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SOTERIOLOGIA - A SALVAÇÃO

Atualizado: 7 de ago. de 2019


A DOUTRINA DA SALVAÇÃO


       SOTERIOLOGIA


       DEFINIÇÃO


- Soteriologia é a união entre dois termos gregos "Soteria" que significa Salvação e "Logia" que significa Estudo. Portanto Soteriologia é o Estudo da Salvação.


       INTRODUÇÃO


       É fundamental que tenhamos convicção da nossa salvação. A Bíblia garante que podemos ter convicção da vida eterna. Sem esta convicção é impossível viver a vida cristã. Ao fazer o estudo, examine como está a sua convicção a luz da Palavra de Deus.


       BREVE EXEGESE DE SALVAÇÃO


       De uma forma simples, podemos dizer que “salvação é o fato do homem ser salvo do poder e dos efeitos do pecado”.

       O vocábulo português se deriva do latim salvare, “salvar” e de salus, “saúde”, “ajuda”, e traduz o termo hebraico yeshu‘a e cognatos (largura, facilidade, segurança) e o vocábulo grego sõteria, e cognatos (cura, recuperação, redenção, remédio, salvação, bem estar).

       Significa a ação ou o resultado de livramento ou preservação de algum perigo ou enfermidade, subentendendo segurança, saúde e prosperidade.

       Nas Escrituras, o movimento parte dos aspectos mais físicos para o livramento moral e espiritual.

       Assim é que as porções mais antigas do Antigo Testamento dão ênfase aos meios dos servos individuais de Deus escaparem das mãos de seus inimigos, a emancipação de Seu povo da escravidão e o estabelecimento dos mesmos numa terra de abundância; já as porções posteriores dão maior ênfase às condições e qualidades morais e religiosas da bem-aventurança, e estende suas amenidades além das fronteiras nacionais (O Novo Dicionário da Bíblia, Vol-II, p 1464 – 5).

       Em primeira instância, o verbo sõzõ, “salvar” bem como o substantivo sõtêria, “salvação”, denotam o “salvamento” e a “libertação” no sentido de evitar algum perigo que ameaça a vida. Pode ocorrer na guerra ou em alto mar. Aquilo de que se recebe o livramento pode, no entanto, ser uma doença.

       Onde não se menciona qualquer perigo imediato, também podem significar “conservar” ou “preservar”. O verbo e o substantivo podem até significar “voltar com segurança” para casa.

       Na LXX sõzõ traduz nada menos do que 15 verbos hebraicos diferentes, mas os mais importantes são yãsa, que se emprega no hiphil para “libertar” e “salvar”, e mãlat, niphal, “escapulir”, “escapar”, “salvar”. E embora Iahweh empregue agentes humanos, o israelita piedoso tinha consciência do fato do livramento vir do próprio Iahweh (Salmos 12:1; 121: 1-2)

       Mas o conteúdo exato dessa libertação ou salvação varia de acordo com o contexto e as circunstâncias.

       No Novo Testamento, o verbo sozõ ocorre 106 vezes, e o substantivo sõtêria, 45 vezes. Sendo que a graça de Deus é a grande fonte de salvação (Efésios 2:8 – 9), e o Filho de Deus é o Salvador do Mundo (Lucas 2:11; I João 4:14).


       A VERDADEIRA IDEIA DA SALVAÇÃO


       Há diversas ideia s a respeito da salvação. Vamos mencionar algumas das mais importantes e apontar a que está mais de acordo com a ideia apresentada por Jesus Cristo.


       A SALVAÇÃO E O PASSADO


       Atos 17:30 Mas Deus, não levando em conta os tempos da ignorância, manda agora que todos os homens em todos os lugares se arrependamos. Suponhamos que uma pessoa que não saiba nadar esteja prestes a afogar-se; mas, felizmente alguém o salva. A salvação nada tem haver com o passado da pessoa salva.


