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HOMILÉTICA -RELAÇÃO ENTRE A HERMENÊUTICA, CONCEITO GERAL, A HISTÓRIA DA PREGAÇÃO



Enquanto a hermenêutica é a ciência e a arte de interpretar, a Homilética é a ciência e a técnica de comunicar ou expor a mensagem bíblica. A palavra Homilética vem do grego HOMILIA, que significa persuasão, falar, etc. Assim sendo, muitos definem a Homilética como “A Arte de Pregar”.


As primeiras teorias acerca da Homilética surgiram entre 345 e 405 d.C. nos escritos de Crisóstomo, pregador da igreja primitiva e também por Agostinho.


CONCEITO GERAL


Uma grande realidade no ministério cristão é que a pregação da palavra de Deus não é um privilégio somente concedido a pastores com formação acadêmica, mas, de leigos também. Seria fatal para expansão do Evangelho, que precisa atingir até os quatros cantos da terra, se a ajuda da pregação do leigo fosse negligenciada. Porém, sem desdobrar o aspecto da pregação simples, sem preparo acadêmico, afirmamos que, quanto maior for o preparo do obreiro com ou sem curso teológico, melhor condições terá de se r usado pelo Espírito de Deus para entregar a mensagem do reino dos céus, que visa à transformação do coração do pecador, transformando-o em filho de Deus.


O pregador precisa saber de sua importância indiscutível na grande seara; corrigir detalhes da sua apresentação quando está diante do público; dar maior ênfase à oração, a igreja e a Palavra. O pregador também precisa saber que o aspecto intelectual é algo que não deve ser rejeitado, pois muita contribuição poderá ser fornecida pela história, ciência, filosofia, etc. Àquele que foi incumbida à responsabilidade de transmitir o recado divino, este terá que ter consciência da objetividade do sermão, e não se deixar levar por variações de tantas ideias tais, que não deixam o público seguir uma linha de pensamento.


O pregador tem que saber usar corretamente o texto de onde irá extrair a sua mensagem; ter a criatividade para dar um tema interessante ao assunto que irá expor; saber começar com uma boa introdução e terminar bem, com uma conclusão que venha a desafiar o público a tomar uma posição ao final da pregação.


O pregador deve aprender a fazer o esboço de sua mensagem dentro de uma lógica com relação ao tema e o texto, sabendo distinguir o que é um sermão temático, um sermão textual e um sermão expositivo. Aquele que tem a responsabilidade de pregar deve dar o devido valor ao tesouro que são as ilustrações, e o momento certo de usá-las no púlpito.


A homilética, como arte de pregar, não deve ser algo a se aprender somente por pastores, existe uma grande necessidade do leigo ter conhecimento desta arte, já que é possível também àqueles que não tiveram a oportunidade de estudar numa instituição teológica. Todos aqueles que pregam a Palavra de Deus tem condições de melhorar ainda mais suas mensagens.


OS PROBLEMAS DA HOMILÉTICA


Com certeza, a pregação hoje sofre nas várias igrejas um problema que é notado pelos cristãos :


a) Falta de preparo do pregador. (Pouca espiritualidade e falta de conhecimento da Palavra)


b) Falta de unidade no assunto. (Começar pregando uma coisa e terminar pregando outra)


c) Falta de vivência real do pregador na fé cristã em relação ao que ele prega.


d) Falta de aplicação prática às necessidades da Igreja. (Pregar assuntos que não tem nada a ver com os problemas pelos quais a igreja passa)


RELAÇÃO DIVINO-HUMANA NA HOMILÉTICA


Deus é o autor e inspirador da mensagem; o pregado é o veículo usado para transmitir o recado divino, e o ouvinte é o alvo a ser alcançado. Sendo assim, podemos expressar este relacionamento na seguinte ordem :


ORAÇÃO - > TEXTO - > MEDITAÇÃO - > INTERPRETAÇÃO - > ESBOÇO - > COMUNICAÇÃO


O QUE O PREGADOR DEVE CONSIDERAR SOBRE A MENSAGEM


a) É o Espírito Santo que convence o pecador e não a lógica do pregador.


b) As ilustrações são importantes, mas nunca substituirão a Palavra de Deus.


c) A arte e a técnica não substituem a inspiração divina.


A HISTÓRIA DA PREGAÇÃO


Após o exílio na Babilônia foi que a homilia primitiva começou a desenvolver-se, por ocasião de um novo aspecto na vida judaica: A pregação feita em público com a leitura das Escrituras e explanação da mesma, por volta de 445- 425 a.C. (Ne 13:1-3).


