TEOLOGIA PASTORAL - REQUISITOS PARA O APOSTOLADO
- MINISTÉRIO RESGATE
- 2 de abr. de 2020
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- Nos registros de Mateus e Lucas não podemos perceber os requisitos, porque foi uma escolha de Jesus depois de uma noite de oração, por certo o Espírito Santo deu a Ele a orientação dos nomes que deveriam ser escolhidos, como fez mais tarde com a igreja primitiva. Mas em Atos 1.15-26 nós começamos a ter revelados os requisitos para o apostolado.
- Por causa da traição de Judas, foi considerado necessário pelos apóstolos colocar outro para ocupar aquele ministério
- De Judas foi dito que ele teve sorte naquele ministério (v.17), sorte aqui é equivalente a privilégio, e Judas desprezou este privilégio recebendo a punição que lhe coube (v.18). Agora é necessário outro(v.21). Porque também estava profetizado que alguém ocuparia o seu lugar (v.20; Sl 109.8).
- Outro que ocuparia esse ministério tinha que: Ter tido convivência com Jesus e os apóstolos desde o batismo de João até o dia em que Jesus foi elevado ao céu.
- Tinha que ser testemunha da ressurreição do Senhor Jesus Cristo (v.21,22).
- Foram apresentados dois homens, José e Matias, todos os dois preenchiam os requisitos, mas só um fora escolhido, no caso Matias, que a sorte caiu sobre ele depois de terem orado ao Senhor (v.26). O fato de escolherem um só para completar o número dos doze deixa transparecer a ideia de que aquele apostolado primitivo (como fora os doze) fechou-se em si, sendo intransferível.
- Na verdade não encontramos uma sucessão apostólica, inclusive no livro de Apocalipse 21.14 encontraremos os nomes dos doze apóstolos nos fundamentos da nova Jerusalém, comprovando que o número doze encerrava em si um propósito.
- Depois temos o caso de Paulo, que ele mesmo chamou de abortivo (1CO 15.8), dando a entender que era uma coisa fora do tempo.
- O número doze dos apóstolos, também deixa transparecer a ideia de judeus, e que para evangelizar os gentios, Deus teve que se valer de Paulo, um apóstolo fora dos doze (AT 9.15; 13.2-4 46,47; GL 2.7,8; 2 TM 1.11).
B – PROFETAS
No hebraico Nabhi= Profeta; no grego Prophetes= Aquele que fala antecipadamente e em lugar de outro. O ministério profético, tanto do Antigo como do Novo Testamento, foi modulado na pessoa e no ministério de Moisés, ( DT 18.15-19; 34.10).
- PROFETAS NO NOVO TESTAMENTO
Em Lucas 16:16 Jesus disse que “A lei e os profetas duraram até João; desde então é anunciado o Reino de Deus...”
Isto não significa que o ofício profético como ministério não tenha continuidade, mas que, aquele que anunciava a vinda do Messias, teve seu cumprimento com o ministério de João Batista, e agora o Reino de Deus é anunciado. João foi chamado e comissionado a dizer ao povo que aquele que os profetas anunciaram chegou (MT 3:2-11; JO 1:29). João foi o homem que Deus utilizou para intermediar a vinda do Messias com o anuncio da vinda do Reino de Deus, como também foi o primeiro profeta do Novo Testamento. Jesus não só o chamou de profeta, mas muito mais do que profeta (MT 1:9), isto por causa do ministério de João Batista, que era preparar o caminho do Senhor, a vinda do Messias (LC 1:76-80).
- QUAL A DIFERENÇA ENTRE DOM DE PROFECIA (Dom Espiritual)
E DOM MINISTERIAL (Ministério Profético).
A diferença entre essas duas coisas é muito grande. É tal como, um adolescente de 15 anos, entregar uma mensagem profética na igreja, e um Pastor de setenta anos de idade, com 40 anos de ministério entregar uma mensagem de ensino bíblico para a igreja. Todas as duas coisas são de Deus, mas cada um é usado de acordo com a sua capacidade.
O adolescente que profetiza pode ser chamado de profeta ou que profetiza pelo Dom de profecia, mas nunca de ministro. Profetizar pelo Dom espiritual (Dom de profecia) a pessoa pode profetizar na hora da conversão se receber o batismo com o Espírito Santo (AT 19:6). Dom de profecia pode ser buscado (1 CO 14:1). O ministro é chamado (HB 5:4). Deus chama o homem capacita-o e o a dá à igreja. E isso não acontece de repente, há um preparo. Pelo Dom espiritual não, veja 12:28 de 1 Co o termo “e a uns pôs Deus na igreja”, uns significa que não são muitos, muito menos todos. Agora veja (EF 4:11). E Ele deu uns, “uns” para... e outros... “uns e outros”, diz que não são muitos. Agora volte e olhe o outro termo em 1 Coríntios 12:28 – “pôs” e em Efésios 4:11 –“deu”. Pôs na ou deu para. Esses termos singularizam e identifica uma atividade especial. Enquanto aquele é uma manifestação, esse daqui é um dote de capacidade. Aquele é de exercício esporádico (pode ser manifesto na vida de uma pessoa de uma única vez) esse aqui é da atividade constante.
