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MISSÃO INTEGRAL DA IGREJA / CRISTOLOGIA E MISSÃO



A igreja é chamada a proclamar as boas novas de salvação, a testemunhar Jesus Cristo como Senhor e Salvador, vivendo a palavra, a mensagem, a sensibilidade e as atitudes de Jesus Cristo, manifestando a vontade e o amor de Deus para com o ser humano, trazendo cura, libertação, transformação, vida e salvação. Esta é a missão da igreja. Portanto, para que a igreja cumpra sua missão e propósito, é necessário que ela possua uma teologia (precisa compreender-se), uma estrutura (precisa organizar-se), uma mensagem (precisa expressar-se) e uma vida (precisa ser ela mesma). Desta forma, a missão integral procura apresentar uma eclesiologia evangelizadora a partir da Igreja local.


A missão integral entende que a igreja precisa compreender-se, porquanto ela ainda não conseguiu entender qual é sua identidade e nem sua vocação. Por isso, as diferentes igrejas se encontram enfermas, tendo uma falsa imagem de si mesmas.


No contexto atual, encontramos duas falsas imagens de igrejas, as que possuem um cristianismo introvertido e outra que possuem um cristianismo secularizado. A primeira vive como se fosse um clube religioso; seus membros pagam suas mensalidades; gozam de certos privilégios; gostam de fazer coisas juntos; são pessoas introvertidas que permanecem em seu mundinho de quatro paredes, vivem se considerando santas e separadas, de tal forma que não se relacionam com a vida social, e nem se importam com o que acontece em seu redor; permanecem em adoração a Deus, voltadas para dentro de si mesma e, quando fazem algum trabalho assistencial se consideram cumpridoras da vontade de Deus. Encontramos também igrejas ou grupos dentro delas que possuem um cristianismo sem religião, ou seja, uma missão secular.


Estas igrejas, ao contrário das introvertidas, decidiram trocar o serviço divino da igreja pela comunidade secular, não mais realizam cultos de adoração a Deus, mas realizam shows religiosos, em alguns casos, ou atividades meramente humanitárias, em outros, tentando instituir um cristianismo sem religião.


No entanto, existe uma outra forma de compreender a igreja, a igreja que possui tanto o foco de adoração a Deus, vivendo uma vida de busca e santidade em Deus, quanto o foco de serviço ao mundo, dedicando-se à missão de servir o próximo testemunhando e anunciando Jesus como nosso Senhor e Salvador. Uma igreja que possui uma identidade integral, um cristianismo encarnado, sendo santa, separada para pertencer a Deus e adorá-lo, sendo apostólica, enviada ao mundo para a missão de servir em Jesus Cristo. Uma igreja compromissada com o Reino de Deus, com uma vida de santidade a Deus e compromissada com o mundo, no sentido de viver o testemunho de serviço em Cristo Jesus, sendo proativa ao clamor do mundo, sua vida e sofrimento, não vivendo isolada, mas encarnada no mundo, ou seja, a igreja está no mundo, testemunhando Jesus Cristo, em seus atos, palavras, sentimentos e pensamentos para estabelecer o Reino de Deus.


A igreja precisa organizar-se de tal forma a transparecer sua teologia, seu compromisso, sua missão e sua encarnação. Muitas igrejas possuem sua estrutura e organização voltada para si mesma. As programações são fechadas para si, ou seja, não possibilitam o contato com a comunidade e nem sua participação nos eventos.


A estrutura da igreja deve identificar sua dupla identidade de adoração e missão, ou seja, o prédio da igreja deve possuir uma estrutura convidativa e amistosa; os cultos da igreja devem ser organizados de forma a incluir membros e não membros, visando o compromisso, a participação, a união e a missão. Os membros da igreja devem ser membros da comunidade, possibilitando o testemunho de Cristo na sociedade; o programa da igreja deve favorecer para o ensinamento da palavra de Deus, o compromisso com a sociedade, a encarnação e a missão da igreja, com treinamentos para aqueles que querem se comprometer com o serviço e testemunho cristão.


A igreja deve reestruturar e organizar seus trabalhos e eventos de modo a possibilitar a participação da comunidade, realizando visitas, eventos para a comunidade, atendimento e serviço à comunidade, eventos evangelísticos com jovens, adolescentes, adultos e idosos do bairro, grupos de apoio às necessidades do bairro e às necessidades sociais e econômicas das pessoas, reuniões caseiras, trabalhos familiares, discipulado em células visando à adoração e o serviço, etc, tudo com o intuito de manifestar a missão encarnada da igreja.


MENSAGEM DA IGREJA


A igreja precisa se expressar, articulando sua mensagem, compartilhando o evangelho. Para isso, precisa definir sua forma de apresentar as boas novas de Jesus Cristo Senhor e Salvador, declarando o amor de Deus em Jesus Cristo, seu sacrifício na cruz que nos possibilita o arrependimento para uma nova vida de perdão e libertação com participação na sociedade.


