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BIBLIOLOGIA - EPÍSTOLAS PAULINAS

Atualizado: 12 de mai. de 2020



Introdução


As Epístolas Paulinas foram os primeiros escritos do Novo Testamento. São 13 Epístolas na sua totalidade, de Romanos a Filemom. As mesmas foram escritas entre 52 e 67 d.C. Pela ordem cronológica, é consenso entre teólogos, que o primeiro livro do Novo Testamento é o de 1 Tessalonicenses, escrito por volta de 52 d.C.; 2 Timóteo foi escrita em torno de 67 d.C., pouco antes do martírio do apóstolo Paulo em Roma. Essas Epístolas foram também as primeiras aceitas como canônicas. Pedro chama os escritos de Paulo de "Escrituras" - título aplicado somente à Palavra inspirada de Deus! (2 Pe 3.15,16). Paulo é um personagem tão importante no Novo Testamento e na história da igreja que tem sido chamado de o segundo fundador do cristianismo. É claro que isso não é a verdade, pois desconsidera a continuidade entre Jesus e Paulo e menospreza injustamente as contribuições de homens tais como Pedro, João e Lucas. Mas não há dúvida de que Paulo desempenhou um papel vital no crescimento e estabelecimento da igreja e na interpretação e aplicação da graça de Deus em Cristo.


Essas Epístolas constituem quase um quarto do Novo Testamento, colocando Paulo logo atrás de Lucas em porcentagem do Novo Testamento escrito por um único indivíduo. E, caso se acrescentem os 16 capítulos de Atos (13-28) que são quase inteiramente dedicados a Paulo, este aparece em quase um terço do Novo Testamento.


Quem foi esse homem chamado Paulo ? O próprio Paulo apresenta um esboço rudimentar de sua origem e formação, mas em suas Epístolas, esses dados acham-se dispersos. Os detalhes históricos básicos estão convenientemente agrupados nos discursos que Paulo proferiu (relatados por Lucas) diante de uma multidão hostil de judeus nos degraus do templo (At 22.1-21), do rei Agripa II e do procurador Romano Festo (At 26.2-23).


A Epístola Aos Romanos


Paulo escreveu esta carta aos cristãos de Roma em torno do ano 57 d.C., depois das chamadas três viagens missionárias principais. Ainda não tinha viajado a Roma, mas pretendia fazê-lo. Enviou assim a famosa epístola a fim de preparar a comunidade cristã da capital do mundo, comunidade da qual conhecia alguns membros (cf. cap. 16), para a sua visita. A carta expõe amplamente a concepção paulina da mensagem cristã, e foi redigida depois das cartas aos Tessalonicenses, aos Gálatas e aos Coríntios. Poderíamos defini-la como o manifesto de Paulo, pois nos dá a conhecer de maneira mais completa, clara e raciocinada, o seu modo de entender as verdades cristãs fundamentais.


Começa saudando os cristãos de Roma e lhes anuncia aquilo que será a base da sua carta: “... porque nele a justiça de Deus se revela da fé para a fé, conforme está escrito: 'O justo viverá da fé'“ (Rm 1.17).


A seguir demonstra que todos, judeus e não-judeus, precisam de Deus por causa de seus pecados. Podemos ser justificados perante Deus pela fé em Jesus Cristo (caps. 3- 4).


O perdão gratuito e a nova vida dada por Deus mediante Cristo, a importância das leis divinas e da ação do Espírito divino na vida de todo cristão constituem o objeto dos caps. 5-8, enquanto os caps. 9-11 tratam da posição atual de Israel no plano de Deus. Paulo acha que os judeus não rejeitarão Jesus para sempre.


Depois continua (caps. 12- 15) com algumas francas exortações a propósito do comportamento dos cristãos : relações com as autoridades, deveres recíprocos e modo de viver num mundo não cristão.


Por fim esclarece algumas complicadas questões de consciência. A carta termina de maneira característica, com saudações pessoais a amigos e palavras de louvor a Deus (cap. 16).


