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BIBLIOLOGIA - MATERIAIS USADOS PARA ESCREVER

Atualizado: 21 de mar. de 2020



Manuscritos


Vulgarmente os dicionários registram MANUSCRITO como "escrito à mão". Em sentido técnico, esse nome refere-se à volumosa bagagem de rolos ou fragmentos escritos à mão com textos das Escrituras Sagradas. Em um sentido mais particular, alude aos escritos do Antigo e Novo Testamentos, desde os tempos patriarcais até à invenção da imprensa, na metade do século XV. De conformidade com o Prof. Antonio Gilberto (1996, p.74,75), “desde os tempos mais remotos o homem tem usado vários materiais e técnicas sobre as quais tentava de alguma forma passar idéias, fatos de geração a geração”, alguns dos materiais usados foram :


a) Pedra.


Os caracteres eram gravados nas colunas dos templos, como os de Lúxor e Camaque, no Egito; ou em cilindros, como o código de Hamurabi; ou nas rochas, como em Persépolis; ou mesmo em lápides, como a pedra Roseta, decifrada por Champolion, nos dias de Napoleão.


b) Cerâmica.


Material usado desde tempos imemoriais na região da Mesopotâmia. Dois tipos de cerâmica têm sido encontrados pelos arqueólogos: seca ao sol e seca ao forno.


c) Linho.


Tem sido encontrado nas descobertas arqueológicas


d) Tábuas recobertas de cera (Is 8.1; Lc 1.63).


e) Papiro.


O papiro se destaca como o principal material antigo usado para escrever. Planta originária do Egito, muito comum nas margens lodosas do Nilo, e usada abundantemente na preparação de uma espécie de papel. Ele só cresce em terrenos alagadiços, por isso em Jó 8.11 há a seguinte pergunta: Pode o papiro crescer sem lodo? Normalmente se escrevia só de um lado do papiro e as folhas mais longas eram enroladas. Estes rolos recebiam o nome de volumes, palavra do latim – volvere que significa enrolar. Os egípcios guardavam cuidadosamente o segredo da preparação do papiro para a escrita. No século VI a.C. começaram a exportá-lo para a Grécia e depois para outros povos que habitavam nas margens do Mediterrâneo, onde se criou um importante comércio desta especialidade, mormente na cidade da Biblos. Quem hoje chega ao Cairo, capital do Egito, pode visitar às margens do rio Nilo um navio-escola, onde se prepara o papiro com finalidades culturais e turísticas, mas não comerciais. The Interpreter's Dictionary of the Bible, vol. 3, p. 649, diz o seguinte sobre o papiro: "O papel, palavra derivada de papiro, era preparado de finas faixas da parte interior da folha do papiro arranjadas verticalmente, com outra camada aplicada horizontalmente em cima. Um adesivo era empregado (Plínio diz que era água do Nilo!) e pressão aplicada para ligá-las formando uma folha. Após secar, era polida com instrumentos de concha ou pedra; depois as folhas eram atadas, formando rolos".


f) Pergaminho.


A preparação do pergaminho para receber a escrita tem uma interessante história. De acordo com a História Natural de Plínio, o Velho (Livro XIII, capítulo XXI), foi o rei Eumene de Pérgamo, uma cidade da Ásia Menor, quem promoveu a preparação e o uso do pergaminho. Este rei planejou fundar uma biblioteca em sua cidade, que se rivalizasse com a famosa biblioteca de Alexandria. Esta ambição não agradou a Ptolomeu do Egito, que imediatamente proibiu a exportação de papiro para Pérgamo. Esta proibição forçou Eumene a preparar peles de carneiro ou ovelha para receber a escrita, dando-lhe o nome do lugar de origem – pergaminho. O pergaminho era muito superior ao papiro, por causa da maior durabilidade. Os principais manuscritos bíblicos estão escritos em Pergaminhos. Paulo na sua segunda Epístola a Timóteo (4.13) roga ao jovem ministro para que lhe trouxesse os pergaminhos. Em grego a palavra não é pergaminho, mas membrana. O pergaminho continuou a ser usado até o fim da Idade Média quando o papel inventado pelos chineses e introduzido na Europa pelos comerciantes árabes tornou-se popular, suplantando todos os outros materiais da escrita. Os judeus eram bastante cuidadosos com a preparação de manuscritos destinados a receber os escritos sagrados, exigindo que a pele fosse de animal limpo e preparada por um judeu.


g) Palimpsesto.