O Dom espiritual edifica, exorta e consola 14:3 o Dom ministerial, faz tudo isso e ainda ensina (14:6, 31). O Dom espiritual depende do Dom ministerial, o ministro ensina o portador do Dom espiritual como proceder. É o caso de Paulo ensinando aos Coríntios.
O Dom espiritual recebe a mensagem de Deus e transmite à igreja, o Dom ministerial interpreta a palavra escrita como também os mistérios espirituais. No dom espiritual, Deus usa o elemento fonador do profeta, Deus da a mensagem pronta e o profeta fala, no Dom ministerial Deus usa a mente do profeta, para compreender mistérios, interpretar e transmitir o ensino. O Dom espiritual precisa de mensagem falada por Deus.
O Dom ministerial trabalha com uma mensagem que Deus já falou (a palavra escrita) além de receber mensagens e revelações da parte de Deus.
C- EVANGELISTA : Evangelista significa proclamador de boas novas, ou o que leva o evangelho.
- JESUS O EVANGELISTA : Jesus desenvolveu o ministério evangelístico com muita eficiência.
- Seu ministério foi predito (Isaías 61:1-3), (Lucas 4:18-19) Jesus foi o pregador de boas novas e do ano aceitável do Senhor. A pregação de Jesus consistia na libertação da alma pela Salvação, a libertação do corpo pela cura, como também a libertação do espírito na expulsão dos demônios (AT 10:38). Textos que falam da pregação de Jesus acompanhada de milagres (MT 9:35; MC 1:34-38).
- Poder de atração : O povo para pelo menos tocar nas suas vestes (MC 6:56). Vinha multidões em busca dele (MT 15:30-31). O povo vinha de todas as partes (MC 1:45). O povo vinha a Ele pela manhã (LC 21:38).
- A motivação do seu ministério : O amor e compaixão eram as virtudes que moviam a Jesus para pregar as multidões. Ele ia pelas cidades e aldeias pregando o Evangelho (LC 8:1). Falava a um durante a noite (JO 3:1-15). A outro falava junto ao poço (JO 4:5-30).
O DOM DE EVANGELISTA
O termo evangelista se encontra três vezes na Bíblia: Filipe o Evangelista (AT 21:8). Ele deu uns para Evangelista (EF 4:11). Faze a obra de Um Evangelista (II TM 4:5). Obs. Um homem, um Dom, um trabalho de Evangelista.
- Filipe um Evangelista :
Filipe não foi ordenado ao ministério como se faz hoje. Sua promoção foi resultado da perseguição (AT 8:1-5), a isso se acrescentou o fervente amor que tinha pelas almas, o que levou a pregar em Samaria, logo ao Etíope e depois em Azoto (AT 8:30, 40).
- Com Filipe aprendemos duas coisas : Evangelista é movido pelo Espírito Santo. A vocação Divina o inspira (I CO 9:16); Evangelista ainda que seja usado por Deus para abrir trabalhos (novas igrejas), não tem por isto direito de se julgar independente do ministério. Os apóstolos foram comunicado do trabalho em Samaria (AT 8:14), foram enviados para a cidade de Samaria os Apóstolos Pedro e João para orar pelos irmãos e doutrinar a nova Igreja em Samaria.
O TRABALHO DE UM EVANGELISTA
O texto de II TM 4:5 não diz que ele (Timóteo), era um Evangelista, porém sim : “Faz a obra de um Evangelista”; é claro que Paulo reconhecia que havia esse dom em Timóteo, essa é a razão das seguintes recomendações:
- Deve se exercitar (I TM 4:14). O exercício ministerial desenvolve a habilidade para fazê-lo melhor. Esta é a regra (I TM 4:14-16);
- Deve evitar a negligência (I TM 4:14) um homem negligente não pode ser um bom ministro de Cristo. Se negligenciar a palavra não pode pregar a palavra de Deus, se negligenciar a oração não pode orar pelos enfermos, se negligenciar o amor, não pode ganhar almas para Cristo;
- Deve avivar o Dom de Deus (II TM 1:6). Avivar dá a ideia de fazer aparecer o fogo que está debaixo das cinzas. Somente uma mensagem avivada pode deixar resultados duradouros nos corações dos homens. O antônimo de avivado é covarde, medroso, pobre espiritual. Tomemos para nós esta advertência de |Paulo e sejamos valentes para manifestar todos os dons de Deus.
D- O DOM DE PASTOR
Somente o título não é suficiente, é necessário o Dom espiritual e que seja evidenciado na prática por um ministério de êxito e uma conduta disciplinada (I TM 5:1-2) por causa da complexidade desta função.
