BIBLIOLOGIA - A COMPOSIÇÃO DA BÍBLIA
- MINISTÉRIO RESGATE
- 21 de mar. de 2020
- 5 min de leitura

A Composição Da Bíblia
A mensagem da Bíblia é completa. Ela incorpora cada capítulo e cada versículo em sua perfeita unidade, e todas as suas partes são interdependentes. O domínio de qualquer parte exige o domínio do todo. Se houver tolerância de ênfase desproporcional ou indulgência para com modismos nas doutrinas, pouco progresso se obterá na sua exata compreensão. Os sessenta e seis livros, que por disposição divina formam este todo incomparável, estão divididos em duas partes principais: o Antigo Testamento e o Novo Testamento, e estes Testamentos se prestam ao esclarecimento de dois propósitos divinos supremos: aquilo que é terreno e aquilo que é celestial. Os livros do Antigo Testamento estão classificados em históricos: de Gênesis a Ester; poéticos: de Jó aos Cantares de Salomão; e proféticos: de Isaías a Malaquias. Os livros do Novo Testamento se classificam em históricos: de Mateus a Atos; epistolares: de Romanos a Judas; e proféticos: o Apocalipse. No que se refere à Pessoa de Cristo (que é o tema central de toda a Escritura), o Antigo Testamento é classificado como preparação; os quatro Evangelhos como manifestação; os Atos como propagação; as Epístolas como explanação; e o Apocalipse como consumação. A análise essencial de cada livro, cada capítulo e cada versículo, pertence a outras disciplinas do treinamento do estudante e não à Teologia Sistemática.
Composição Do Antigo Testamento
A palavra testamento vem do termo grego "diatheke", e significa :
a) Aliança ou concerto, e
b) Testamento, isto é, um documento contendo a última vontade de alguém quanto à distribuição de seus bens, após sua morte.
Esta é a palavra empregada no Novo Testamento, como por exemplo, em Lucas 22.20. No Antigo Testamento, a palavra usada é "berith" que significa apenas concerto. O duplo sentido do termo grego nos mostra que a morte do testador (Cristo) ratificou ou selou a Nova Aliança, garantindo-nos toda a herança com Cristo (Rm 8.17; Hb 9.15-17).
Tem, portanto, 39 livros, e foi escrito originalmente em hebraico, com exceção de pequenos trechos que o foram em aramaico. O aramaico foi a língua que Israel trouxe do seu exílio babilônico. Há também algumas palavras persas. Seus 39 livros estão classificados em 4 grupos, conforme os assuntos a que pertencem: Lei, História, Poesia, Profecia. O grupo ou classe poesia também é conhecido por devocional.
a) LEI.
São 5 livros: Gênesis a Deuteronômio. São comumente chamados de Pentateuco.
b) HISTÓRIA.
São 12 livros : de Josué a Ester. Ocupam-se da história de Israel nos seus vários períodos :
a) Teocracia, sob os juízes.
b) Monarquia, sob Saul, Davi e Salomão.
c) Divisão do reino e cativeiro, contendo o relato dos reinos de Judá e Israel, este levado em cativeiro para a Assíria, e aquele para Babilônia.
d) Pós-cativeiro, sob Zorobabel, Esdras e Neemias, em conjunto com os profetas contemporâneos.
c) POESIA.
São 5 livros : de Jó a Cantares de Salomão. São chamados poéticos, não porque sejam cheios de imaginação e fantasia, mas devido ao gênero do seu conteúdo. São também chamados devocionais.
d) PROFECIA.
São 17 livros : de Isaías a Malaquias. Estão subdivididos em: Profetas Maiores : Isaías a Daniel (5 livros) e Profetas Menores: Oséias a Malaquias (12 livros).
Os nomes maiores e menores não se referem ao mérito ou notoriedade do profeta mais ao tamanho dos livros e à extensão do respectivo ministério profético.
