.1-3,7; 13.15; 15.7,18; 17.8; 26.3; 28.13). A preparação continuou durante dois séculos, enquanto os descendentes de Abraão viveram na Terra Prometida, mas nunca chegaram a controlá-la completamente.
Durante os quatro séculos seguintes os israelitas viveram no Egito. O Livro de Êxodo registra sua fuga da escravidão e a entrega da lei. Levítico prepara-os para a adoração. Números e Deuteronômio oferecem-lhes uma estrutura cívica. Até mesmo a linguagem do relato de Josué descrevendo em detalhes a entrada na terra que iriam possuir é semelhante à descrição em Deuteronômio da preparação de Israel para entrar na Terra Prometida, O Livro de Josué faz referência ao Pentateuco como texto normativo para aquela geração (Js 1.7-8).
Apesar de a lei e de o relacionamento especial de Israel com Deus mediante a aliança definirem a identidade nacional, Deus também havia prometido aos israelitas sua própria terra.
O Livro de Josué é o registro da conquista dessa terra sob a liderança de Deus, Canaã, ponte natural estratégica ligando a África com a Ásia e, por decorrência, com a Europa, é uma terra singular. Ela une o oceano Índico (por meio do mar Vermelho) ao oceano Atlântico (através do Mediterrâneo), Sua história tem mais ocupações militares, batalhas e derramamento de sangue do que a de qualquer outro país do mundo; pelo menos trinta potências mundiais já marcharam sobre seu solo. Os povos que vivem nessa terra precisam ter um relacionamento especial com seu defensor.
A Terra Prometida era uma região pagã. Apesar de Deus ter colocado testemunhas suas ali ao escolher Abraão e seus descendentes como povo eleito, o povo de Canaã continuou a adorar inúmeros deuses. Na época da conquista, a religião de Canaã havia se tornado tão decadente, que os hebreus chegaram a desenvolver várias práticas religiosas detestáveis expressamente proibidas para os israelitas, inclusive a prostituição cultual e o sacrifício de crianças (Lv 18.21; Dt 12.31; 23.17).
O Egito, o gigante político da época, mostrou-se pouco preocupado. Outras potências políticas haviam sucumbido. E os próprios habitantes nativos de Canaã eram desunidos. O momento era perfeito para a invasão israelita.
Conteúdo
Depois de muitos anos de escravidão no Egito e 40 anos no deserto, os israelitas finalmente receberam permissão para entrarem na terra prometida a seus pais. Após a morte de Moisés, Josué assume a liderança do povo e entram na posse da terra de Canaã através de muitas lutas.
Os habitantes de Canaã são inimigos hostis, idólatras, pervertidos. Prostituição de ambos os sexos, sacrifícios de crianças e sincretismo religioso eram algumas das características das religiões dos cananitas. Estes cananitas ocuparam a terra enquanto o povo esteve no Egito e no deserto. Todos os cananitas deveriam ser desalojados e destruídos.
O livro de Josué descreve as diversas lutas pela conquista da terra de Canaã pelos israelitas. Demonstrando a todas as nações que o Deus de Israel é o verdadeiro Deus, e só ele deve ser adorado. Também é descrito como foi feita a divisão da terra pelas 12 tribos de Israel.
Conclusão
O livro de Josué retrata Deus, em primeiro lugar como aquele que age na história para cumprir sua promessa aos patriarcas, dando a terra a Israel. A terra é uma dádiva de Deus e isso fica claro pela interrupção do fluxo do rio Jordão (Js 4) e pela queda dos muros de Jerico (Js 6). A fidelidade de Deus em cumprir suas promessas no passado (21.43-45) é a base da confiança de que Deus continuará sendo fiel. No devido tempo, toda a terra prometida pertenceria ao povo de Deus (cf. 13.1). No devido tempo, o povo de Deus desfrutarão descanso prometido (Hb 3-4).
Em segundo lugar. O Deus de Israel é um Deus com elevadas expectativas éticas, que pune o pecado e recompensa a fidelidade. A posse da terra da promessa estava condicionada à conformidade de seus habitantes às exigências morais de Deus. Por causa de seus pecados, os cananeus sofreram um julgamento de aniquilação e escravização nas mãos de Israel (cf. Gn 15. 16). Quando Acã pecou, Israel também sofreu julgamento na forma de derrota (Js 7.1-26).
Gerações futuras de israelitas aprenderiam o preço da desobediência quando os assírios e babilônios os deportassem da terra da promessa. Em oposição a isso. Calebe e Josué servem como modelo daqueles a quem Deus premia pela fidelidade (14.1-15:19.49-51).
A conquista de Canaã.
PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS
Batalha contra Sion - Nm 26.25 Batalha contra Ogue - Nm 21.31 Morte de Moisés – Dt 34 Passagem pelo Jordão – Js 3 Batalha contra cinco reis – Js 10 Batalha contra a coligação do Norte – Js 11

VOCÊ SABIA ?
- Dos onze livros históricos que narram a história de Israel no AT, Josué é o único livro que não relata uma grande falha de Israel ou de sua liderança (o pecado no capítulo 7 foi resolvido rapidamente).
- O nome ―Josué‖ em Hebraico é o nome ―Jesus‖ em Grego, que quer dizer ―Javé é salvação.
- Josué é mencionado 35x fora do livro de Josué.
JUÍZES

Autor
O autor de Juízes é desconhecido. A tradição judaica indica Samuel como o autor do livro, mas isso não pode ser comprovado. Contudo, conforme alguns estudiosos, Samuel é o que melhor se adapta às evidencias do livro.
Data
O Livro de Juízes cobre o período entre a morte de Josué e a instituição da monarquia. A data real da composição do livro é desconhecida. Contudo, acredita-se que o livro tenha sido compilado durante o início da monarquia, devido ao uso repetitivo da seguinte expressão: “Naqueles dias não havia rei em Israel” (17.6; 18.1; 19.1; 21.25), indica que o livro foi escrito quando já havia uma autoridade central em Israel.
A época dos Juízes foi um dos períodos mais longos da história de Israel (Aprox. 400 anos).
Sete apostasias, sete opressões por sete nações, com sete livramentos, demonstram falha completa do povo e paciência completa do Senhor.
Juízes descreve os ciclos de falha em cada parte da terra: Sul, Norte, Centro Leste, Oeste.
Pano de fundo
Nessa época de decadência e de fraqueza dos impérios egípcio, hitita e assírio, houve um vazio no poder. Em Canaã, Israel era uma nação emergente muito pequena (na verdade, ainda se constituía uma união de tribos). Canaã, uma terra extremamente importante localizada na interseção de três impérios, era habitada por uma incrível mistura de povos de diferentes religiões. Era considerada a via de acesso para ligar as localidades do mundo antigo.
Ciclos de Falhas


Conteúdo
Juízes cobre um período caótico na história de Israel: cerca de 1.380 a 1.050 a.C. Sob a liderança de Josué, Israel conquistou e ocupou de forma geral a terra de Canaã, mas grandes áreas ainda permaneceram por ser conquistadas pelas tribos individualmente. Muitos bolsões de resistência cananita tinham sido deixados para que as tribos os destruíssem. Mas ao invés de destruí-los o povo de Israel misturou-se e contaminou-se com os idólatras e o resultado da desobediência foram opressões dos inimigos e seguidos cativeiros, que se intercalavam com períodos de arrependimento e clamor, quando, então, o Senhor lhes suscitava um juiz, um libertador militar e magistrado civil, para conduzi-los aos caminhos corretos.
Israel praticava continuamente o que era mau aos olhos do Senhor e “não havia rei em Israel, porém cada um fazia o que parecia reto aos seus olhos” (21.25). Ao servirem de forma deliberada a deuses estranhos, o povo de Israel quebrava a sua aliança com o Senhor. Em consequência, o Senhor os entregava nas mãos dos opressores. Cada vez que o povo clamava ao Senhor, este, com fidelidade, levantava um juiz a fim de prover libertação ao seu povo. Estes juízes, a quem o Senhor escolheu e ungiu com o seu Espírito, eram militares e civis.
O Livro de Juízes não olha apenas retroativamente para a conquista de Canaã, liderada por Josué, registrando as condições em Canaã durante o período dos juízes, mas também antecipa o estabelecimento da monarquia em Israel.
AS NAÇÕES VIZINHAS DE ISRAEL
Israel não viveu os eventos impressionantes do AT num vácuo. O cenário da história no antigo Oriente Próximo estava repleto de nações. Durante a maior parte da história de Israel e Judá, suas fronteiras estiveram ligadas com as fronteiras de seis diferentes nações.
FENÍCIA
Vivendo logo ao norte de Israel ao longo da costa do Mediterrâneo, os amorreus, semitas que habitavam o litoral, eram famosos mercantes e marinheiros que estabeleceram colô-nias no norte da África, na Espanha, na Ásia Menor e em várias ilhas do Mediterrâneo. Em geral, Israel man-teve relações pacíficas com o país, especialmente sob Davi e Acabe. Mas também travou guerras contra ele. As duas cidades-estados mais impor-tantes da Fenícia eram Sidom e Tiro. Sidom foi destruída em 677 a.C. pelo rei assírio Senaqueribe; em 571 a.C., Nabucodonosor, rei da Babilônia, apoderou-se de Tiro.
