BIBLIOLOGIA - EVANGELHOS E ATOS - ESTRUTURA E ENSAIO
- MINISTÉRIO RESGATE
- 22 de mar. de 2020
- 7 min de leitura
Atualizado: 12 de mai. de 2020
Introdução Ao Novo Testamento
O Novo Testamento têm 27 livros. Foi escrito em grego, não no grego clássico dos eruditos, mas no do povo comum, chamado Koiné. Seus 27 livros também estão classificados em 4 grupos, conforme o assunto a que pertencem :
BIOGRAFIA. São os 4 Evangelhos;
HISTORIA. É o livro de Atos dos Apóstolos.
EPÍSTOLAS. São 21 as epístolas ou cartas. Vão de Romanos a Judas. 9 são dirigidas a igrejas (Romanos a 2 Tessalonicenses); 4 são dirigidas a indivíduos (1 Timóteo a Filemom); 1 é dirigida aos hebreus cristãos; 7 são dirigidas a todos os cristãos, indistintamente (Tiago a Judas);
PROFECIA. É o livro de Apocalipse ou Revelação. Trata da volta pessoal do Senhor Jesus a Terra e das coisas que precederão esse glorioso evento.

Os Evangelhos (Biografia)
Os quatro Evangelhos compreendem cerca de 46 por cento no Novo Testamento. A igreja primitiva colocou os Evangelhos no início do Cânon do Novo Testamento, não por serem eles os primeiros livros escritos, mas por serem o fundamento sobre o qual Atos e as Epístolas são edificados. Os Evangelhos ao mesmo tempo se originam do
Antigo Testamento e o cumprem, bem como fornecem um cenário histórico e teológico para o restante do Novo Testamento.
A palavra grega euaggelion se refere às “boas novas” ou “alegres novas” acerca de Jesus Cristo, que foi oralmente proclamado. Mais tarde veio a ser também sido escritos depois, a igreja primitiva considerou somente os quatro Evangelhos, da forma que os conhecemos, como dotados de autoridade e divinamente inspirados. Foram distinguidos uns dos outros pela preposição grega kata (“segundo”), acompanhada pelo nome do escritor. A presente ordem dos quatro Evangelhos remonta pelo menos ao final do segundo século, e cria-se ser esta a ordem em que eles foram escritos. Embora haja quem teorize que os Evangelhos foram originalmente escritos em Aramaico, não há evidência real para tal posição. Os habitantes da Palestina eram primariamente bilíngües (aramaico e grego), e muitos eram trilíngües (hebraico ou latim). O grego, porém, era o idioma comum de todo o império, e por isso o mais adequado veículo para as narrativas evangélicas.
Os quatro relatos complementares fornecem um retrato composto da pessoa do Salvador, operando juntos para fornecer profundidade clareza à nossa compreensão da mais singular figura da história humana. Neles Jesus é visto como divino e humano, o Servo soberano, O Deus-homem.
O Livro Do Evangelho De Mateus
O Evangelho de Mateus foi redigido principalmente para os judeus e anuncia a boa nova de que Jesus é o salvador prometido, o Messias ou Cristo tão longamente esperado pelos judeus. Com Jesus cumpriram-se todas as promessas feitas por Deus ao seu povo no Antigo Testamento. O evangelho não traz o nome do autor, mas desde os primeiros tempos se considerou que foi escrito por Mateus, o cobrador de impostos que se tornou um dos doze amigos íntimos de Jesus. Se não escreveu todo o evangelho, é pelo menos quase certamente o autor da coleção de discursos de Jesus incluída na obra. O evangelho de Mateus foi escrito entre 50 e 100 d.C. Grande parte do seu conteúdo é muito semelhante ao evangelho de Marcos. Mas apresenta com exclusividade dez parábolas, e certo número de episódios, bem como cinco grandes discursos.
Começa com a genealogia e o nascimento de Jesus (caps. 1-2).