A Primeira Epístola Aos Coríntios


Foi escrita por Paulo aos cristãos de Corinto, cidade grega fervilhante de gente das mais variadas nacionalidades e notória pelo seu comércio, sua cultura, suas muitas religiões e pela sua imoralidade. A Igreja de Corinto fora fundada pelo Apóstolo durante a sua permanência de dezoito meses na cidade, no decurso da segunda viagem missionária. Agora Paulo recebia más notícias e, quando alguns membros chegaram de Corinto para pedir-lhe conselhos, entregou-lhes esta carta importante, que trata das principais questões daquela comunidade eclesial :


Divisões (caps. 1-4),


Problemas morais e de vida familiar (caps. 5-7), inclusive um caso de incesto e de cristãos que intimavam a juízo outros cristãos perante tribunais pagãos.


Paulo também resolveu um problema de consciência que preocupava os cristãos a respeito do alimento (caps. 8-10). A maior parte da carne vendida no comércio tinha sido oferecida antes aos ídolos. Era permitido comê-la ?


Os caps. 11-14 propõem princípios para culto ordenado na igreja, especialmente durante a ceia do Senhor. Tratam também dos dons especiais concedidos por Deus ao seu povo. A carta delineia um quadro claro, nem sempre edificante, do modo como os primeiros cristãos se reuniam e se comportavam.


Explica também o sentido da ressurreição de Jesus e de todos aqueles que morrem confiando nele (cap. 15).


No último capítulo o Apóstolo fala à igreja de Corinto sobre uma coleta que faz para os cristãos pobres da Judéia e termina com saudações pessoais.


O capítulo 13 em louvor da caridade, o dom mais precioso concedido por Deus ao seu povo, é um dos textos paulinos mais famosos.


A Segunda Epístola Aos Coríntios


Paulo ditou-a cerca de um ano depois da primeira (em torno de 56 d.C.), num momento em que as relações entre ele e a Igreja de Corinto tinham chegado a ponto crítico. Durante aquele ano alguns cristãos daquela comunidade tinham-no atacado duramente e, ao que parece, Paulo lhes fizera curta visita. A carta mostra o seu grande desejo de estar bem com esta igreja.


Nos caps. 1-7 recorda a história das suas relações com a comunidade de Corinto, explica o sentido das palavras severas usadas anteriormente, manifesta sua gratidão pelas mudanças verificadas e se propõe fazer a terceira visita, mais tranqüila.


A seguir pede aos destinatários que demonstrem generosidade para com as necessidades dos cristãos da Judéia (caps. 8-9).


Nos caps. finais (10-13) Paulo defende com ardor seu título de apóstolo. Numerosos cristãos da cidade tinham questionado o seu direito a este título.


Esta carta, com suas palavras, às vezes tempestuosas, outras vezes suaves, é das mais pessoais de Paulo. Nela deixa transparecer todo seu amor e preocupação pela Igreja e revela seus sofrimentos e sua fé inabalável.


A Epístola Aos Gálatas


Esta carta representa um dos primeiros esboços do pensamento paulino, mais tarde desenvolvido na carta aos Romanos. Talvez seja de aproximadamente 57 d.C. (outros pensam que foi escrita cerca de dez anos antes). Foi enviada a um grupo de igrejas da província romana da Galácia (atual Turquia central), algumas das quais foram visitadas por Paulo. Ele havia-lhes ensinado que o dom divino da nova vida era destinado a todos que cressem e muitos ouvintes haviam correspondido. Mas depois vieram doutores judeus afirmando que os cristãos deviam observar as leis do Antigo Testamento. Por isto a carta responde a uma pergunta de vital importância : Os não judeus devem obedecer à lei judaica de Moisés para serem verdadeiros cristãos ? Paulo começa defendendo o seu direito de apóstolo, que fala com autoridade divina, investido de missão especial junto aos não-judeus (caps. 1-2).


A seguir argumenta (caps. 3-4) : Somos justificados unicamente pela fé em Cristo. A vida nova é dom de Deus para todos aqueles que crêem. Nada podemos fazer para ganhá-la por nós mesmos.


