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AS ÚLTIMAS COISAS - A MORTE, RESSURREIÇÃO E A VIDA FUTURA

Atualizado: 7 de ago. de 2019


A MORTE


        A morte é a separação da alma do corpo pela qual o homem é introduzido no mundo invisível. Essa experiência descreve-se como "dormir" (João 11:11; Deut. 31:16), o desfazer da casa terrestre deste Tabernáculo (2 Cor. 5:1), deixar este tabernáculo (2 Ped. 1:4), Deus pedindo a alma (Luc. 12:20), seguir o caminho por onde não tornará


(Jo 16:22), ser congregado ao seu povo (Gên. 49:33), descer ao silêncio (Sal. 115:17), expirar (Atos 5:10), tornar-se em pó (Gên. 3:19), fugir como a sombra (Jo 14:2), e partir (Fil. 1:23).

       A morte é o primeiro efeito externo ou manifestação visível do pecado, e será o último efeito do pecado, do qual seremos salvos. (Rom. 5:12; 1 Cor. 15:26.) 

       O Salvador aboliu a morte e trouxe à luz a vida e a incorrupção pelo evangelho, (1 Tim. 1:10.) A palavra "abolir" significa anular ou tornar negativo. 

       A morte fica anulada como sentença condenatória e a vida é oferecida a todos. Entretanto, embora a morte física continue a manifestar-se, ela torna-se uma porta que conduz a vida para aqueles que aceitam a Cristo.

       Qual a conexão entre a morte e a doutrina da imortalidade ? 

       Há dois termos, "imortalidade" e "incorrupção" que se usam em referência à ressurreição do corpo, (1 Cor. 15:53,54.) 

       A imortalidade significa não estar sujeito à morte, e nas Escrituras emprega-se em referência ao corpo e não à alma (embora esteja implícita a imortalidade da alma. Mesmo os cristãos estão sujeitos à morte por serem mortais os seus corpos. Depois da ressurreição e do arrebatamento da igreja, os cristãos desfrutarão da imortalidade. Isto é, receberão corpos glorificados que não estarão sujeitos à morte.

       Os ímpios também serão ressuscitados. Mas isso quer dizer que desfrutarão dessa imortalidade do corpo ? Não; sua inteira condição é a de morte, e separação de Deus. Embora tenham existência, não gozam de comunhão com Deus e nem da glorificação do corpo, a qual realmente constitui a imortalidade. Conscientemente existirão numa condição de sujeição à morte. A sua ressurreição não é a "ressurreição da vida", mas a "ressurreição para a condenação" (João 5:29). 

       Se a "imortalidade", à qual se referem as Escrituras, se referisse ao corpo, como se justificaria a referência à imortalidade da alma ? 

       Tanto no Antigo como no Novo Testamento, a morte é a separação do corpo e da alma; o corpo morre e volta ao pó, a alma ou o espírito continua a existir conscientemente no mundo invisível dos espíritos desencarnados.

       Assim o homem é mortal, estando o seu corpo sujeito à morte, embora seja imortal a sua alma, que sobrevive à morte do corpo.

       Qual a distinção entre imortalidade e vida eterna ? 

       A imortalidade é futura (Rom. 2:7; 1 Cor. 15:53,54), e refere-se à glorificação dos nossos corpos mortais na ocasião da ressurreição. 

       A vida eterna refere-se principalmente ao espírito do homem : É uma possessão que não é afetada pela morte do corpo. 

       A vida eterna alcançará sua perfeição na vinda de Cristo, e será vivida em um corpo glorificado que a morte não mais poderá destruir.

       Todos os cristãos, quer vivos quer falecidos, já possuem a vida eterna, mas somente na ressurreição terão alcançado a imortalidade


       II. O ESTADO INTERMEDIÁRIO. 


       Pela frase "estado intermediário" queremos dizer o estado dos mortos no período entre o falecimento e a ressurreição.

 

       1. A opinião das Escrituras.

 

       Deve ser observado que os justos não receberão sua recompensa final nem os ímpios seu castigo final, enquanto não se realizarem as suas respectivas ressurreições. 

       Ambas as classes estão num estado intermediário, aguardando esse evento. 

       Os cristãos falecidos vão estar "com o Senhor", mas não recebem ainda o galardão final. 