A seguir descreve a obra de João Batista, o batismo de Jesus e o tempo de tentação passado por Jesus no deserto (caps. 3-4).
Grande parte do evangelho é dedicada à pregação, aos ensinamentos e às curas operadas por Jesus na Galiléia. Mateus o apresenta como grande mestre, que tem muitas coisas a dizer sobre o “reino” de Deus, sobre seu reino no mundo (caps. 4; 14-18).
O ensinamento de Jesus divide-se em cinco grandes seções :
Caps. 5-7 : o sermão da montanha, que responde a muitas perguntas sobre o reino e constitui a base do ensinamento moral de Jesus.
Cap. 10 : instruções dadas por Jesus aos doze antes de enviá-los em missão.
Cap. 13 : parábolas sobre o reino.
Cap. 18 : Jesus explica o que significa segui-lo.
Caps. 24-25 : palavras de Jesus sobre a queda de Jerusalém, o fim desta era e o advento de nova era.
Depois Mateus descreve a viagem de Jesus da Galiléia a Jerusalém (caps. 19-20), e os acontecimentos da última semana naquela cidade. (caps. 21-27).
A narrativa da morte de Jesus na cruz é seguida pela da ressurreição, ou seja, como ele voltou à vida (cap. 28).
O Livro Do Evangelho De Marcos
O Evangelho de Marcos, o segundo dos quatro evangelhos que contam a vida de Jesus, mas provavelmente o primeiro em ordem cronológica, é evangelho de ação, cheio de vida, que se concentra sobre o que Jesus fez e os lugares onde andou, e não tanto sobre o que ele disse e pensou. É o evangelho mais breve, composto de apenas dezesseis capítulos, e talvez também o mais antigo, provavelmente escrito entre 65-70 d.C. Os escritores dos primeiros séculos do cristianismo afirmam que é obra de João Marcos, com base no que ele ouvira do apóstolo Pedro. O nome de João Marcos ocorre freqüentemente nos Atos e nas cartas do Novo Testamento. Tomou parte da primeira viagem missionária de Paulo e mais tarde esteve com Pedro.
Após curta introdução dedicada a João Batista, ao batismo e às tentações de Jesus, os primeiros nove caps. ocupam-se das curas e do ensinamento de Jesus na Galiléia. Marcos mostra como os discípulos começaram gradativamente a compreender melhor o Mestre, enquanto os seus inimigos se tornavam cada vez mais hostis.
Os caps. 11-15 descrevem a última semana de Jesus em Jerusalém e são seguidos pela narrativa da sua ressurreição (cap. 16).
O Livro Do Evangelho De Lucas
O evangelho de Lucas, a terceira das quatro narrativas da vida de Jesus, é o mais minucioso de todos. A história do crescimento e da difusão do cristianismo após o retorno de Jesus ao céu o mesmo autor a continua no livro dos Atos. Os dois livros foram dedicados a um funcionário romano de nome Teófilo. O autor do evangelho procurou informar-se bem sobre a história e os fatos, e expõe o que aconteceu na Palestina durante a vida de Jesus. A tradição afirma que toda a obra foi escrita por Lucas, o médico que acompanhou Paulo em algumas de suas viagens.
Começa com a história do nascimento e da infância de João Batista e de Jesus (caps. 1-2), dando muitas informações que se encontram só neste evangelho.
Os caps. 3 - 9 referem-se ao batismo e às tentações de Jesus, bem como à sua pregação e seus ensinamentos na Galiléia.
A viagem de Jesus da Galiléia a Jerusalém ocupa 9.51–19.46. Algumas parábolas de Jesus incluídas nesta parte são exclusivas de Lucas, como a do bom samaritano, a do filho pródigo e a do rico insensato.
A última semana de Jesus em Jerusalém é narrada de 19.47 a 23.56.
Finalmente, o cap. 24 conta como Jesus ressuscitou e voltou ao céu.