       A SALVAÇÃO E O FUTURO


       Imaginemos agora, um condenado a morte, porém perdoado por alguém cheio de bondade e amor. Este perdão garante ao condenado o livramento do castigo merecido. Esta salvação visou o livramento do castigo futuro


       A SALVAÇÃO DE JESUS


       Lucas 9:24 Porque qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; porém qualquer que, por amor de mim, perder a sua vida, a salvará. Suponhamos que temos um único grão de arroz no mundo em nossas mãos. Para salvar esta semente o que temos que fazer? A melhor maneira de salvá-lo é plantando-o, pois se colhera centenas deles

       A verdadeira ideia da salvação é, aquela que contempla mais aquilo para o que somos salvos do que aquilo de que fomos salvos.

       A salvação ensinada por Jesus acentua mais o céu com toda a sua glória do que o inferno com todo o seu horror. Não somos salvos para escaparmos da morte, mas para gozarmos a vida eterna.

       I João 3:2 Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser.


       ELEMENTOS BÁSICOS PARA A SALVAÇÃO


       Romanos 3:24-25 E são justificados gratuitamente pela sua Graça, pela redenção que há em Cristo Jesus. Deus o propôs para propiciação pela Fé no seu Sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos sob a tolerância de Deus.

       Os elementos básicos estabelecidos para salvação conforme escrito pelo Apóstolo Paulo aos Romanos são :


       A GRAÇA


       Tito 2:11 Pois a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos os homens. Graça significa, primeiramente, favor, ou a disposição bondosa da parte de Deus. (Favor não merecido). A graça de Deus aos pecadores revela-se no fato de que ele mesmo pela expiação de Cristo, pagou toda a pena do pecado. Por conseguinte, ele pode justamente perdoar o pecado sem levar em conta os merecimentos ou não merecimentos. A graça manifesta-se independente das obras dos homens. A graça é conhecida como Fonte da Salvação.


       O SANGUE


       I João 1:7 O sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado. Em virtude do sacrifício de Cristo no calvário, o crente é separado para Deus, seus pecados perdoados e sua alma purificada. Sangue é conhecido como a Base da Salvação.


       A FÉ


       Efésios 2:8-9 Pois é pela graça que sois salvos, por meio da Fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie. Pela fé reconhece o homem a necessidade de salvação, e pela mesma fé é ele levado a crer em Cristo Jesus.

       Hebreus 11:6 Ora, sem Fé é impossível agradar a Deus, porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam. A Fé conduz-nos ao Salvador, a Fé coloca a verdade na mente e Cristo no coração. A Fé é a ponte que dá passagem ao mundo espiritual, por isso concluímos que a Fé é o Meio para a Salvação.


       A SALVAÇÃO


       O Senhor Jesus Cristo, pela sua morte expiatória, comprou a salvação para os homens.

       Como Deus a aplica e como é ela recebida pelos homens para que se torne uma realidade experimental ?

       As verdades relacionadas com a aplicação da salvação agrupam-se sob três títulos : Justificação, Regeneração e Santificação.

       As verdades relacionadas com a aceitação da salvação, por parte dos homens, agrupam-se sob os seguintes títulos : Arrependimento, Fé e Obediência.


       I. A NATUREZA DA SALVAÇÃO


       O assunto desta secção será : Que é que constitui a salvação, ou "estado de graça"?


       1. Três aspectos da salvação.


       Há três aspectos da salvação, e cada qual se caracteriza por uma palavra que define ou ilustra cada aspecto :


       (a) Justificação é um termo forense que nos faz lembrar um tribunal. O homem, culpado e condenado, perante Deus, é absolvido e declarado justo — isto é, justificado.


       (b) Regeneração (a experiência subjetiva) e Adoção (o privilégio objetivo) sugerem uma cena familiar. A alma, morta em transgressões e ofensas, precisa duma nova vida, sendo esta concedida por um ato divino de regeneração. A pessoa, por conseguinte, torna-se herdeira de Deus e membro de sua família.