       O estado intermediário dos justos descreve-se como um estado de descanso (Apo. 14:13), de espera e repouso (Apo. 6:10,11), de serviço (Apo. 7:15), e de santidade (Apo. 7:14). 

       Os ímpios também passam para um estado intermediário, onde aguardam o castigo final, que se realizará depois do juízo do Grande Trono Branco, quando a Morte e o Hades serão lançados no lago de fogo. (Apo. 20:14.) 


       2. Opiniões errôneas. 


       (a) Purgatório.

 

       A Igreja Católica Romana ensina que mesmo os mais fiéis precisam dum processo de purificação antes de se tornarem aptos para entrar na presença de Deus. Também adotam essa opinião certos protestantes que, crendo na doutrina de "uma vez salvo, salvo para sempre", embora reconhecendo a palavra divina "sem a santidade ninguém verá o Senhor", concluem que haja um "purgatório" onde os crentes carnais e imperfeitos se purifiquem da sua escória. Esse processo, segundo dizem, realizar-se-á durante o Milênio enquanto os vencedores estão remando com Cristo. Todavia, não existem nas Escrituras evidências para tal doutrina, e existem muitas evidências contrárias a ela. 

       Assim escreveu John S. Banks, erudito metodista : As Escrituras falam da felicidade intermediária dos mortos em Cristo. (Luc. 16:22; 23:3; 2 Cor. 6:6,8.) Certamente os cristãos em geral, depois de longo tempo de crescimento na graça, estão tão aptos para o céu quanto o malfeitor penitente crucificado ao lado de Cristo, ou quanto Lázaro mencionado na parábola. 

       Também as Escrituras atribuem ao sangue de Cristo ilimitada eficácia. Se, de fato, as Escrituras ensinassem tal estado intermediário, diríamos que seu poder purificador seria originário da expiação de Cristo, corno dizemos dos meios de graça no estado presente; mas, uma vez que as Escrituras não ensinam tal doutrina, podemos apenas considerar esse estado como obra de super erro (mais do que o exigido, extra). 

       Essa doutrina tenta prover o que já está amplamente provido. 

       O Novo Testamento reconhece apenas duas classes de pessoas; as salvas e as não-salvas. 

       O destino de cada classe determina-se agora, na vida presente, que é o único período probatório. Com a morte termina esse período probatório, seguindo-se o julgamento segundo as obras praticadas no corpo. (Heb. 9:27; 2 Cor. 5:10.)


       (b) O espiritismo ensina que é possível alguém comunicar-se com os espíritos de pessoas falecidas, sendo essas comunicações conseguidas por meio dum "médium". Mas notemos : 


       1) A Bíblia proíbe, expressamente, consultar tais "médiuns" A própria proibição indica a presença do mal e o perigo de tal prática. (Lev. 19:31; 20:6, 7; Isa. 8:19.) 

       É inútil os espíritas citarem o exemplo de Saul, visto que esse desafortunado pereceu por ter consultado a feiticeira, (1 Crôn. 10:13.) 


       2) Os mortos estão sob o controle de Deus, o Senhor da vida e da morte, e, por conseguinte, não podem estar sujeitos aos médiuns. Vide, por exemplo, (Apo. 1:18; Rom. 14:9.) 

       Os espíritas citam o caso da pitonisa que evocou o espírito de Samuel e o relato da aparição de Moisés e Elias no Monte da Transfiguração. Mesmo que fosse Samuel que aparecera a Saul, seria por divina permissão, e o mesmo poderíamos dizer acerca de Moisés e Elias. 

       A passagem que relata o caso do rico e Lázaro prova que aos mortos não é permitido comunicar-se com os vivos. (Luc. 16.) 


       3) Embora muitos fenômenos espíritas hajam sido provados fraudulentos, existe neles alguma realidade. Visto que os mortos não se podem comunicar com os vivos, somos obrigados a concluir que as manifestações espíritas são resultados de forças estranhas psíquicas ou que as mensagens têm sua origem em espíritos mentirosos e sedutores, (1 Reis 22:22; 1 Tim. 4:1.) 

       Muitos dos que abraçam o espiritismo ou consultam médiuns são os que perderam sua fé cristã. Aqueles que creem nas Escrituras gozam de suficiente luz para iluminar as regiões do além túmulo.

