MISSIOLOGIA / INTRODUÇÃO
- MINISTÉRIO RESGATE
- 27 de fev. de 2020
- 6 min de leitura

A Missiologia estuda a teologia da missão baseada nos fundamentos bíblicos, abordando elementos de espiritualidade e vocação missionária. Este é um curso eclesiástico, direcionado aos missionários, pastores, presbíteros, evangelistas, diáconos, líderes de escola bíblica e membros de igrejas evangélicas em geral, que desejam adquirir conhecimento da missão de Deus e seu povo, na busca da pregação da obra salvífica.
OBJETIVOS DO CURSO
Este curso tem como objetivo principal fornecer ao aluno os princípios e informações necessárias para a construção de uma perspectiva cristã coerente e sólida a respeito do mais eficaz mecanismo de alcance dos povos para o Reino de Deus : Missões.
Missiologia :
É a ciência que tem por objetivo o estudo da grande comissão dada por Cristo Jesus a sua Igreja. A missiologia dedica-se, principalmente, ao caráter transcultural da tarefa evangelizadora. É o estudo da obra missionária ordenada por Jesus Cristo aos seus discípulos, no sentido nacional e transcultural (MT. 28. 19 / MC 16. 15 / AT 1. 8).
A palavra “Missiologia” vem de duas outras, do latim “missione” que significa função ou poder conferido a alguém para um propósito especial em outra nação, terra, território, grupo ou domínio, e Logia, do grego logos que significa estudo, tratado, doutrina, teoria ou ciência.
O estudo de missiologia é de fundamental importância, por se tratar da tarefa suprema da igreja, que é a evangelização dos povos. Durante muitos anos, ouvimos falar a conhecida frase : “Missão esta no coração de Deus”. Nós sabemos que o interesse de Deus sempre foi, e sempre será, alcançar a todos os povos, raças, nações e tribos de todas as línguas. Entretanto, nesses últimos dias, Deus está interessado em saber se missões está também em nossos corações.
O ponto fundamental da missiologia é definir as estratégias e os parâmetros da grande comissão dada por Jesus, tais como : Quem envia e quem é enviado; quais são os obstáculos das missões contemporâneas; como será o alcance dos povos não alcançados e a evangelização de todos os povos, de uma maneira geral, assim como também o sustento do missionário e sua família.
Deus fez o papel do primeiro missionário, quando desceu até o Jardim do Éden e proclamou o evangelho aos pais de toda raça humana, escondido nos lombos de Adão (Gn. 3.15), depois disso, Jesus fez o papel de enviado, quando completou a missão daquele que o lhe confiou, e hoje Espírito Santo é o agente das missões contemporâneas.
Relação entre a Teologia e a Missiologia
Como resultado da Teologia temos o relacionamento e a comunicação continuada entre o homem e Deus. Foi aí que surgiu a Missiologia, pois, Deus deu uma tarefa ao homem para continuar o processo de despertamento teológico do mundo perdido. A Missiologia é o meio pelo qual a teologia alcança seus objetivos. Podemos afirmar que a Missiologia é um produto da Teologia, e que uma sem a outra perde seu significado. Somente as duas juntas são capazes de levar avante o plano da salvação.
Portanto, podemos afirmar que Teologia sem Missiologia não tem sentido, já que o alvo final da verdadeira Teologia é justamente o propósito único da Missiologia.
Teologia sincera move-nos sem dúvida para a missiologia pratica, como um meio efetivo de alcançar o alvo final da própria Teologia, a saber, o homem redimido levando ao homem perdido as boas novas de que Deus enviou seu único Filho para salvá-lo da destruição eterna.
DEUS, O PRIMEIRO MISSIONÁRIO
Toda criação de Deus é importante. Porém, Deus escolheu o homem de um modo especial, formando-o à sua imagem e semelhança (Gn. 1. 26 - 28).
Deus criou os seres angelicais, com graus distintos de responsabilidades e autoridades. Deu a um querubim uma formosura jamais vista em outros anjos e sabedoria esplêndida (Ez. 28. 12-17). Esse anjo atuava como primeiro ministro de Deus, tendo além das qualidades citadas, grande poder e livre arbítrio. Mas, com tanto poder e formosura, Lúcifer, conforme ficou conhecido ficou tão deslumbrado com o que Deus lhe dera que desejou “ser semelhante ao altíssimo” (Is. 14. 14), com isso encabeçou uma rebelião jamais vista em toda história, com o propósito de estabelecer um reino espúrio, juntamente com os anjos que lhe acompanharam nesta rebelião (Ap.12:4-9).
Por ter incitado a rebeldia, Lúcifer, agora chamado de Satanás, recebeu o juízo de Deus e a expulsão dos céus. Tempos depois da rebelião, Deus fez outra criação, a qual também concedeu livre arbítrio: o homem. Ao criá-lo, Deus mostrou o seu cuidado especial: fez um jardim de delícias para a sua nova criação habitar. Satanás, observando isso, encheu-se de ira e ciúme, e partiu para perturbar e atacar o homem, a nova criação de Deus.