       (c) A palavra santificação sugere uma cena do templo, pois essa palavra relaciona-se com o culto a Deus. Harmonizadas suas relações com a lei de Deus e tendo recebido uma nova vida, a pessoa, dessa hora em diante, dedica-se ao serviço de Deus. Comprado por elevado preço, já não é dono de si; não mais se afasta do templo (figurativamente falando), mas serve a Deus de dia e de noite. (Luc. 2:37.) Tal pessoa é santificada e por sua própria vontade entrega-se a Deus.


       O homem salvo, portanto, é aquele cuja vida foi harmonizada com Deus, foi adotado na família divina, e agora dedica-se a servi-lo. Em outras palavras, sua experiência da salvação, ou seu estado de graça, consiste em justificação, regeneração (e adoção), e santificação. Sendo justificado, ele pertence aos justos; sendo regenerado, ele é filho de Deus; sendo santificado, ele é "santo" (literalmente uma pessoa santa).

      São essas bênçãos simultâneas ou consecutivas ?

       Existe, de fato, uma ordem lógica :

       O pecador harmoniza-se, primeiramente, perante a lei de Deus; sua vida é desordenada; precisa ser transformada. Ele vivia para o pecado e para o mundo e, portanto, precisa separar-se para uma nova vida, para servir a Deus. Ao mesmo tempo as três experiências são simultâneas no sentido de que, na prática, não se separam. Nós as separamos para poder estudá-las. As três constituem a plena salvação. À mudança exterior, ou legal, chamada justificação, segue-se a mudança subjetiva chamada regeneração, e esta , por sua vez, é seguida por dedicação ao serviço de Deus. Não concordamos em que a pessoa verdadeiramente justificada não seja regenerada; nem admitimos que a pessoa verdadeiramente regenerada não seja santificada (embora seja possível, na prática, uma pessoa salva, às vezes, violar a sua consagração). Não pode haver plena salvação \ sem essas três experiências, como não pode haver um triângulo sem três lados. Representam elas o tríplice fundamento sobre o qual se baseia subseqüente vida cristã. Começando com esses três princípios, progride a vida cristã em direção à perfeição.

       Essa tríplice distinção regula a linguagem do Novo Testamento em seus mínimos detalhes. Ilustremos assim :


       (a) Em relação à justificação : Deus é o Juiz, e Cristo é o Advogado; o pecado é a transgressão da lei; a expiação é a satisfação dessa lei; o arrependimento é convicção; aceitação traz perdão ou remissão dos pecados; o Espírito testifica do perdão; a vida cristã é obediência e sua perfeição é o cumprimento da lei da justiça.


       (b) A salvação é também uma nova vida em Cristo. Em relação a essa nova vida, Deus é o Pai (Aquele que gera), Cristo é o Irmão mais velho e a vida; o pecado é obstinação, é a escolha da nossa própria vontade em lugar da vontade do Chefe da família; expiação é reconciliação; aceitação é adoção; renovação de vida é regeneração, é ser nascido de novo; a vida cristã significa a crucificação e mortificação da velha natureza, a qual se opõe ao aparecimento da nova natureza, e a perfeição dessa nova vida é o reflexo perfeito da imagem de Cristo, o unigênito Filho de Deus.


       (c) A vida cristã é a vida dedicada ao culto e ao serviço de Deus, isto é, a vida santificada. Em relação a essa Vida santificada, Deus é o Santo; Cristo é o sumo sacerdote; o pecado é a impureza; o arrependimento é a consciência dessa impureza; a expiação é o sacrifício expiatório ou substitutivo; a vida cristã é a dedicação sobre o altar (Rom. 12:1); e a perfeição desse aspecto é a inteira separação do pecado; separação para Deus.


       E essas três bênçãos da graça foram providas pela morte expiatória de Cristo, e as virtudes dessa morte são concedidas ao homem pelo Espírito Santo. Quanto à satisfação das reivindicações da lei, a expiação proveu o perdão e a justiça para o homem. Abolindo a barreira existente entre Deus e o homem, ela possibilitou a nossa vida regenerada. Como sacrifício pela purificação do pecado, seus benefícios são santificação e pureza.

