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MISSÃO URBANA - AS CIDADES NA BÍBLIA III



Contraste Entre a Cidade dos Homens e A Cidade de Deus


Na Nova Jerusalém “as nações andarão mediante a sua luz” (Ap 21:24). Jamais haverá noite naquela cidade (Ap 21:25). Que contraste em relação as cidades construídas pelos homens. Mesmo durante o dia era perigoso andar pelas ruas por causa do despotismo daqueles que tomaram o lugar de Deus naquela cidade. Não havia segurança para aqueles que estavam oprimidos. É inclusive possível dizer que até durante o dia na cidade dos homens, é sempre noite. As ameaças da noite estão sempre presentes. Na Nova Jerusalém, entretanto, as nações podem caminhar livremente, porque as luzes da cidade vêm daquele que a construiu: Deus. Não há ameaça nas ruas da Nova Jerusalém, por isto seus portões estão sempre abertos. Não há mal na cidade, somente aqueles que podem viver diante da glória de Deus a esta cidade pertence. Conseqüentemente, a Nova Jerusalém é somente para aqueles cujos nomes estão escritos no livro da vida.25


5) Antioquia da Síria :


Antioquia foi a cidade onde a fundação para a missão mundial foi estabelecida para alcançar os confins da terra. Ela era uma cidade cosmopolitana, a metrópolis da Síria. Em 27 DC ela tornou-se a capital da Síria, sendo um importante centro comercial e ações militares, Antioquia tornou-se em um influente centro urbano, uma cidade (polis) Helenística e a terceira cidade do Império Romano. Ela era a terceira maior cidade do Império Romano. Sua população, no primeiro século, estava estimada entre 300.000 e 450.000 habitantes.


Sua população era mista formada de gentios e de judeus. Após o martírio de Estevão, os cristãos fugiram para Antioquia e pregaram ali o evangelho, primeiramente aos judeus que falavam a língua aramaica e depois aos judeus que falavam o grego. Barnabé foi enviado pela igreja de Jerusalém para ali trabalhar. Depois de algum tempo, foi buscar Paulo em Tarso. Ambos evangelizaram em Antioquia por um ano e meio. Nessa cidade os seguidores de Cristo foram pela primeira vez chamados de cristãos (At 11.19-26). Boa liderança na igreja ali se desenvolveu (At 13.1). Em tempo de fome em Jerusalém, os cristãos de Antioquia enviaram ajuda (At 11.28-30) e nas questões sobre a circuncisão dos gentios convertidos, submeteram o assunto à igreja-mãe em Jerusalém (At 15).


A igreja de Antioquia foi o ponto de saída e o ponto de chegada das viagens missionárias de Paulo. Ali Paulo repreendeu Pedro por discriminar os gentios. “A cidade conservou a sua grande opulência e a igreja continuou a crescer enquanto durou o Império Romano”


6) Corinto :


Cidade portuária da Grécia. Extremamente cosmopolita. O comércio era muito desenvolvido. Os jogos atléticos, chamados Jogos Ístmicos, se sobressaiam aos das demais cidades. Os teatros abrigavam milhares de pessoas. “Templos, santuários e altares pontilhavam a cidade. Mil prostitutas sagradas se punham à disposição de qualquer um no templo da deusa Afrodite “27 . A vida imoral dos coríntios deu origem ao verbo “corintianizar”.


No ano 52 d.C. o apóstolo Paulo chegou a Corinto e lá evangelizou por um ano e meio (Atos 18:1-18). Uma congregação foi fundada. Paulo residia na casa de Áquila e Priscila, líderes colaboradores. Apolo substituiu Paulo no trabalho da igreja. Não era de se admirar que uma igreja em meio a uma sociedade tão paganizada tivesse tantos problemas. Nessa congregação, entre todas as congregações fundadas por Paulo, surgiu a questão de falar em línguas. Paulo escreveu três cartas à congregação de Corinto, tendo uma se perdido.


Apesar das dificuldades enfrentadas, a igreja cresceu. “No segundo século, o bispo dessa igreja exerceu grande influência na igreja em geral” 28


7) Atenas :


Nome da capital da Ática, um dos estados da Grécia. “Esta cidade foi o centro luminoso da ciência, da filosofia, da literatura e da arte do mundo antigo”29 . Em Atenas a idolatria era excessiva. Havia muitos altares e, entre esses, um ao “deus desconhecido” (At 17.23), o que Paulo sabiamente usou para referir-se “ao Deus que fez o mundo” (At 17.24).


Foi na segunda viagem missionária que Paulo esteve em Atenas. O evangelista Lucas narrou :


Revoltava-se nele seu espírito, vendo a cidade cheia de ídolos. Argumentava, portanto, na sinagoga com os judeus e os gregos devotos, e na praça todos os dias com os que encontrava ali (At 17.16-17).