Conclui mostrando que a conduta dos cristãos deriva do amor, que é fruto da fé em Cristo (caps. 5-6).


A carta aos Gálatas é uma peroração sobre a liberdade cristã : “É para a liberdade que Cristo nos libertou. Permanecei firmes, portanto, e não vos deixeis prender de novo ao jugo da escravidão” (Gl 5.1).


A Epístola Aos Efésios


Trata-se provavelmente de carta “circular” dirigida a um grupo de igrejas da região da atual Turquia ocidental. A igreja de Éfeso era a mais importante do grupo. À semelhança das cartas aos Filipenses, aos Colossenses e a Filemom, Paulo escreveu-a da prisão, provavelmente em Roma, no início da década de 60 d.C.


O grande tema é o plano de Deus de “reconciliar em Cristo todas as coisas, as que estão nos céus e as que estão na terra” (Ef 1.10). Começa com esta idéia da unidade (caps. 1-3). Deus Pai escolheu o seu povo. Jesus, o Filho, libertou-o dos pecados e destruiu as barreiras raciais, religiosas e culturais. O Espírito de Deus age na vida de todo cristão para levá-lo de vitória em vitória.


A segunda parte da carta convida os fiéis a viver de modo tal que sua união em Cristo possa transparecer do seu amor recíproco. Devemos sair das trevas e caminhar na luz ! Paulo usa uma série de imagens para ilustrar esta união em Cristo: o corpo, o edifício, as relações entre marido e mulher. Toda a vida e experiência humana são vistas na luz de Cristo, do seu amor, da sua morte na cruz, do seu perdão e da sua pureza. Paulo termina convidando os cristãos a vestirem a “armadura de Deus para que possam resistir no dia mau e sair firmes de todo o combate”.


A Epístola Aos Filipenses


Paulo fundou a igreja grega de Filipos, a primeira igreja da Europa, em torno do ano 50 d.C. Escreveu esta carta da prisão, segundo alguns, de Roma, em torno de 61-63 d.C., segundo outros, de Éfeso, cerca de 54 d.C. Explica a sua situação aos filipenses e agradece-lhes pelos presentes enviados. Exorta-os a perseverarem na fé, a não serem orgulhosos e a seguirem o exemplo de Jesus, que “foi humilde e percorreu o caminho da obediência”. Descreve a alegria e a paz daqueles que confiam em Cristo. Embora estivesse preocupado com os falsos doutores que agiam na igreja de Filipos, transparece claramente o seu afeto por aqueles cristãos. Não obstante o fundo escuro da prisão, a carta está cheia de alegria, de confiança e de esperança cristã.


A Epístola Aos Colossenses


Paulo ditou na prisão esta carta aos cristãos de Colossos, provavelmente em Roma, em torno do ano 61 d.C. ainda que não tivesse fundado esta igreja (região ocidental da Turquia), preocupava-se com ela, porque quem a iniciou foi um dos seus convertidos, Epafras, e ainda porque em Roma encontrara um escravo fugitivo dessa cidade. Fora informado de que em Colossos agiam falsos doutores, os quais afirmavam que para conhecer a Deus era necessário adorar estranhos poderes espirituais e praticar determinados ritos. Esses homens introduziam idéias derivadas de outras filosofias e religiões. Por isso Paulo expõe a verdadeira mensagem cristã (Cl 1–2.19). Jesus, e só ele, pode salvar o homem e dar-lhe a verdadeira vida. Por meio de Jesus Cristo Deus criou o mundo.


Prossegue explicando o que significa esta vida nova na prática (Cl 2.20–4.6). Ela influi sobre tudo o que fazemos e dizemos, sobre os sentimentos e sobre as relações domésticas, profissionais e eclesiais.


A carta termina com notícias pessoais (Cl 4.7-18).