A DUPLA FUNÇÃO DO PASTOR
Em João 21:15-17, na conversação que Jesus teve com Pedro ele utilizou os termos para a dupla função de Pastor que são:
- Apascentar (vs. 15,17). O vocábulo significa “alimentar, dar comida”. A linguagem – é figurada e traduz o dever de doutrinar, ministrar conhecimento, dirigir ao bom caminho.
- B- Pastorear (v.16). Pastorear exige todas as qualidades para apascentar e ainda mias, buscar, alimentar, proteger dos tempos maus e animais ferozes (Amós 3:12; II SM 5:2), e ainda busca as débeis ovelhas (EZ 34:8; LC 15:1-7).
AS QUALIDADES DO PASTOR
Como parte da função o Pastor tem os seguintes encargos :
- Doutrinar os crentes (I TM 3:2);
- Apascentar o rebanho de Deus (I PE 5:1-3);
- Exercer vigilância com amor (AT 20:28);
- Admoestar com amor (AT 20:31; II TM 4:2);
- Cuidar dos necessitados (GL 2:9-10);
- Visitar os enfermos (TG 5:14-15);
- Cumprir o papel de despenseiro (I CO 4:1-2).
E- MESTRES
- Há quatro palavras hebraicas e duas palavras gregas envolvidas neste termo mestre, a saber :
A – BIN (Fazer Compreender): Ilustra A Verdade.
- Esse verbo ocorre por mais de uma centena de vezes no AT. Sempre ligados à idéia de compreensão, conhecimento, etc. De fato no hebraico, entendimento, sabedoria, corresponde a BINAH.
B – YARAH (Direcionar, Ensinar): Dar Direção.
- Esse verbo é sempre usado no sentido de ensinar. EX 4:12,15; LV 10:11.
C – LAMAD (Ensinar)
- Palavra hebraica usada por 57 vezes com esse sentido. DT 4:1, 10; 5:31; 6:1.
D – SAKAL (Fazer Agir Sabiamente): Influenciar O Comportamento.
- Usado várias vezes no sentido de ensinar. DN 1:17; 9:22.
E – DIDÁSKALOS (Mestre, Professor): Que Trabalha No Ensino.
- Palavra grega usada cinqüenta e oito vezes no NT (MT 8:19; 9:11; TG 3:1). O substantivo, didaskalia (ensino) aparece por 21 vezes de Mateus 15:9 à Tito 2:10. E o verbo didasko (ensinar), é usado 70 vezes de Mateus a Apocalipse.
F – KATECHÉO (Instruir): Ensinar Fazendo.
Verbo grego também usado no NT LC 1:4; GL 6:6.
O PROFESSOR NO NOVO TESTAMENTO
No NT, o substantivo didáskolos é usado de maneira geral, para indicar qualquer tipo de professor, de assuntos religiosos ou não (MT 10:24; LC 6:40), que é termo grego equivalente ao termo hebraico RABI, que significa meu MESTRE (MT 8:19; 12:38; 19:16; 22:16, 36).
De todos os mestres que ali apareceram, nenhum é tão destacado como o Senhor Jesus, o Mestre por excelência. Nicodemos, que Jesus chamou de mestre em Israel, disse: Rabi, sabemos que és mestre vindo da parte de Deus (JO 3:2). Jesus foi o protótipo de uma série de mestres cristãos levantados por ele na igreja. Em 1 Coríntios 12:28 e Efésios 4:11, o apóstolo Paulo se refere ao ministério especial dos mestres, cuja finalidade era de instruir a verdade cristã aos crentes.
A comparação dos textos de Atos 13:1 com Romanos 12:7, 2 TM 1:11 e Tiago 3:1 mostramos que os mestres cristãos que exerciam seu Dom ministerial juntamente com os apóstolos, os profetas, os evangelistas e pastores (na verdade, os mestres eram sempre pastores, embora nem todos os pastores fossem sempre mestres). Na maioria das vezes ensinavam em congregações locais já estabelecidas.
Dentro do círculo apostólico, o grande mestre dos gentios foi o apóstolo Paulo. Ele mesmo testificou: para isto fui designado pregador e apóstolo, mestre dos gentios na fé e na verdade
(1 TM 2:7). Tanto os apóstolos como os Pastores eram Mestres, e nenhum pastor pode ser verdadeiro pastor se não for apto para ensinar (1 TM 3:2, 11). Há alguém que sugere que os pastores e mestres seriam aspectos de uma mesma função. Não obstante não se pode provar isso; é óbvio que todo Pastor deve ser um mestre no ensino, pois boa parte do seu trabalho é ensinar.
Nenhum homem é apto para ser Pastor se não souber ensinar, e por sua vez o mestre precisa do conhecimento que a experiência pastoral confere. Esses homens dotados por Deus são guardiões do conhecimento, possuidores de habilidades naturais concedidas por Deus.
A tarefa dos mestres é a de transmitir conhecimento, inspirar aos crentes grandes verdades, e assim, através da instrução geral conferida à igreja, contribuir para levar os crentes mais perto do ideal da imagem de Cristo.
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