Em virtude de crises econômicas o pergaminho tornava-se muito caro, era então raspado, lavado e usado novamente. Estes manuscritos eram chamados palimpsestos (do grego palin = de novo e psesto = raspado). Um famoso manuscrito – o Códice Efraimita está escrito em um palimpsesto. Por meio de reagentes químicos e raios ultravioletas eruditos têm conseguido fazer reaparecer a escrita primitiva desses palimpsestos. Dos 250 manuscritos unciais conhecidos hoje, do Novo Testamento, 52 são palimpsestos.


Caracteres Dos Manuscritos


Na antiguidade havia dois tipos distintos de escrita em grego: o cursivo e o uncial. O cursivo, escrita rápida, empregado em escritos não literários, tais como: cartas, pedidos, recibos. Neste tipo de escrita eram comuns as contrações e abreviações. O uncial, usado mais em obras literárias, caracterizava-se por serem as letras maiores e separadas umas das outras. Assemelhar-se-iam às nossas letras maiúsculas. Os manuscritos bíblicos apresentam estes dois tipos de escrita, porém, não nos devemos esquecer que os principais se encontram em letras unciais.


No início do século IX a.D., houve uma reforma na maneira de escrever e uma escrita com letras pequenas, chamadas minúsculas, era usada na produção de livros. Letras minúsculas, economizando tempo e material, faziam com que os livros ficassem mais baratos e pudessem ser adquiridos por maior número de pessoas. Nos manuscritos bíblicos primitivos, normalmente, nenhum espaço era deixado entre as palavras e até o século VIII a pontuação era pouca usada. De acordo com J. Angus em História, Doutrina e Interpretação da Bíblia, Vol, I, p. 39, somente no século VIII é que foram introduzidos nos manuscritos alguns sinais de pontuação e no século IX introduziram o ponto de interrogação e a vírgula. Sentidos distintos têm surgido, quando uma simples vírgula é mudada de lugar, como se evidencia da leitura da conhecida passagem: "Em verdade te digo hoje, comigo estarás no paraíso". Muitas outras passagens bíblicas podem ser lidas com sentido totalmente diferente ao ser mudada a sua pontuação como nos confirmam os seguintes exemplos: "Ressuscitou, não está aqui." "Ressuscitou? não, está aqui." "A voz daquele que clama no deserto: preparai o caminho do Senhor"; "A voz daquele que clama: no deserto preparai o caminho do Senhor."


Manuscritos Gregos


a) Papiros.


O texto do Novo Testamento continuou sendo escrito sobre papiro até ao século VII. Mas sabemos que a partir do século IV já se usava o pergaminho. Há nada menos de 76 papiros que contêm porções do Novo Testamento.


b) Unciais e Cursivos.


Existia uma variedade de escritos unciais e cursivos. Há 252 cópias unciais, atribuídas de 4 a 9 e mais ou menos 2646 cópias em cursivos, de 9 a 11 d.C.


c) Lecionários.


Igualmente escritos em pergaminho. Há 1997 cópias. Eram leituras escolhidas do texto do Novo Testamento, para serem lidas nas reuniões públicas nas igrejas. Portanto, há nada menos de cinco mil manuscritos gregos. De todas as obras literárias antigas, nenhuma é tão bem documentada como o Novo Testamento.


d) Ostracas.


Eram pedaços de jarros quebrados, grafados com pequenas porções do Novo Testamento ou de outras obras literárias. Do Novo Testamento há apenas vinte e cinco, com os seguintes textos: Mt 27.31,32; Mc 5.40,41; Lc 12.13-16; Jo 1.1-9,14-17; 18.19-25 e 19.15-17.


e) Amuletos.


Também chamados "talismãs da sorte." Eram pedaços de lança, madeira, barro, pergaminho e papiro, com inscrições, algumas com breves porções do Novo Testamento, inclusive a oração do Pai Nosso. Pertencem aos séculos IV à XIII.


Manuscritos Importantes Do Antigo Testamento


Muitos dos manuscritos medievais do Antigo Testamento exibem uma forma positivamente padronizada do texto hebraico. Essa padronização reflete o trabalho de copistas medievais conhecidos pelo nome de massoretas (500-900 d.C.). O texto resultante desse trabalho é denominado texto massorético. A maioria dos manuscritos importantes, datados do século XI d.C. ou posteriores reflete essa mesma tradição textual básica. Mas, visto que o texto massorético não se firmou até bem depois de 500 d.C., muitas questões relacionadas ao seu desenvolvimento nos séculos precedentes não podiam ser respondidas. Então, a primeira tarefa para os críticos textuais do Antigo Testamento foi comparar as testemunhas antigas, a fim de descobrir como o texto massorético surgiu e como ele e os testemunhos antigos da Bíblia hebraica estão relacionados, o que nos leva à primeira tarefa da crítica textual: a compilação de todos os registros possíveis dos escritos bíblicos.