A Primeira Epístola Aos Tessalonicenses


Tessalônica era a capital da província romana da Macedônia. Paulo fundara uma igreja aí durante a sua segunda viagem missionária. Depois de ter chegado a Corinto, soube através de Timóteo que os judeus continuavam a criar problemas por causa do grande interesse dos não-judeus pela mensagem de Paulo. Em resposta, Paulo escreveu esta carta. É uma das suas primeiras cartas que nos foi conservada, tendo sido escrita em torno do ano 50 d.C., apenas vinte anos depois da morte de Jesus.


Paulo procura encorajar e tranqüilizar os cristãos de Tessalônica. Agradece a Deus pelas boas notícias recebidas a respeito deles e lembra a sua visita (caps. 1-3).


Exorta-os a viver de modo a agradecer a Deus (1Ts 4.1-12) e trata de alguns problemas sobre a esperada volta de Jesus (1 Ts 4.13–5.11). Quando retomará ? O que acontecerá aos cristãos antes da sua volta ? Termina a carta com algumas instruções práticas, oração e saudações (1 Ts 5.12-28).


A Segunda Epístola Aos Tessalonicenses


Apesar da primeira carta de Paulo (1ª Carta aos Tessalonicenses, acima), os cristãos de Tessalônica continuavam confusos quanto à volta de Jesus. Alguns pensavam que o dia do seu retorno já tinha chegado. Nesta segunda carta, escrita poucos meses depois da primeira, Paulo lembra que a volta de Jesus será precedida por um tempo de grande maldade (cap. 2).


Termina exortando os cristãos a guardar a fé e a trabalhar (cap. 3)


A Primeira Epístola A Timóteo


Timóteo era um jovem cristão, filho de pai grego e mãe judia, originário de Listra, cidade da província da Galácia (região central da Turquia). Viajou com Paulo e ajudou nas suas viagens missionárias posteriores. Era tímido e não gozava de boa saúde, necessitando de ser encorajado e apoiado. Quando Paulo lhe escreveu, Timóteo cuidava da igreja de Éfeso. A carta dá muitos conselhos e orientações para a vida eclesial. Adverte contra falsas doutrinas, em particular contra uma mistura de idéias judaicas e gnósticas sobre a salvação e sobre a natureza do mundo físico. O destinatário recebe instruções sobre a organização e o governo da igreja (caps. 1-3) e a carta termina com recomendações mais pessoais a Timóteo sobre seu serviço na igreja (caps. 4-6).


A Segunda Epístola A Timóteo


Grande parte desta carta contém conselhos pessoais de Paulo a Timóteo. Exorta Timóteo a permanecer fiel à boa nova de Jesus Cristo e a perseverar na atividade de mestre e evangelizador, apesar da oposição e da perseguição. Acautela-o contra discussões inúteis e encoraja-o com o exemplo de sua própria fé, que continua firme depois de uma vida cheia de sofrimentos: “Terminei minha carreira, guardei a fé. Desde já me está reservada a coroa da justiça” (2 Tm 4.7-8).


A Epístola A Tito


Tito era cristão grego, que ajudou Paulo no seu trabalho missionário. Paulo escreveu esta carta a Tito em Creta, onde este ajudava na supervisão da igreja. Esta comunidade tinha problemas semelhantes aos enfrentados por Timóteo em Éfeso : doutrinas falsas e discussões inúteis.


Paulo lembra ao discípulo que os chefes cristãos devem ter bom caráter (cap. 1).

Explica os deveres que tem para com os diferentes grupos de cristãos (cap. 2) e termina com exortações e conselhos gerais sobre o comportamento dos cristãos.


A Epístola A Filemom


É carta particular de Paulo ao seu amigo Filemom, cristão convertido de Colossos (na Turquia ocidental). Filemom possuía um escravo de nome Onésimo que fugira. Onésimo encontrara Paulo na prisão e tornara-se cristão. Paulo escreve ao amigo para exortá-lo a perdoar ao fugitivo e acolhê-lo como irmão cristão. A carta provavelmente foi levada a Colossos pelo próprio Onésimo, juntamente com a carta dirigida à igreja local.

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