top of page

I e II REIS



1 E 2 Reis na verdade formam uma só obra literária. Na tradição hebraica é chamada de ―Reis. A divisão dessa obra em dois livros foi feita pelos tradutores da septuaginta (a tradução grega do AT). Tem muito em comum com 1 e 2 Samuel pois juntos formavam um só livro na tradição hebraica (primeiro, segundo, terceiro e quarto livro dos reinos).


Autor


Como 1 e 2 Reis eram, originalmente, um livro, esta obra deve ter sido compilada algum tempo depois da tomada de Judá pelos babilônios em 586 a.C. O livro dá a impressão de ser obra de um só autor e de que este autor tenha testemunhado a queda de Jerusalém. Embora a autoria não possa ser determinada com segurança, a tese mais provável é a de que o profeta Jeremias seja o autor. A antiga tradição judaica do Talmude declara que Jeremias tenha escrito Reis. Esse famoso profeta pregou em Jerusalém antes e depois da sua queda, e 2 Rs 24-25 aparece em Jr 39-42; 52. Jeremias talvez tenha escrito todo o texto, menos o conteúdo do último apêndice (2 Rs 25.27-30), que foi provavelmente, acrescentado por um dos seus discípulos.


Data


Há muita discordância entre os estudiosos quanto à data de composição desses livros. Contudo a data de finalização é certa. A última referência histórica em Reis é 562 a.C., (2 Rs 25.27). Tudo indica que o término do livro tenha sido após essa data, mas antes do retorno dos exilados a Judá em 539 a.C., já que o livro não menciona esse fato.


Pano de Fundo


1 e 2 Reis traçam a história da monarquia de Israel durante quatro séculos tumultuados, desde o reinado de Salomão (971 a.C.), até a prisão de Joaquim na Babilônia (562 a.C.). Eles retratam o reinado de Salomão, incluindo a construção do templo, a era do reino dividido até a queda de Samaria e os últimos anos de Judá até o exílio babilônico.


Conteúdo


Salomão substitui seu pai, Davi, no trono e durante 40 anos reinou sobre Israel. A princípio tudo estava indo muito bem até que o poder, o luxo e as riquezas lhe subiram à cabeça, e daí surgiram muitos e difíceis problemas. Aumentou em muito a carga de impostos para fazer frente aos seus gastos e sufocou o povo. Para agradar suas mulheres estrangeiras construiu altares pagãos e se entregou à idolatria.


Ao morrer Salomão, seu filho Roboão assume o trono e por aumentar ainda mais os impostos, num clima de revolta, as doze tribos separam-se dividindo o reino em dois. O reino do norte, sob a liderança de Efraim, entrega seu trono a Jeroboão e o reino do sul, com Judá e Benjamim, mantém o trono com Roboão.


1 Reis relata, também, a história dos reis, tanto de Israel como de Judá. Destaca-se neste livro o contexto específico e o ministério do profeta Elias. 2 Reis retoma a história trágica do ―reino divido quando Acazias está no trono de Israel e Josafá governando sobre Judá, e descreve o declínio e o cativeiro tanto de Israel quanto de Judá. Israel suportou uma sucessão de maus reis durante 209 anos até o cativeiro assírio. A história de Judá, culminando com o cativeiro babilônico, é contada com poucos detalhes, dando um maior destaque ao reino de Israel e aos seus reis. O livro, também, registra o ministério de Eliseu, marcado por milagres.


2 Reis, assim como 1 Reis, é difícil seguir o fluxo da narrativa. O Autor ora está falando do Reino do Norte, Israel, ora do Reino do Sul, Judá, traçando simultaneamente suas histórias. Israel teve 19 governantes, todos ruins. Judá foi governado por 20 regentes, dos quais apenas oito foram bons. 2 Reis recorda a história do últimos 10 reis e dos últimos 16 governantes de Judá. Alguns desses 26 governantes são mencionados em apenas poucos versículos, enquanto que capítulos inteiros são dedicados a outros. A atenção maior é dirigida àqueles que ou serviram de modelo de integridade ou que ilustram por que essas nações finalmente entraram em colapso.