Os gregos entre 500-300 a.C. desenvolveram a arte da palavra com os grandes filósofos: Platão, Sócrates e Aristóteles. Os romanos influenciados pelos gregos aperfeiçoaram a arte da palavra em forma de oratória. Jesus foi o maior exemplo de pregação pública nos dias dos tempos romanos.


ASPECTOS DA PREGAÇÃO DE JESUS


a) Falou por parábolas (Mt 13:34)


b) Explicou as Escrituras (Lc 4:1 6-21)


c) Repreendeu o sistema pecaminoso da época (Jo 8:43-47)


d) Transformou a palavra em ação, com poder (Mc 2:9 -12)


e) Profetizou sobre si mesmo (Jo 2:19)


f) Profetizou sobre os fins dos tempos (Mt 24:4-13)


DETALHES QUE DEVEM SER CORRIGIDOS QUANDO SE ESTÁ NO PÚLPITO


a) Não se deve gesticular demasiadamente o tempo todo;


b) Evitar coçar-se (Faça-o de modo discreto a não chamar a atenção);


c) Não ficar de boca aberta;


d) Os botões da roupa devem estar todos abotoados ( a não ser o blazer com botões no meio, que pode ser usado aberto);


e) Não passar as mãos nos cabelos o tempo todo;


f) Não esfregar as mãos na roupa;


g) Evitar repetições o tempo todo de palavras tais como: “Né”, “Realmente”, “Hã”, “Aleluia”, etc;


h) Parar a mensagem para se dirigir a alguém no auditório fora do aspecto da mensagem;


i) Evitar as “gracinhas” no púlpito;


j) Não falar além do tempo normal (Geralmente 30 minutos, é um tempo ideal em uma reunião normal de 1 hora e meia de duração, para se poder ficar a vontade para usar o restante do tempo com relação ao apelo ou convite às pessoas para virem à frente, orar por elas e finalizar o culto, porém, pode haver exceções com relação ao tempo – não se pode ser taxativo quanto a este aspecto da homilética).


QUANTO AO PREGADOR


É muito importante que o pregador conquiste o público com a sua mensagem, e as pessoas vibrem com a sua experiência e autoridade. Qual o motivo do fracasso de certos pregadores em nossas igrejas? Por que pregam mensagens tão cansativas e desinteressantes? Isto é algo simples de responder: Pregam ao pé da letra que não devemos nos preocupar com o quê havemos de pregar, pois o Espírito Santo será com a nossa boca, e ao chegarem ao púlpito entregam “qualquer coisa” . O pregador tem que ter em mente que o público que se prontifica em ir a igreja ouvir a mensagem de Deus, não merece ouvir coisa cansativa e desinteressante. O pregador é o veículo chave do anúncio da Palavra de Deus, portanto, para ser eficiente no ministério da Palavra, precisa estar envolvido com os seguintes fatores:


A) Consagrado À Oração


O pregador precisa ter uma vida de oração para que possa transmitir o recado divino inspiradamente. O sucesso da pregação depende da intensidade da inspiração e das palavras do pregador. O fracasso de uma mensagem pode, entre muitos motivos, ser atribuído a falta de uma vida de oração por parte do pregador. Se tiver uma vida vazia de oração, sua mensagem também será vazia de vida. O requisito ORAÇÃO é o primeiro dos fatores importantes que o pregador vai precisar para o êxito da sua mensagem.


B) Consagrado À Igreja


Jamais se deve dar oportunidade para usar da palavra àqueles Irmãos que quase nunca vão a Igreja. Se tais irmãos se acham no direito de não ir sempre à igreja, a igreja também tem o direito de não permiti-los ter o privilégio de pregar no templo de Deus. O altar é santo e é necessário que todos os que vão usar da Palavra estejam conscientes disto e tenham grande amor pela Igreja de Deus. Para a segurança emociona l do pregador é necessário que ele esteja bem familiarizado com o tipo de ambiente que irá ouvi-lo.


Um pregador consagrado às atividades da igreja tem melhor condição emocional e psicológica para estar diante do público sem transparecer medo, nervosismo, insegurança, etc. Todo pregador consciente de sua função não ignora este importante fator.


C) Consagrado À Palavra


O pregador da Palavra de Deus tem por finalidade anunciar as verdades divinas, e somente o poderá fazê-lo se tiver conhecimento destas verdades. Quanto maior o conhecimento bíblico, mais autoridade terá ao falar das coisas dos céus. O conhecimento profundo da Palavra de Deus é uma segurança indispensável para se construir um excelente sermão. O pregador tem que ter em mente que o público precisa ficar encantado com o conteúdo da mensagem da Bíblia, e para isto, nada melhor do que exposições profundas das Escrituras. Temos que anunciar a Cristo como único salvador do mundo, temos por obrigação de conhecer sua vida, o que fez, o que ainda faz, o que ele quer, quais são suas promessas, e a sua relação com a vida e a morte. A Bíblia tem muitas promessas para o homem, e, conhecer tais fatos é dever obrigatório de todo àquele que se dedica a falar do plano de Deus para a salvação do pecador.


