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Psicologia Pastoral No Cuidado Das Almas Masculinas E Das Almas Femininas



Psicologia Pastoral No Cuidado Das Almas Masculinas


Assinalando a mentalidade masculina o pensamento sóbrio, abstrato, e, por conseguinte, a vontade resoluta e enérgica, as pregações e instruções, no cuidado pastoral dos homens, devem distinguir-se pela clareza e densidade de pensamento e claro apelo à vontade. Qualquer acentuação causada pelo sentimento, qualquer exagero afetivo e qualquer espécie de sentimentalismo desagradam ao homem dotado por natureza de menor intensidade de sentimento.


A orientação espiritual do homem para o essencial e positivo comporta a necessidade da maior brevidade possível nas conversas e nas exortações. A paciência masculina esgota-se muito mais depressa que a longanimidade e a dose de sacrifício da mulher.


Devemos ir ao encontro da disposição natural à atividade do homem, apontando-lhe o sacerdócio leigo, especialmente a posição cheia de responsabilidade como chefe de família; atraindo-o a tarefas que se relacionem com a igreja.


Embora o homem se distinga pela coragem e valor - basta pensar nos atos heróicos dos soldados em tempo de guerra - todavia a vida religiosa é às vezes dificultada em medida mui considerável pelo respeito humano. Assim acontece porque se considera, em vastos círculos da opinião pública, a participação ativa na vida religiosa como tarefa feminina. Por isso o homem a suprime com facilidade, visto não suportar o menosprezo da virilidade ou palavras de zombaria ou desprezo. Devemos então demonstrar que a participação na vida religiosa é obrigatória para ele, tanto quanto para a mulher naturalmente para o homem em atitude viril - e a confissão da sua convicção indica muito mais coragem viril que a negação envergonhada. Neste ponto é bom apresentar a heroísmo de homens cristãos de todos os tempos, a coragem viril que atinge o ápice não na perseguição dos inimigos, mas no martírio, na doação da própria vida, no testemunho com o derramamento do próprio sangue.


O cuidado pastoral ao elemento masculino não deve e squecer que o homem, muito mais facilmente que a mulher, está sujeito a crises de fé e de moral. O homem afastase com maior facilidade e mais vezes de Deus tornam-se vítimas do racionalismo e do cepticismo. A mulher tem ligações sentimentais fortes com Deus, sente-se segura no amor e sob sua proteção. Ama-o com a totalidade de seu ser e por isso nem mesmo as crises espirituais podem afastá-la completamente de Deus. É bem diferente a situação do homem. Seus laços sentimentais são muito menos fortes e não possui a certeza intuitiva do verdadeiro e do bom. Devemos ainda acrescentar serem menores nele a paixão e a perseverança. Por conseguinte, está exposto a perigos maiores nos períodos de provação e crise religiosa e cede mais depressa nos conflitos ideológicos. Nesses casos é preciso, em primeiro lugar, intensificar e enraizar profundamente no homem o ideal da devoção masculina. Além disso, é preciso aproveitar as energias fundamentais próprias à natureza masculina na tendência combativa e criadora. Experiência óbvia nos ensina que certos homens se revoltam e deixam de lado o dever religioso até que a autoridade o facilite ou eventualmente o imponha. Se, ao contrário, lhes pro íbem o mesmo dever, alguns passam a participar dele com maior entusiasmo.


Outro aspecto deficiente da atitude religiosa masculina é a fraqueza da ligação pessoal com Deus. Não possui a capacidade de amar com a totalidade de seu ser e por isso não pode também se dar completamente. Assim sendo sua posição em relação a Deus é muita vez, reservada, impessoal, parca, abstrata. A oração é mais de pensamento que de amor. A força de dedicação e sacrifício é menor; abate-se espiritualmente com mais facilidade que a mulher quando se confronta com a provação e falta de empenho onde a mulher sofre e suporta por amor. É importante, em conseqüência, educar o homem em amor ardente par a com o Deus uno e trino. A pilastra fundamental da sua vida religiosa deve consistir antes de tudo no amor entusiasta por Cristo.


Psicologia Pastoral No Cuidado Das Almas Femininas


A psicologia da mulher caracteriza-se antes de tudo pela força e profundeza de sentimento. Assim se explica também a inclinação que tem pela intimidade, espiritualidade, desejo ardente de ser útil ao próximo, de cuidar, de socorrer. É claro que este dote natural pode ser colocado com facilidade a serviço de sua vida religiosa. A religião cristã é mais rica de valores sentimentais que qualquer outra. Basta pensar no ensinamento sobre o amor provido e paterno de Deus, sobre a Encarnação e a Paixão do Salvador etc. Muitas verdades religiosas e formas de oração têm, portanto, efeito mais vistoso sobre a alma feminina. Mas, justamente por isso, a mulher está mais exposta ao perigo da exaltação e do sentimentalismo mórbido. Assim é preciso orientar a mente da mulher para o essencial, o verdadeiro e o espiritual. O Redentor disse à samaritana que Deus deve ser adorado “em espírito e verdade” (Jo 4.23).


