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CULTO E MÚSICA - OS ELEMENTOS DO CULTO



Os elementos do culto são os meios usados pelo adorador para expressar o culto. São as “formas e funções por meio das quais a recepção e a ação litúrgica se efetivam e, mediante sua cooperação orgânica, suscitam e expressam o evento cultual” (O. Haendler).


Os principais elementos de culto são: a Bíblia, a o ração, a música, os sacramentos e as ofertas.


O Catecismo de Heidelberg, redigido por Zacarias Ursino e Gaspar Oliviano, publicado em 1563 e usado pelas Igrejas Reformadas, diz que o cristão deve “frequentar assiduamente à igreja, para ouvir e aprender a Palavra de Deus, participar dos sacramentos, invocar publicamente ao Senhor e contribuir para as necessidades”.


Reflitamos, portanto, sobre os elementos do culto e a sua utilização hoje.


A BÍBLIA SAGRADA


A Bíblia é a Palavra de Deus. Ela é o elemento mais importante do culto cristão, pois “todo ato cristão de adoração é sustido pela Palavra de Deus. Sem ela o culto esvaziar-se-ia de sua substância e perderia o traço que o separa de um culto não cristão” (J. V. Allmen). As verdades bíblicas devem modelar o ato de culto, bem como as ideias e o comportamento do adorador (1 Sm 15:22-23; Mt 15:9).


A Bíblia aparece no culto sob diversas formas. As principais são a leitura (individual, conjunta e alternada), a pregação, o canto (congregacional, coral, conjuntos e solos) e as saudações e bênçãos pastorais (1 Tm 4:13; 1 Ts 5:27 ; Ap 1:3; 1 Co 11:23-29; Lc 4:16-30; 2 Co 13:13).


A ORAÇÃO


Orar é cumprir uma ordem do Senhor (Lc 18:1 e 1 Ts 5:17). A oração é indispensável ao cristão, que deve praticá-la individualmente e coletivamente (Mt 6:5-8 e At 12:12). A oração é “o privilégio supremo dos cristãos, concedido por Deus ao elevá-los à categoria de filhos. A oração só é possível dentro da família de Deus: é o exercer os direitos de filhos no contexto dessa família (Rm 8:15 e Gl 4:6). Os filhos são herdeiros, participantes responsáveis, por conseguinte, de toda a economia da família. Na família do Pai os filhos têm o direito de tomar a palavra. A oração é, portanto, a autorização que Deus dá a que os filhos digam o que têm a dizer com referência aos assuntos que a eles dizem respeito” (citado por V. Allmen).


A Bíblia nos ensina que a oração faz parte do culto particular e público. As orações nas reuniões da igreja devem ser uma constante hoje, como foi no passado (At 1:14; 4:24; 12:5; 21:5; Lc 1:10; Mt 18:19). As mesmas devem ser dirigidas a Deus (Mt 4:10), por meio e em nome de Jesus Cristo (Ef 2:18; Hb 10:19), acompanhadas de humildade e ação de graças (Gn 18:27; Fp 4:6; Cl 4:2). Podem ser feitas em silêncio e audivelmente, nas posturas diversas (Mc 11:25; At 20:36; Mt 26:39).


A MÚSICA


A música também se destaca como um elemento indispensável ao culto. A igreja sempre usou hinos e cânticos na expressão do seu culto (Rm 15:9 ; 1 Co 14:15; Ef 5:19; Cl 3:16; Tg 5:13; Ap 5:9; 14:3; Mt 26:30).


O professor Bill Ichter, autoridade em música, descreve algumas características da música que deve ser usada na igreja:


1. Quanto À Expressão

Deve expressar uma verdade bíblica.


2. Quanto À Doutrina

Deve expressar doutrinas corretas.


3. Quanto À Devoção

Deve ser caracteristicamente devocional.


4. Quanto À Forma

Deve possuir boa forma literária.


5. Quanto Ao Estilo

Deve ter um bom estilo musical.


6. Quanto À Ocasião

Deve ser apropriada à ocasião em que estiver sendo usada.


7. Quanto Ao Uso

Deve ser adaptada ao uso da congregação.