Todas as fontes primárias das Escrituras hebraicas são manuscritos (grafados à mão), geralmente escritos em peles de animais, em papiros ou, às vezes, em metais. O fato de serem escritos à mão é fonte de muitas dificuldades para o crítico textual. O erro humano e a interferência editorial são freqüentemente culpados pelas muitas leituras variantes nos manuscritos do Antigo e do Novo Testamento. Pela razão de os antigos manuscritos estarem escritos em peles ou em papiros, gera-se outra fonte de dificuldades. Devido à deterioração natural, a maioria dos antigos manuscritos subsistentes está fragmentária, difícil de ler [...] Há muitas testemunhas secundárias para o texto primitivo do Antigo Testamento, incluindo traduções para outras línguas, citações usadas tanto por amigos quanto por inimigos da religião cristã e evidências dos primeiros textos impressos. Grande parte das testemunhas secundárias passou por processos similares às testemunhas primárias. Elas também contêm numerosas variantes por causa de erros, não só intencionais como também acidentais, e estão fragmentárias como resultado da degeneração natural. Considerando que as leituras variantes realmente existem nos antigos manuscritos que subsistiram, estes devem ser compilados e comparados. O trabalho de comparar e alistar as leituras variantes é conhecido por colação (COMFORT, 1998, p. 215).


O Texto Massorético


A história do texto massorético é um relato por si mesmo significativo. Esse texto da Bíblia hebraica é o mais completo que existe. Forma a base para nossas modernas Bíblias hebraicas e é o protótipo pelo qual todas as comparações são feitas no estudo textual do Antigo Testamento. É chamado massorético porque, em sua presente forma, foi baseado na Massora, a tradição textual dos eruditos judeus conhecidos como os massoretas de Tiberíades (local dessa comunidade, no mar da Galiléia). Os massoretas, cuja escola de erudição prosperou entre 500 e 1000 d.C. padronizaram o tradicional texto consonantal, adicionando pontos vocálicos e notas marginais (o antigo alfabeto hebraico não tinha vogais).


O manuscrito massorético de data mais antiga é o Códice Cairense (895 d.C. atribu-ído a Moisés ben Aser. Esse manuscrito compreende os livros tanto dos primeiros profetas (Josué, Juízes, Samuel e Reis) quanto dos últimos (Isaías, Jeremias, Ezequiel e os 12 Profetas Menores). O resto do Antigo Testamento está faltando no manuscrito [...] Outro importante manuscrito subsistente atribuído à família Ben Aser é o Códice Alepo. De acordo com nota conclusiva encontrada no manuscrito, Aron ben Moisés ben Aser foi responsável por escrever as notas massoréticas e colocar os pontos vocálicos no texto. Esse manuscrito continha todo o Antigo Testamento e data da primeira metade do século X d.C. De acordo com notícias divulgadas, foi destruído em um tumulto antijudaico em 1947, porém mais tarde tal informe comprovou-se ser apenas parcialmente verdadeiro. Uma grande parte do manuscrito subsistiu e será usada como base para uma nova edição crítica da Bíblia hebraica a ser publicada pela Universidade Hebraica de Jerusalém [...] O manuscrito conhecido como Códice Leningradense, atualmente guardado na Biblioteca Pública de Leningrado, é de especial importância como testemunha ao texto de Ben Aser. Segundo nota contida no manuscrito, esse códice foi copiado, em 1008 d.C., de textos escritos por Aron ben Moisés ben Aser. Visto que o mais antigo texto hebraico completo do Antigo Testamento (o Códice Alepo), não estava disponível aos eruditos no início do século XX, o Códice Leningradense foi usado como base textual para os populares textos hebraicos de hoje: a Bíblia Hebraica, editada por R. Kittel, e sua revisão, a Bíblia Hebraica Stuttgartensia, editada por K. Elliger e W. Rudolf [...] Há um número muito grande de códices de manuscritos menos importantes, que refletem a tradição massorética: o Códice de Petersburgo dos Profetas e os Códices de Erfurt. Também há vários manuscritos que não existem mais, embora tenham sido usados pelos eruditos no período massorético. Um dos mais distintos é o Códice Hillel, tradicionalmente atribuído ao rabino Hillel ben Moisés ben Hillel, de aproximadamente 600 d.C. Esse códice era dito como muito exato e foi usado para a revisão de outros manuscritos. Leituras desse códice são repetidamente citadas pelos antigos massoretas medievais. O Códice Muga, o Códice Jericó e o Códice Jerusalmi, também não mais subsistentes, foram igualmente citados pelos massoretas. [...] A despeito da perfeição dos manuscritos massoréticos da Bíblia hebraica, um importante problema ainda permanece para os críticos do Antigo Testamento. Os manuscritos massoréticos, antigos como são, foram escritos entre um e dois mil anos depois dos autógrafos originais. (COMFORT, 1998, p. 215-219).


