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BIBLIOLOGIA - A AUTORIDADE DA BÍBLIA; DISPENSAÇÕES, ALIANÇAS E COMPOSIÇÃO

Atualizado: 21 de mar. de 2020



A Autoridade Da Bíblia


Podemos dizer que no passado Deus se revelou aos homens; inspirou os homens para que tenhamos hoje um testemunho digno de fé de sua revelação. No passado, Deus dirigiu o processo pelo qual sua revelação chegou até nós sob a forma de uma bíblia. É evidente que de tudo isto surge claramente a autoridade da Bíblia como Palavra de Deus nos assuntos de fé e prática. Ou, como diz o pacto de Lausanne : "Afirmamos a inspiração divina, a veracidade e a autoridade de ambos os Testamentos, o Antigo e o Novo, em sua integridade, como a única Palavra de Deus escrita, e a única e infalível regra de fé e prática".


A obra de Hammond trata este assunto recordando que há três fontes possíveis da autoridade em assuntos de religião: a razão, a igreja e a Bíblia. Estas três fontes têm de ser necessariamente incompatíveis, mas, como exceção, às vezes se combinam. Da razão, "em alguns casos a manipulação racionalista de certos aspectos da fé tem gravemente desviado os homens" (HAMMOND, 1978, p. 51) da igreja, afirma que "tem um lugar de autoridade, mas só em subordinação à Palavra de Deus" (HAMMOND, 1978, p. 52) da Bíblia, conclui que "não há palavras suficientes para destacar a importância de acatar, bem longe de toda dúvida, a autoridade insubstituível das Escrituras Sagradas em tudo o que se refere à religião, quer se trate da doutrina, quer da prática" (HAMMOND, 1978, p. 53). Nossa última palavra sobre este assunto é uma citação de Donald G. Bloesch. Esse autor afirmou que a Faculdade e Seminário Teológico Nacional Ensino à Distância autoridade final não é da Escritura em si, mas do Deus vivo que, por meio de Jesus Cristo, é quem nos fala; e afirma :


Devemos, sem dúvida, continuar dizendo que a autoridade absoluta de fé, o próprio Cristo vivo, identificou-se de tal maneira com o testemunho histórico concernente à sua auto-revelação, mais precisamente as Escrituras Sagradas, que estas participam, necessariamente, da autoridade de seu Senhor. A Bíblia deve ser distinguida de seu fundamento e de sua meta, mas não pode separar-se deles. E por isso que Forsyth afirmou : “A Bíblia não é meramente um registro da revelação; é parte da revelação. Não é uma pedreira de dados para o historiador; é uma fonte de vida para a alma”. (BLOESCH, 1978, p. 63).


A Interpretação Da Bíblia


Tem-se dito que a Bíblia necessita, pela dificuldade de entender o seu conteúdo, de uma interpretação infalível que evite que o estudioso não especializado incorra em erro em sua interpretação. A posição que, desde o tempo da Reforma, os evangélicos têm sustentado é a de que o cristão é um juiz idôneo para julgar o conteúdo da revelação bíblica. Disse Hammond : "Sustentamos que as Escrituras são capazes de oferecer seu significado correto em todas as idades e circunstâncias em que se encontre o homem, sempre que este esteja disposto a ser ensinado pelo Espírito Santo e a obedecer-Ihe" (BLOESCH, 1978, p. 46). Não podemos colocar uma instância superior à clara mensagem da Bíblia, seja esta um teólogo, uma igreja ou uma denominação. Isto não significa que não façamos uso de todas as informações possíveis à nossa disposição para não nos enganarmos ao interpretar a Palavra de Deus. Um princípio de saudável hermenêutica, sem entrar nas complicadas considerações que a teologia atual tem a respeito deste tema, é que um texto se esclarece por seu contexto, seja ele imediato ou mediato. E o contexto mediato, ou distante, de um texto, é, em última análise, a própria Bíblia, o conteúdo total da revelação. Em outras palavras, a Bíblia contém em si a informação necessária para interpretar de forma correta qualquer passagem que ofereça dificuldade. E conquanto usemos a ajuda humana para entender o conteúdo da Bíblia, não nos esqueçamos de que, em última instância, é a Bíblia que julga tal ajuda.


DISPENSAÇÕES, ALIANÇAS E COMPOSIÇÃO


Dispensações E Alianças

O que é uma Dispensação ? Como medida de tempo, uma dispensação é um período que se identifica pelo seu relacionamento a algum propósito particular de Deus, um propósito a ser realizado dentro desse período. As primeiras dispensações, tão remotas do presente, não estão muito claramente definidas como as últimas dispensações. Por causa disto, os expositores da Bíblia nem sempre concordam quanto aos aspectos preciosos dos períodos mais remotos. Portanto, uma Dispensação é um período de tempo no qual o homem é testado na sua obediência a alguma revelação específica da vontade de Deus. O propósito de cada dispensação, portanto, é colocar o homem sob uma específica regra de conduta, mas tal mordomia não é uma condição de salvação. Em cada uma das dispensações passadas, o homem não regenerado fracassou, e ele tem fracassado nesta presente dispensação e fracassará no futuro. Mas a salvação tem sido e continuará sendo dispensada pela graça de Deus mediante a fé. Algumas das divisões dispensacionais – sete - óbvias são as seguintes :


a) Inocência (Gn 1.28). b) Consciência ou Responsabilidade Moral (Gn 3.7).

c) Governo Humano (Gn 815). d) Promessa (Gn 12.1).

e) Lei (Êx 19.1). f) Igreja (Atos 2.1).

g) Reino (Ap 20.4).


