MISSÃO URBANA - ESTRATÉGIAS DE EVANGELIZAÇÃO URBANA
- MINISTÉRIO RESGATE
- 4 de mar. de 2020
- 7 min de leitura

Sabemos que a conversão de indivíduos ao Cristianismo, sua busca e transformação operados pela ação do Espírito Santo, se dá apenas mediante a pregação da Palavra e a aplicação interna desta feita pelo Espírito Santo. Todavia devemos ter em mente que os meios que Deus utiliza para que a sua Palavra seja coloca e aplicada no coração dos seus eleitos faz uso de vários meios diferentes. Jerram Barrs sugere o seguinte quanto a este assunto :
À medida que começamos a fazer perguntas àqueles que chegaram à fé, vamos descobrindo quão fiel e pacientemente Deus trabalhou na vida deles para conduzi-los ao ponto de compromisso. Descobrimos também que Deus usa de uma infinita variedade de meios para atrair as pessoas a ele
Deus utiliza as características peculiares de cada um dos seus eleitos para chamá-los à salvação, afinal “como uma pessoa é única, assim também o caminho que Deus usa para atrair cada pessoa a ele é único”. A seguir descreveremos algumas estratégias de evangelização que poderão ser utilizadas nas cidades.
1. Formar Equipes de oração :
O nosso primeiro passo na Evangelização deve ser a humildade diante de Deus em reconhecermos quem somos e quem Deus é, e isso nos leva a reconhecer a nossa dependência do Senhor. Em outras palavras, “Começamos com um apropriado senso de humildade sobre o nosso papel e sobre nossa capacitação para o trabalho diante de nós, e essa humildade deve nos levar à oração.”50 A Igreja precisa sentir o desejo de orar pelos ainda não convertidos.
Um outro fator peculiarmente interessante é que Deus nos colocou em ‘famílias’ e ele alegremente utiliza esse meio mais natural para a extensão de seu reino. Então, começamos a orar por aqueles com quem vivemos e amamos. Estes, acima de todos, devem ser as pessoas por quem nos importamos mais profundamente e oramos por eles.
Uma outra frase interessante de Jerran Barrsé a que afirma que “Oração sincera, apaixonada, poderosa deve brotar dos nossos corações em favor daqueles a quem amamos, e daqueles cujas vidas são ligadas conosco, na teia da existência diária.”
Sem dúvidas um primeiro bom motivo para orarmos é “... pela obra do Espírito Santo nos corações e mentes daqueles que nos rodeiam. Sabemos que ele pode alcançar o íntimo, trabalhar suas mentes e corações, o que não podemos fazer.” Mas, também devemos orar para que as portas se abram para nós, proclamadores da palavra de Deus. não devemos nos esquecer nunca que “Cristo prometeu reinar sobre as nações e sobre nossa vida pessoal por amor ao evangelho. Então podemos Ter certeza de que ele responde nossas orações quando lhe pedimos para abrir as portas à medida que construímos relacionamentos com pessoas.” Por mais que as vezes pensemos que Deus demora em responder nossas orações, não podemos jamais nos esquecer das palavras de Pedro que afirma que o Senhor não retarda a sua promessa. (Cf. II Pe. 3: 8 – 9). Isso é o que nos consola e fortalece quando desanimamos na missão de pregar o Evangelho ou em alguma outra questão de ansiedade que temos no dia a dia.
É preciso orar por causa da extrema dureza do coração humano (Jr 3.17; 7.24; 11.8; 16.12; 18.12). O pecador tem “coração obstinado” (Is 46.12), “tendão de ferro no pescoço” e “testa de bronze” (Is 48.12). Ele carrega uma bagagem enorme de apatia, ignorância, cegueira, loucura, incredulidade, tradicionalismo, preconceito, soberba e servidão pecaminosa.
É preciso orar porque só Deus é capaz de fazer o mais difícil de todos os transplantes: “Tirarei do peito deles o coração de pedra e lhes darei um coração de carne” e “colocarei no íntimo deles um espírito novo” (Ez 11.19).