Desde a saída do Egito, Israel teve como local de culto o Tabernáculo. Salomão, com orientação anterior de Davi, construiu o Templo em Jerusalém (2 Cr 3). Foi feito de grandes pedras, com o interior coberto de tábuas de cedro revestidas de ouro. O corpo principal - que era o Santo Lugar e o Santo dos Santos - media 30 m x 10 m, com 10 m de altura. Esta nave era acrescentada nas laterais e nos fundos de três andares de salas para depósito, e na fachada foi construído um pórtico. À frente do pórtico, foram colocadas duas grandes colunas de bronze.


O Templo era rodeado de dois pátios. O mais interior era o Pátio (ou Átrio) dos Sacerdotes, onde estavam a Pia de Bronze (com 5 m de largura) e o grande Altar do Holocausto (de 10 m de largura), além de outras dez pias de limpeza menores. Neste local, era feita a oferta e os rituais do culto. O pátio externo recebia os ofertantes.


“Agora estarão abertos os meus olhos e atentos os meus ouvidos à oração que se fizer neste lugar. Pois agora escolhi e consagrei esta casa, pura que nela esteja o meu nome para sempre; e nela estarão fixos os meus olhos e o meu coração perpetuamente”. 2 Crônicas 7.15,16

VOCÊ SABIA ?

- Salomão foi uma pessoa de muito talento. Escreveu 3.000 provérbios e 1.005 cânticos. Era uma autoridade em ciência.


- As descrições do reino em Samuel, Reis e Crônicas ocupam cerca de um quinto (20%) do Antigo Testamento.


Conclusão


1 Reis, a exemplo de Deuteronômio, alerta contra o perigo de esquecer-se de Deus em tempos de prosperidade. Tendo conhecido a abundância material, muitos hoje excluem Deus da vida, como fizeram os antigos israelitas. Tendo abandonado a fé, muitos fazem concessões em seus valores diante dos valores da sociedade pagã. A crise da sociedade israelita é uma advertência quanto às consequências do pecado.


1 Reis revela o poder da palavra de Deus na construção da história. A coragem daqueles que, como Elias, mantiveram o coração ligado à palavra de Deus desafia os cristãos de hoje a sentir a presença deles. Depois que o profeta Micaías viu a sala do trono de Javé, não se impressionou com as ameaças de Acabe. Nós, que experimentamos a altura, a profundidade e a largura do amor de Deus em Cristo Jesus, devemos ser ousados em proferir a palavra divina de julgamento e de graça para o nosso mundo.


O livro de 2 Reis alerta repelidas vezes contra os perigos da transigência. Aqueles que fazem concessões em seu testemunho por questões egoístas arriscam-se a serem julgados por Deus. Geazi, em sua tentativa de obter vantagem econômica com o ministério de cura de Eliseu, serve aos cristãos como alerta contundente de que o evangelho não é “pretexto de avareza” (1 Ts 2.5, ARC).


Em 2 Reis, a dependência de outros deuses levou à morte tanto indivíduos como nações. Se nossa segurança repousa em nossa própria riqueza ou poderio militar, estamos confiando numa casa construída sobre a areia (cf. Mt 7.26).


A história de Israel e Judá é a história do fracasso de um povo no cumprimento do propósito de Deus para ele. Deus, porém, é fiel apesar do fracasso humano. Ainda que sejamos chamados à obediência, nossa esperança está na graça de Deus. Vemos essa graça com mais clareza em Jesus Cristo, “o qual, segundo a carne, veio da descendência de Davi” (Rm 1.3). Os fracassos dos reis de Israel e Judá lembram aos cristãos que eles devem depositar sua confiança só em Deus.


O fim trágico das nações de Israel e Judá demonstra as terríveis conseqüências do pecado. Entretanto, nenhuma catástrofe é tão grande, que Deus não possa agir por meio dela, dando esperança a seu povo.

Comentários


  • Instagram
  • YouTube
  • Blogger ícone social
  • w-facebook
  • Twitter Clean

  tomramos727@gmail.com                    CEL 81 983664823

  I.B.R.R - MINISTÉRIO RESGATE ESCOLA DE OBREIROS

bottom of page