Uma aliança é um pronunciamento soberano de Deus através do qual Ele estabelece um relacionamento de responsabilidade :


a) Entre Ele mesmo e um indivíduo (por exemplo, com Adão na Aliança Edênica, Gn 2.16 e segs.).


b) Entre Ele mesmo e a humanidade em geral (por exemplo, na promessa da Aliança Noética de nunca mais destruir toda a carne com um dilúvio, Gn. 9.9 e segs.).


c) Entre Ele mesmo e uma nação (por exemplo, com Israel na Aliança Mosaica, Êx 19.3 e segs.).


d) Entre Ele mesmo e uma família humana específica (por exemplo, com a casa de Davi na promessa de uma linhagem real perpetuada na Aliança Davídica, 2Sm 7.16 e segs.).


São oito as principais alianças de significado especial que explicam o resultado dos propósitos de Deus para com o homem. São :


a) Edênica (Gn 2.16). b) Adâmica (Gn 3.15) c) Noética (Gn 9.16)

d) Abraâmica (Gn 12.2) e) Mosaica (Êx 19.5) f) Palestiniana (Dt 30.3)

g) Davídica (2Sm 7.16) h) Nova Aliança (Hb 8.8)


A Primeira Dispensação: Inocência, Gn 1.28


O homem foi criado em inocência, colocado em um ambiente perfeito, sujeito a uma prova simples, e advertido das conseqüências da desobediência. Ele não foi compelido a pecar, mas, tentado por Satanás, preferiu desobedecer a Deus. A mulher foi enganada; o homem transgrediu deliberadamente (1Tm 2.14). A mordomia da Inocência terminou na sentença da expulsão do Éden (Gn 3.24).


A Primeira Aliança: Edênica


Exigia as seguintes responsabilidades da parte de Adão :


a) Propagar a raça.

b) Sujeitar a terra ao homem.

c) Dominar a criação animal.

d) Cuidar do jardim e comer os seus frutos e ervas.

e) Abster-se de comer de um único fruto, da árvore do conhecimento do bem e do mal, com a penalidade da morte para a desobediência.


A Segunda Dispensação: Consciência (Responsabilidade Moral), Gn 3.7


O homem pecou (Gn 3.6-7), a primeira promessa de redenção estava para ser feita (Gn 3.15), e nossos primeiros pais seriam expulsos do Éden (Gn 3.22-24). O pecado do homem foi uma rebeldia contra uma ordem específica de Deus (Gn 2.16-17) e marcou uma transição do conhecimento teórico do bem e do mal para o conhecimento experimental (Gn 3.5-7,22). O homem pecou entrando no reino da experiência moral pela porta errada, quando poderia tê-lo feito fazendo o que era certo. Assim o homem tornou-se igual a Deus, através de uma experiência pessoal da diferença entre o bem e o mal, mas também diferente de Deus, passando por esta experiência, no escolher o mal e não o bem. Assim ele foi colocado por Deus sob a mordomia da responsabilidade moral, ficando responsável de praticar todo o bem conhecido, abster-se de todo o mal conhecido e aproximar-se de Deus por meio do sacrifício sangrento aqui instituído, em perspectiva à obra consumada de Cristo. O resultado é apresentado na Aliança Adâmica (Gn 3.14-21). O homem falhou no teste que lhe foi apresentado nesta dispensação (Gn 6.5), como nas outras. Embora, como teste específico, este período de tempo tenha terminado com o dilúvio, o homem continuou em sua responsabilidade moral conforme Deus acrescentou mais revelação referente a Si mesmo e à Sua vontade nos períodos subseqüentes.


Segunda Aliança: Adâmica, Gn 3.15


Condiciona a vida do homem caído - condiciona o que tem de permanecer até que, na dispensação do reino, "a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus" (Rm 8.21). Os elementos da aliança são :


a) A serpente, instrumento de Satanás, é amaldiçoada (Gn 3.14; Rm 16.20; 2 Co 11.3,14; Ap 12.9) e transforma-se na advertência viva de Deus na natureza dos efeitos do pecado - da mais linda e mais sutil das criaturas, em um réptil repugnante.


b) A primeira promessa de um Redentor (v. 15). Aqui começa "o caminho da Semente": Abel, Sete, Noé (Gn 6.8-10), Sem (Gn 9.26-27), Abraão (Gn 12.1- 4), Isaque (Gn 17.19-21), Jacó (Gn 28.10-14), Judá (Gn 49.10), Davi (2Sm 7.5-17), Cristo - Emanuel (Is 7.10-14; Mt 1.1,20-23; Jo 12.31-33; 1 Jo 3.8).