 

       (c) Sono da alma. 


       Certos grupos, como os Adventistas do Sétimo Dia, creem que a alma permanecerá num estado inconsciente até à ressurreição. Essa crença, conhecida como "sono da alma", é também adotada por indivíduos em outros grupos religiosos. 

       É verdade que a Bíblia descreve a morte como um sono, mas isso em razão de o crente, ao falecer, perder a consciência para com o mundo cheio de fadiga e sofrimento e acordar num reino de paz e felicidade. 

       O Antigo Testamento ensina que, embora o corpo entre na sepultura, o espírito que se separou do corpo entra no Seol (traduzido "inferno" na versão de Almeida), onde vive em estado consciente. (Vide Isa. 14:9-11; Sal. 16:10; Luc. 16:23; 23:43; 2 Cor. 5:8; Fs. 1:23; Apo. 6:9.) 


       III A RESSURREIÇÃO. 


       1. Importância da ressurreição. 


       Os coríntios, como os demais gregos, eram um povo de grande capacidade intelectual, e amantes de especulações filosóficas. Ao ler-se os primeiros dois capítulos da primeira Epístola aos Coríntios, nos quais Paulo declara a imensurável superioridade da revelação sobre a especulação humana, observamos que alguns dos membros da igreja de Corinto também eram partidários dessas especulações. Dotado de penetração incomum, ele previu que, sob a influência do espírito grego, o Evangelho poderia dissipar-se em lindo, porém impotente sistema de filosofia e ética. De fato, já se havia manifestado essa tendência.

       Alguns dos membros da igreja em Corinto estavam influenciados por uma antiga doutrina grega de imortalidade, a qual ensinava que ao morrer o corpo pereceria para sempre, mas que a alma continuaria a existir. Em verdade, dizia esse ensino, era bom que o corpo perecesse pois só servia como estorvo e impedimento à alma. Ensinava-se na igreja de Corinto que, apesar de a alma ou o espírito viver depois da morte, o corpo era destruído para sempre e não seria ressuscitado; que a única ressurreição que o homem experimentaria seria a ressurreição espiritual da alma, ressurreição de sua morte nos delitos e pecados. (Vide Efés. 2:1, compare 2 Tim. 2:17,18.) 

       O apóstolo desafiou a veracidade desse ensino, dizendo : 


       "Se se prega que Cristo ressuscitou dos mortos, como dizem alguns dentre vós que não há ressurreição de mortos ?" (1 Cor. 15:12). 


       Tomando esse erro como ponto de partida, Paulo expôs a doutrina verdadeira, entregando ao mundo o grande capítulo da ressurreição (1 Coríntios 15). 

       Como base do seu argumento a doutrina bíblica sobre o homem, a qual, em contradição à doutrina pagã, declara que o corpo humano é suscetível de santificação (1 Cor. 6:13-20), redenção e está incluído na salvação do homem. 

       No princípio Deus criou tanto o espírito como o corpo, e quando o espírito e o corpo se uniram como unidade vivente, o homem tomou-se em "alma vivente". 

       O homem foi criado imortal no sentido de que ele não precisava morrer, mas mortal no sentido de que poderia morrer se desobedecesse a Deus. 

       Se o homem tivesse permanecido fiel, ele se teria desenvolvido ao máximo sobre a terra e, então, possivelmente teria sido trasladado, pois a trasladação parece ser o meio perfeito que Deus usa para remover da terra os seres humanos. Mas o homem pecou, perdeu o direito à árvore da vida, e em resultado disso começou a morrer, processo que culminou na separação do espírito do corpo.

       E a morte física foi a expressão externa da morte espiritual, a qual é a conseqüência do pecado. Visto que o homem se compõe tanto de alma como de corpo, a sua redenção deve incluir a vivificação de ambos, da alma e do corpo. 

       Embora o homem se torne justo perante Deus e vivo espiritualmente (Efés. 2:1), seu corpo morrerá como resultado da sua herança racial de Adão. Mas desde que o corpo é parte integrante de sua personalidade, sua salvação e sua imortalidade não se completam enquanto seu corpo não for ressuscitado e glorificado. 

       Assim ensina o Novo Testamento. (Vide Rom. 13:11; 1 Cor. 15:53,54; Fil. 3:20,21.) 

