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MISSÕES TRANSCULTURAIS

Atualizado: 29 de fev. de 2020



Tipos de Missões


a. Local – está relacionada às localidades adjacentes à igreja local.


b. Nacional – engloba o país inteiro. Envolve também os aspectos culturais. Alguns estados brasileiros têm costumes diferentes (hábitos alimentares , vestuários, palavras regionais, especialmente entre tribos indígenas).


c. Transcultural


Quando falamos de missão transcultural, estamos falando do esforço da Igreja em cruzar qualquer fronteira que separe o missionário de seu público alvo. Para se engajar na missão transcultural, você não tem que, prioritariamente cruzar barreiras político-geográficas. Porém, em nosso caso teremos que necessariamente cruzar barreiras mais conhecidas como a da linguística, dos costumes, das etnias, das religiões, além das sociais, morais e etc.


Missão transcultural e/ou a evangelização transcultural deve ser a mais alta prioridade no evangelismo, hoje. Precisamos alcançar estes 1,5 bilhões de pessoas que estão distantes culturalmente de nós e que nunca ouviram as boas novas de salvação em Cristo Jesus. Tornar a igreja acessível para cada um desses povos e permitir que eles entendam claramente a mensagem e tenham condição de respondê-la positivamente é nossa missão.


O Deus da Bíblia é o Deus da História. Ele tem um propósito para ela. A Bíblia toda é clara quanto a isso e descreve este propósito do inicio ao fim. Se cremos que a Bíblia é a Palavra de Deus devemos crer necessariamente que missões transculturais é o programa de Deus, visto que de Gênesis ao Apocalipse ela nos revela o amor de Deus pelas nações da terra. (Gn. 12:3b; Is.49:6; Apoc. 5:9)


Para fazer missão transcultural, necessitamos entender a natureza de uma cultura. Segundo o Aurélio, cultura é “o complexo dos padrões de comportamento, das crenças, das instituições e doutros valores espirituais e materiais transmitidos coletivamente e característicos de uma sociedade.”

Observemos esta definição dada no século XIX por antropólogos da Alemanha. “Cultura é a herança total do homem não transmitida biologicamente”. Cultura é o sistema total de normas de conduta aprendidas que são comuns aos membros de uma sociedade em particular, e que não são o resultado da natureza biológica do homem.

Em termo mais popular, pode ser definido como a totalidade do modo de vida de um grupo étnico determinado, isto inclui, a forma que este povo vê a realidade cósmica, os valores que lhe são comuns, e as normas de conduta que aceitam como normais em seu meio. Inclui também a forma como considera a existência do mundo e da humanidade, as coisas que lhe custam muito trabalho obter e manter, e a forma em que se trata entre os parentes e os vizinhos.

Toda pessoa tem uma maneira mental de ser, uma forma diferente de ver as coisas e de reagir frente a elas, isto quer dizer, que vai sendo moldado pela cultura em que vive, e isto o afeta desde a sua infância até a sua morte.


O Que É Transculturação


Vamos nos valer outra vez de Aurélio. Eis o que ele diz : Transculturação é o “processo de transformação cultural caracterizado pela influência de elementos de outra cultura, com a perda ou alteração dos já existentes”.

Aqui fica bem claro, de início, que evangelização transcultural não é substituir valores de uma cultura por outros de cultura diferente. O que importa, na evangelização, são os princípios bíblicos. Estes, sim, podem exercer influência a alterar situações contrárias à fé cristã.


O Que É Missão Transcultural


O prefixo trans deriva-se do latim e significa “movimento para além de”, “através de”. Portanto, em linhas gerais, missão transcultural é um movimento que, pelo caráter universal de sua mensagem, não se restringe a uma só cultura, mas tem alcance abrangente, em todos os quadrantes da terra, onde quer que haja uma etnia que ainda não tenha ouvido o evangelho.


Em Mateus 28.18-20 descobre-se que “toda” é a palavra chave. Isto implica na afirmação de que o princípio da universalidade está implícito no Evangelho, que deve ser pregado a todos os povos, para, igualmente, resultar na conversão aos milhões de pessoas oriundas de todas as raças.


