HOMILÉTICA II - TEMA, ILUSTRAÇÕES, INTRODUÇÃO E O CORPO DO SERMÃO, CONCLUSÃO E APELO
- MINISTÉRIO RESGATE
- 30 de mar. de 2020
- 8 min de leitura

TEMA
O tema do sermão contém a ideia principal e o objetivo da mensagem. Deve ser estimulante e despertar o interesse, a curiosidade e a atenção do ouvinte. Deve ser claro, simples e preciso bem como, oportuno e obedecer o texto.
Para se desenvolver um bom tema o pregador precisa Ter criatividade, hábito de leitura, visão global do sermão e ser sintético.
Deve-se atentar para o fato de que assunto e tema não são a mesma coisa. O Assunto é algo mais genérico, enquanto que o tema émais específico. Um assunto, por exemplo, poderia ser a "Esperança”, e vários temas poderiam ser derivados deste assunto: "A Esperança do Crente", "A Esperança do Mundo", etc...
O tema deve preferencialmente estar na afirmativa. A frase "Devemos honrar a Cristo obedecendo aos seus mandamentos" é melhor do que "Não devemos desonrar a Cristo desobedecendo aos seus mandamentos".
A proposição difere da ideia exegética. A ideia exegética é a afirmativa de uma única sentença; é a verdade principal da passagem, enquanto que a proposição é a verdade espiritual ou princípio eterno, transmitido por toda a passagem.
O tema deve ser formulado, preferencialmente no tempo presente; não deve incluir referências geográficas ou históricas; não deve fazer uso de nomes próprios, exceto os nomes divinos. Uma tese com alguma dessas características ficaria muito embaraçosa. Veja: "Assim como o Senhor chamou a Abrão de Ur dos Caldeus para ir para uma terra que desconhecia, da mesma forma Ele chama alguns de nós para irmos pregar aos estrangeiros".
TIPOS DE TEMAS :
Interrogativo : Uma pergunta, que deve ser respondida no sermão. Ex.: Onde estás ? Que farei de Jesus ? Tenho uma arma o que fazer com ela ?
Lógico : Explicativo. Ex.: O que o homem semear, ceifará; Quem encontra Jesus volta por outro caminho.
Imperativos : Mandamento, uma ordem; Caracteriza-se pelo verbo no modo imperativo. Ex.: Enchei-vos do espírito; Não seja incrédulo; Não adores a um Deus morto.
Enfáticos : Realçar um aspecto específico; Ex.: Só Jesus salva; Dois tipos de cristãos;
Geral : Abrangente, aborda um assunto de forma geral sem especificá-lo. Ex.: Amor; fé, esperança.
ILUSTRAÇÕES
São recursos usados para o enriquecimento, e o esclarecimento de uma mensagem, quando devidamente aplicada.
O senhor Jesus sempre tinha uma boa história para iluminar as verdades que ensinava ao povo.
O significado do termo ilustrar é tornar claro, iluminar, esclarecer mediante um exemplo, ajudando o ouvinte a compreender a mensagem proclamada. O bom uso da ilustração desperta o interesse, enriquece, convence, comove, desafia e estimula o ouvinte, valoriza e vivifica a mensagem, além de relaxar o pregador.
A ilustração não substitui o texto bíblico apenas tem uma função psicológica e didática, para tornar mais claro aquilo que o texto revela.
As ilustrações devem ser simples, está correlacionada com a mensagem, devem fornecer fatos de interesses humanos e devem Ter um ponto alto ou clímax.
A ilustração é para o sermão o que são as janelas para uma casa. Quais os motivos que nos devem levar a usar ilustrações ?
1º) Por causa do interesse humano.
2º) Clareza
3º) Beleza
4º) Complementação.
A ilustração nunca deve ser a parte principal do sermão. É tão-somente uma janela. Esta nunca é mais importante do que a casa.
As Ilustrações Podem Ser :
a ) HISTÓRICA E CONTEXTUAL : Quando se aplica um conhecimento histórico ou explicação do contexto em que o texto está inserido. Exemplos :
a) Fundo da agulha – Porta estreita na cidade de Jerusalém onde, os mercadores tinham dificuldades de passar com os camelos. Mateus 19:24.
b) CONHECIMENTO INTELECTUAL : Envolve o conhecimento científico, psicológico, técnico e cultural. Exemplos :
- Técnico científico – A antena da TV recebe todas as frequências ao mesmo tempo entretanto, quando escolhemos um canal, através da sintonia, estamos selecionando uma determinada frequência.
