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Princípios de Liderança



1.0 INTRODUÇÃO


1. 1 O caráter nobre do pastoreio.


Cuidar do rebanho de Deus é uma das mais nobres tarefas dadas por Deus ao homem. Representa, também, enormes e pesadas responsabilidades, pois quem administra uma igreja está lidando não só com as questões administrativas do dia-a-dia, mas sobretudo com o preparo de almas para a vida eterna.

Daí há quem pense que basta atender as necessidades espirituais do rebanho para cumprir o propósito divino, deixando as questões administrativas em plano secundário. Embora as necessidades espirituais sejam mais importantes, há o lado humano, a organização, o modo de fazer as coisas, que também não podem ser desprezados.


1.2 Administração e pastoreio são interdependentes


Esses dois aspectos da igreja aparecem em linhas paralelas e têm necessidade mútua. Um rebanho bem assistido depende de uma boa administração. Ou, ao contrário, uma igreja bem administrada permite uma boa assistência ao rebanho.

1.3 Boa liderança, boa administração


Nossa matéria será dividida em duas partes: na primeira, trataremos de forma bastante específica sobre liderança. A boa administração só será possível se houver uma boa liderança. Na segunda, nossa abordagem será então sobre administração eclesiástica em si mesma.


2.0 DEFINIÇÃO DE LIDERANÇA


Diz-se com muita propriedade que a verdade está nas coisas óbvias. Conceitos expressos de forma complicada, ou passam uma falsa idéia de profundo conhecimento, ou são elaborados com a finalidade de reter a informação a alguns poucos “iluminados” e manter alienados os demais do verdadeiro significado do que está sendo definido.

Liderança, em suma, nada mais é do que exercer influência sobre outras pessoas e fazer com que elas sigam o caminho traçado por aquele que lidera. Ou seja, toda liderança tem propósitos. Exerce-se a liderança em duas vertentes: liderança informal e liderança formal.


2.1 Liderança informal


Liderança informal compreende aquelas situações em que o prestígio pessoal e a influência de determinados indivíduos agregam seguidores não pelo estabelecimento formal de uma liderança, mas pelo destaque que essas pessoas ocupam nos mais variados segmentos sociais. Incluem-se aqui, principalmente, os profissionais de comunicação, em especial os artistas, cujas práticas são copiadas e seguidas até sem questionamentos, ainda que não haja uma liderança clara, formal e condutora do processo.

Nesse sentido, todos temos a nossa parcela de liderança, em maior ou menor escala, porque de algum modo, sem o buscarmos, exercemos influência informal e involuntária sobre outras pessoas. Até o simples faxineiro tem gente à sua volta que lhe copia hábitos de seu padrão de comportamento.

Para ajudar o nosso raciocínio, usemos o esquema adotado pelo livro Como Influenciar Pessoas e vejamos a seguir uma lista de alguns nomes, uns conhecidos, outros desconhecidos, e alguns deles até no exercício da liderança formal nos segmentos afins, os quais exercem liderança informal e involuntária em outros segmentos pelo que representam no âmbito em que atuam :

EDSON ARANTES DO NASCIMENTO

NILSON DO AMARAL FANINI

DEOSDETH DA SILVA RODRIGUES

DIEGO MARADONA

ZEQUINHA MARINHO

RONALDO RODRIGUES DE SOUZA

ANTONIO GILBERTO

THOMAS TRASK

SEVERINO CAVALCANTI

MAX LUCADO

JOSÉ PIMENTEL DE CARVALHO

GILBERTO GIL

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

MARINA DA SILVA

Outros nomes poderiam ser acrescentados, mas para o nosso propósito esses bastam. O que há em comum entre eles, já que nem todos são conhecidos ? Pelo destaque que têm e pelo prestígio que desfrutam, alguns em âmbito bastante restrito, encontram seguidores capazes, inclusive, de defender suas ações com unhas e dentes, mesmo que elas estejam equivocadas. Isso é o que se define como liderança informal.

