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MISSÃO URBANA - AS CIDADES NA BÍBLIA II



A igreja é enviada também às cidades, não para assimilar-se a ela, mas para transformá-la, para libertá-la de seus pecados.


A missiologia urbana, num contexto religioso como o nosso, não pode dispensar a reflexão bíblica, mesmo que as cidades das quais falam os Textos Sagrados pouco ou nada tem a ver com as nossas metrópoles. Seria um erro de análise transpor características das cidades referidas na Bíblia, no entanto não podemos ignorar a história, se quisermos atuar numa perspectiva cristã. A seguir algumas cidades que se destacam nas páginas da Escritura, com alguma informação sobre elas :


1) Sodoma (Gn 18.19) :


Uma das cinco cidades da planície do Jordão. Estudando esta cidade, percebemos que existe uma relação entre a presença dos fiéis e a preservação da cidade. No caso de Sodoma, se houvessem nela 10 justos, Deus não a destruiria. Há um princípio aqui: o maior mal das cidades não é ambiental, mas sim espiritual e está dentro das pessoas. Em Ez 16. 49-50, temos a causa da destruição de Sodoma por Deus: “Soberba, fartura de pão e próspera tranquilidade teve ela e suas filhas; mas nunca amparou o pobre necessitado. Foram arrogantes, fizeram abominações diante de mim”.


2) Babilônia:


A capital do império babilônico, fundada por Nimrod (Gn 10:10), localizada às margens do rio Eufrates. Pelos registros do Antigo Testamento sabemos que foi para esta cidade que Deus enviou os melhores jovens para exercerem atividades dentro das estruturas do palácio, durante o cativeiro babilônico. Estes jovens assimilam a cultura da cidade, mas separam perfeitamente sua fé e suas convicções das crenças e costumes desse reino (Dn 1.8-17). Daniel realiza uma obra de assessoria espiritual. Torna-se um estadista com princípios éticos elevados.


A Babilônia simbolizava através das Escrituras a cidade completamente dominada por Satanás. Ela é citada pela primeira vez em Gêneses 11 na decisão humana de construir a Torre de Babel. No nosso contexto a cidade é Babilônia, símbolo da civilização com sua pompa e com tudo organizado para ser contra Deus, William Hendrisken comenta : “Uma cidade que fascina, que tenta, que seduz e arrasta as pessoas para longe de Deus”18 . Uma cidade mundana, louca por prazeres, arrogante e presunçosa. A descrição da Babilônia (Ap 17 a 19), nos faz lembrar de Tiro (Ez 26-28), um centro pagão de impiedade e sedução, uma grande metrópole industrial e comercial. Babilônia indica um mundo como um grande centro de progresso, de comércio, de arte, de cultura. Simboliza a concentração da luxúria, do vício, dos encantos deste mundo. É o mundo visto como a personificação da concupiscência da carne, da concupiscência dos olhos e da soberba da vida (I Jo 2.16)


3) Nínive :


Era uma grande cidade para a época, com mais de 120 mil habitantes19 (Jn 4.11), capital de um poderoso império que durou por volta de 1.500 anos. Mas toda a riqueza e glória dessa cidade provocaram a ira de Deus, já que foram conseguidas através da opressão e da guerra.


Roger Greenway comenta : Toda a vida política ou econômica da cidade se baseava na agressão militar, na exploração de nações mais fracas e no trabalho de escravos. O profeta Naum não poupou adjetivos negativos ao descrever esta traidora de nações e cidade de sensualidades (Na 3.4). Nínive era mestra de feitiçarias e uma capital do vício. Suas obras artísticas haviam sido pervertidas por obscenidades, sua cultura pelos ídolos, e sua beleza pela violência. Chamavam-na de cidade sanguinária` (Na 3.1), porque o despojo haviam-na enriquecido (tradução nossa).


A maldade da cidade provocou a ira de Deus. Greenway acrescenta :


O pecado da cidade era pessoal, pois o cometiam pessoalmente os milhares de habitantes de Nínive. Era também pecado coletivo, porque somada em sua totalidade a vida de Nínive, seu selo era: maldade. Ao sobrevir o castigo, afetaria a cada um.


Lendo os livros dos profetas Jonas e Naum observamos dados importantes sobre Nínive. A preocupação de Deus de salvar a população dessa cidade, que estava fora da Palestina, é prova de que de fato a salvação é universal.


Deus providencia o profeta Jonas com uma mensagem de chamada ao arrependimento. Embora não houvessem boas relações entre os israelitas e os assírios, Deus queria um missionário em Nínive, a qual era a principal cidade dos sistemas urbanos do mundo de então. O profeta foi e pregou percorrendo toda à cidade. Seus habitantes arrependeram-se de seus pecados e Deus aceitou o arrependimento, desistindo de destruir a cidade.


4) Jerusalém :


Jerusalém é uma das cidades mais famosas do mundo. Data do segundo milênio A.C. no mínimo; e atualmente é considerada sagrada pelos adeptos das três grandes religiões monoteístas: o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo.


Embora Jesus tenha pregado em diversas cidades como Cafarnaum, Nazaré, Betânia, Jericó e outras, seu propósito final era Jerusalém (Lc 9:51), a cidade de Davi, a cidade da paz. O conceito de Jerusalém para os judeus como cidade santa, exige um estudo mais detalhado, mas este não faz parte do nosso propósito aqui. Contudo, é mister registrar que é em Jerusalém que Jesus enfrentou os poderes estabelecidos, tanto o religioso quanto o institucional. É a mesma Jerusalém que ele quis aconchegar com afeto materno (Mt 23:37), é nela que com Ele se repete o mesmo destino dos profetas (Mt 23:34). Sua morte se dá fora da cidade, mas o impacto causado não deixou o ambiente urbano sossegado. Guardas foram deslocados para o sepulcro, discípulos de trancam com medo, a cidade se contorce em comentários que depois se transformam em silêncio. Porém, tal silêncio é quebrado pela ressurreição. Jerusalém volta a ser atingida por Jesus, a notícia alvoroça a cidade e à seus líderes mais do que nunca. Em Jerusalém, cidade de Davi, o Messias acabava de implantar o seu reino e reconquistar o poder sobre tudo e todos. O Espírito Santo veio aos apóstolos em Jerusalém no dia de Pentecostes, dando-lhes a capacidade de pregar o evangelho.


Em Apocalipse 21 lemos sobre a “Nova Jerusalém”, que é a Cidade Santa, a Noiva de Cristo, a Igreja Triunfante, a Esposa do Cordeiro. A Bíblia começa com um jardim e termina com uma cidade.


O contraste entre estas duas cidades e a Nova Jerusalém é claro. Enquanto estes tiranos opressores usam as cidades para a sua própria glória e propósito, na Nova Jerusalém os reis da Terra vêm para apresentar a glória de Deus. (Ap 21:24). O propósito de Deus jamais falha. Na Nova Jerusalém Deus claramente demonstra o seu propósito escatológico para a cidade. 24 A cidade era para ser um lugar onde os reis viriam para exaltar o Rei dos Reis e não para elevar a si próprios.

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