       Notemos que essas três bênçãos fluem da nossa união com Cristo. O crente é um com Cristo, em virtude de sua morte expiatória e em virtude do seu Espírito vivificante. Tornamo-nos justiça de Deus nele, (2 Cor. 5:21); por ele temos perdão dos pecados (Efés. 1:7); nele somos novas criaturas, nascidos de novo, com nova vida (2 Cor. 5:17); nele somos santificados (1 Cor. 1:2), e ele é feito para nós santificação (1 Cor. 1:30). Ele é "autor da salvação eterna".


       2. Salvação - externa e interna.


       A Salvação é tanto objetiva (externa) como subjetiva (interna).


       (a) A justiça, em primeiro lugar, é mudança de posição, mas é acompanhada por mudança de condições. A justiça tanto é imputada com também conferida.

 

       (b) A adoção refere-se a conferir o privilégio da divina filiação; a regeneração trata da vida interna que corresponde à nossa chamada e que nos faz "participantes da natureza divina".

 

       (c) A santificação é tanto externa como interna. De modo externo é separação do pecado e dedicação a Deus; de modo interno é purificação do pecado. 

       O aspecto externo da graça é provido pela obra expiatória de Cristo; o aspecto interno é a operação do Espírito Santo. 


       3. Condições da salvação.

 

       Que significa a expressão condições da salvação ? 

       Significa o que Deus exige do homem a quem ele aceita por causa de Cristo e a quem dispensa as bênçãos do Evangelho da graça.

       As Escrituras apresentam o arrependimento e a fé como condições da salvação; o batismo nas águas é mencionado como símbolo exterior da fé interior do convertido. (Mar. 16:16; Atos 22: 16; 16:31; 2:38; 3:19.)

       Abandonar o pecado e buscar a Deus são as condições e os preparativos para a salvação. Estritamente falando, não há mérito nem no arrependimento nem na fé; pois tudo quanto é necessário para a salvação já foi providenciado a favor do penitente. Pelo arrependimento o penitente remove os obstáculos à recepção do dom; pela fé ele aceita o dom. Mas, embora sejam obrigatórios o arrependimento e a fé, sendo mandamentos, é implícita a influência ajudadora do Espírito Santo. (Notem a expressão: "Deu Deus o arrependimento" Atos 11:18.) A blasfêmia contra o Espírito Santo afasta o único que pode comover o coração e levá-lo à contrição. Por conseguinte, para tal pecado não há perdão.

       Qual é a diferença entre o arrependimento e a fé ? 

       A fé é o instrumento pelo qual recebemos a salvação, fato que não se dá com o arrependimento. O arrependimento ocupa-se com o pecado e o remorso, enquanto a fé ocupa-se com a misericórdia de Deus.

       Pode haver fé sem arrependimento ? 

       Não. Só o penitente sente a necessidade do Salvador e deseja a salvação de sua alma.

       Pode haver arrependimento verdadeiro sem fé ? 

       Ninguém poderá arrepender-se no sentido bíblico sem fé na Palavra de Deus, sem acreditar em suas ameaças do juízo e em suas promessas de salvação.

       São a fé e o arrependimento apenas medidas preparatórias à salvação ? 

       Ambos acompanham o crente durante sua vida cristã; o arrependimento torna-se em zelo pela purificação da alma; e a fé opera pelo amor e continua a receber as coisas de Deus.


       (a) Arrependimento. 


       Alguém definiu o arrependimento das seguintes maneiras : "A verdadeira tristeza sobre o pecado, incluindo um esforço sincero para abandoná-lo"; "tristeza piedosa pelo pecado"; "convicção da culpa produzida pelo Espírito Santo ao aplicar a lei divina ao coração"; ou, nas palavras de menino: "Sentir tristeza a ponto de deixar o pecado."