8. Quanto Ao Alcance

Deve ser apropriada e ao alcance da capacidade dos cantores.


O apóstolo Paulo nos revela que músicas nas igrejas devem ser: “salmos, hinos e cânticos espirituais”, entoados para o louvor a Deus e a edificação mútua dos irmãos (Cl 3:16).


OS SACRAMENTOS


“Os sacramentos são santos sinais e selos da Graça, imediatamente instituídos por Deus, para representar Cristo e os seus benefícios e confirmar o nosso interesse nEle, bem como para fazer uma diferença visível entre os que pertencem à igreja e o resto do mundo, e solenemente obrigá-los ao serviço de Deus em Cristo, segundo a sua palavra” (C. Fé, cap. XXVII, 1). Esta definição nos mostra que o sacramento é “um sinal externo de uma graça interna”.


Há somente dois sacramentos instituídos por Jesus: o Batismo e a Santa Ceia (Mt 28:19 e 26:26-30). Ambos devem ser celebrados publicamente administrados somente pelos pastores ordenados (Hb 5:4).


OFERTÓRIO


Atualmente, no Brasil, os evangélicos são questionados quanto à contribuição financeira para as igrejas. Há uma razão óbvia: a proliferação de igrejas que comercializam bênçãos.


Muitos perguntam: “É verdade que na sua igreja todo s devem dar 10% do salário ao Pastor?”


Isso nos leva a explicar, que o ato de ofertar ou contribuir faz parte do culto. O ofertar sempre foi um elemento integrante da adoração a Deus e uma expressão de fidelidade (Dt 12:4-7; Ml 3:10; Mc 12:41-44; 2 Cr 8:12-18; Hb 13:16).


“Ninguém se iluda: o reino de Deus não se edifica com dinheiro, mas com pessoas. Após o novo nascimento, contudo, não devemos deixar de dar o dízimo. Não é a igreja que precisa de dinheiro, como às vezes dizemos. Nós é que precisam os trazer dinheiro à igreja: nosso progresso espiritual depende disso – 2 Co 9:5,10” ( B. Ribeiro).


Em suma, ofertar é cultuar e cultuar é ofertar.


O LUGAR E O TEMPO DO CULTO


Alfred Thomas afirmou: “Bancos vazios no templo do senhor significam corações vazios, lares vazios da verdadeira religião, com a irreverência do domingo, e a consequente ruína espiritual”.


Isto é correto e reflete uma dura verdade: o não reconhecimento do senhorio de Jesus Cristo no tempo e no espaço. “Eu sou o Alfa e o Ômega, o primeiro e o último, o princípio e o fim” (Ap 22:13). “... tudo foi criado por meio dele e para ele” (Cl 1:16b). Jesus é o Senhor de tudo.


“Sem domingo, nenhuma adoração; sem adoração, nenhuma religião; sem religião, nenhuma moral; sem moral, então, o quê?” (Craword Johnson).


Vejamos o que nos ensina a Bíblia, sobre a santificação do espaço e do tempo.


O LUGAR DO CULTO


Os lugares de culto são lugares santos, separados p ara um fim específico, a saber, o de tornar-se palco da presença de Cristo, o lugar do encontro entre o Senhor e o Seu povo. Geralmente, por decisão da Igreja, um lugar é planejado, construído e separado para o serviço divino. O sucessor de Zuínglio, H. Bullinger comentando o assunto diz: “dedica-se a Deus e aos usos sagrados, ou em outras palavras, os separa do uso comum para destiná-los e votá-los, segundo a vontade de Deus, a um uso singular e sagrado”.


A Confissão Helvética Posterior, falando sobre os lugares de culto, diz: “Ora, como cremos que Deus não habita em templos feitos por mãos humanas, também sabemos que os lugares dedicados a Deus e ao Seu serviço não são profanos, mas sagrados, por causa da Palavra de Deus e do uso de coisas santas a que são destinados ; e os que frequentam tais lugares devem comportar-se com todo decoro e reverência, lembrando que estão num lugar santo, na presença de Deus e dos seus santos anjos”.