Alguns anunciam o evangelho com rigidez total, são escravizados por fórmulas e palavras, como se o evangelho fosse empacotado. Outros anunciam com fluidez total, contextualizando o evangelho às situações apropriadas e particulares a cada pessoa.


Contudo, é fundamental anunciar o evangelho de maneira equilibrada, não tendo rigidez nem fluidez. Devemos usar a dialética da antiga palavra com o mundo moderno, o concedido com o aberto, o conteúdo com o contexto, revelação com contextualização, à escritura com a cultura, sendo sensíveis para com as pessoas. A mensagem deve ser marcada com nosso compromisso de adoração e missão.


A igreja precisa ser ela mesma, o exemplo de comunidade que tem amor de Deus em Jesus Cristo nosso Senhor e Salvador, uma vida de testemunho e encarnação do evangelho, uma nova sociedade que manifesta o Reino de Deus, uma igreja que vive em palavras e em ações. O testemunho de vida da igreja e de seus membros, sua maneira de agir, suas atitudes, sua personalidade, suas palavras, seu caráter e sua forma de relacionar com as pessoas devem ser a mesma de Jesus Cristo, pois ele se torna visível através dos cristãos. Viver a mensagem e o amor de Deus é a melhor maneira de anunciar Cristo. Viver como Ele viveu, amar como Ele amou, sentir como Ele sentia, é fazer Jesus Cristo vivo entre nós através do Espírito Santo. Ser uma igreja que resgata, cura, liberta, transforma e salva o ser humano em Cristo Jesus, é ser uma comunidade de amor que ama uns aos outros, faz visível, para o mundo, o Deus invisível.


Portanto, uma igreja que busca se estabelecer com teologia, estrutura, mensagem e vida numa identidade de adoração e missão, com foco na encarnação e na visão holística de sua missão como igreja, experimenta uma vida de santidade e serviço, testemunhando a vontade de Deus em Jesus Cristo. Para isso, a igreja pode estabelecer modelos de ministério integral na sociedade, sendo a presença de Cristo para os dias atuais, manifestando o Reino de Deus agora.


CONCLUSÃO E REFERÊNCIAS


A igreja precisa acordar para a realidade. Não podemos pensar que viver o evangelho é somente ter a doutrina certa, cantar boas e animadas músicas nos cultos, com os olhos fechados e mãos levantadas e ter algum envolvimento com os trabalhos das igrejas.

O sistema globalizado tem moldado, através da mídia e cultura, nossa leitura da realidade. Porém como cristãos, somos chamados a deixar que a Bíblia, como Palavra de Deus, nos revele as doutrinas certas, moldando nossa cosmovisão, a forma como vemos e interpretamos a realidade.

Se, como evangélicos, cremos que Jesus é o Filho de Deus encarnado, precisamos viver nossa humanidade no exemplo de Cristo, sua compaixão, misericórdia, bondade e amor. Se nós somos verdadeiros adoradores, devemos não somente cantar inspirados no domingo, mas viver agradando e obedecendo a Cristo todos os dias.

Se nós cremos na ressurreição e na vida eterna, não devemos ser tão materialistas e consumistas, mas menos apegados às coisas deste mundo, manifestando o reino de Deus e sua justiça.

Precisamos, como igreja, ser discípulos e imitadores de Cristo, integrando as verdades bíblicas e a vida de forma que o testemunho de Cristo seja poderosamente afirmado nos atos de misericórdia, compaixão, serviço e proclamação.

Devemos viver uma espiritualidade evangélica, encarnada, vivida no poder do Espírito Santo, que revele Jesus Cristo como Senhor e Salvador em nossas palavras e atos, sendo testemunha viva de Cristo.

REFERÊNCIAS

D’ ARAUJO FILHO, Caio Fabio. Igreja: Evangelização, Serviço e Transformação Histórica Vol. 1. Niterói – R.J: Editora Vinde e Editora Sepal, 1987. p. 15

D’ARAÚJO FILHO, Caio Fabio, Igreja: Evangelização, Serviço e Transformação Histórica, p. 51.

LOPES, Fabricio Roger de Souza. Missão Integral: uma perspectiva teológica da prática do evangelho na vida das igrejas. São Bernardo do Campo, 2007. 72 f. TCC (Bacharel em Teologia) — Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo, 2007. Pacto de Lausanne. Natureza da Evangelização, item 4. 2004.

PADILLA, René. Missão Integral: Ensaios sobre o Reino e a Igreja. São Paulo: FTL-B e Temática Publica- ções, 1992, p. 16 e 17.

STOTT, John W. R. Ouça o Espírito, Ouça o mundo: como ser um cristão contemporâneo, p. 405 e 406.

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