Mesmo aqueles que têm alguma responsabilidade formal de liderar, à medida que a sua influência ultrapassa os limites do grupo liderado, tornam-se também referenciais para os que estão fora do seu âmbito de liderança formal.


2.2 Liderança formal


Liderança formal tem a ver com o exercício de um processo específico em que alguém é elevado à condição de líder para conduzir um grupo social em busca dos objetivos para os quais foi estabelecido. É algo plena e formalmente consentido tanto para quem lidera quanto para os que estão sendo liderados.

A liderança passa a ser então um instrumento de comando para montar uma estrutura, ou assumir uma já pronta, em que a matéria-prima é o próprio ser humano. Em outras palavras, a estrutura em si mesma não é o principal e, sim, aqueles que vão operacionalizá-la para alcançar o fim a que se destina.

O papel do líder, portanto, é fazer com que sua equipe use essa estrutura de modo eficiente e eficaz para concretizar a realização dos propósitos. Isto significa que toda liderança formal trabalha com objetivos, que precisam ser claros, mensuráveis e possíveis de ser alcançados.

2.2.1 O que significa eficiência


Falamos acima de ser eficiente e eficaz. A eficiência envolve o modo como se administra para alcançar os fins desejados. Tem a ver com a estrutura, as estratégias, a ação e tudo mais que se estabeleça em busca das metas. Nem sempre, porém, a eficiência chega aos resultados em razão de falhas operacionais durante o processo. Ninguém discute, por exemplo, a eficiência de uma Ferrari, mas se faltar gasolina ela não se move do lugar. Portanto, não basta ao líder ser eficiente. Ele precisa ser eficaz.


2.2.2 O que significa eficácia


Já a eficácia é o resultado da eficiência. É alcançar os objetivos propostos. Liderança eficaz, portanto, é aquela que conjuga eficiência com eficácia, e sabe, por isso mesmo, conduzir o processo com o fim de alcançar os propósitos para os quais a sua liderança foi estabelecida.

2. 3 Liderança negativa & Liderança positiva


A liderança tem dois lados, mesmo aquela que se exerce de maneira informal. Ela tanto pode ser negativa como positiva. Os propósitos podem ser negativos ou positivos. A sociedade é farta de exemplos de líderes que usam a sua capacidade de liderar com meios e fins escusos. Eles não têm o menor escrúpulo em tentar manipular as pessoas a seu bel-prazer. e com finalidades inconfessáveis.

Por outro lado, há também aqueles que se movem por objetivos legítimos e usam a sua capacidade não para impor uma vontade pessoal, mas para conscientizar e conduzir o grupo em busca de objetivos lúcidos e sadios, seja na esfera secular, seja na esfera eclesiástica, onde o exercício da liderança é legítimo, os meios são legítimos e os fins também são legítimos.

3.0 LIDERANÇA ECLESIÁSTICA


O nosso escopo nesta primeira parte abrange a liderança eclesiástica, ou seja, a condução de grupos específicos, no âmbito da Igreja, que reúne pessoas com as mesmas convergências de idéias e ação em busca dos mesmos propósitos. No meu entendimento, a melhor passagem bíblica (ainda que trate dos dons ministeriais) para definir conceitualmente como atua essa liderança e qual o seu objetivo encontra-se em Efésios 4.11-16:


“E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos a unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em toda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em caridade, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, do qual todo o corpo, bem ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor.”


Este é não só o padrão universal de liderança que Deus estabeleceu para sua Igreja. É também a descrição dos propósitos, definidos e mensuráveis, que Ele propôs para serem alcançados. É, por assim dizer, o plano de vôo que o piloto da aeronave tem em mãos para chegar ao destino. Os dons ministeriais são, portanto, a constituição do legítimo exercício da liderança eclesiástica para conduzir o corpo de Cristo aos verdadeiros propósitos para os quais ele veio à existência. Qualquer outra liderança em outros departamentos da igreja deve seguir o mesmo padrão. Quais são, todavia, esses propósitos ?