Deus estabeleceu um relacionamento de companheirismo, e comunhão com Adão e Eva, no Jardim do Éden, mediante o amor. Para que eles continuassem esse relacionamento com Deus, teriam apenas que passar na prova de obediência total à vontade divina, mas eles falharam. Deus em sua onisciência já havia previsto a possibilidade do homem pecar e idealizou um meio para resgatá-lo. E foi assim que Deus desceu ao Jardim do Éden, naquela tarde sombria, e proclamou, como autêntico missionário, a primeira mensagem evangelística, registrada em Gênesis 3.15, “... porei inimizade entre ti e a mulher, entre a sua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça e tu lhe ferirá o calcanhar”. Esta é a primeira referência a Cristo na Bíblia, relacionando a derrota de satanás, a sua sentença e as boas novas da vitória sobre o fracasso do homem em servir a Deus.
Naquele momento, Deus estava anunciando Cristo a todos os descendentes de Adão, que iriam nascer no decorrer dos séculos.
JESUS, O MISSIONÁRIO ENVIADO POR DEUS
Em João 3. 16 encontramos o plano de Deus se caracterizando, ao enviar o seu único Filho ao mundo, para construir a história da redenção, numa inexplicável expressão de amor, a ponto, do apóstolo João, que soube tão bem descrever a cena apoteótica do amor de Deus, ter usado a expressão “de tal maneira”, como uma forma de tentar explicar a profundidade do amor de Deus ao mundo. Amor este que ultrapassa as fronteiras culturais, racionais e lingüísticas, não se restringindo a uma raça, nação ou grupo cultural especifica. Ele ama a todos os povos e deseja que todos os homens se arrependam e sejam salvos, mediante a obra realizada por Jesus Cristo.
Conforme o texto de (2 Pd. 3. 9) “... Ele é longânimo para convosco, não querendo que ninguém se perca, senão que todos venham a arrepender-se".
A GRANDE COMISSÃO FEITA POR JESUS CRISTO
Após a ressurreição, o Senhor Jesus Cristo priorizou três ordens aos discípulos, a saber :
"Ide por todo mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc. 16. 15).
"Ide, portanto fazei discípulos de todas as nações" (MT. 28. 19).
"E sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém..., até aos confins da terra". (At. 1. 8).
Estas três passagens bíblicas são suficientes para descrever as prioridades do Senhor Jesus, que é a evangelização do mundo. Antes mesmo da ressurreição, o Senhor Jesus Cristo já havia dito que primeiro, o evangelho seria pregado a todas as nações e depois viria o fim (MT. 24. 14).
Já naqueles dias, o Senhor Jesus sentia tanto a necessidade da obra missionária que certa vez, ao olhar para seara, e ainda faltando quatro meses para a colheita! Já via os campos brancos para a ceifa : “Não dizeis: Ainda há quatro meses até a ceifa ? Eu vos digo : Erguei os vossos olhos e vede os campos, que já estão brancos para a ceifa” (João 4. 35).
ESPÍRITO SANTO, O PROPAGADOR DAS MISSÕES
O livro de Atos dos apóstolos menciona os grandes feitos dos apóstolos no início do cristianismo, em Jerusalém. Nós sabemos, entretanto, que os discípulos nada fariam se não fosse o preceito dado pelo Senhor Jesus, antes da sua ascensão aos céus :
“Mas recebereis poder, ao descer sobre vos o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda Judéia, Samaria, e até os confins da terra" (At. 1. 8).
Após terem sido cheios do Espírito Santo, o mundo foi alcançado pela pregação do evangelho, e isso se deve ao grande propagador de missões, o Espírito Santo. É ele o maior incentivador da obra missionária, pois impulsiona, encoraja e chama os missionários, nós percebemos tal afirmação no livro de Atos, capítulo 13, quando a Igreja de Antioquia estava reunida :
"Disse o Espírito Santo: Separai-me agora, Saulo e Barnabé, para obra que os tenho chamado” (At. 13. 2).
A missão do Espírito Santo é chamar os missionários, como também é convencer o mundo do pecado da justiça e do juízo (Jo. 16. 8).
Os missionários são enviados para pregar ao pecador, mas é o Espírito Santo quem os convence a aceitar a mensagem pregada pelos missionários.
BÍBLIA, O LIVRO MISSIONÁRIO
Sem a Bíblia, a evangelização do mundo seria não só impossível, mas também inconcebível. Ela nos dá o mandato, o modelo e o poder para evangelização do mundo, a Bíblia não apenas contém o evangelho, como ela é o próprio evangelho (boas novas).
Através dela, Deus está evangelizando, isto é, comunicando as boas novas ao mundo. Jesus mesmo ordenou aos seus discípulos, dizendo :
“Ide por todo mundo pregai o evangelho a toda criatura” (Mc. 16. 15).
A Bíblia é o manual do missionário, sem ela não há salvação :
“De sorte que a fé vem pelo ouvir, e o ouvir a palavra de Deus" (Rm. 10. 17).
”E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo. 8. 32),
portanto a Bíblia é a ferramenta inseparável do bom soldado (Js. 1. 8).
Comments