Outro aspecto característico da psicologia feminina é a ligação intensa ao que é pessoal; é a raiz de sua maior força de amor e da capacidade de dar-se sem reservas. Devemos procurar que esse laço ao pessoal se inspire no amor puro, pois, de outra forma, degenera facilmente em capricho, parcialidade e transforma-se repentinamente em aversão. Dessa ligação com o pessoal, tão forte na alma feminina, resulta também a facilidade de sentir-se segura na proteção, no amor e na misericórdia de Deus, de chegar ao amor ardente e entusiasta por Cristo. O exercício da humildade e da confiança, tão indispensáveis para a vida cristã, é menos fatigante para a mulher do que para o homem. Da mesma forma, para a mulher é mais fácil abrir a alma. Há naturalmente o perigo de ver no confessor-não o mediador entre Deus e a própria alma, más a pessoa do sacerdote, tornando-a termo de aspiração e de desejo. É lógico, portanto, que o diretor espiritual das mulheres possua personalidade irrepreensível e notável medida de altruísmo, se quiser conduzir diretamente para Deus uma alma feminina a ele confiada. A palavra do precursor deve tornar-se seu lema: “Ele (Cristo) deve crescer, eu diminuir” (Jo 3.30).


Toda a direção espiritual da mulher, para ser bem feita e fecunda, deve aproveitar-se do ideal especificamente feminino, que se exprime no binômio virgindade e maternidade. Em qualquer alma nobre de mulher - não importa se casada ou não - a virgindade e a maternidade devem harmonizar-se e completar-se reciprocamente. Não é a virgindade nem a maternidade só que representam o ideal feminino.


A maternidade da mulher suscita-nos outros uma sensação de refúgio seguro e de amor; a virgindade, ao contrário, desperta o sentimento da intangibilidade, do respeito profundo. Já que hoje devemos lutar pelo verdadeiro ideal feminino que renove o mundo, é muito importante acentuar a fusão necessária entre maternidade e virgindade. Se falta um desses elementos, o ideal feminino fica automaticamente diminuído e falsificado. Também a alma virginal, deve sentir a maternidade, que pode exprimir-se no cuidado dos enfermos e das crianças, no apostolado da oração e no serviço contínuo da caridade. Sem calor materno, a virgindade torna-se fria, rígida, fossilizada, sem doçura nem graça. No entanto, também a maternidade da mulher casada deve estar unida à virgindade espiritual que a torne intangível para o homem. Ele deve permanecer diante da mulher, apesar de todo o amor e de toda a confiança, a respeitosa distância. Deve ver nela o aspecto sagrado, que não ousa tocar e pretender toda para si, por perceber que, em virtude de sua virgindade espiritual, pertence só a Deus. “Em última análise, trata-se apenas de acentuar um ou outro dos dois pólos do ideal feminino: para a virgem será a virgindade materna e para a casada será a maternidade virginal” (H. Schm idt).


Era, portanto, errado nas associações da juventude feminina apresentar a virgindade como o único bem. Educar boas mães cristãs em pureza virginal e, portanto, pintar em cores vivas também o ideal da mãe cristã e apresentá-la como modelo, deveria ser uma das tarefas principais dessas associações. O que nem sempre tem acontecido.


Nunca se poderá sublinhar bastante que bênçãos representam os filhos para a mulher, não só do ponto de vista psíquico, mas também do físico. Não é raro o caso de moças, que durante anos sofreram diversas formas de neuroses, ficarem curadas logo que se tornam esposas felizes e mães de criança sadia. Os filhos são justamente o desejo natural mais profundo de todo coração genuinamente feminino. Naturalmente custam paciência, sacrifício e preocupações. Mas é no desdobramento e na ativação dessas disposições femininas que a mulher encontra a própria felicidade.


É óbvio que a mulher, compreendida sob o ideal duplo da maternidade e da virgindade, poderá defender melhor a dignidade do matrimônio contra a profanação do abuso conjugal. Educará o marido, pela sua pureza, ao respeito tão profundo de modo que ele, levando em consideração seus sentimentos e dignidade, aceitará o sacrifício da continência, ou ela, com seu sentimento materno pronto ao sacrifício, aceitará todos os filhos que a Providência divina quiser conceder-lhe.

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