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INTRODUÇÃO A MISSIOLOGIA I MISSÕES NO ANTIGO E NOVO TESTAMENTO



Missões no Antigo Testamento.


Já aprendemos no primeiro capítulo desta apostila que o Deus vivo, é um Deus missionário. E o maior exemplo de missões no Antigo Testamento, começa com o chamado de Abrão, cerca de quatro mil anos atrás.

Em Gênesis 12, começa a grande promessa feita a Abraão : “Em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12. 1-4). A promessa de Deus, feita a Abraão se divide em três aspectos principais : - A promessa de uma terra. - A promessa de uma benção. - A promessa de uma posteridade.

Após Ló ter se separado de Abraão, Deus disse a esse : "Ergue os olhos e olha desde onde estás para norte, para o sul, para o oriente e para o ocidente, porque toda essa terra que vês, Eu darei a ti, e a tua descendência, para sempre" (Gn. 13. 14 - 15), ali foi confirmada a promessa de uma terra a Abraão e sua descendência.

Em Gênesis 12. 1 - 4, aparecem cinco vezes as palavras: bênçãos e abençoar. A bênção que Deus prometeu a Abraão transbordaria sobre toda humanidade.

Um pouco mais tarde, Deus confirma a Abraão a promessa de sua posteridade, simbolizada como o pó da terra e como as estrelas do céu de tão inumerável que seria.

Deus cumpriu esta promessa, porque o pó da terra simbolizava a descendência natural de Abraão, os filhos de Israel, que nasceram através de seu neto Jacó (Gn. 32. 12).

As estrelas do céu simbolizavam a descendência espiritual, que são todos os que aceitam a Jesus Cristo, que é descendente de Abraão na carne (Gl. 3. 29), portanto a promessa de Deus feita a Abraão, dizendo : "Em ti serão bendita todas as famílias da terra" (Gn. 12. 3), se cumpre perfeitamente porque o Novo Testamento inicia-se dizendo :”Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão" (Mt. 1. 1). Todas as famílias da terra que aceitam Jesus se tornam também filhos de Abraão e herdeiros da mesma promessa dada a ele (Gl. 3:7-29 / Rm. 4. 16 - 17).

Jesus Cristo é esta promessa missionária, feita por Deus no Antigo Testamento, ao afirmar : "Digo-vos que muitos virão do oriente e do ocidente e tomarão lugar à mesa com Abraão, Isaac e Jacó no reino dos céus” (Mt. 8. 11-12).


O chamado missionário de Israel .


Muitos acham que a visão missionária não soa tanto no Antigo Testamento. Isso se dá pelo fato de muitos não compreenderem que Deus estava preparando a nação de Israel como luz do mundo em meio aquele mundo pagão. Notemos isso em Êxodo 19. 4 - 6 / Salmos 67 e, principalmente em Gêneses 12. 1 - 3. Depois disso percebemos a história de Jonas, que foi enviado por Deus à cidade de Nínive, como autêntico missionário judeu, para pregar aos ninivitas. Ainda vemos a história de Isaías (Is. 6. 8), de Jeremias (Jr. 1. 5) e outros profetas.

O plano missionário de Deus para Israel, se dividia em três pontos :

- Proclamar seu plano de abençoar as nações (Gn. 12. 1 - 3). - Participar do seu sacerdócio como agente dessa bênção (Ex. 19. 4 - 6). - Provar seu propósito de abençoar todas as Nações (Sl. 67). O primeiro ponto mostrado acima contradiz as pessoas que defendem a teoria de que, no Antigo Testamento, a visão Missionária era extremamente nacionalista, pelo fato de Deus tratar de forma peculiar a nação de Israel.

Se observarmos a Bíblia, descobriremos que em seu primeiro capítulo, antes mesmo do homem pecar, a palavra dada a Adão e Eva foi esta : "E Deus os abençoou e lhes disse : Sede fecundo, multiplicai-vos". Após o pecado essa benção foi quebrada pela maldição (veja o contraste entre Gênesis 1. 28 e Gênesis 3. 17), mas em Gn. 12. 3, com a chamada Abraão, Deus promete abençoar novamente todas as famílias da terra, através da descendência de Abraão (Israel) : "Abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem”.

O segundo ponto mostra o plano de Deus de usar Israel como intercessor das demais nações diante de Deus.

O terceiro ponto é o significado do Salmo 67, aplicado a todos os povos, por intermédio do que Deus havia dado a Israel, mostrado através dos sinais e das maravilhas. Isso é percebido, principalmente, quando Deus abriu o Mar Vermelho e o rio Jordão, estes fatos, fizeram com que todas as demais nações temessem ao Deus de Israel, fato que é comprovado pelo testemunho de Raabe :

"...porque temos ouvido que o Senhor secou as águas do Mar Vermelho diante de vós, quando saístes do Egito, e o que fizestes aos dois reis dos amorreus, a Seor e a Ogue que estavam além do Jordão, os quais destruístes. Ouvindo isso, desmaiou o nosso coração e em ninguém há mais ânimo algum, por causa da vossa presença, porque o Senhor vosso Deus, é Deus em cima nos céus e embaixo da terra".

Atividades de Apoio Faça uma redação sobre um personagem do Antigo Testamento, que tenha exercido missões. Na pesquisa deve ter : Tempo em que ele viveu. De quem ele foi contemporâneo. E porque, você o considera como um missionário.


Missões no Novo Testamento.