       O argumento de Paulo nos versos 13 a 19 é o seguinte : 

       Ensinar que não há ressurreição é ferir a realidade da salvação e a esperança da imortalidade. 

       Ele desenvolve o argumento da seguinte maneira : 

       Se não há ressurreição do corpo, então Cristo, que tomou para si um corpo humano, não ressurgiu dentre os mortos. Se Cristo não ressurgiu dentre os mortos, então a pregação de Paulo é vã; pior ainda, é falsa e enganosa. Se a pregação é vã, então também são vãs a fé e a esperança daqueles que a aceitam. Se Cristo de fato não ressuscitou dentre os mortos, então não há salvação do pecado; pois de que maneira poderíamos saber que sua morte foi realmente expiatória diferente de qualquer outra morte a não ser que ele ressuscitasse ? E se o corpo do Mestre não ressuscitou, que esperança haverá para aqueles que nele confiam ? E se todas essas suposições fossem verdadeiras, então o sacrifício, a autonegação, e o sofrimento por causa de Cristo teriam sido em vão (Vs. 19, 30- 32.) 


       2. Natureza da ressurreição. 


       É relativamente fácil declarar o fato da ressurreição, mas ao tentarmos explicar como Cristo foi ressuscitado encontramos grande dificuldade, pois se trata de leis misteriosas, sobrenaturais, além da compreensão das nossas mentes. Entretanto, sabemos que a ressurreição do corpo será caracterizada pelos seguintes aspectos : 


       (a) Relação. 


       Haverá alguma relação com o velho corpo, fato que Paulo ilustra pela comparação do grão de trigo, (1 Cor. 15:36, 37.) 

       O grão é lançado na terra, morre, e o ato de dissolução fertiliza o germe da vida no grão, de maneira que se transforma em linda e viçosa planta. "Somente pela dissolução das partículas da matéria na semente torna-se produtivo o germe de vida (o que jamais se observou pelo microscópio)." 

       Qual o poder que vitaliza o corpo humano, tornando-o capaz da gloriosa transformação do corpo ressurreto ? 

       O Espírito Santo ! (Vide 1 Cor. 6:19.) 

       Falando de ressurreição, Paulo expressa as palavras de 2 Cor. 5:5, que um erudito na língua grega assim traduziu : 

       " Para essa mudança fui preparado por Deus, que me deu Seu Espírito como sinal e primeira porção." 


       (b) Realidade.

 

       Certas pessoas não se interessam em ir para o céu, pensando que a vida ali será uma existência insubstancial e vaga. 

       Ao contrário, a existência no céu será tão real quanto a presente, de fato, ainda mais real. Os corpos glorificados serão reais e tangíveis e havemos de conhecer-nos e conversar uns com os outros, e estaremos plenamente ocupados em atividades celestiais. Jesus no seu corpo ressuscitado era muito real para seus discípulos; embora glorificado, era ele o mesmo Jesus. 


       (c) Incorrupção. 


       "Levantado em incorrupção e em poder", o corpo ressuscitado será livre de enfermidade, dor, debilidade, e da morte. (Apo. 21:4.)

 

       (d) Glória. 


       Nossos velhos corpos são perecíveis, sujeitos à corrupção e ao cansaço, porque são corpos "naturais", próprios para uma existência imperfeita num mundo imperfeito; mas o corpo de ressurreição será próprio para a gloriosa imortalidade no céu. 

       Quando Pedro o Grande, da Rússia, trabalhava como mecânico na Holanda, a fim de aprender a arte da construção naval, ele usava a roupa humilde de mecânico; mas, ao voltar ao seu palácio, ele vestia-se com os trajes reais ornados de jóias. 

       Assim o espírito do homem, originalmente inspirado por Deus, agora passa uma existência dentro dum corpo perecível (Fil. 3:21); mas na ressurreição será revestido de um corpo glorioso, próprio para ver a Deus face a face.

 

       (e) ?. Poderá atravessar o espaço com a rapidez de relâmpago, em razão da enorme energia com que estará dotado. 


       (f) Sutileza, isto é, o poder de penetrar as substâncias sólidas. 


       Ao andarmos pela terra em um corpo glorificado, não seremos impedidos por coisas mínimas como sejam um muro ou uma montanha, simplesmente os atravessaremos ! (Vide João 20:26.)