A classificação dos livros do Antigo Testamento, por assunto, vem da versão Septuaginta, através da Vulgata, e não leva em conta a ordem cronológica dos livros, o que, para o leitor menos avisado, dá lugar a não pouca confusão, quando procura agrupar os assuntos cronologicamente. Na Bíblia hebraica (que é o nosso Antigo Testamento), a divisão dos livros é bem diferente.
Nas Bíblias de edição católico-romana, os livros de 1 e 2 Samuel e 1 e 2 Reis são chamados 1, 2, 3 e 4 Reis, respectivamente. 1 e 2 Crônicas são chamados 1 e 2 Paralipômenos. Esdras e Neemias são chamados 1 e 2 Esdras. Também, nas edições católicas de Matos Soares e Figueiredo, o Salmo 9 corresponde em Almeida aos Salmos 9 e 10. O de número 10 é o nosso 11. Isso vai assim até os Salmos 146 a 147, que nas nossas Bíblias são o de número 147. Deste modo, os três salmos finais são idênticos em qualquer das versões acima mencionadas. Essas diferenças de numeração em nada afetam o texto em si, e não poderia ser doutra forma, sendo a Bíblia o Livro do Senhor !
O Texto E Estrutura Da Bíblia
Particularidades Do Texto
Apesar da grande diversidade de traduções, edições e publicações existentes hoje não só na língua portuguesa, mas como em muitos outros idiomas, relacionamos abaixo algumas particularidades interessantes, a saber, para melhor interpretação e estudo da Bíblia :
a) As palavras em Itálico
Não constam do original. Foram introduzidas na tradução para completar o sentido do texto ou facilitar sua interpretação. Muitas vezes acabam permitindo duplo sentido exegético.
b) O uso da margem
Muitas Bíblias têm na margem de determinados trechos, a tradução literal do hebraico ou do grego. Às vezes, têm uma tradução diferente quando o caso é duvidoso. São muito úteis essas notas marginais.
c) O sumário dos capítulos
São preparados pelos editores, e nada têm com a inspiração e o texto original. As exceções são algumas frases introdutórias de certos Salmos, como o 4, 5, 6, 7, 8, 9, 22, 32, 45, 46, 53, 56, 69, 75 etc. Tais sumários nem sempre correspondem aos capítulos aos quais se referem. Há casos até negativos, como a parábola dos Dez Talentos", quando não são dez; a "Parábola do Rico e Lázaro", quando não se trata de parábola, e assim por diante.
d) A divisão do texto bíblico em capítulos e versículos.
Não vem do original. A primeira Bíblia que trouxe essa divisão foi a Vulgata, em 1555. Em muitos casos, a divisão tanto em capítulos como em versículos, quebra o sentido, parte o texto e altera toda a linha de pensamento. Exemplo de capítulos: Isaías 53, que devia começar em Isaías 52.13, João 8, devia começar em João 7.53; 2 Reis 7 devia começar em 2 Reis 6.24; o capítulo 3 de Colossenses devia terminar em Colossenses 4.1; Atos 5 devia começar em 4.36. Com a divisão em versículos, acontece a mesma coisa, por exemplo: Efésios 1.5 devia começar com as duas últimas palavras de Efésios 1.4; 1 Coríntios 2.9 e 2.10 deviam formar um só versículo. Na Epístola aos Romanos, bem como em Efésios, há diversos casos desses. Também a divisão em versículos não é a mesma em todas as versões: Dn 3.24-30 da ARC, corresponde à Dn 3.91-97 na Matos Soares; Lc 20.30 na ARC, corresponde à Lc 20.30,31 na “Brasileira".
e) A divisão do texto em parágrafos é muito útil para a sua compreensão.
O Salmo 2, por exemplo, contém 5 parágrafos, tendo cada um aplicação diferente (vv. 1-3, 4-6, 7-9, 10-12a; 12b). Uma versão em português que indica os parágrafos é a ARA, com um tipo negrito cada vez que isso ocorre. Há versões em outras línguas que dão tanta importância à essa divisão, que, para maior comodidade do leitor, imprimem o próprio sinal gráfico para parágrafo.
Comments