A ideia de universalidade, globalidade ou totalidade transparece, ainda, quando o número quatro salta diante dos nossos olhos na expressão aparentemente repetitiva de Apocalipse 5.9. “tribo, língua, povo e nação.” Aqui o mundo está dividido em quatro áreas para reforçar a perspectiva do que será o resultado do alcance globalizado da pregação em todo o mundo.


Outro ponto no mesmo texto é que a palavra nação é a mesma usada em Mateus 28.19, que se traduz do grego “ethnos” de onde se deriva a expressão portuguesa “etnia”.


Etnia tem a ver com grupo biológico e culturalmente homogêneo. No aspecto antropológico, a definição da palavra “etnia” ultrapassa o nosso conceito formal sobre fronteiras geográficas nas quais se assentam politicamente os países do mundo. Cerca de 12 mil povos distintos estão distribuídos em pouco mais de 250 países.


Em suma, missão transcultural, no dizer de Larry Pate, autor do livro Missiologia, é a proclamação do amor de Deus, que ultrapassa as fronteiras culturais, raciais e linguísticas. “Ele deseja que todos, sejam os pigmeus da África ou os homens de negócios da Ásia, tenham a oportunidade adequada de seguir a Cristo”.


Alguns obstáculos a Missão Transcultural :


A - GEOGRAFIA


Muitos dos que necessitam de evangelização estão longe de nossa casa. O alvo então deve ser duplicado. Deve-se enviar alguém disponível para ir a esse lugar e também devemos nos esforçar para conquistar o nosso país, assim partiremos para o mundo. Precisamos de uma estratégia definida de conquista da nação para Cristo.


O desafio geográfico só é vencido através de pessoas que saiam de seu lugar de origem e se dirijam aos lugares remotos. Contudo, a permanência de alguém de fora em um determinado país vai acarretar custos de transporte, sustento e preparo para o retorno.


Quem sai de sua casa para pregar o evangelho, deixa para trás todo um alicerce de vida que é impossível levar consigo. Por isso, a igreja deve ter atitudes que diminuam ao máximo essa

separação.


Um grande desafio para a evangelização é a JANELA 10/40. É a região onde habita 66% da população mundial, e ocupa 33% da área total do planeta, compreende 62 países. Essa região estende-se desde o oeste da África até ao leste da Ásia, e é compara a uma janela retangular, encontrada entre os 10 e 40 graus ao norte da linha do Equador. Todas as terras bíblicas encontram-se nessa janela, aqui predomina os seguidores do Islamismo, induísmo e budismo. A janela 10/40 é conhecida como o cinturão; nelas se encontram as fortalezas de Satanás, pois 37 dos 50 menos alcançados do mundo localizam-se nessa região.


No Brasil, há lugares acessíveis apenas por barcos e após longas horas, ou dias, de uma cidade. Isso implica em abandono de toda sorte de saneamento básico, eletrificação, assistência hospitalar, meios de comunicação, etc... Mas lá há vidas pelas quais Jesus morreu.


B. FINANÇAS


A maior barreira é converter o bolso do crente. Hoje só se investe naquilo que é palpável. Poucos querem investir em algo que não poderão mensurar, e nem que seja a longo prazo.

A melhor estratégia é sustentar o autóctone (nacional) para que ele evangelize.


Uma igreja consciente de sua missão, estará preocupada em providenciar um sustento digno para o missionário, para que ele não seja envergonhado diante daqueles a quem pretende evangelizar. Além disso, deve-se preparar-se para emergências de saúde, viagens e para o retorno definitivo do missionário (tipo aposentadoria digna, uma casa, etc...)


C. CULTURA


Muitos vão ao campo missionário levando sua bagagem cultural como correta e vão encontrar muitos obstáculos. O livro “Costumes e Culturas” de Bárbara Burns dá alguns exemplos dessa barreira e o livro “Tochas de Júbilo” demonstra que esse desafio não é exclusivo do homem branco.


O grande desafio é identificar o que é pecado e o que é característica cultural. Por ex.: o jeitinho brasileiro é característica cultural ou mentira disfarçada ?