c) METAFÓRICA OU ALEGÓRICA : Quando são empregadas figuras metafóricas como histórias e estórias. Exemplos
- Ao se aproximar da cidade do Rio de Janeiro um indivíduo reparou que o cristo redentor não era tão grande como pensava, parecia até mesmo ser menor do que seu dedo. No centro da cidade observou que estátua teria aumentado e já estava praticamente do seu tamanho, resolveu então ir até o monumento. No pé do corcovado ficou admirado com as proporções maiores do símbolo da cidade. Chegando então aos pés do cristo redentor ele pode perceber, como lhe disseram, que aquele era bem maior do que ele.
d) EXPERIÊNCIA PESSOAL : Testemunhos. Exemplos
- Neste tipo de ilustração o pregador relata fatos verídicos que demonstram a atuação de Deus, através de milagres, em sua vida ou de outras pessoas. Todos as respostas que Deus atendeu realizando curas, transformações, salvação, livramentos, libertação, etc.
- Use no máximo duas ilustrações por sermão. Toda ilustração deve Ter uma aplicação e devem ser comentadas com simplicidade e naturalidade.
INTRODUÇÃO DO SERMÃO
Começar é difícil. Muitos escritores escrevem a introdução quando terminam o livro. Alguém disse : “O pregador começou por fazer um alicerce para um arranha-céu, mas acabou construindo apenas um galinheiro”.
A introdução é tão importante quanto a decolagem de um avião que, deve ser bem perfeita para um vôo estabilizado. Ela, por certo, deve envolver o ouvinte, despertar o interesse e curiosidade e, também, ser um meio de conduzir os ouvintes ao assunto que está sendo tratado no sermão. Uma boa introdução dá ao pregador segurança, tranquilidade, firmeza e liberdade na pregação.
Uma boa introdução deve ser :
1. Breve (em torno de 5 minutos)
2. Apropriada, de acordo com o tema do sermão.
3. Interessante.
4. Simples. Sem arrogância, sem prometer muito.
5. Cuidadosamente preparada.
Tipos de introdução : Você pode usar um destes tipos para iniciar um sermão :
Uma introdução bem estruturada, deve apresentar algumas características como, clareza e simplicidade, deve ser um elo de ligação com o corpo do sermão e uma ordenação de pensamentos de forma lógica e sistematizada e, não deve prometer mais do que se pode dar. É preciso estar atento para o tempo de duração da introdução que, deve ser breve e proporcional ao sermão. Evitar desculpas que possam trazer uma má impressão.
1 – ILUSTRATIVA – Uso De Uma Ilustração Na Introdução.
Imagine que o assunto que será abordado seja complexo e abstrato. Então, comece com uma ilustração que explique e esclareça o que pretende dizer.
2 – DEFINIÇÃO – Explicação Detalha De Um Determinado Conceito.
Explique para o ouvinte o que tem a dizer. Dê a ele conceitos significados de símbolos, termos e assuntos que ele provavelmente não conheça. Em um sermão onde o assunto é a PAZ, o pregador explicou, na introdução, o que é a paz, seus significados no velho e novo testamento, evolução linguística do termo paz e a aplicação termo hoje.
3 – INTERROGAÇÃO – Uma Pergunta (Deverá Ser Respondida No Corpo Do Sermão).
Para sermões onde o tema é uma pergunta é interessante que esta seja bem explorada na introdução. Observe que, se estamos falando sobre morte ou salvação cabe aqui uma pergunta como “Para onde iremos nós ?”, que deve levar o ouvinte a uma reflexão profunda, e para reforçar pode-se usar o texto de Lucas 12:20 “ Mas Deus lhe disse: Insensato, esta noite te [pedirão] a tua alma; e o que tens preparado, para quem será ?”
As perguntas da introdução devem ser respondidas no corpo do sermão.
4 – ALUSÃO HISTÓRICA – Explicar O Contexto Histórico.
Explique o contexto do texto em que será aplicada a mensagem (época, país, costumes, tradição, etc.). Observe o texto de João 4: 1 a 19. Caso sua mensagem esteja baseada neste texto, introduza com uma explicação detalhada das relações entre os Judeus e os Samaritanos, as relações entre os homens e as mulheres, a lei acerca do casamento, a origem do poço de Jacó, etc.
CORPO DO SERMÃO
Esta deve ser a principal parte do sermão.
Aqui o pregador irá expor ideia se pensamentos que deseja passar para os ouvintes. As divisões devem ser desenvolvidas de acordo com a realidade de hoje.
As divisões devem Ter significados para os ouvintes e, não devem se desviar da mensagem principal que é a coluna do sermão, o objetivo será finalizado e apresentado na conclusão.
O ouvinte precisa acompanhar o seu desenvolvimento. “Cada divisão, subdivisão, e até ilustrações e explicação, tem que apontar na direção do alvo e em ordem de interesse”. Cada ponto deve discutir um aspecto diferente para que não haja repetição.