Obviamente, é necessário evitar toda superstição. Não devemos transformar o lugar de culto num “espaço tabu” e, nem tampouco, achar que se possa fazer seja lá o que for no lugar de culto. A dedicação de espaço para o culto é inevitável enquanto nos acharmos neste mundo. Não somente temos testemunhos nesse sentido no Velho Testamento (Dt 12:5,11; 15:20; 1 Rs 5:5), mas também indícios de que a Igreja usou espaços separados, desde o momento em que se lhe tornou possível a construção de lugares de culto.


1. O Novo Testamento


Sob a Nova Aliança, o Senhor não escolheu um lugar específico para a manifestação da sua presença (Jo 4:20-24).


2. O Templo No Novo Testamento


A partir do Pentecostes, a IGREJA, o “povo de Deus” , torna-se o templo (1 Co 3:16; Ef 2:20-22; 1 Pe 2:4-10). Não somente a Igreja na sua dimensão comunitária, mas cada membro individualmente é um templo, dedicado a proclamar, a refletir e a louvar o seu Senhor (1 Co 6:19s).


3. O Lugar Do Culto


O lugar do culto cristão é a Igreja reunida, em nome do Senhor Jesus (Mt 18.20). “A Teologia do Velho Testamento já mostra que o lugar por excelência da presença de Deus e, consequentemente, o lugar de culto, é o povo que invoca o seu nome. E com o seu povo que ele habita, onde quer que se encontre esse povo. E se é verdade que existem lugares sagrados, não é para insinuar que Deus se localize exclusivamente em tais lugares, mas, sim, mostrar que Deus intervém no mundo e reivindica para si a soberania sobre a terra toda. É também para demonstrar que Deus convoca o seu povo para encontrar-se com ele dentro dos limites deste mundo” (Von Allmen).


O CULTO E O TEMPO


“A adoração, quando expressa em ritual, exige tempo. Sob a antiga Aliança Deus fez provisão para períodos de tempos diários, semanais, anuais e mesmo de gerações, para o cumprimento da obrigação de culto em Israel. O sacrifício diário (Nm 28:1-8), o descanso do sábado ou do sétimo dia, os primeiros dias do mês e as cinco festas anuais do período pré-exílico foram divinamente determinados” (Russel Shedd).


A guarda semanal do sábado é um exemplo fundamental do tempo separado para Deus (Êx 20:11; 31:13). Neste mandamento, Deus lembra o homem da sua responsabilidade em adorá-lo, observando tempos e lugares santos.


Sob a nova Aliança, o cristão vê no tempo a concretização da sua salvação (Gl 4:4-5). Os tempos judaicos (festas, sábado, etc.) não passavam de sombras das coisas que haviam de vir. Jesus Cristo é a realidade (Cl 2:17). Jesus constitui-se o verdadeiro “sábado” (Mc 2:23-28 e Mt 11:28-30). Para a igreja primitiva, o descanso “consiste em consagrar a Deus, não um dia, mas, sim, todos os dias, e em abster-se, não do trabalho corporal, mas sim do pecado” (Von Allmen).


O fato de Cristo haver cumprido em si o sábado, levou a igreja a escolher um novo dia para o culto: o “dia do Senhor” ou “o primeiro dia da semana” (At 20:7; Mt 28:1; Mc 16:1; Lc 24:1; Jo 20:1; Ap 1:10). Sem dúvida este dia é o domingo .


Entretanto, Qual O Significado Do Domingo ?


1. Um Memorial


É um memorial da ressurreição de Cristo.


2. Um Símbolo


É o símbolo de um novo começo.


3. Comunhão Cristã


É um dia litúrgico.


Socialmente, você pode descansar em qualquer outro dia da semana, dependendo sempre da sociedade em que você está inserido. Contudo, o domingo é o dia da comunhão cristã, da Nova Aliança.


O culto celebrado no domingo relembra o evento fundamental à existência da Igreja — a ressurreição de Cristo.


Em suma, a adoração pelo Espírito acaba com o conceito de tempos designados para o culto.


Contudo, a Igreja como povo deve manifestar-se por meio do ato de reunir-se. Não é possível Igreja sem culto.

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