       Ha três elementos que constituem o arrependimento segundo as Escrituras: intelectual, emocional e prático. Podemos ilustrá-los da seguinte maneira :

 

       (1) O viajante que descobre estar viajando em trem errado. Esse conhecimento corresponde ao elemento intelectual pelo qual a pessoa compreende, mediante a pregação da Palavra, que não está em harmonia com Deus. 


       (2) O viajante fica perturbado com a descoberta. Talvez alimente certos receios. Isso ilustra o lado emocional do arrependimento, que é uma autoacusação e tristeza sincera por ter ofendido a Deus. (2 Cor. 7:10) 


       (3) Na primeira oportunidade o viajante deixa esse trem e embarca no trem certo. Isso ilustra o lado prático do arrependimento, que significa em "meia-volta.. . volver!" e marchar em direção a Deus. Há uma palavra grega traduzida "arrependimento", que significa literalmente "mudar de ideia ou de propósito". O pecador arrependido se propõe mudar de vida e voltar-se para Deus; o resultado prático é que ele produz frutos dignos do arrependimento. (Mat. 3:8.)


       O arrependimento honra a lei como a fé honra o evangelho. 

       Como, pois, o arrependimento honra a lei ? 

       Contristado, o homem lamenta ter-se afastado do santo mandamento, como também lamenta sua impureza pessoal que, à luz dessa lei, ele compreende. Confessando — ele admite a justiça da sentença divina. Na correção de sua vida ele abandona o pecado e faz a reparação possível e necessária, de acordo com as circunstâncias.

       De que maneira o Espírito Santo ajuda a pessoa a arrepender-se ? 

       Ele a ajuda aplicando a Palavra de Deus à consciência, comovendo o coração e fortalecendo o desejo de abandonar o pecado.


       (b) Fé.

 

       Fé, no sentido bíblico, significa crer e confiar. É o assentimento do intelecto com o consentimento da vontade. Quanto ao intelecto, consiste na crença de certas verdades reveladas concernentes a Deus e a Cristo; quanto à vontade, consiste na aceitação dessas verdades como princípios diretrizes da vida. A fé intelectual não é o suficiente (Tia. 2:19; Atos 8:13, 21) para adquirir a salvação. É possível dar seu assentimento intelectual ao Evangelho sem, contudo, entregar-se a Cristo. A fé oriunda do coração é o essencial (Rom. 10:9). Fé intelectual significa reconhecer como verídicos os fatos do evangelho; fé provinda do coração significa a pronta dedicação da própria vida as obrigações implícitas nesses fatos. Fé, no sentido de confiança, implica também o elemento emocional. Por conseguinte, a fé que salva representa um ato da inteira personalidade, que envolve o intelecto, as emoções e a vontade.

       O significado da fé determina-se pela maneira como se emprega a palavra no original grego. Fé, às vezes, significa não somente crer em um corpo de doutrinas, mas, sim, crer em tudo quanto é verdade, como, por exemplo nas seguintes expressões: "Anuncia agora a fé que antes destruía (Gál. l:2d); apostatarão alguns da fé" (1 Tim. 4:1); "a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos (Jud. 8). Essa fé é denominada, às vezes, "fé objetiva" ou externa. O ato de crer nessas verdades é conhecido como fé subjetiva.

       Seguida por certas preposições gregas a palavra "crer" exprime a ideia de repousar ou apoiar-se sobre um firme fundamento; é o sentido da palavra crer que se lê no Evangelho de João 3:16. Seguida por outra preposição, a palavra significa a confiança que faz unir a pessoa ao objeto de sua fé. Portanto, te e o elo de conexão entre a alma e Cristo.

       A fé é atividade humana ou divina ? 

       O fato de que ao homem e ordenado crer implica capacidade e obrigação de crer. Todos os homens tem a capacidade de depositar sua confiança em alguém e em alguma coisa. Por exemplo: um deposita sua fé em riquezas, outro no homem, outro em amigos, etc. Quando a crença e depositada na palavra de Deus, e a confiança está em Deus e em Cristo, isso constitui fé que salva. Contudo, reconhecemos a graça do Espírito Santo, que ajuda, em cooperação com a Palavra, na produção dessa fé (Vide João 6:44; Rom. 10:17; Gál. 5:22; Heb. 12:2.)