As frases devem ser breves e claras. As divisões servem para indicar a linha de pensamento a serem seguidas ao apresentar o sermão. Entretanto, deve-se fazer uma discussão que é a revelação das idéias contidas nas divisões.
Resumindo...
1. Devem ter unidade de pensamento.
2.Elas ajudam o pregador a lembrar-se dos pontos principais do sermão.
3.Elas ajudam os ouvintes a recordarem-se dos aspectos principais do sermão.
4.Elas devem ser distintas umas das outras.
5.Elas devem originar-se da proposição e desenvolvê-la progressivamente até o clímax do sermão.
6.Elas devem ser uniformes e simétricas.
7. Cada divisão deve Ter apenas uma ideia ou ensino.
8. O número das divisões deve, sempre que puder, ser o menor possível.
9.Deve girar em torno de uma única ideia principal da passagem, e as divisões principais devem desenvolver essa ideia.
10.As divisões podem consistir em verdades sugeridas pelo texto.
11.As divisões devem, preferencialmente e quando possível, vir em seqüência lógica e cronológica.
12.As próprias palavras do texto podem formar as divisões principais do sermão, desde que elas se refiram à ideia principal.
Exemplos De Divisões : Ex.1
Tema : Relacionando a fé com a necessidade humana Mateus 14:14.21
Divisão I. O DESAFIO DA FÉ
Divisão II. A OBRA DA FÉ; Divisão III. A RECOMPENSA DA FÉ.
Ex. : 2
Tema : O Cristo que não muda
Texto : Hebreus 13:8 Jesus é o mesmo ontem, hoje e eternamente.
Divisão I - O que não muda em Cristo ?
Divisão II - Por que não há mudança em Cristo ?
Deve-se fazer a transição entre as divisões do sermão : Na proposição "A Vida Cristã é uma Vida Vitoriosa" podemos incluir a seguinte interrogativa : "Quais são os motivos que nos levam a considerar que a Vida Cristã é uma Vida Vitoriosa ?" “Como se faz da Vida Cristã uma Vida Vitoriosa ?” Este tema poderia nos levar a uma resposta baseada em Romanos: "Por que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus" ou "Por que em todas essas coisas somos mais do que vencedores".
A transição para a interrogativa acima, por exemplo, poderia ser : "Vejamos cinco motivos pelos quais podemos afirmar que a Vida Cristã é uma Vida Vitoriosa". A palavra motivo é a palavra-chave da transição.
Nas Divisões Pode-Se Apresentar A Palavra Motivo Como :
Divisão I – O primeiro MOTIVO é...
Divisão II – O segundo MOTIVO é...
Divisão III – O terceiro MOTIVO é...
CONCLUSÃO
É o clímax da aplicação do sermão
“Para terminar!”, “Concluindo”, “Só para encerrar”, “Já estamos terminando”.
Você já ouviu estas frases? Muitas pessoas não sabem terminar uma conversa, ficam dando voltas ou se envolvem em outros assuntos, sem ao menos perceber que o tempo está passando e o ouvinte já está angustiado com a demora.
Assim, muitos pregadores não sabem ou não conseguem concluir um sermão. Isso acontece por que estes não preparam um esboço e suas idéias estão desordenadas, logo, não conseguem encontrar uma linha condutora da conclusão do sermão.
COMO DEVE SER A CONCLUSÃO ?
1 – Apontar o objetivo específico da mensagem;
2 – Clara e específica;
3 – Resumo do sermão (o sermão em poucas palavras)
4 – Aplicação direta a vida dos ouvintes;
5 – Pequena;
6 – Faça um desfecho inesperado.
Logo, uma boa conclusão deve proporcionar aos ouvintes satisfação, no sentido de haver esclarecido completamente o objetivo da mensagem. É preciso Ter um ponto final para que o pregador não fique perdido.
OBS. : NÃO DEVE PREGAR UM SEGUNDO SERMÃO
APELO
Um esforço feito para alcançar o coração, a consciência e a vontade do ouvinte. Ao fazer o apelo, os pronomes se tornam muito importantes. Usem os pronomes "vós" e "nós". Incluam-se nele.
Apelo não é apelação.
Dois Tipos De Apelos :
- CONVERSÃO/RECONCILIAÇÃO – Aos ímpios e aos desviados.
- RESTAURAÇÃO – A igreja
COMO DEVE SER O APELO ?
1 – Convite
2 – Impactante e direto
3 – Não forçado ou prolongado
4 – Logo após a mensagem.
No apelo você deve dizer ao ouvinte o que ele deve fazer para CONFIRMAR a sua aceitação. Seja claro e mostre como ele deve agir.
- Levantar as mãos;
- Ir a frente;
- Ficar em pé;
- Procurar uma igreja próxima;
- Conversar com o pastor em momento oportuno.
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