c) A condição da mulher mudou (v. 16) em três aspectos: a) concepção multiplicada; b) sofrimento (dores) na maternidade; c) o senhorio do homem (Gn 1.26-27). A desordem do pecado faz necessário que haja um senhorio; ele é concedido ao homem (Ef 5.22-25; 1Co 11.7-9; 1Tm 2.11-14).


d) O trabalho leve do Éden (Gn 2.15) mudou para trabalho cansativo (3.18-19), por causa da maldição lançada sobre a terra (3.17).


e) O inevitável sofrimento da vida (v.17).


f) A brevidade da vida e a certeza trágica da morte física de Adão e de todos os seus descendentes (v. 19; Rm 5.12-21).


A Terceira Dispensação: Governo Humano, Gn 8.15


Esta dispensação começou quando Noé e sua família saíram da arca. Quando Noé entrou numa nova situação, Deus (na Aliança Noética) sujeitou a humanidade a um novo teste. Antes disso, nenhum homem tinha o direito de tirar a vida de outro homem (Gn 4.10-11,14-15,23-24). A mais alta função do governo é proteger a vida humana, da qual deriva a responsabilidade da pena capital. O homem não deve vingar o homicídio individualmente, mas, na qualidade de grupo corporativo, ele deve salvaguardar a santidade da vida humana como um dom de Deus, que não pode ser exterminado, exceto quando Deus o permite. "Os poderes constituídos foram ordenados por Deus", e resistir-lhes é resistir a Deus. Enquanto, na dispensação precedente, as restrições feitas ao homem eram internas (Gn 6.3), o Espírito de Deus operando através da responsabilidade moral, agora uma nova restrição externa foi acrescentada, isto é, o poder do governo civil.


O homem fracassou em governar com justiça. Este fracasso foi visto de um modo geral, na confusão de Babel (Gn 11.9). Como uma prova específica da obediência, a dispensação do Governo Humano foi seguida, pela da Promessa, quando Deus chamou Abrão como Seu instrumento de bênção para a humanidade. Contudo, a responsabilidade do homem pelo governo não acabou, mas continuará até que Cristo estabeleça o Seu reino.


A Terceira Aliança: Noética, Gn 9.16


Reafirma as condições de vida do homem caído conforme anunciadas pela Aliança Adâmica, e institui o princípio do governo humano para reprimir a expansão do pecado, uma vez que a ameaça do juízo divino na forma de outro dilúvio foi removida. Os elementos da aliança são :


a) O homem torna-se responsável pela proteção da santidade da vida humana, através de um governo ordeiro sobre o homem individual, até à pena capital (Gn 9.5-6; Rm 13.1-7).


b) Nenhuma maldição adicional é enunciada sobre a terra, nem o homem deve temer outro dilúvio universal (Gn 8.21; 9.11-16).


c) A ordem da natureza é confirmada (Gn 8.22; 9.2).


d) A carne dos animais é acrescentada à dieta do homem (Gn 9.3-4). Presumese que o homem fosse vegetariano antes do dilúvio.


e) Uma declaração profética é enunciada sobre os descendentes de Canaã, um dos filhos de Cão, de que seriam servos dos seus irmãos (Gn 9.25-26).


f) Faz-se uma declaração profética de que Sem terá um relacionamento peculiar com o SENHOR (Gn 9.26-27). Toda a revelação divina é através dos homens semitas, e Cristo, segundo a carne, descende de Sem.


g) Uma declaração profética é enunciada de que de Jafé virão os grandes povos (Gn. 9: 27).


A Quarta Dispensação: A Promessa, Gn 12.1


Esta dispensação estendeu-se da chamada de Abrão até a concessão da lei no Sinai (Êx 9.3ss) Sua mordomia baseava-se sobre a aliança de Deus com Abrão, citada pela primeira vez aqui, Gn 12.1-3, e confirmada e ampliada em Gn 13.14-17; 15.1-7; 17.1-8,15-19; 22.16-18; 26.2-5,24; 28.13-15; 31.13; 35.9-12.


A Quarta Aliança: Abraâmica, Gn 12.2


Conforme constituída (Gn 12.1-4) e confirmada (Gn 13.14-17; 15.1-7, 18-21; 17.1-8) têm três aspectos :


a) A promessa de uma grande nação: "De ti farei uma grande nação", Gn 12.2.


b) Várias promessas pessoais foram dadas a Abraão: Gn 17.16; 13.14-15,17; 15.8; 24.34-35; 15.6; Jo 8.56.


c) Promessas aos gentios, Gn 12.3.


A Aliança Abraâmica revela o propósito soberano de Deus em cumprir, através de Abraão, o Seu programa para Israel, providenciando em Cristo o Salvador para todos aqueles que crêem. O cumprimento final repousa sobre a promessa divina e o poder de Deus mais do que sobre a fidelidade humana.

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