2. Testemunho pessoal :
Cada cristão em particular, por ser parte da Igreja de Deus, tem a responsabilidade de se envolver no chamado missionário que Deus deu a Igreja. Duas passagens em particular me que observamos os apóstolos convidando aos crentes para participarem do trabalho de evangelização. ( Cl 4:5,6; I Pe 3:15,16)
É preciso viver o que se prega, senão a evangelização torna-se uma hipocrisia. Essa incoerência entre conduta e mensagem gera indignação, desprezo, zombaria, escândalo, incredulidade e rejeição.
Jesus deu muita ênfase à evangelização pelo exemplo, quando declarou francamente : “Vocês são o sal da terra para a humanidade; mas, se o sal perde o gosto, deixa de ser sal e não serve mais para nada; é jogado fora e pisado pelas pessoas que passam” (Mt 5.13, NTLH). No mesmo Sermão do Monte, Ele ensina que “uma cidade construída sobre a montanha não fica escondida” e “não se acende uma lâmpada para colocá-la debaixo de uma caixa, mas sim no candelabro, onde ela brilha para todos os que estão em casa”. Em seguida, Jesus ordena : “Assim também, a luz de vocês deve brilhar para que os outros vejam as coisas boas que vocês fazem e louvem o Pai de vocês, que está no céu” (Mt 5.14-16, CNBB e NTLH). Somos agora o que Jesus foi no passado : “Enquanto estou no mundo, eu sou a luz do mundo” (Jo 9.5). A igualdade da missão de Jesus com a de seus discípulos aparece também na Grande Comissão: “Assim como tu me enviaste ao mundo, eu também os enviei” (Jo 17.18).
Aos coríntios, Paulo assume que, “como um perfume que se espalha por todos os lugares, somos usados por Deus para que Cristo seja conhecido por todas as pessoas” (2 Co 2.14, NTLH). Tornamos o evangelho conhecido mais pelo perfume do que pela palavra. Abusando da figura, é possível acrescentar: mais pelo olfato do que pela audição. Foi por isso que São Francisco de Assis disse: “Evangelize sempre; se necessário, use palavras”.
Se o evangelho não alterou o nosso comportamento e continuamos iguais aos não convertidos, não temos como evangelizar, pois “a fé que não se traduz em ações é vã” (Tg 2.20)
3. Receptividade :
Boa receptividade da parte dos membros é muito importante para com os visitantes à igreja. É necessário ter uma equipe treinada de recepcionistas, os quais darão atenção especial antes, durante e depois do culto aos visitantes e membros ausentes que retornam. Discretamente pode ser preenchida uma ficha com dados dos visitantes (nome, endereço, telefone, se aceita visita ou não) e esta ser entregue ao pastor ou à secretaria da igreja para que uma correspondência seja posteriormente enviada. Um cafezinho após o culto oportuniza a confraternização entre todos.
4. Grupos Familiares :
É claro que os cristãos primitivos eram obrigados a fazer uso do lar, porque não lhes era permitido adquirir nenhuma propriedade, até o fim do século II. Não podiam, durante o governo de diversos imperadores, organizar grandes aglomerações públicas por causa das possíveis implicações políticas do ato. Em outras palavras, a Igreja nos três primeiros séculos de nossa era cresceu sem a ajuda de dois dos nossos mais estimados instrumentos: a evangelização de massa e a evangelização na igreja. Ao contrário disso, faziam uso do lar. No livro de Atos lemos acerca de lares usados extensivamente, como os de Jasão e Justo, de Filipe e da mãe de Marcos.
Algumas vezes tratava-se de um culto devocional, outras vezes, de uma tarde de encontro e doutrinação, ou mesmo de um culto de comunhão. Podia ser também um encontro para reunir novos conversos, ou uma reunião com a casa cheia de novos interessados. Reuniões de improviso também aconteciam.