1) Treinamento, v. 12

2) Realização, v. 12

3) Edificação, 12

4) Unidade, v. 13

5) Conhecimento, v. 13

5) Similitude, v. 13

6) Firmeza, v. 14

7) Crescimento, vv. 15, 16


Seguindo o esboço de Rick Warren, autor do livro Uma Igreja com Propósitos, os objetivos acima podem ser operacionalizados da seguinte forma:


1) Celebrar a Deus

2) Ministrar ao próximo

3) Ensinar a obediência

4) Batizar

5) Fazer discípulos


4.0 OS MÉTODOS DA LIDERANÇA ECLESIÁSTICA


Vale repetir que a forma e os propósitos da liderança eclesiástica são universais. São válidos para todas as épocas e em todos os lugares. Não mudam. Qualquer coisa que esteja além do exposto em Efésios 4.11-16 é acréscimo humano. Agora, temos de convir que os métodos para que esses objetivos sejam alcançados diferem no tempo e de um lugar para outro em razão do desenvolvimento humano. Ao lidar com métodos, temos de ter em mente alguns princípios:


1) Métodos são humanos e não se constituem em modelos universais

2) “Os fins não justificam os meios”

3) Métodos não podem constituir-se em paradigmas permanentes

4) Métodos não podem sobrepor-se aos princípios

5) Métodos não podem ser alçados à condição de verdade absoluta

6) Métodos não podem vestir-se de “a única visão” de Deus para a Igreja


À luz desses princípios, cabe à liderança local encontrar os métodos que melhor se adequem à sua realidade e quebrar paradigmas quando estes não mais oferecem condições para que os propósitos de Efésios 4.11-16 sejam alcançados. Entenda-se por quebra de paradigmas a capacidade de pôr de lado métodos que não mais funcionam, arcaicos, desatualizados, em busca de outros que são próprios para o momento e aquela circunstância. NÃO SE TRATA AQUI DE MUDAR OS FUNDAMENTOS !

5.0 QUALIDADES DO EXERCÍCIO DA LIDERANÇA ECLESIÁSTICA


Todos temos, como já afirmamos acima, alguma capacidade de liderança e exercemos algum tipo de influência. Mas nem todos têm perfil para o exercício da liderança formal. Em se tratando da liderança eclesiástica, aí o funil se torna mais estreito. Em primeiro lugar, descobre-se em Efésios 4.11-16 que Deus é quem estabelece a liderança eclesiástica – não o homem. Em segundo lugar, as qualificações de 1 Timóteo 3.1-7 para os líderes exigem um elevado padrão de excelência. A sua forma de conduta tem de estar acima da média. Tudo o que os bons livros de liderança propõem para os bons líderes encontra-se na Bíblia. Eles apenas traduzem em linguagem contemporânea aquilo que já está descrito na Palavra de Deus. Vejamos algumas qualificações da liderança eclesiástica :

1) Convicção – É preciso acreditar naquilo que prega

2) Caráter – (Diferença entre temperamento, caráter e reputação)

3) Poder de agregação – Em sentido figurado, o líder é um “vendedor” de idéias


4) Poder de articulação – Uma idéia só terá funcionalidade se o grupo estiver articulado para esse fim


5) Clareza de propósitos – “De onde eu vim, o que eu estou fazendo aqui e para onde eu vou”

6) Visão da coletividade – Em outras palavras, conhecer os seus liderados


7) Capacidade de ser igual – O líder não está acima, ele é um com os demais. A única coisa que o distingue é o fato de ser um ponto de aglutinação. Ele não faz todas as tarefas sozinho


8) Capacidade de ser imitado – Ele é um exemplo para os que o cercam

9) Capacidade estratégica – As estratégias são vitais para o exercício da liderança

9) Capacidade de ouvir – Quem pouco ouve, muito erra

10) Capacidade de dialogar – O diálogo esclarece e unifica a linguagem

11) Capacidade de decidir – Há tempo para todas as coisas, inclusive para decidir.

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