O Livro Do Evangelho De João
O evangelho de João, a quarta história neotestamentária da vida de Jesus, difere bastante dos três anteriores. Provavelmente foi escrito por último, talvez em torno de 90 d.C. Preocupa-se mais com o sentido dos fatos que com os fatos em si, os quais presumivelmente já eram bem conhecidos na época. Começa apresentando Jesus como a “Palavra” de Deus, existente antes do tempo e, contudo nascida no tempo sob forma humana. O evangelho foi escrito “para crerdes que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais a vida em seu nome” (Jo 20.31). O evangelho provavelmente contém as recordações de João, o irmão de Tiago e um dos doze amigos mais íntimos de Jesus. No texto João não é mencionado pelo nome e aparece só como “o discípulo que Jesus amava”. Não está excluído que tenha sido redigido por um secretário.
Depois da introdução, que apresenta Jesus como a “Palavra” de Deus (Jo 1.1-18), o evangelho prossegue descrevendo certo número de milagres chamados “sinais” ou “obras” de Jesus, que mostram que ele é realmente o Salvador prometido (caps. 2-12).
A história da sua pregação e dos seus ensinamentos é redigida de tal modo que cada milagre é seguido de explicação e discussão. João também descreve como alguns creram em Jesus e outros o rejeitaram. Não menciona nenhuma de suas parábolas.
Os caps. 13-19 tratam dos últimos dias de Jesus com os discípulos em Jerusalém, transmitindo-nos as suas palavras de encorajamento e os seus ensinamentos dados às vésperas de sua morte na cruz.
Os caps. 20-21 narram algumas aparições de Jesus aos discípulos depois da ressurreição. João vê nos milagres “sinais” que mostram quem era Jesus. Além disso, utiliza uma série de realidades comuns para indicar verdades ocultas sobre Jesus : água, pão, luz, pastor e videira.
Neste evangelho aparecem as famosas afirmações “Eu sou...”, recordando a definição de Deus dada no livro do Êxodo (cap. 3): “Eu sou aquele que é”. João apresenta Jesus como o caminho, a verdade e a vida.

O Livro Dos Atos Dos Apóstolos (Histórico)
O livro dos Atos continua a história iniciada no evangelho de Lucas, sendo obra do mesmo autor. Fala principalmente dos “atos” dos apóstolos Pedro e Paulo. Por causa da ênfase dada ao poder de Deus, às vezes é com razão chamado de “Atos do Espírito Santo ”. Conta como os discípulos
de Jesus difundiram a boa nova primeiramente em Jerusalém e depois nas regiões circunjacentes da Judéia e de Samaria, até “aos confins do mundo”. Cobre um período de cerca de trinta anos, desde o início da Igreja, no dia de Pentecostes, até a prisão de Paulo em Roma. Os Atos foram escritos entre 60 e 85 d.C.
Os primeiros sete capítulos descrevem como o movimento cristão teve inicio na própria Jerusalém com a vinda, em poder, do Espírito Santo no dia de Pentecostes. O grupo cristão começou a cumprir a ordem de Jesus de ensinar e pregar. A Igreja crescia e se difundia. Esta parte também descreve como Estêvão, um dos primeiros cristãos, morreu pela sua fé.
Os caps. 8-12 narram como o cristianismo, inicialmente devido à perseguição, propagou-se na Judéia (região em torno de Jerusalém) e na Samaria (onde pessoas pertencentes a uma nação inimiga e desprezada pelos judeus foram acolhidas com alegria na Igreja). A dramática conversão de Saulo (ou Paulo) na estrada de Damasco 'é seguida da narrativa de como Pedro entendeu que a mensagem cristã era destinada a todas as nações e não só aos judeus.
A parte restante do livro trata das atividades missionárias de Paulo e das suas viagens pelo mundo mediterrâneo, dos seus processos e da sua prisão em Roma (caps. 13-28).
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