Já aprendemos que o Antigo Testamento é uma base indispensável e insubstituível na tarefa missionária da Igreja, entre as nações e povos deste mundo. O Deus que no Antigo Testamento se identifica como o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, e que revela a Moisés o seu nome pessoal Yahweh, é o Deus de todo o mundo. No Novo Testamento, nos é apresentado Jesus, o Salvador do mundo. Do inicio ao fim, o Novo Testamento é um livro de Missões.

Os Evangelhos anunciam a chegada definitiva do reino dos céus, o livro de Atos dos Apóstolos anuncia a propagação deste reino e as Epístolas são instrumentos reais e autênticos do trabalho missionário dos apóstolos às Igrejas recém-inauguradas. Com base na própria pregação de Jesus pode-se afirmar que a obra missionária da Igreja, por todo o mundo, é a exata razão do intervalo entre a ascensão de Jesus e seu retorno como o Filho do Homem.

O mandado missionário do Evangelho de Mateus é a grande Comissão (Mt. 28. 19 - 20). O de Marcos é uma ordem imperativa: "Ide" (Mc. 16. 15). O de João é de que, se alguém não nascer de novo, não poderá ver o reino do céu (Jo. 3. 3).


A Grande Comissão.


Em Mt. 28. 19 - 20, temos o registro da grande comissão dada por Jesus aos seus discípulos. Dentre os vários aspectos dados por Jesus a essa Grande Comissão, queremos destacar dois pontos principais: Primeiro - Uma Ordem. Segundo - Uma promessa.

Uma ordem. "Ide, portanto, e fazei discípulos de todas as nações” Este “Ide”, ordenado por Jesus é uma confirmação de Marcos16. 15, “Ide e pregai o Evangelho a toda criatura”. Isso é uma ordem imperativa. Jesus, após ressuscitar disse: “É me dado todo o poder no Céu e na Terra” (Mt. 28. 18). Nesse momento, Ele, como General vitorioso, não pediu aos seus discípulos para evangelizar, Ele deu uma ordem expressa : “IDE”.

Uma Promessa : “E eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos” (Mt. 28. 20). Ao mesmo tempo em que Jesus nos deu uma ordem, Ele nos consolou, dizendo que estaria conosco na execução de sua grande comissão. Não estamos sozinhos nesta missão, por isso devemos realizar o mais rápido possível o que o Senhor nos confiou, pois Ele está conosco em qualquer hora, em qualquer lugar e em qualquer dia que sairmos para fazer a sua obra, cumprindo a suprema tarefa da Igreja, que é a evangelização do mundo.


A Igreja Primitiva Cumpriu a Grande Comissão ?


No livro de Atos dos Apóstolos, encontramos a resposta para a pergunta feita acima. Milhões de cristãos julgam que o livro de Atos dos Apóstolos e o de Lucas registram a obediência dos doze Apóstolos à grande comissão. Mas, na verdade relatam a relutância dos mesmos em obedecê-la. Sabemos que os judeus sempre foram exclusivistas e este foi o grande obstáculo para a realização da grande comissão. Parece-nos que os doze apóstolos não entenderam a missão outorgada por Jesus a eles. Percebemos isso quando Cornélio mandou mensageiros buscarem a Pedro. Se não fosse a advertência que o Senhor havia feito a Pedro, através da visão do lençol (Leia At. 10. 9 - 16), ele não teria aceitado ir anunciar o evangelho, pela primeira vez, aos gentios.

O próprio Espírito de Deus advertiu a Pedro, dizendo : “Levanta-te, pois e desce e vai com eles, nada duvidando, porque eu os enviei” (At. 10. 20).

Quando chegou ao conhecimento dos apóstolos, em Jerusalém, e dos crentes, na Judéia, que Pedro havia pregado aos gentios, começaram a criticá-lo por sua atitude. Agora pergunto: será que eles já haviam esquecido que Jesus disse: "Ide até os confins da terra"? Na verdade queriam que o evangelho ficasse restrito somente aos judeus. Vejamos o que diz Gálatas 3. 26 -28 : "Portanto os judeus e os gentios são unidos por Deus pelo sacrifício da morte de Cristo na cruz do calvário".


O Primeiro Concílio Missionário, em Jerusalém.


Nós aprendemos pela história do Cristianismo que, a princípio, os apóstolos achavam que esse seria apenas uma continuação do Judaísmo, só que de uma forma mais ampliada. Mas não foi isso que o Senhor Jesus passou para eles. Quando a notícia de que Pedro havia pregado para a casa de Cornélio chegou em Jerusalém, os apóstolos se reuniram para dar o seguinte parecer : "Ou o cristianismo ficaria restrito à região da Palestina, ou avançaria por ela até os confins da Terra". Após haver grande debate entre os apóstolos, Pedro tomou a palavra, fazendo uma exposição do que Deus havia feito por intermédio dele aos gentios, na casa de Cornélio, e como Deus o havia escolhido para levar o evangelho aos gentios.

Depois da exposição feita pelo apóstolo Pedro, a multidão silenciou para ouvir a exposição feita por Barnabé e Paulo, acerca do que Deus fizera por intermédio deles, na primeira viagem missionária. Ao terminarem, Tiago, que presidia a reunião, tomou a palavra e fez uma exposição, mostrando referências bíblicas em que os profetas prediziam que o nome de Jesus seria invocado entre os gentios. Com isso, o Concilio de Jerusalém, por volta do ano 50 d.C., registrado em Atos dos Apóstolos, capítulo 15, deu seu parecer favorável à expansão do cristianismo entre os gentios e até os confins da terra.

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