       Existem muitas coisas que não entendemos e não podemos entendê-las ainda, acerca da vida futura; "ainda não é manifesto o que havemos de ser". Entretanto, isto sabemos: "agora somos filhos de Deus", e... "quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos" (1 João 3:1,2).


A VIDA FUTURA.

 

       1. Ensino do Antigo Testamento. 


       Ao estudar-se o ensino do Antigo Testamento concernente à vida futura, deve-se ter em mente que a obra redentora de Cristo tem exercido grande efeito sobre a nossa relação com a morte e a vida.

       


Cristo "aboliu a morte, e trouxe à luz a vida e a incorrupção pelo Evangelho" (2 Tim. 1:10). 


    Cristo trouxe plenitude de luz e absoluta confiança quanto à vida vindoura. Ele também efetuou uma grande libertação dos santos do tempo do Antigo Testamento, que estavam guardados no estado intermediário, libertação que lhes proporcionou muito mais felicidade.

   Muito embora a revelação vétero-testamentária não seja tão ampla quanto a do Novo Testamento, concernente à vida apos a morte, encontramos ali a referida doutrina. 

       A doutrina do Antigo Testamento sobre a imortalidade baseia-se na relação entre o homem e Deus. 

       O homem, criado à imagem de Deus, é dotado de capacidade para conhecer a Deus e com ele ter comunhão. Isso significa que o homem é mais do que animal, e que sua existência ultrapassa os limites do tempo. Foi criado para viver e não para morrer. Mas o pecado trouxe a morte ao mundo e, assim, ao homem. 

       A morte, no seu aspecto físico, é a separação do corpo da alma. A morte, entretanto, não implica extinção da alma. 

       O Antigo Testamento consistentemente ensina que a personalidade do homem sobrevive a morte. O corpo do homem era depositado na sepultura enquanto a alma ia para o lugar denominado "Seol" (traduzido "inferno", "o poço", e "a sepultura") a morada dos espíritos dos finados. 

       Prova-se que o "Seol" não era o céu pelo fato de ser descrito como estando "em baixo" (Prov. 15:24), terra mais baixa (Ezeq. 32:18), e o meio do inferno (desceram) (Ezeq. 32:21).

       Que não era um lugar de felicidade suprema, prova-se pelas seguintes descrições : Um lugar sem lembrança de Deus (Sal. 6:5), de crueldade (Cant. de Salomão 8:6, Versão Brasileira), lugar de dor (Jo 24:19 Versão Brasileira), lugar de tristeza (Sal. 18:5 Versão Brasileira), e era um lugar do qual aparentemente ninguém voltava. Jo 7:9 (Versão Brasileira).

       O Seol, não desfrutando do brilho da pessoa de Cristo ressuscitado, é um lugar sombrio que inspira receio, e, por conseguinte, alguns dos santos do Antigo Testamento receavam ir para esse lugar como a criança receia entrar num quarto escuro. (Vide o Sal. 88 e Isa. 38.) 

       Seol era habitado tanto pelos justos (Jo 14:13; Sal. 88:3; Gên. 37:34,35) como pelos ímpios (Prov. 5:3-5; 7:27; Jo 24:19; Sal. 31:17). 

       Do caso do rico e Lázaro concluímos que havia duas seções no Seol um lugar de sofrimento para os ímpios (Luc. 16:23,24) e outro para os justos, um lugar de descanso e conforto (Luc. 16:25). Contudo, os santos do Antigo Testamento não estavam sem esperança. O Santo de Deus, o Messias, desceria ao Seol; o povo de Deus seria redimido do Seol. (Sal. 16:10; 49:15; Versão Brasileira.)

       Essa profecia cumpriu-se quando Cristo, após sua morte, desceu ao mundo inferior dos espíritos dos finados (Mat 12:40; Luc. 23:42,43), e libertou do Seol os santos do Antigo Testamento, levando-os consigo para o Paraíso celestial. (Efés. 4:8- 10.) Essa passagem parece indicar que houve uma mudança nesse mundo dos espíritos, e que o lugar ocupado pelos justos que aguardam a ressurreição foi trasladado para as regiões celestiais. (Efés. 4:8; 2 Cor. 12:2.) Desde então, os espíritos dos justos sobem para o céu e os espíritos dos ímpios descem para a condenação. (Apo. 20:13,14.)

