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LIDERANÇA NO CRISTIANISMO



Discussão Preliminar


Observamos na primeira parte deste trabalho que, a maioria dos estudiosos do assunto, concordam que o atributo básico da liderança é a capacidade de influenciar seus liderados. Esse talvez seja o fator que determina o sucesso ou o fracasso de um líder. A partir daí começam as divergências de opiniões sobre como liderar e que tipo de influência deve ser exercida. No caso do cristianismo tem-se um objetivo distinto e um método próprio para se exercer a liderança, o que será estudado a seguir.


Na liderança cristã é preciso definir qual é o objetivo e o método a ser seguido pelos líderes cristãos, e este padrão se encontra na própria Bíblia.


No texto de Ef 4.11-16, o apóstolo Paulo fala acerca de Jesus afirma que: “Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos... para a edificação ... até que cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus... à medida da plenitude de Cristo”, ou seja, afirma que o ministério cristão foi concedido para que a igreja tivesse gradual crescimento espiritual até que se alcançasse a imagem de Cristo que uma vez foi implantada em nós por ocasião do novo nascimento. Uma das finalidades desse crescimento é “... para que não sejamos mais como meninos agitados de um lado para outro e levados por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens e pela astúcia com quem induzem ao erro”, e o resultado disso é que “... todo corpo bem ajustado e consolidado... efetua o seu próprio aumento para edificação de si mesmo em amor”.


Aprovação


Na maioria das vezes pensamos que, pelo fato de termos nascido de novo, possuirmos o Espírito Santo, e conhecermos a base da doutrina cristã, já estamos capacitados a exercer funções mais complexas no reino de Deus. Porém a Bíblia mostra de uma maneira muito sutil que os grandes líderes tiveram que passar por um período ou por algum evento pelo qual foram provados e aprovados para determinadas obras. É o que sugere 2 Tm 2.15. O exemplo de Davi também é muito significativo. Todos nós conhecemos o grande feito de Davi ao derrotar o gigante Golias e que se tornou um marco na sua vida como ungido de Deus, porém o próprio Davi tinha confiança nessa vitória, pois como ele mesmo conta em 1 Sm 17.34-36: “... Teu servo apascentava as ovelhas de seu pai; e vinha um leão ou um urso e tomava uma ovelha do rebanho, e eu saía após ele, e o feria, e a livrava da sua boca; e, levantando-se ele contra mim, lançava-lhe mão da barba, e o feria, e o matava. Assim, feria o teu servo o leão como o urso...”.


O que não entendemos muitas vezes é que Deus vai nos provar até que nos tornemos suficientemente preparados para determinada obra. Em 2 Tm 2.20-21 o apóstolo diz que “... numa grande casa não há somente utensílios de ouro e de prata, há também de madeira e de barro. Alguns para honra, outros, porém, para desonra. Assim se alguém a si mesmo se purificar... será utensílio para honra... estando reparado para toda boa obra”. Em Rm 9.21 o apóstolo também diz que “... não tem o oleiro direito sobre a massa para do mesmo barro fazer um vaso de honra e outro para desonra.” O problema é que o Oleiro, para transformar alguém em vasos de honra precisa quebrá-lo para retirar dele as impurezas contidas no barro e refazê-lo para que esteja pronto para ser cozido no fogo sem quebrar, ou seja, o Senhor precisa constantemente quebrar-nos para retirar de nós as coisas que não o agrada e que futuramente seriam determinantes para o nosso fracasso. Só assim poderemos suportar o fogo da provação.


Tipos De Liderança


Não obstante, sabermos que, existem diferentes tipos de igrejas, diferentes tipos de líderes e diferentes tipos de liderados, contudo, a Bíblia não determina qual deve ser nosso estilo pessoal de liderança, apesar de indicar requisitos básicos para espiritualidade e moral do líder. Portanto o estilo do líder é forjado de acordo com as circunstâncias do momento, sua personalidade, as necessidades do povo e do plano de Deus para determinada igreja. Partindo disso encontramos diversas maneiras de encarar o ministério ao mesmo tempo em que podem ser cumpridos os requisitos bíblicos.


No tópico “triângulo da direção”, abordado na primeira parte deste trabalho, apresentamos ali, três tipos de direção, como segue: a direção autocrática ou ditatorial; a direção laissez-faire ou deixa como está para ver como é que fica; a direção-liderada ou liderança. A estas, acrescentaremos o modelo cristão de liderança. Vamos, então, transferir estes tipos de direção para o campo eclesiástico, apresentando suas vantagens e desvantagens:


A Direção Autocrática Ou Ditatorial


É um tipo de líder que geralmente conta com a eclesiologia local para tomar todas as decisões necessárias para o andamento da obra, sem consultar os liderados.


a) Vantagens: É mais fácil o Senhor falar com um homem do que com vários. Exige mais responsabilidade por parte de quem toma decisões. Impede que falsos cristãos infiltrados na obra tenham voz ativa.


b) Desvantagens: Existe a possibilidade de um falso líder tirar proveito do povo. Nem sempre um homem só tem uma visão geral dos assuntos a serem decididos. Não dá oportunidade para que outros líderes despontem. Dá oportunidade para se perpetuar determinados erros.


A Direção-Liderada Ou Liderança


É o tipo de líder que procura participação dos liderados.


A) Vantagens :


Mais gente pode realizar determinado trabalho tornando-o mais frutífero. Dá oportunidade para os crentes crescerem ao realizar os trabalhos. O líder não é responsabilizado quando as decisões não surtem efeito.


B) Desvantagens :


Propicia a formação de grupos com interesses próprios (panelas). O líder pode contar com um grupo pouco espiritual e que tenha dificuldades para tomar decisões corretas.


Laissez-Faire


É o tipo de líder que não interfere diretamente no andamento da obra. Deixa que os outros tomem decisões sem sua participação e apenas exerce uma função de mediador de interesses diversos.


A) Vantagens :


Quase nenhuma.


B) Desvantagens :


O líder acaba perdendo sua autoridade, tornando-se desnecessário. O povo fica sem direção e sem crescimento.


Modelo Cristão


É o tipo de líder que se espelha em Cristo e em seus ministros procurando um padrão de conduta para exercer o ministério. É o líder que procura ganhar a confiança de seus liderados atendendo aos requisitos bíblicos sem desmerecer sua responsabilidade, sabendo aproveitar a capacidade dos outros e acima de tudo se entrega com amor ao seu ministério. O líder cristão não segue os padrões e estilos de liderança do mundo. São humildes, mas não enfraquecidos; dependentes de Deus, mas não sem iniciativa; ousados, mas em moderação; confiantes, sem perder a perspectiva; se precaver de seus liderados, mas sem perder a confiança neles; enfim, não se baseia em suas experiências de liderança, mas tem a direção do Senhor.

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