O valor do lar em oposição ao culto mais formal da igreja, ou antes, como complemento dele, é óbvio. O lar possibilita fazer perguntas ao dirigente. Promove o diálogo. Torna possível distinguir as dificuldades. Facilita a comunhão. Pode, com extrema facilidade, desembocar numa ação e num serviço de caráter coletivo em que todos os diferentes membros do corpo desempenhem sua parte a contento.Igrejas iniciadas em casas é um dos modelos mais efetivos e comprovados para fazer crescer o Corpo de Cristo. Há múltiplas referências Bíblicas que apóiam o conceito da “Igreja em sua Casa”: (Atos 17:5; 16:15,32-34; 18:7; 21:8, I Co 16:19; Cl 4:15; Rm 16:5)
5. Equipe de visitação aos lares :
Faz parte do testemunho pessoal. Porém aqui com a ênfase de ser feito periodicamente por um grupo de irmãos. Esta equipe de evangelização da igreja procurará semanalmente ir às casas dos visitantes (com dia e horário combinados) levando material de apoio, Bíblia, livretos, etc.
6. Plantação de igrejas :
O crescimento das igrejas também acontece quando são iniciados pontos de pregação. Quantas igrejas têm expandido seu trabalho abrindo pontos de pregação em bairros onde residem vários membros ou às vezes apenas uma família, usando como local uma área simples, porém adequada.
7. Distribuição de Folhetos :
Ter disponíveis uma boa variedade de folhetos é o primeiro passo no hábito de distribuir folhetos. Oportunidades sem conta são perdidas porque não temos os folhetos na hora certa. Tenha folhetos no seu emprego, em sua casa, perto da porta, e na sua escrivaninha. O fato de você ter bons folhetos consigo a qualquer hora, capacitá-lo-á a aproveitar as muitas oportunidades de entregar a Palavra da Vida a uma criança, a um transeunte, a um companheiro de viagem. “Semeia pela manhã e tua semente, e à tarde não repouse a tua mão, porque não sabes qual prosperará; se esta, se aquela, ou se ambas igualmente serão boas” (Ecl 11.6),
8. A Motivação
Eis aqui um último aspecto que entendo ser de vital importância: A motivação é a chave para a evangelização. Se isso ardesse em nossas almas, não haveria necessidade de tantos congressos sobre evangelização. Michael Green diz que se perguntássemos aos cristãos primitivos, por que eles não perdiam a paixão para evangelizar, responderiam :
- O exemplo de Deus, que tanto se preocupou a ponto de mandar o seu próprio Filho ser missionário em nosso mundo.
- O amor de Cristo, que nos constrange. Ele foi posto na cruz por nós. E nos diz para irmos em frente e passá-lo a outras pessoas. A evangelização é a resposta obediente ao amor de Cristo, que nos tem constrangido.
- O dom do Espírito, que nos é dado especificamente para dar testemunho. A tarefa de evangelização do mundo e a cooperação do Espírito Santo são as duas características indica das por Jesus em relação à época entre a sua ascensão e a sua volta.
Assim, os cristãos primitivos tinham por hábito basear a evangelização, clara e insofismavelmente, na natureza do Deus triúno. No coração dele repousa a missão. Mas havia mais três razões que os impeliam :
1. O privilégio de ser embaixador de Cristo, representante do Rei dos Reis. Nós recebemos esse ministério. Privilégio estupendo, esse !
2. A necessidade dos que não têm Cristo. Isso soa através do Novo Testamento e dos primeiros líderes da Igreja. Quando percebi que as pessoas sem Deus estão perdidas agora e também para todo o sempre, mesmo sendo gente boa, mesmo sendo minha família e meus amigos, foi então que fiz um propósito de gastar a minha vida em contar aos outros as fabulosas Boas Novas que Jesus trouxe ao mundo.
3. Finalmente, há o tremendo prazer da tarefa em si. Ela começa no Novo Testamento e é contagiosa. Os cristãos podiam ser presos, e cantavam louvores. Podiam mandá-los calar-se e eles falavam mais ainda. Se perseguidos, na próxima cidade divulgavam a mensagem. Se levados à morte, pereciam alegres, suplicando bênçãos para os seus algozes. É por essa razão que eu não trocaria essa missão de pregar o Evangelho por nenhuma outra ocupação no mundo. Isso é um privilégio enorme. A necessidade é urgente. Nessa tarefa, o homem se realiza totalmente. Fomos criados para isso.
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