       Que é então, a fé que salva ? 

       Eis algumas definições : "Fé em Cristo e graça salvadora pela qual o recebemos e nele confiamos inteiramente para receber a salvação conforme nos é oferecida no evangelho." E o "ato exclusivamente do penitente, ajudado, de modo especial, pelo Espírito, e como descansando em Cristo." "É ato ou hábito mental da parte do penitente, pelo qual, sob a influencia da graça divina, a pessoa põe sua confiança em Cristo como seu único e todo suficiente Salvador." "É uma firme confiança em que Cristo morreu pelos meus pecados, que ele me amou e deu-se a si mesmo por mim." "E crer e confiar nos méritos de Cristo, e por cuja cousa Deus está disposto a mostrar-nos misericórdia." "É a fuga do pecador penitente para a misericórdia de Deus em cristo.


       4. Conversão. 


       Conversão, segundo a definição mais simples, é abandonar o pecado e aproximar-se de Deus. (Atos 3:19.) O termo é usado para exprimir tanto o período crítico em que o pecador volta aos caminhos da justiça como também para expressar o arrependimento de alguma transgressão por parte de quem já se encontra nos caminhos da justiça. (Mat. 18:3; Luc. 22:32; Tia. 5:20.)

       A conversão está muito relacionada com o arrependimento e a te, e, ocasionalmente, representa tanto um como outro ou ambos, no sentido de englobar todas as atividades pelas quais o homem abandona o pecado e se aproxima de Deus. (Atos 3:19; 11:21; 1 Ped. 2:25.) O Catecismo de Westminster, em resposta à sua própria pergunta, oferece a seguinte e adequada definição de conversão :

       Que é arrependimento para a vida ? 

       Arrependimento para a vida é graça salvadora, pela qual o pecador, sentindo verdadeiramente o seu pecado , e lançando mão da misericórdia de Deus em Cristo, e sentindo tristeza por causa do seu pecado e ódio contra ele, abandona-o e aproxima-se de Deus, fazendo o firme propósito de, daí em diante, ser obediente a Deus.

       Note-se que, segundo essa definição, a conversão envolve a personalidade toda — intelecto, emoções e vontade.

       Como se distingue conversão de salvação ? 

       A conversão descreve o lado humano da salvação. Por exemplo: observa-se que um pecador, bêbado notório, não bebe mais, nem joga, nem frequenta lugares suspeitos; ele odeia as coisas que antes amava e ama as coisas que outrora odiava. Seus amigos dizem: "Ele está convertido; mudou de vida." Essas pessoas estão descrevendo o que aparece, isto é, o lado humano do fato. Mas, do lado divino, diríamos que Deus perdoou o pecado do pecador e lhe deu um novo coração.

       Mas isso significa que a conversão seja inteiramente uma questão de esforço humano? Como a fé e o arrependimento estão inclusos na conversão, a conversão é uma atividade humana; mas ao mesmo tempo é um efeito sobrenatural sendo ela a reação por parte do homem ante o poder atrativo da graça de Deus e da sua Palavra. Portanto, a conversão é o resultado da cooperação das atividades divinas e humanas. "Assim também operai a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar segundo a sua boa vontade" (Fil. 2:12,13). As seguintes passagens referem-se ao lado divino da conversão: Jer. 31:18; Atos 3:26. E estas outras referem-se ao lado humano: Atos 3:19; 11:18; Ezeq. 33:11.

       Qual se opera primeiro, a regeneração ou a conversão ? 

       As operações que envolvem a conversão são profundas e de caráter misterioso; por conseguinte, não as analisaremos com precisão matemática. O teólogo Dr. Strong conta o caso de um candidato à ordenação a quem fizeram a pergunta acima. Ele respondeu: "Regeneração e conversão são como a bala do canhão e o furo do cano do canhão — ambos atravessam o cano juntos."

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