Os filósofos epicureus e estóicos debateram com Paulo. Os epicureus não reconheciam um criador. A doutrina dos estóicos era panteísta. “Faziam distinção entre matéria e força e davam-nos como sendo o princípio das coisas, do universo. A matéria era o elemento passivo, e a força, um elemento ativo”30 . Os ouvintes de Paulo “chegaram a pensar que Jesus e a ´ressurreição` fossem duas divindades com as quais não estavam familiarizadas”31 . Em Atenas teve pouco resultado numérico o trabalho evangelístico realizado por Paulo, embora não sofresse nenhuma perseguição religiosa.


8) Roma : A Grande Metrópolis :


Tradicionalmente fundada em 735 a.C.33 Tendo o apóstolo Paulo visto o seu trabalho pioneiro-estratégico praticamente concluído no eixo Jerusalém-Roma, ele agora volta os seus olhos para a capital do império com o intuito de torná-la o novo celeiro base de ação missionária (Rm 15:24). Roma, do primeiro século, era uma cidade incomum. Ela possuía mais de um milhão de habitantes e foi a primeira cidade na história a atingir este número. Registra-se que ali haviam bairros de mansões soladas, apartamentos de classe-média e "cerca de 4.600 prédios de aluguel, muitos deles com oito ou dez andares". Apesar do tamanho da cidade de Roma, a sua igreja não era tão expressiva como a de Antioquia. Contudo marcou a sua presença na cidade. O Evangelho chegou até a capital, provavelmente, por meio de gentios romanos convertidos que estavam no dia de pentecostes em Jerusalém (At 2:10).


Embora, inicialmente, não se tenha conhecimento de que Roma tenha sido impactada pelo evangelho, a cidade se tornaria o palco de grandes eventos da história do cristianismo. Quer seja pelas perseguições cruéis, martírios e crimes, quer seja pelo crescimento da igreja perseguida que depois de torna regio licita, e por fim se projeta como a igreja do imperador, com a conseqüente ascensão da importância e proeminência do cargo de bispo, principalmente o de Roma.


Muito há o que se aprender em termos missiológicos com a cidade de Roma, e não foi à toa que Paulo a elegeu como nova fronteira missionária. A perversidade de instituições corruptas de uma cidade cosmopolita, egoístas e corrompidas pelo poder e pela dominação, se apresentam como um grande desfio e oposição à tarefa missionária. A expansão do cristianismo em uma cidade, transforma o modus vivendi, assim como se deu em Roma que antes perseguia, e matava cristãos até por diversão, se torna sua seguidora e divulgadora. Uma séria advertência aqui necessita ser feita, tais transformações na cidade não podem ser vista integralmente como verdadeiras, apenas pela ação do evangelho. A mesma cidade de antes, agora se disfarça, e suas instituições se "convertem" por conveniência ao status quo. O nominalismo e a hipocrisia escondem as mesmas perversas estruturas antes aterradoras, e agora atuantes, utilizando-se de outras e novas roupagens.


Nas palavras do missiólogo Linthicum, passamos a ter a "cidade com aparência de Deus, mas com alma de Satanás".


Assim, cidades são fronteiras missionárias onde, ao passo que o reino se expande, a resistência se acirra ou se disfarça para continuar presente. É em Roma, projeto da nova base missionária de Paulo, que ele fica preso, é julgado e executado.


9) As cidades no ministério de Jesus :


As cidades tiveram uma grande importância em seu ministério. Jesus nasceu na vila de Belém. Foi criado na cidade de Nazaré, que na época teria de 15 a 20 mil habitantes.34 A maior parte da população de Nazaré era de gentios e por isso, uma cidade desprezada. Mas foi justamente numa sinagoga de Nazaré que “Jesus estabeleceu suas credenciais messiânicas” 35ao apresentar seu programa de missão quando leu em Is 61.1-2 e 58.6 :


O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor (Lc 4.18-19).


Depois que Jesus tornou pública sua missão, “desceu a Cafarnaum, cidade da Galiléia” (Lc 4.31). Cafarnaum estava localizada junto ao Mar da Galiléia, tendo inúmeras indústrias ligadas à pesca. Era uma das mais importantes cidades da província.


“Estava localizada em um lugar extremamente estratégico, às margens de uma rota internacional de comércio que ligava Egito, Palestina, Síria e Mesopotâmia”36 . Em Cafarnaum Jesus ensinou, ajudou e curou pessoas. Nessa cidade ´fixou residência`, partindo dali para outros lugares.


O ministério público de Jesus é resumido em Mt 9.35: “E percorria Jesus todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades”.


Pregar a palavra do Pai nas cidades fazia parte da estratégia evangelística de Jesus. Ele disse :


“É necessário que anuncie o evangelho do reino de Deus também às outras cidades, pois para isto é que eu fui enviado” (Lc 4.43). Jesus era aquele “que andava de cidade em cidade e de aldeia em aldeia, pregando e anunciando o evangelho do reino de Deus” (Lc 8.1) e vinha “ter com ele gente de todas as cidades” (Lc 8.4).

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