Manuscritos Do Mar Morto


Num dia de verão, em 1947, o pastor beduíno árabe, Muhammad ad Dib, da tribo dos Taa'mireh, que se acampa entre Belém e o Mar Morto, saiu a procura de uma cabra desgarrada nas ravinas rochosas da costa noroeste do referido mar, e encontrou um inestimável tesouro bíblico. Estava o pastor junto à encosta rochosa do uádi Qümramo Ao atirar uma pedra numa das cavernas ouviu um barulho de cacos se quebrando. Entrou na caverna e encontrou uma preciosa coleção de MSS bíblicos: 12 rolos de pergaminho e fragmentos de outros. Um dos rolos era um MS de Isaías do ano 100 a.C., isto é, mil anos mais antigo que os exemplares até então conhecidos. Os rolos estão escritos em papiro e pergaminho e envolvidos em panos de linho. Outras cavernas foram vasculhadas e novos MSS foram encontrados.


Novas luzes estão surgindo na interpretação de passagens difíceis do Antigo Testamento. Exemplos: em Êxodo 1.5, o total de pessoas é 75, concordando assim com Atos 7.14. (O hebraico não tem algarismos para os números e sim letras; daí, para um erro não custa muito) Em Isaías 49.12, o novo MS de Isaías diz "Siene" e não "Sinin". Ora, Siene era uma importante cidade fronteiriça do Egito, às margens do Nilo, junto à Etiópia. É hoje a moderna Assuam, com sua extraordinária represa.


Ezequiel 29.10 e 30.6 referem-se a essa cidade; a versão ARC grafa "Sevené". Muitos eruditos pensavam até agora que o termo "Sinin" de Isaías 49.12 fosse uma alusão à China. É muito confortante saber que os textos desses MSS encontrados concordam com os das nossas Bíblias. Pesquisas revelam que os MSS do mar Morto foram escondidos pelos essênios - seita ascética judaica - durante a segunda revolução dos judeus contra os romanos em 132-135 d.C. Os responsáveis por um grande mosteiro agora descoberto, ao verem aproximar-se as tropas romanas, esconderam ali sua biblioteca! Nas 267 cavernas examinadas, foram encontrados fragmentos de 332 obras, ao todo. Encontraram, inclusive, cartas do líder dessa revolta: Bar Kochba, em perfeito estado, estando sua assinatura bem nítida. Nos MSS encontrados há trechos de todos os livros do Antigo Testamento, exceto Ester.


Escritos Em Blocos De Pedra


Dos escritos em blocos de pedra há documentos que se tornaram famosos pela antiguidade e conteúdo. Dentre estes se destacam: o Código de Hamurábi e a Pedra de Roseta.


Código De Hamurabi


Foi esta uma das mais importantes descobertas arqueológicas que já se fizeram. Hamurabi, rei da cidade de Babilônia, cuja data parece ser 1792-1750 a.C., é comumente identificado pelos assiriólogos com o "Anrafel" de Gn 14, um dos reis que Abraão perseguiu para libertar Ló. Foi um dos maiores e mais célebres dos primitivos reis babilônios. Fez seus escribas coligir e codificar as leis do seu reino; e fez que estas se gravassem em pedras para serem erigidas nas principais cidades. Uma dessas pedras originalmente colocada na Babilônia foi achada em 1902, nas ruínas de Susa (levada para lá por um rei elamita, que saqueara a cidade de Babilônia no século 12 a.C.) por uma expedição francesa dirigida por M. J. de Morgan. Acha-se hoje no Museu do Louvre, em Paris. Trata-se de um bloco lindamente polido de duro e negro diorito, de 2 m 60 cm de altura, 60 cm de largura, meio metro de espessura, um tanto oval na forma, belamente talhada nas quatro faces, com gravações cuneiformes da língua semito-babilônica (a mesma que Abraão falava). Consta de umas 4.000 linhas, equivalendo, quanto à matéria, ao volume médio de um livro da Bíblia; é a placa cuneiforme mais extensa que já se descobriu. Representa Hamurabi recebendo as leis das mãos do rei-sol Chamás: leis sobre o culto dos deuses dos templos, a administração da justiça, impostos, salários, juros, empréstimos de dinheiro, disputas sobre propriedades, casamento, sociedade comercial, trabalho em obras públicas, isenção de impostos, construção de canais, a manutenção dos mesmos, regulamento de passageiros e serviço de transporte pelos canais e em caravanas, comércio internacional e muitos outros assuntos.