QUANTO AO CONHECIMENTO INTELECTUAL DO PREGADOR


“Quem lê mais tem sempre algo a falar a quem lê menos”, diz um ditado popular. Na igreja encontramos pessoas de diversos níveis de cultura. Algumas com uma grande capacidade intelectual, outras com um conhecimento médio e outras com um nível intelectual pequeno. Portanto, eis a razão pela qual todo prega dor tem que estar à altura do nível intelectual daqueles que irão ouvi-lo. Todo pregado r precisa que seu público lhe dê crédito como orador, e, quando o pregador demonstra ter uma excelente cultura, ele obtém o respeito de seus ouvintes, e suas mensagens sempre serão interessantes. Nunca é demais possuir conhecimento geral daquilo que vai pela ciência, história, filosofia, etc. Um sermão para ser rico em conteúdo depende da intelectualidade do pregador. Um pregador culto terá mais autoridade ao falar em público. Isto não deve ser privilégio somente de alguns pastores, mas, de qualquer pregador interessado em melhorar a qualidade de suas mensagens. Quanto maior o conhecimento do pregador, maior será a bagagem para o Espírito Santo usar. A segurança intelectual do pregador é evidenciada das seguintes fontes de conhecimento:


1. Conhecimento Bíblico

2. Conhecimento Histórico

3. Conhecimento Científico

4. Conhecimento Filosófico

5. Experiências Pessoais


Conhecimento Bíblico


Já vimos anteriormente a importância do conhecimento bíblico quando estudamos a importância do pregador ser consagrado a Palavra.


Conhecimento Histórico


É importante que o pregador saiba em que data fora m escritos os livros bíblicos, e para quem eram destinados, situando-se também nos panoramas históricos, social, econômico e religioso da época dos seus autores. É muito importante que o pregador conheça o desenvolvimento da história através dos séculos e a sua relação com o cristianismo. Mil e uma ilustrações podem ser adquiridas com os fatos relacionados com a igreja e com os grandes cristãos da antiguidade. A história está cheia de curiosidades que poderão ser contadas pelo pregador. Com tais fatos, a mensagem cristã torna-se mais rica em conteúdo, despertando o interesse e a admiração do público. Um fato incontestável é que um público admirado com a pregação tende a ceder mais facilmente aos apelos d o pregador.


Conhecimento Cientifico


Conhecer algo da ciência, comparando sempre com as verdades bíblicas, é algo muito bom, pois muitas das vezes, as descobertas científicas vêm sustentar aquilo que a Bíblia vem afirmando há milênios. Expor algo da ciência também torna uma mensagem bem interessante e atrai muito, a atenção do público. Muitas pessoas têm chegado a conversão através das verdades da Bíblia confrontadas com a ciência. Um bom pregador não ignora este fato.


Conhecimento Filosófico


O público vibra e considera interessante quando o pregador sustenta uma verdade bíblica com uma citação de algum importante Filósofo. Conhecer o pensamento dos muitos pensadores acerca da vida e da morte; do bem e do mal, é algo fascinante. Muitas das vezes os absurdos e as verdades da Filosofia ajudam a ilustrar de forma maravilhosa um sermão.


Experiências Pessoais


A vida cristã é cheia de experiências maravilhosas com Deus. Tais experiências ocorrem tanto conosco, como também com algum outro irmão verdadeiramente servo de Deus. Assim, o testemunho destes fatos faz com que sempre se tenha algo de edificante para uma boa mensagem. O sentimento do público é ativado quando o pregador expõe suas vivências pessoais ou de outrem. É multo importante tocar o instinto emocional dos ouvintes. Quando isto ocorre, a mensagem será sempre lembrada. O pregador deve usar desta arma poderosa para as mensagens principalmente evangelísticas. Entretanto, se a mensagem é doutrinária, e o pregador tem algo de sua vida para ilustrar com relação à fé cristã, deverá fazê-lo com toda a autoridade. Este recurso produz um maior número de conversões ou de conserto de vida cristã ao final da mensagem.


OBS : Mesmo que o pregador tem todo o recurso técnico e intelectual, jamais poderá deixar de lado o fator mais importante de todos: A inspiração do Espírito Santo. Nunca se deve esquecer que, a obra é de Deus, a Palavra é a Palavra de Deus, o interesse em salvar o público é de Deus, portanto, seja qual for o recurso que o pregador irá usar, sua mensagem e seus argumentos são sempre para levar o ouvinte a crer n a Palavra de Deus e em suas maravilhosas promessas.

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