ARÃ/ SÍRIA
Localizado a nordeste de Israel, esse conjunto de cidades-estados semitas -principalmente Damasco, Zobá e Hamate- é mencionado com freqüência nas Escrituras como um inimigo agressivo de Israel e Judá. A Bíblia registra que Saul, Davi, Salomão, Baasa, Acabe, Jorão, Joás, Jeoacaz e Jeoás travaram batalhas contra Arã. A maior contribuição cultural dos arameus para o mundo foi o alfabeto em que se baseia a escrita "quadrada" hebraica.
AMOM
Situado a leste de Israel, essa nação semita tem suas raízes em Ló, sobrinho de Abraão. Rabá Amom (atual Amã, na Jordânia) servia-lhes de capital. Seu deus principal era Milcom. As relações de Israel com Amom eram tempestuosas, incluindo conflitos desde o período dos juízes até os últimos anos do reiho de Judá. Durante o reinado de Davi, Amom foi conquistada, embora tenha declarado independência logo após o reinado de Salomão. Durante o século VI a.C., foi dominada primeiro por invasores árabes e depois pelos persas.
MOABE
Localizado ao leste do mar Morto, Moabe, outra nação semita, remonta sua origem a Ló. O principal deus moabita era Quemos. Rute, bisavó de Davi, era moabita, mas ele e outros reis de Israel travaram muitas batalhas sangrentas contra Moabe. Uma importante descoberta arqueológica, a estela de Mesa (cerca de 850 a.C.), descreve a guerra do rei moabita Mesa para liberta-se de Israel, provavelmente durante o reinado de Jeorão. Como Judá, Moabe foi conquistada por Nabucodonosor em cerca de 587 a.C. e, mais tarde, dominada pelos persas.
EDOM
Nação semita a sudeste do mar Morto, Edom remonta sua origem a Esaú, irmão de Jacó. A prosperidade nessa nação montanhosa devia-se principalmente aos pedágios cobrados das caravanas e à mineração. Durante o êxodo, Edom negou a Israel permissão para atravessar seu território. Ainda que Moisés ordenasse que os israelitas não odiassem os edomitas, desde então passou a existir hostilidade entre os dois povos. Israel dominou Edom durante a maior parte do período bíblico.
FILÍSTIA
Únicos vizinhos não semitas de Israel, os filisteus vieram de Caftor (provavelmente Creta ou alguma outra terra do Egeu) para se estabelecer nas praias mediterrâneas a oeste de Judá. O principal deus deles era Dagom, divindade agrícola. Com suas armas metálicas e tecnologia superior, a relativa riqueza e sofisticação dos filisteus foram uma grande ameaça para a segurança nacional de Israel no início da monarquia. Eles mataram o primeiro rei de Israel (Saul) em batalha. Davi lhes impôs importantes derrotas, mas eles causaram grandes problemas para Israel por muitos anos.
Conclusão
O livro de Juízes apresenta Deus como o Senhor da história. Como tal, Deus empregou povos estrangeiros para testar a lealdade de Israel a Deus e para punir a idolatria. Testar e punir não eram, porém, os alvos maiores de Deus em relação a Israel. Quando o povo de Deus se arrependia e clamava a Deus por auxílio, Deus fazia o que estava em seu coração - levantava libertadores para salvar seu povo. A salvação é o alvo para o qual Deus dirigia e dirige a história.36 Como Senhor da história, Deus era livre para escolher qualquer pessoa para atuar como libertador. Do ponto de vista humano, as escolhas divinas são surpreendentes: um assassino (Eúde), uma mulher (Débora), um covarde proveniente de família insignificante (Gideão), o temerário filho de uma prostituía (Jefté) e um mulherengo (Sansão). Muitos desses libertadores escolhidos possuíam deficiências morais mudas. Ainda assim, Deus os usou para salvar seu povo. É verdade que os cristãos são chamados a fazer o mínimo para serem santos (Hb 12. 14). Mas Deus é soberano e livre para usar qualquer pessoa que escolha para cumprir seus propósitos salvadores.37 O pecado humano precisa de governos que imponham a moralidade. Nos dias dos juízes, quando não havia rei. “cada um fazia o que achava mais reto” (21.25). Os governos recebem de Deus a responsabilidade de punir o erro (cf. Rm 13.3-5). A história posterior de Israel revela, porem, que o simples fato de ter um rei não era a solução para o fracasso moral de Israel. Aliás, os reis de Israel e Judá levaram muitas vezes o povo de Deus a atos de desobediência ainda maiores. O mais necessário não era a aliança de Deus imposta de fora, mas escrita no coração de seu povo.
PARA MAIS ESTUDO
- Quais os efeitos da imoralidade na sociedade ?
- De que maneiras diferentes Deus reage ao pecado no meio do seu povo ?
- Que se pode aprender de Juízes a respeito do perdão e da longanimidade de Deus ?
- O que foi o voto de Jefté ?
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