A Pedra De Roseta


É a chave da língua egípcia antiga. A língua da antigo Egito era hieroglífica, escrita de figuras, um símbolo para cada palavra. Pelo ano 700 a.C. uma forma mais simples de escrita entrou em uso, chamada 'demótica', mais aproximada do sistema alfabético, e que continuou como língua do povo até aos tempos dos romanos. No 5º século d.C. ambas caíram em desuso e foram esquecidas. De sorte que tais inscrições se tornaram ininteligíveis, até que se achou a chave de sua tradução. Essa chave foi a Pedra de Roseta. Achou-a M. Boussard, um dos sábios franceses que acompanharam Napoleão ao Egito (1799), numa cidade sobre a foz mais ocidental do Nilo, chamada Roseta. Encontra-se hoje no Museu Britânico. É de granito negro, cerca de 1,30 m de altura, 80 cm de largura, 30 cm de espessura, com três inscrições, uma acima da outra, em grego, egípcio demótico, e egípcio hieroglífico, o grego era conhecido. Tratava-se de um decreto de Ptolomeu V, Epífanes, feito em 196 a.C. nas três línguas usadas então em todo o país, para ser colocado em várias cidades. Um sábio francês, de nome Champollion, depois de quatro anos (1818-22) de trabalho detalhado e paciente, comparando os valores conhecidos das letras gregas com os caracteres egípcios desconhecidos, conseguiu descobrir os mistérios da língua egípcia antiga.


Formato Dos Livros


O livro, através da sua longa existência, apresentou duas formas bem distintas: o rolo e o códice.


(a) Rolo.


Entre o povo judeu, bem como no mundo grego-latino, os livros eram normalmente publicados em forma de um rolo feito de papiro ou pergaminho. Formava-se o rolo colocando várias folhas de papiro ou couro uma ao lado da outra. O tamanho médio de um rolo entre os gregos era de 11 metros. Alguns rolos chegaram a ter o comprimento de 30 metros. O maior rolo de papiro, conhecido, é uma crônica do rei egípcio Ramsés II, com a extensão de 40 metros, conhecido como o Papiro Harris. O comprimento médio de um rolo bíblico estava entre 9 e 11 metros. Livros longos como Reis, Crônicas e Isaías eram divididos em dois rolos. Os dois maiores livros do Novo Testamento, Lucas e Atos, cada um preencheria um rolo de mais ou menos 10 metros de comprimento. O manuseio de um rolo era mais difícil do que o de um livro atual, porque o leitor necessitava empregar as duas mãos, uma para desenrolá-lo e a outra para enrolá-lo. Além disso, as comunidades cristãs primitivas, em breve descobriram que era difícil encontrar específicos tópicos das escrituras num rolo. Diante dessas dificuldades, a habilidade humana idealizou o livro nos moldes em que o temos hoje. Estes livros em seus primórdios eram chamados códices.


(b) Códices.


A palavra códice vem do latim "codex", que designava primitivamente um bloco de madeira cortado em várias folhas ou tabletes para escrever. O códice era formado de várias folhas de papiro ou pergaminho sobrepostas e costuradas. Estes códices começaram a substituir os primitivos rolos no segundo século a.D. A afirmativa de que as comunidades cristãs começaram a usar os códices nas igrejas, para diferençar dos rolos, usados nas sinagogas, pode ser verdadeira, levando-se em conta o seguinte. Dos 476 manuscritos não cristãos descobertos no Egito, copiados no segundo século a.D., 97% estão na forma de rolo. Em contrapartida, dos 111 manuscritos bíblicos cristãos dos primeiros 4 séculos da Era Cristã, 99 estão na forma de códice.


As vantagens dos códices sobre os rolos, no caso dos manuscritos bíblicos, são evidentes pelas seguintes razões: Permitia que os quatro Evangelhos, ou todas as Epístolas paulinas se achassem num livro; era bem mais fácil o manuseio do livro; adaptava-se melhor para receber a escrita de ambos os lados, baixando assim o custo do livro; a procura de determinadas passagens era mais rápida.

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