 

       Outras evidências do ensino do Antigo Testamento sobre a vida futura são as seguintes :


       1) A frase "congregado ao seu povo" (Gên. 25:8) ou "aos pais", usada por Abraão, Moisés, Arão e Davi, deve referir-se à existência consciente após a morte e ao sepultamento, pois esses homens não foram enterrados nos túmulos ancestrais.

 

       2) As trasladações de Enoque e Elias provam com certeza a existência duma vida futura de felicidade na presença de Deus.

 

       3) As palavras de Cristo em Mat. 22:32 representam meramente uma forte expressão da própria crença dos judeus. De outra forma nenhuma influência teriam sobre os ouvintes.

 

       4) A doutrina da ressurreição dentre os mortos é claramente exposta no Antigo Testamento. (Jo 19:26; Dan. 12:1,2.) 


       5) Quando Jacó disse : "Com choro hei de descer ao meu filho até a sepultura" (literalmente "Seol", e assim traduzida na Versão Brasileira) (Gên. 37:35), de maneira nenhuma ele se referia à sepultura literal, pois ele supunha que o corpo de José fora devorado por uma fera. 


       2. Ensino do Novo Testamento. 


       O Novo Testamento reconhece a existência no além túmulo, na qual a vida espiritual continua sob novas e melhores condições. Entrar nessa vida é o supremo alvo do homem. (Mar. 9:43.) 

    Aceitando o próprio Cristo, o crente já na vida presente passou da morte para a vida. (João 3;36.) Isso, entretanto, é somente o princípio; sua plenitude pertence à existência que começa com a "ressurreição da vida". (João 5:29.) 

     Existe uma vida vindoura (1 Tim. 4:8); agora está oculta, mas se manifestará quando Cristo, que é nossa vida, aparecer (Col. 3:4). 

      Cristo dará a coroa da vida prometida àqueles que o amam (Tia. 1:12). 

     Mesmo o estado dos que faleceram em Cristo é algo melhor do que a presente vida nele (Fil. 1:21). Mas a plenitude de vida, qual terra da Promissão, e o seu direito de primogenitura como filhos de Deus, serão revelados na vinda de Cristo. (Rom. 8:17; Gál. 4:7.) 

      A morte física não pode interromper a comunhão entre o cristão e seu Senhor.

 

    "Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; e todo aquele que vive, e crê em mim, nunca morrerá" (João 11:25,26).

 

       Com essas palavras Jesus assegurou a Marta e Maria que seu irmão não havia perecido, mas estava seguro. 

       Com efeito, Jesus dizia o seguinte : "Eu amava vosso irmão e com ele tive doce comunhão. Compreendendo quem eu sou, lembrando o meu poder, pensais que eu permitiria à morte interromper essa comunhão, que para nós ambos era uma grande delicia ?" 

       Existem muitos argumentos formais a favor da imortalidade. Mais do que a lógica fria, o que mais satisfaz é justamente saber que estamos em comunhão com Deus e com o seu Cristo.

       Vamos imaginar o caso dum crente fiel que durante muitos anos gozou de preciosa comunhão com o Filho de Deus, ouviu sua voz e sentiu sua presença. Agora que ele está prostrado no leito de morte ouviremos então o Filho de Deus dizer-lhe : "Andamos juntos, gozamos de doce comunhão, mas chegou a hora do eterno adeus"? 

       Não, assim não aconteceria ! Aqueles que estão "em Cristo" (1 Tess. 4:14-17) não podem ser separados dele nem pela vida e nem pela morte (Rom. 8:38). 

       Para aquele que viveu conscientemente na presença de Cristo, ser separado de Cristo pela morte é coisa impossível. 

       Para aqueles que estão unidos ao amor de Deus, é inconcebível separar-se desse amor para entrar num estado do nada e desolação. 

       Cristo diz a todos os crentes : "Está Lázaro, está alguém, unido a mim ? Ele confia em minha pessoa ? Tudo que sou e todo o poder que em mim reside operarão em sua vida. Teu irmão está unido a mim pelos laços da confiança e do amor, e visto que eu sou a Ressurreição e a Vida, esse poder operará nele."

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