D. AMARRAS


Muitas coisas têm amarrado nossas vidas, nos impedindo de obedecer ao chamado de Jesus :


CARNE – que não quer sofrer, quer ter sempre mais benefícios e facilidades, quer ter lazer e descanso, não quer passar fome, quer ter medicamentos a mão e transporte fácil.


MUNDO – que nos atrai e nos enche de desejos ambiciosos, nos fazendo crer que necessitamos de todas as novidades tecnológicas. O mundo nos invade alterando nossa mente para justificar-se diante da omissão missionária, por ex.: alguém irá em meu lugar; Deus me chamou só para orar; eu já sou dizimista; quando meus filhos casarem eu vou; quando me aposentar irei; hoje o evangelho está disponível a todos pela tv; etc... Rm 12:1-2 para eles


DIABO – que não quer ver uma igreja fora das 4 paredes. Precisamos ver que muitas das coisas que têm acontecido que julgamos ser Deus dizendo que não é para irmos na verdade são armadilhas do diabo para nos impedir de ir (II Tm 2:26; Cl 4:3-5; Rm 1:13; 15:22; I Ts 2:18; Ef 6:11)


Destruindo Os Mitos Da Missão Transcultural Na Igreja Local


Só Igrejas Grandes Ou Ricas Podem Fazer Missão Transcultural


Esta é uma falsa idéia que circula em muitas Igrejas de porte médio ou pequeno, como justificativa para o seu não envolvimento. Segundo este conceito, Igrejas que disponham de poucos recursos jamais poderão comprometer-se com o trabalho missionário e nem mesmo enviar missionários. Mas a prática de países onde a tarefa de fazer Missões já está consolidada revela que os maiores recursos saem exatamente de Igrejas pequenas, que, somadas, conseguem superar muitas vezes os alvos de Igrejas grandes ou ricas. A Igreja de Antioquia não esperou enriquecer-se para enviar os seus primeiros missionários, Barnabé e Paulo (At 13.2).


Só Pessoas De Bastantes Recursos Financeiros Têm Condições De Contribuir Para A Missão Transcultural


A visão bíblica sobre, contribuição é clara : deve ser proporcional à renda de cada um, seja pobre ou rico. Este princípio transparece em diversos textos bíblicos, como, por exemplo, em 1 Coríntios 16.2.


Paulo está tratando, neste texto, de contribuições destinadas aos irmãos de Jerusalém, que enfrentavam circunstancialmente uma crise econômica. Na recomendação do apóstolo está implícita a ideia de proporcionalidade, quando ele afirma : “ ... ponha de parte o que puder ajuntar, segundo a sua prosperidade”. As contribuições para missão transcultural se regem pelo mesmo princípio. Mesmo que os recursos pessoais sejam menores, cada um poderá estabelecer o valor da contribuição proporcionalmente à sua remuneração mensal.


A história de missões mostra que, na maioria dos casos, não foram os ricos os únicos responsáveis pelo envio de recursos para a evangelização transcultural. Muitos missionários foram e têm sido sustentados pela oferta da viúva pobre, da lavadeira do trabalhador braçal e de outros irmãos de menor poder aquisitivo.


A Igreja Local Deve Primeiro Evangelizar Sua Cidade Para Depois Voltar-Se Para A Evangelização Transcultural.


Este é outro mito muito difundido por desconhecimento da interpretação correta de Atos 1.8. Em alguns casos é, somente, uma justificativa pouca convincente para a indiferença.


A ideia de Atos 1.8 é de simultaneidade. “Tanto em... como em...” é a expressão que aclara o sentido do texto. Não há aqui nenhuma alusão a um processo gradativo, ou seja, à ideia de se evangelizar primeiro a área local para depois pensar-se em terras de além-mar. A evangelização transcultural tem que ser vista sob enfoque mundial, incluindo-se aí o trabalho local da Igreja. É ação simultânea.


É Preciso Antes Levantar Recursos Suficientes Para Então Investir Em Missão Transcultural. Esta É Também, Uma Premissa Falsa.


A Igreja que esperar ter recursos suficientes nunca vai investir na evangelização transcultural. É uma questão de lógica. Os recursos são rotativos, isto é, entram e saem. Sempre há despesas “prioritárias” para serem cobertas pelo caixa.

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